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Heitor

Sete anos depois...

A cada dia que se passa eu me convenço de que fui um tolo. Lembrar que um dia fui um homem arrogante e igualmente duro comigo, com tudo e com todos ao meu redor me faz perceber que perdi muito tempo lambendo minhas feridas e tampando os olhos para ver somente o que me permitia ver. Por esse motivo o meu universo mudou de rota de um jeito radical e doloroso. Tive que enfrentar o medo cara a cara. Tive que aguentar o frio que por pouco congelou os meus ossos e as tempestades que quase me destruíram para chegar até aqui. Penso, enquanto assisto os preparativos para a festa de aniversário de cinco anos da minha filha caçula.

— Vovó? Vovó? — Lisa grita com a sua animação infantil que contagia os gêmeos e eles correm na mesma direção que ela, fazendo-me despertar dos meus devaneios.

É exatamente isso que vocês estão entendendo. Tivemos mais uma filha ao longo desses anos e qual não foi a minha surpresa quando a minha linda esposa lhe deu o nome de minha mãe. Lisa
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