IsadoraAlguns dias...Seu perfume sedutor me envolveu no exato momento que os nossos corpos se aproximaram e começamos a dançar no meio do salão vazio. Imediatamente encostei a minha cabeça no seu peito e fechei os meus olhos, aconchegando-me ali, abrindo um sorriso satisfeito em seguida. O som das batidas do seu coração se misturava a voz de Celine Dion, cantando When I Need You e me peguei viajando na letra dessa canção. Seus dedos fazem algumas carícias nos meus cabelos e meu coração bate o tempo todo desenfreado com as sensações que esse gesto consegue causar em mim. Droga, é tão bom estar apaixonada e é tão injusto que ele não demostre sentir o mesmo por mim! No meio da dança o seu indicador alcança o meu queixo e me faz erguer a cabeça. Seus olhos avaliam a minha face e param por questão de segundos nos meus olhos, descendo em seguida para a minha boca. Um beijo cálido domina os meus lábios e pouco a pouco se torna faminto e voraz. Suas mãos me apertam com uma possessão e Heit
Heitor— Como ela está? — Escuto a voz preocupada de Heitor um tanto distante. Forço-me a abrir os olhos, mas simplesmente não consigo.— Dormiu a manhã inteira e não comeu nada.— Será que ela está doente? — Logo sinto o seu toque na minha testa. — Pelo menos não está com febre! Isadora? — Ele me chama calmamente. — Isadora, meu amor, acorde! — Oh, Deus, como queria que esse sonho fosse real! Logo em seguida veio um beijo na boca e depois outro e mais outro… — Isadora? — Então finalmente eu abro os olhos e a imagem desfocada de Heitor surge bem na minha frente. Solto um gemido preguiçoso e baixo, e me estico inteira, sentando-me no colchão em seguida e esfrego os olhos para ter certeza de que não estou sonhado. — Você está bem? — Dá para sentir a sua preocupação real que sente comigo agora.— Sim. O que está fazendo aqui a essa hora? Não devia estar na empresa? — Ele sorri de boca fechada.— Devia, mas a Lupe me ligou e disse que você não estava bem. — Olho para a empregada em pé atr
Isadora Desligo o chuveiro e me enrolo em uma toalha grande e macia. De frente para o espelho na bancada do banheiro começo a escovar os meus cabelos. Enquanto faço isso, penso em Heitor e suspiro em um misto de ansiedade e desanimo. Eu sei que preciso contar sobre a gravidez, mas só farei isso assim que tiver certeza de que é o momento certo. Talvez fazer um jantar especial para essa ocasião torne a coisa mais fácil e um item de bebê pode me ajudar. O meu coração salta no peito só de pensar na sua reação. Acredito que primeiro ele ficaria extremamente surpreso, depois, viria aquele sorriso bobo de pai de primeira viagem e quem sabe algumas lágrimas emocionadas também? Terceiro, ele gritaria de emoção para os quatro ventos que seria pai e por fim, me abraçaria, me beijaria e… diria finalmente que me ama? Bufo audivelmente. E, se não for assim? E, se eu estiver apenas me iludindo com tudo isso? — Não interessa, Isadora, ele tem o direito de saber! — sussurro para a minha imagem no esp
Isadora Não sei exatamente quanto tempo fiquei trancada no banheiro, mas esperei as minhas emoções se acalmarem, joguei os testes de volta na sacola e pus na lixeira, porém, deixei um propositalmente dentro da primeira gaveta do móvel para o momento certo da revelação. Saio do banheiro e encontro o dia já claro lá fora. Cuidadosamente eu volto para a cama e vou para debaixo dos lençóis envolvendo a sua cintura com o meu braço. Aspiro o seu cheiro lentamente e fecho os olhos, sorrindo de boca fechada. Sinto-me aquecida, envolvida por essa nova fase de nossas vidas. Será tudo exatamente como imaginei. Comprarei um acessório de bebê, farei um jantar especial e contarei para ele. Deus, que tudo saia como pensei ou entraremos em guerra por esta criança! — Hum! — Solto um gemido angustiado, virando-me na cama, encontrando o outro lado vazio. Abro os olhos e percebo que o sol já está alto lá fora. — Hum! — gemo outra vez, quando percebo que a ânsia de vômito se aproxima e imediatamente cor
Isadora— Tem certeza, Heitor? — Escuto Max questioná-lo.— É c laro que tenho!— Porra, eu juro que cheguei a pensar que você e a Isadora…— Pensou errado, meu caro Max! O plano nunca mudou!— Estou surpreso também. — Tadeu intervêm. — Eu jurava que você tinha tomado jeito e que finalmente seria o homem casado que deveria ser!— Qual é a de vocês? Isso nunca se passou pela minha cabeça!— Tudo bem! E qual será o próximo passo?— A herança estará disponível no meu inventário em noventa dias e eu quero que nesse meio tempo faça uma transferência no valor de três milhões de dólares para a conta de Isadora. Após receber a herança combinarei com ela uma maneira de dar um final para esse casamento de uma vez por todas. E é isso! Eu não aguento mais ficar com essa corda no pescoço!— Caramba, nunca pensei que tudo o que assisti até agora fosse pura encenação! Você parecia tão… apaixonado! Até pensei que haveria um casamento de verdade no futuro e que finalmente eu seria o seu padrinho. — Ta
IsadoraApós a sua saída passei a chave na porta do quarto, espalhei as roupinhas de bebê e as cartelas de anticoncepcionais ao meu redor no colchão e olhei cada item por longos minutos. Aborto não era uma opção. Eu sentia um arrepio percorrer a minha coluna só de pensar nisso. Entregar o meu filho para o Heitor também estava fora de cogitação, embora eu saiba que o seu poder aquisitivo é bem mais favorável a ele do que a mim em relação ao nosso filho. Contudo, ou esse seria o nosso bebê, ou definitivamente seria somente meu. E, para finalizar, largar tudo o que conquistei na reta de chegada me deixará na miséria outra vez e droga, ainda tem a minha mãe que precisa muito de mim! Angustiada com esses pensamentos, salto para fora da cama, dou as costas para tudo aquilo e encosto-me no espaldar de uma janela. Encaro o dia ensolarado, observo o vento brincar com as copas das árvores e algumas borboletas que percorrem todo o jardim, e solto o ar com força pela boca. O que devo fazer a fina
Isadora— Bom dia, querida esposa! O que tem feito que não pode atender os meus telefonemas? — Sinto o sarcasmo na voz de Heitor assim que atendo o celular.— Hum, com o meu marido distante tem sobrado mais tempo para dormir! — resmungo mantendo a minha voz mais natural e divertida possível. Ele ri do outro lado da linha.— Não acredito que está dormindo o dia inteiro, Senhora D’angelo!— Ah, claro que não! Tenho passado algum tempo na biblioteca estudando também. Você sabe como eu sou.— É, eu sei. E admiro muito isso em você!— Hum! Obrigada, Senhor D’angelo, isso vindo de você em um elogio! — ralho.— Mas, é um elogio! — Ele protesta com humor. Humor. Sentirei falta disso.— Como está indo o seu trabalho por aí? — Decido mudar o foco do assunto.— Como imaginei que seria, chato! Eu devia ter trazido você comigo, pelo teria algumas horas de diversão sempre que voltasse para o aparte hotel — fala me fazendo rir outra vez. A pior parte é saber que o desejo muito mais que ele deseja a
IsadoraAcordo em um quarto pequeno, completamente diferente, com móveis simples e apenas uma janela retangular de madeira e vidros, que me permite ver a luz do dia. Devo ter adormecido em algum momento da viagem até aqui e provavelmente Peter me pôs na cama. Penso, me sentando no meio do colchão e me espreguiço em seguida. Assim que ponho os pés para fora da cama sou acometida pela ânsia de enjoos matinais e como sempre corro a procura de um banheiro. Um banho morno me faz relaxar um pouco e então procuro a minha mala. Uno as sobrancelhas em confusão quando não a encontro em lugar nenhum e vou direto para um guarda-roupas de três portas. Para a minha surpresa está tudo bem ali na minha frente e arrumado com muito esmero.Peter. Penso, abrindo um sorriso satisfeito. Ponho um vestido folgado e uma rasteirinha, e após prender os meus cabelos em um coque frouxo saio faminta do quarto. Um cheiro maravilhoso de comida me envolve assim que chego a pequena sala e o meu estômago reclama imedi