Isadora— Tem certeza, Heitor? — Escuto Max questioná-lo.— É c laro que tenho!— Porra, eu juro que cheguei a pensar que você e a Isadora…— Pensou errado, meu caro Max! O plano nunca mudou!— Estou surpreso também. — Tadeu intervêm. — Eu jurava que você tinha tomado jeito e que finalmente seria o homem casado que deveria ser!— Qual é a de vocês? Isso nunca se passou pela minha cabeça!— Tudo bem! E qual será o próximo passo?— A herança estará disponível no meu inventário em noventa dias e eu quero que nesse meio tempo faça uma transferência no valor de três milhões de dólares para a conta de Isadora. Após receber a herança combinarei com ela uma maneira de dar um final para esse casamento de uma vez por todas. E é isso! Eu não aguento mais ficar com essa corda no pescoço!— Caramba, nunca pensei que tudo o que assisti até agora fosse pura encenação! Você parecia tão… apaixonado! Até pensei que haveria um casamento de verdade no futuro e que finalmente eu seria o seu padrinho. — Ta
IsadoraApós a sua saída passei a chave na porta do quarto, espalhei as roupinhas de bebê e as cartelas de anticoncepcionais ao meu redor no colchão e olhei cada item por longos minutos. Aborto não era uma opção. Eu sentia um arrepio percorrer a minha coluna só de pensar nisso. Entregar o meu filho para o Heitor também estava fora de cogitação, embora eu saiba que o seu poder aquisitivo é bem mais favorável a ele do que a mim em relação ao nosso filho. Contudo, ou esse seria o nosso bebê, ou definitivamente seria somente meu. E, para finalizar, largar tudo o que conquistei na reta de chegada me deixará na miséria outra vez e droga, ainda tem a minha mãe que precisa muito de mim! Angustiada com esses pensamentos, salto para fora da cama, dou as costas para tudo aquilo e encosto-me no espaldar de uma janela. Encaro o dia ensolarado, observo o vento brincar com as copas das árvores e algumas borboletas que percorrem todo o jardim, e solto o ar com força pela boca. O que devo fazer a fina
Isadora— Bom dia, querida esposa! O que tem feito que não pode atender os meus telefonemas? — Sinto o sarcasmo na voz de Heitor assim que atendo o celular.— Hum, com o meu marido distante tem sobrado mais tempo para dormir! — resmungo mantendo a minha voz mais natural e divertida possível. Ele ri do outro lado da linha.— Não acredito que está dormindo o dia inteiro, Senhora D’angelo!— Ah, claro que não! Tenho passado algum tempo na biblioteca estudando também. Você sabe como eu sou.— É, eu sei. E admiro muito isso em você!— Hum! Obrigada, Senhor D’angelo, isso vindo de você em um elogio! — ralho.— Mas, é um elogio! — Ele protesta com humor. Humor. Sentirei falta disso.— Como está indo o seu trabalho por aí? — Decido mudar o foco do assunto.— Como imaginei que seria, chato! Eu devia ter trazido você comigo, pelo teria algumas horas de diversão sempre que voltasse para o aparte hotel — fala me fazendo rir outra vez. A pior parte é saber que o desejo muito mais que ele deseja a
IsadoraAcordo em um quarto pequeno, completamente diferente, com móveis simples e apenas uma janela retangular de madeira e vidros, que me permite ver a luz do dia. Devo ter adormecido em algum momento da viagem até aqui e provavelmente Peter me pôs na cama. Penso, me sentando no meio do colchão e me espreguiço em seguida. Assim que ponho os pés para fora da cama sou acometida pela ânsia de enjoos matinais e como sempre corro a procura de um banheiro. Um banho morno me faz relaxar um pouco e então procuro a minha mala. Uno as sobrancelhas em confusão quando não a encontro em lugar nenhum e vou direto para um guarda-roupas de três portas. Para a minha surpresa está tudo bem ali na minha frente e arrumado com muito esmero.Peter. Penso, abrindo um sorriso satisfeito. Ponho um vestido folgado e uma rasteirinha, e após prender os meus cabelos em um coque frouxo saio faminta do quarto. Um cheiro maravilhoso de comida me envolve assim que chego a pequena sala e o meu estômago reclama imedi
IsadoraA noite não foi das mais tranquilas. Por mais que eu quisesse abafar os meus pensamentos eles gritavam alto demais dentro da minha cabeça. Simplesmente não conseguia parar de pensar em como Heitor reagiria ao descobrir a minha fuga. Provavelmente reagirá com uma boa festa entre os amigos e garotas, a final estou lhe dando a sua tão sonhada liberdade, certo? E ainda corre o risco de se dar bem com a tão sonhada herança do seu pai, pois esse sempre foi o seu objeto. Pensar que ele chega essa noite me deixa apreensiva. Não posso me dar ao luxo de cair nas suas mãos outra vez. Se Heitor descobre sobre essa gravidez com certeza não terei a menor chance.— Ele jamais nos encontrará aqui — digo fazendo um carinho na minha barriga, mas no fundo, queria estar perto dele e me sentir aquecida e segura nos seus braços. — Droga, Isadora, o que você está dizendo? Quando realmente se sentiu segura com ele? — Outra respiração alta passa pela minha boca e me viro de lado na cama. Merda, eu esp
HeitorMomentos antes da fuga...— Promete que vai me esperar bem aqui nessa cama? — sussurro, dando pequenos beijos em sua boca. Isadora se espreguiça debaixo de mim e não consigo deixar de apreciar o seu busto completamente nu subir e descer devido a uma respiração profunda que acabou de soltar. Sua pele clara me convida a fazer uma deliciosa de trilha de beijos. Merda, eu não posso ficar nem mais um instante aqui! Resmungo internamente.— Você precisa mesmo ir agora?— Você sabe que sim. O jatinho tem hora para sair e eu tenho hora pra chegar lá.— Hum! — Ela geme em frustração e isso me faz sorrir, e consequentemente o meu coração acelera sem um motivo aparente.— Vem me deixar na porta? — Que droga, Heitor isso é necessário? Me pergunto sem compreender essa droga de necessidade de estar perto por tanto tempo.— Me dá só um minuto? Eu preciso usar o banheiro rapidinho e pôr uma roupa.— Por mim você desceria assim toda nua. Eu iria apreciar! — ralho, mordiscando o bico do seu peit
Heitor— Sairemos em quinze minutos, rapazes! — Lena avisa colocando a cabeça na porta do quarto do aparte hotel, onde estamos tomando nosso café da manhã. Tadeu se agita em sua cadeira e bebe o resquício do seu café, largando a xícara em cima da mesa e Max se levanta para ir pegar a sua pasta executiva que está largada em cima do aparador. Saio da minha cadeira em seguida para pego o meu celular e ligar para Isadora, ansioso para ouvir o som da sua voz. Contudo, a ligação vai direto para a caixa postal e bufo contrariado. Bufo audivelmente. O que ela está fazendo de tão importante que não pode me atender? Saímos em seguida direto para um carro negro e grande, e vamos direto para o prédio da Interplace, onde faremos uma reunião de negócios. Assim que chegamos aperto a mão dos representantes da corporação Interplace e nos acomodamos em uma enorme mesa retangular. Lena se concentra em compartilhar as pastas com a pauta da reunião, enquanto Max se encarrega de explicar a parte burocrátic
Heitor— Isadora?! — grito o seu nome com impaciência abrindo a porta do nosso quarto e encontro tudo quieto e devidamente arrumado. Vou direto para o closet e percebo que boa parte das suas roupas estão aqui. Algumas joias e sapatos também, a maioria do que ficou são os presentes que lhe dei. — Que droga, o que você fez, Isadora? — rosno, sentindo algo diferente dentro de mim. Um misto de medo e de raiva… ódio, na verdade. Saio do quarto pisando duro e vou para biblioteca onde Dana disse que ela passou algumas horas trancada e encontro alguns livros largados em cima da mesa, comprovando o que me dissera quando me atendeu da única vez. Olho ao redor do cômodo a procura de algo que me dê uma direção, mas não tem nada aqui!— Senhor D’angelo?— Reúna os homens, Charles, preciso falar com eles e entender o que realmente aconteceu aqui! — ordeno com um tom seco e sem olhá-lo diretamente.— Claro, Senhor! — Ele sai e puto da vida passo a mão arrastando os livros de cima da mesa, jogando-os