Isadora— Bom dia, querida esposa! O que tem feito que não pode atender os meus telefonemas? — Sinto o sarcasmo na voz de Heitor assim que atendo o celular.— Hum, com o meu marido distante tem sobrado mais tempo para dormir! — resmungo mantendo a minha voz mais natural e divertida possível. Ele ri do outro lado da linha.— Não acredito que está dormindo o dia inteiro, Senhora D’angelo!— Ah, claro que não! Tenho passado algum tempo na biblioteca estudando também. Você sabe como eu sou.— É, eu sei. E admiro muito isso em você!— Hum! Obrigada, Senhor D’angelo, isso vindo de você em um elogio! — ralho.— Mas, é um elogio! — Ele protesta com humor. Humor. Sentirei falta disso.— Como está indo o seu trabalho por aí? — Decido mudar o foco do assunto.— Como imaginei que seria, chato! Eu devia ter trazido você comigo, pelo teria algumas horas de diversão sempre que voltasse para o aparte hotel — fala me fazendo rir outra vez. A pior parte é saber que o desejo muito mais que ele deseja a
IsadoraAcordo em um quarto pequeno, completamente diferente, com móveis simples e apenas uma janela retangular de madeira e vidros, que me permite ver a luz do dia. Devo ter adormecido em algum momento da viagem até aqui e provavelmente Peter me pôs na cama. Penso, me sentando no meio do colchão e me espreguiço em seguida. Assim que ponho os pés para fora da cama sou acometida pela ânsia de enjoos matinais e como sempre corro a procura de um banheiro. Um banho morno me faz relaxar um pouco e então procuro a minha mala. Uno as sobrancelhas em confusão quando não a encontro em lugar nenhum e vou direto para um guarda-roupas de três portas. Para a minha surpresa está tudo bem ali na minha frente e arrumado com muito esmero.Peter. Penso, abrindo um sorriso satisfeito. Ponho um vestido folgado e uma rasteirinha, e após prender os meus cabelos em um coque frouxo saio faminta do quarto. Um cheiro maravilhoso de comida me envolve assim que chego a pequena sala e o meu estômago reclama imedi
IsadoraA noite não foi das mais tranquilas. Por mais que eu quisesse abafar os meus pensamentos eles gritavam alto demais dentro da minha cabeça. Simplesmente não conseguia parar de pensar em como Heitor reagiria ao descobrir a minha fuga. Provavelmente reagirá com uma boa festa entre os amigos e garotas, a final estou lhe dando a sua tão sonhada liberdade, certo? E ainda corre o risco de se dar bem com a tão sonhada herança do seu pai, pois esse sempre foi o seu objeto. Pensar que ele chega essa noite me deixa apreensiva. Não posso me dar ao luxo de cair nas suas mãos outra vez. Se Heitor descobre sobre essa gravidez com certeza não terei a menor chance.— Ele jamais nos encontrará aqui — digo fazendo um carinho na minha barriga, mas no fundo, queria estar perto dele e me sentir aquecida e segura nos seus braços. — Droga, Isadora, o que você está dizendo? Quando realmente se sentiu segura com ele? — Outra respiração alta passa pela minha boca e me viro de lado na cama. Merda, eu esp
HeitorMomentos antes da fuga...— Promete que vai me esperar bem aqui nessa cama? — sussurro, dando pequenos beijos em sua boca. Isadora se espreguiça debaixo de mim e não consigo deixar de apreciar o seu busto completamente nu subir e descer devido a uma respiração profunda que acabou de soltar. Sua pele clara me convida a fazer uma deliciosa de trilha de beijos. Merda, eu não posso ficar nem mais um instante aqui! Resmungo internamente.— Você precisa mesmo ir agora?— Você sabe que sim. O jatinho tem hora para sair e eu tenho hora pra chegar lá.— Hum! — Ela geme em frustração e isso me faz sorrir, e consequentemente o meu coração acelera sem um motivo aparente.— Vem me deixar na porta? — Que droga, Heitor isso é necessário? Me pergunto sem compreender essa droga de necessidade de estar perto por tanto tempo.— Me dá só um minuto? Eu preciso usar o banheiro rapidinho e pôr uma roupa.— Por mim você desceria assim toda nua. Eu iria apreciar! — ralho, mordiscando o bico do seu peit
Heitor— Sairemos em quinze minutos, rapazes! — Lena avisa colocando a cabeça na porta do quarto do aparte hotel, onde estamos tomando nosso café da manhã. Tadeu se agita em sua cadeira e bebe o resquício do seu café, largando a xícara em cima da mesa e Max se levanta para ir pegar a sua pasta executiva que está largada em cima do aparador. Saio da minha cadeira em seguida para pego o meu celular e ligar para Isadora, ansioso para ouvir o som da sua voz. Contudo, a ligação vai direto para a caixa postal e bufo contrariado. Bufo audivelmente. O que ela está fazendo de tão importante que não pode me atender? Saímos em seguida direto para um carro negro e grande, e vamos direto para o prédio da Interplace, onde faremos uma reunião de negócios. Assim que chegamos aperto a mão dos representantes da corporação Interplace e nos acomodamos em uma enorme mesa retangular. Lena se concentra em compartilhar as pastas com a pauta da reunião, enquanto Max se encarrega de explicar a parte burocrátic
Heitor— Isadora?! — grito o seu nome com impaciência abrindo a porta do nosso quarto e encontro tudo quieto e devidamente arrumado. Vou direto para o closet e percebo que boa parte das suas roupas estão aqui. Algumas joias e sapatos também, a maioria do que ficou são os presentes que lhe dei. — Que droga, o que você fez, Isadora? — rosno, sentindo algo diferente dentro de mim. Um misto de medo e de raiva… ódio, na verdade. Saio do quarto pisando duro e vou para biblioteca onde Dana disse que ela passou algumas horas trancada e encontro alguns livros largados em cima da mesa, comprovando o que me dissera quando me atendeu da única vez. Olho ao redor do cômodo a procura de algo que me dê uma direção, mas não tem nada aqui!— Senhor D’angelo?— Reúna os homens, Charles, preciso falar com eles e entender o que realmente aconteceu aqui! — ordeno com um tom seco e sem olhá-lo diretamente.— Claro, Senhor! — Ele sai e puto da vida passo a mão arrastando os livros de cima da mesa, jogando-os
HeitorHoras depois…— Mandou me chamar, Senhor? — Ulisses pergunta entrando no meu escritório.— Mandei! — falo esvaziando o copo de uísque e o ponho em cima da mesa, fazendo um barulho desnecessário. — Quero que fique de olho no Senhor Thompson. Siga-o para onde quer que ele vá.— Posso saber o que quer com isso, Senhor D’angelo?— Eu sei que ele sabe onde ela está e eu sei que é só uma questão de tempo até nos levar até ela. E, quando encontrá-la, eu quero que a traga para mim.— Sim, Senhor! — O homem me dá as costas para sair da sala.— E, Ulisses?— Sim, Senhor?— Se falhar de novo me encarregarei de que nunca mais trabalhe como segurança nessa cidade! — Ele engole em seco.— Não falharei, Senhor! Trarei a Senhora D’angelo de volta assim que encontrá-la.— Ótimo! Tire fotos dos passeios do Senhor Thompson. Eu quero saber de todos os seus passos sem exceções.— Sim, Senhor! — Ele sai, fechando a porta e eu volto a encher o meu copo. À noite subo as escadas praticamente cambaleand
Isadora Alguns dias após a fuga…— Oi! Bom dia, Pingo de gente! — digo me esticando preguiçosamente em cima da cama e sorrio, encarando o teto. Levo uma mão ao meu ventre ainda plano e suspiro contando até três. Assim que termino minha contagem pulo para fora da cama para ir ao banheiro diretamente para o vaso sanitário que já está com a tampa erguida para a primeira reação do dia do meu bebê. — Nossa, você bem que podia pegar leve com a sua mamãe aqui! — ralho, me preparando para a próxima rajada de vômito e como sempre me sinto enfraquecida, e me apoio ali mesmo aguardando que as minhas forças retornem. — Até quando vai ser malcriado assim, bebê? A mamãe precisa de uma trégua — resmungo e sorrio em meio a minha agonia. Minutos depois, estou renovada e saindo de debaixo do chuveiro. Me seco ansiosa e me visto com a mesma ansiedade para finalmente sair ao encontro de Marlene, e resolvo que tomarei o meu café da manhã na padaria mesmo. Pela manhã essa cidadezinha é ainda mais encantad