Memórias de Isadora - parte 2— Ah, Isadora? — Ele larga imediatamente a caneta em cima dos papéis e fica de pé.— Queria falar comigo, professor? — Ele meneia a cabeça fazendo um sim para mim e me aponta uma cadeira que educadamente me acomodo.— Antes de tudo eu gostaria que soubesse que acabei de corrigir a sua prova.— E? — Arqueio as sobrancelhas petulantes, pois sei exatamente qual o resultado dela.— Você é mesmo incrível, menina! — Abro um sorriso amplo e presunçoso.— Obrigada, professor!— Enfim, não era sobre isso que eu gostaria de falar.— Então, sobre o quê?— Estou de olho em você já faz algum tempo, Isadora. E como estamos no final do curso gostaria de te chamar para sair. — Tá, engoli em seco agora. Ok, ele é realmente lindo e é atraente também. Só tem um probleminha nessa equação. Após o foco desse curso o meu segundo foco será entrar para uma das maiores empresas de contabilidade de Seattle – a D’angelo Corporation – e para isso terei que dar outro mergulho profundo
Memórias de Isadora - parte 3Na hora do jantar eu estava mega feliz e ansiosa pela minha surpresa, mas o clima me pareceu meio estranho. John tinha um sorriso na cara, porém, ele não tirava os olhos do seu prato. Por que isso era estranho? Bom, normalmente ele é bem-falante e engraçado também. Papai pelo contrário estava sério e mal tocou em sua comida e a minha mãe parecia meio pálida. Se essa surpresa fora capaz de mudar tragicamente o humor do nosso jantar confesso que tenho medo de descobrir do que se trata.— Eu preciso sair. — Papai anunciou de repente e mamãe largou os talheres em cima do prato. Ele foi para a sala e ela saiu logo atrás dele.— O que foi isso? O que está acontecendo? — questionei o meu irmão. Entretanto, ele soltou um suspiro teatral e me encarou com um certo desdém.— Não foi nada de mais, maninha. Dramas da família Dixon que você conhece bem. Não sei como ainda não se acostumou com isso. — Forcei-me a engolir a comida que estava na minha boca, larguei os tal
Epílogo - primeira parteEthan D’angeloOnze anos depois... — Por que você vive com a cara enfiada nesses livros? — resmungo assim que entro na sala de visitas da casa dos meus pais e encontro Lisa, minha irmã caçula deitada em um dos sofás e lendo um livro de romances.Meninas!Por que elas acreditam nessas baboseiras? Estão sempre suspirando pelos cantos e sonhando acordadas. Eu entendo que o amor existe. Eu tenho vários exemplos clássicos girando ao meu redor. O Tadeu, o Max, Tio Zyan e até mesmo o meu pai. Cada um deles tem uma história para contar. Mas vamos ser sinceros? Não dá para viver de sonhos. Não sou um homem de coração duro nem nada assim. Estou mais para pragmático. Sou o vice-presidente da D’angelo Corporation e logo serei o presidente, mas não cheguei até aqui com sonhos e suspiros. Eu estudei, me esforcei e dei o meu melhor para ser visto pelo meu pai, e reconhecido pelos meus méritos. Sou determinado e tenho os meus pés fixados no chão.— Eu amo acompanhar o amor c
Epílogo - segunda parte.Ethan D'angeloComo se fosse atraído por ela vou direto para a pista, bem no meio da multidão de corpos suados e paro bem atrás dela. Ousadamente as minhas mãos tomam posse da sua cintura. Ela dá aquela olhadinha de lado, o seu sorriso se amplia e eu tenho a minha carta branca. Portanto, me encosto no seu corpo delicioso e me mexo seguindo o seu ritmo. A coisa toda é uma droga sensual que me embriaga, me envolve e me deixa completamente alucinado. O meu corpo inteiro está fervilhando e porra, estou louco para provar do seu sabor. Mas calma, Ethan, você precisa ir devagar. Primeiro, alimente o seu desejo, desperte o seu fogo adormecido, faça-a querer mais e aí já estará no papo. Não demora para os nossos corpos estrem colados e suados. As nossas respirações estão pesadas e ofegantes, e para completar já estamos no terceiro copo.Está na hora de levá-la para a cama!Conhecem a expressão aos trancos e barrancos? Foi exatamente assim que entramos no seu apartament
Isadora.— Seu nome, por favor!— Isadora Dixon.— Certo, Isadora! Temos uma vaga disponível para copa. Ela está bem longe do que o seu currículo nos oferece, mas… — Respiro fundo. A verdade é que eu já andei tanto e espalhei vários currículos por todos os lugares dessa cidade e nada. E o pior é que eu não posso esperar mais tempo. Eu preciso de um emprego e preciso para ontem!— Tudo bem, eu fico com esse!— Você tem certeza?— Infelizmente eu não tenho muita escolha. Eu preciso de um emprego e de um salário com urgência. — Forço um sorriso para a moça do outro lado do balcão da agência de empregos.— Tudo bem! Anotarei o endereço pra você e vou ligar para a D’Angelo avisando que ocupará essa vaga.— Obrigada, Dany! — Aguardo a moça fazer as anotações e assim que saio do prédio, sigo direto para a D’Angelo Corporation. Um emprego em uma das maiores empresas de administração e contabilidade do país seria uma oportunidade única para a minha carreira. Servir cafezinho, limpar balcões e
Isadora.— Ela está dormindo agora. — Mila fala assim que largo minha bolsa em cima do sofá.— Obrigada, Mila! Não sabe o quão me preocupei com ela hoje — sibilo me sentindo cansada.— Sabia que havia saído a procura de emprego e quando percebi que não voltou para casa, supus que havia conseguido algo. — Sorrio.— Sim. Não é muita coisa, mas vai nos ajudar.— Que bom, querida, e como fará com ela? — Solto uma lufada de ar audível.— Ainda não sei, Mila. Será que pode olhá-la enquanto volto para casa?— Posso fazer isso por alguns dias, querida, mas você sabe que a Sara precisa de cuidados especiais.— É, eu sei. Mas com o que receberei mal dará para assumir as contas e nos alimentarmos. Como farei para pagar uma clínica? — resmungo desanimada.— Querida, você pode deixá-la em uma casa de repouso. Só… até as coisas melhorarem. — Me sinto sufocar só de ouvir essa sugestão, mas sei que não terei outra opção.— Prometo que pensarei com carinho, Mila. — A doce Senhora força um sorriso para
Isadora.Logo mais à noite...Abro a porta de casa ansiosa por um banho demorado, louca para devorar um jantar e depois simplesmente cair na minha cama. Contudo, ao ver Mila em pé na minha sala com um olhar de pena as minhas energias se renovaram e corro para o segundo quarto do pequeno corredor. Paro estática ao ver minha mãe sentada na ponta da sua cama balançando o seu corpo para frente e para trás e com o olhar perdido.— Ela não está nada bem hoje! — Mila comenta parando ao meu lado.— O que houve? — Ela solta um suspiro audível.— Eu não sei. Sara simplesmente se recusou a tomar os seus remédios e começou a dizer que estava vendo seu pai no quarto. Eu quis acalmá-la, mas ela não parava de gritar e quando parou ficou assim.— Droga, Mila, por que não me ligou?— E atrapalhar o seu segundo dia de trabalho?— Mas, Mila, ela é a minha mãe!— Sim, eu sei. E você precisa desse emprego para poder ajudá-la. — Solto uma respiração alta e vou para perto da minha mãe. Ponho as mãos nos seu
Heitor.— Olha ele aí! — Tadeu, o meu assessor pessoal diz entrando em meu escritório. Essa sua alegria espontânea demais me faz revirar os olhos pois eu sei que aguarda boas notícias da minha última reunião em família. Nascer no berço de ouro da D’Angelo traz algumas coisas muito, muito boas: sucesso, dinheiro, mulheres gostosas e a extravagância das festas, embora tenha o seu lado todo ruim também. As mulheres sempre te olham como se você fosse um enorme pote de ouro no final do arco-íris. Você não tem a liberdade de ir e vir, e tem todo o peso de um império sobre os seus ombros. — Então, como foi lá? Está mais milionário do que ontem, ou… — Rio com sarcasmo.— Você não vai acreditar, mas a minha mamãezinha deixou uma exigência no seu testamento. Acredita que ela exigiu um casamento com amor e todas aquelas frescuras possíveis?— Puta merda! — resmunga e puxa uma cadeira para se sentar. — No que ela estava pensando?— Ela quer me castigar, simplesmente impor a sua vontade sobre mim