Chelsea Jones, formada em contabilidade, trabalha em uma empresa internacional, chamada Conceptos. Após a morte de seus pais, passou a morar sozinha, assumindo todas as dívidas do seu pai; inclusive o financiamento da casa, que era a sua prioridade no momento.

Ela passou pelo luto, às pressões psicológicas do serviço, lidou com dificuldade financeira. Consequentemente, se deparou com a solidão. Apesar disso, nunca usou da situação para se diminuir. Agradecia aos seus pais, que sempre proporcionaram o melhor para a sua vida.

No entanto, cansada da situação, ela resolveu lutar pelo seu sonho de infância, tornar-se médica obstetra. Passou em primeiro lugar na universidade de Nova Iorque. Por meio de um projeto criado por Thomas Hofstadter, que liberou verbas para a universidade. O intuito dele era de propor aos bolsistas acesso à educação, perante a um cenário difícil pós-pandêmico.

Ela é autoconfiante, esforçada e intelectual. Embora seja tímida, tentava se dar bem com outras pessoas. É uma mulher com personalidade forte, mas, ao mesmo tempo, é ingênua. Como não se atrair pela sua beleza; externa e interna?

Os olhos esverdeados, como raras esmeraldas. A pele branca, como a neve (com detalhes especiais; sardas na maçã do rosto). Os lábios avermelhados e carnudos. Os cabelos ruivos e ondulados, até a cintura.

O seu estilo musical era totalmente diferenciado e sofisticado - as playlists eram compostas por músicas ocidental – e compositores que marcaram o período da música, como, idade média, barroco, renascentista, clássico, romântico e contemporâneo.

Apenas o Ronald Petta, seu melhor amigo para compreendê-la. Tinham muito em comum e tornaram-se amigos desde o ensino médio, construindo uma linda amizade. Nunca houve interesse amoroso da parte dos dois. Para eles, o amigo é muito mais que alguém para conversar e abraçar. Sempre acreditaram nos sonhos um do outro, a conquista tanto de Chelsea quanto a de Ronald era uma vitória de ambos. Pois o amigo se faz em tempos de paz e é na angústia que se prova o seu amor.

Ronald e a sua avó, Lourdes, são muito importantes para a vida da Chelsea. Após a morte de seus pais, a senhora Lourdes passou a cuidar da ruiva de várias maneiras, demonstrando muito amor e empatia.

[...]

Lourdes preparava o jantar, aguardando Chelsea, que estava a caminho da casa da família Petta. Provavelmente, ela passaria a noite com eles. Assim que a Chelsea chegou à residência de Ronald, apertou a campainha. Logo, Lourdes abriu a porta, cumprimentando-a:

— Oi, Chelsea. Tudo bem? O Ronald está no quarto. - disse, dando passagem para ela entrar.

— Olá, senhora Lourdes. Nossa, o dia foi uma loucura, mas estou bem. — Respondeu soltando o ar lentamente. Ela estava cansada devido ao serviço, e ainda teve que deixar o carro dela e voltar de ônibus, que estava muito cheio. Contudo, também estava feliz pelo convite.

Perguntou, de maneira carinhosa, depositando um beijo no rosto de Lourdes:

— Como vai a senhora? Posso te auxiliar no jantar?

A Chelsea sempre auxiliava a senhora Lourdes nos preparativos, tanto no almoço como no jantar, e nos afazeres domésticos.

— Não precisa, minha querida. - respondeu cordialmente, enquanto fechava a porta. — Você aparenta estar cansada. Pode subir, o Ronald está no quarto, já estou quase terminando o jantar.

Logo, a ruiva subiu as escadas, indo em direção ao quarto de Ronald. Bateu na porta e em seguida, entrou com permissão do amigo. O cumprimentou e foi correspondida por ele. Colocou a bolsa em um cabideiro, tirou as sandálias e foi até o banheiro para lavar as mãos; as ensaboou, esfregando entre os dedos, polegar e sob as unhas, e as enxaguou após de ligar a torneira - depois a fechou -. Mesmo tendo lavado as mãos, ela queria finalizar sua higiene com álcool em gel, porém percebeu que não encontrava no banheiro (onde sempre ficava quando ela ia).

— Ronald, você está com álcool em gel? - aproximou-se do amigo, que estava sentado na cadeira de frente ao computador.

— Pensei que você iria tomar banho. Está aqui, pode usá-lo. - disse, entregando álcool em gel.

— A sua avó já está terminando o jantar. Você sabe que ela é pontual. - falou, passando o álcool nas mãos.

— Ah, como sei, inclusive, eu não sou diferente da minha avó.

— Na verdade, você é um grau elevado. - sorriu, colocando o álcool no devido lugar.

— Por que você demorou pra chegar?

— Hoje recebemos um cliente com dificuldade auditiva, então me chamaram para facilitar a comunicação entre o cliente e o senhor Richard, em língua de sinais. Eu estava quase indo embora, mas acabei fazendo hora extra. - prendeu os cabelos fazendo um coque alto. — Nossa! Ele me agradeceu tanto, por um momento pensei que ele estenderia um tapete vermelho para eu passar. Você acredita?!

— Acredito. – soltou uma leve risada anasalada e a lembrou de outro assunto. - Na próxima semana começaremos a estudar, avise o senhor Richard. Um dos regulamentos para os bolsistas é evitar faltas. Ainda mais agora que você resolveu vender o seu carro.

— Eu já conversei com o senhor Richard, aparentemente ele entendeu o meu lado.

— Preciso vender o carro o mais rápido possível! Meu salário é ótimo, mas tenho muitas responsabilidades para lidar sozinha...

— Licença. — disse Lourdes, entrando no quarto. — Ronald e Chelsea, o jantar já está pronto.

— Nós já vamos, vó! — disse Ronald.

— Chelsea, minha querida, eu ouvi você dizendo que pensa em vender o carro? Você tem certeza?

— Preciso pagar o financiamento da casa. Após a morte dos meus pais, assumi todas as responsabilidades. Os livros do curso de medicina estão fora do meu orçamento. Não encontrei outra forma.

— Chelsea, posso te buscar no serviço e te levar até a universidade. — sugeriu Ronald.

— Saiba que estamos aqui para tudo que você precisar. — Lourdes a olhava preocupada.

— Obrigada, por tudo! Passei por tantas situações complicadas e vocês sempre estiveram ao meu lado.

— Minha querida, considero você como minha neta. Farei o possível para te ajudar. Agora vamos jantar! — disse saindo do quarto. Então, Ronald e Chelsea a acompanharam.