Ronald achou um absurdo o comportamento corporal de Enzo, porém, voltou para conversa com sua amiga e o restante da turma. Por estar de carro, ofereceu uma carona para Chelsea. Mas como ela foi para a universidade dirigindo, agradeceu ao amigo, que em seguida se retirou.Glaucia e a Makeda continuaram conversando com a Chelsea, sobre o comportamento desse homem.— Você o conhece? — questionou Makeda.— Não. — respondeu também sem entender nada.— Mas que cara sem noção! Ele é sobrinho do Thomas Hofstadter. Enzo Hofstadter, conheço das mídias. Sempre envolvido em polêmicas... E pelo visto, são verdades. — disse Glaucia.— Achei desrespeitoso. — concordou Makeda.— Deixa quieto, meninas. Amanhã ele nem se lembrará de mim…Assim elas mudaram de assunto, conversando sobre a universidade.Depois de alguns minutos, Chelsea decidiu ir embora também. Ao chegar sozinha vasto estacionamento da universidade, sentiu-se um pouco desorientada. Ainda insegura ao dirigir, ela caminhava entre os carros
Após resolver a situação do veículo, Thomas pegou um táxi para encontrar-se com seu amigo de longa data, Clayton. Ao chegar, encontrou Clayton já acomodado à mesa de sempre, exibindo um sorriso acolhedor enquanto degustava seu suco habitual, fiel à sua fé protestante. Thomas sentou-se e pediu um uísque enquanto ouvia Clayton falar.— Meu caro, como tem estado? — Indagou Clayton, erguendo-se da cadeira e estendendo a mão com um gesto formal, típico de antigos tempos de convivência.— Estou bem, obrigado. No entanto, confesso que esperava a companhia de Bruna nesta ocasião. — Respondeu Thomas, com um olhar ponderado, demonstrando seu interesse e apreço pela presença do casal.— A Bruna está no Brasil, visitando a mãe dela. Não pude acompanha-la, pois estou resolvendo alguns assuntos pendentes relacionados à ONG e aguardo uma ligação do Oliver — Explicou Clayton, ciente de que seria o advogado designado para o caso de injúria racial envolvendo Thainã.O olhar de Thomas foi incisivo, e seu
Chelsea chegou em casa com os olhos inchados e o rosto ainda marcado pelas lágrimas. O carro quebrado parecia a última gota em um copo já transbordando de preocupações. Seu salário ajudava, mas não era suficiente para cobrir todas as despesas que se acumulavam. O conserto do seu veículo e do de Thomas representava um custo alto demais; os livros da universidade pesavam no orçamento, e o financiamento da casa permanecia como uma sombra constante. Embora Thomas tivesse garantido que assumiria todos os custos, Chelsea não conseguia se livrar da sensação de incerteza, hesitando em acreditar completamente em suas palavras.— O que eu farei? — Ela falou, com a voz embargada, enquanto enxugava as lágrimas, tomada pela angústia. — Estou sozinha! Sinto tanta falta dos meus pais. Quero concluir meu curso, ingressar na área da medicina, pagar o financiamento da casa dos meus pais.Chelsea entrou no quarto e olhou para o mural da família, onde havia várias fotos, tanto de seus pais quanto de Ronal
[...] No quarto, Thomas observava pela janela o jardim de sua mansão. Seus pensamentos tinham nome: — Chelsea Jones. — Ele sussurrou com as mãos no bolso. A brisa noturna balançava as folhas das roseiras e a luz pálida da lua desenhava sombras suaves no gramado. Entretanto, ele não via nada disso. Sua mente estava presa à imagem daquela mulher de olhos assustados e doces, que parecia tão frágil e, ao mesmo tempo, tão ingênuos. — Chelsea Jones. — Repetiu o nome da ruiva algumas vezes, com sorriso no canto dos lábios. Em seguida, Thomas sentou-se em sua poltrona de couro, pegando um copo de uísque, que acabou ficando esquecido entre os dedos. Thomas apreciava sua solitude. Nos últimos anos, ele construiu um muro onde ninguém poderia ultrapassar suas barreiras, onde as emoções não tinham espaço. E agora, lá estava ela, surgindo como uma peça deslocada em um quebra-cabeça que ele julgava completo. — Isso não faz sentido, Thomas. — Ele falava para si. — Ela parece um anjo, Chelsea.
Assim que Thomas saiu, Oliver lançou um olhar penetrante para Tyler, percebendo o semblante carregado do primo. A tensão entre eles era palpável, e Oliver decidiu quebrar o silêncio primeiro.— Tyler, nosso tio, não vai passar a mão na cabeça do Enzo. Você sabe como Thomas é. Pragmático, metódico e sempre um passo à frente de tudo. Ele já deve ter percebido a bagunça que Enzo está elaborando na empresa. — A voz de Oliver era firme, mas sem qualquer intenção de atacar. Somente expunha a realidade.Tyler suspirou, esfregando o rosto com as mãos, demonstrando seu esgotamento, pois para ele, a situação era sufocante.— Eu sei disso, Oliver. — respondeu, a voz carregada de frustração. — O problema é que estou entre dois extremos. Thomas conduz tudo como se fosse um regime militar, enquanto Enzo… Ele tem o dom de ser um completo irresponsável. E eu estou no meio disso, tentando manter as coisas equilibradas.Oliver inclinou a cabeça, avaliando o primo e o questionou:— E qual é o seu medo? O
— Enzo, eu não quero mais saber dos seus problemas! Meu único papel aqui é prepará-lo para assumir minhas responsabilidades em Nova Iorque. Nosso tio não vai pegar leve com você, entendeu? — Tyler falou, com esperança do playboy melhorar. — Manda uma novidade aí, irmãozinho. Que o Thomas não vai dar mole, isso eu já saquei. — Enzo coçou a cabeça e fixou o olhar no irmão. — Justamente, por isso. Acorde, Enzo! Tyler, ciente de que se envolver nos assuntos de Enzo e Thomas não era a melhor escolha, decidiu redirecionar a conversa para um tema mais oportuno. O nome em questão? Chelsea Jones. Sabendo que Enzo compartilhava os mesmos corredores universitários com a jovem, Tyler confiou a ele a tarefa de informá-la sobre o veículo que agora estava sob a responsabilidade de Thomas. Para Enzo, essa incumbência não poderia ser mais bem-vinda, afinal, Enzo já tinha um interesse em Chelsea e aquela era a oportunidade perfeita para uma aproximação. Enzo abriu um sorriso largo para Tyler,
Chelsea Jones, formada em contabilidade, trabalha em uma empresa internacional, chamada Conceptos. Após a morte de seus pais, passou a morar sozinha, assumindo todas as dívidas do seu pai; inclusive o financiamento da casa, que era a sua prioridade no momento. Ela passou pelo luto, às pressões psicológicas do serviço, lidou com dificuldade financeira. Consequentemente, se deparou com a solidão. Apesar disso, nunca usou da situação para se diminuir. Agradecia aos seus pais, que sempre proporcionaram o melhor para a sua vida. No entanto, cansada da situação, ela resolveu lutar pelo seu sonho de infância, tornar-se médica obstetra. Passou em primeiro lugar na universidade de Nova Iorque. Por meio de um projeto criado por Thomas Hofstadter, que liberou verbas para a universidade. O intuito dele era de propor aos bolsistas acesso à educação, perante a um cenário difícil pós-pandêmico. Ela é autoconfiante, esforçada e intelectual. Embora seja tímida, tentava se dar bem com outras pessoas.
Numa noite chuvosa, William Hofstadter e sua esposa faleceram em um acidente de carro. Assim, o irmão mais novo de William, o Thomas, e a sua falecida esposa Alice, assumiram a guarda de seus sobrinhos; Tyler e Enzo. O casal proporcionou uma educação de qualidade para ambos; contudo, Thomas notava alguns sinais de desvio de carácter vindo da parte de Enzo. Anos se passaram e eles cresceram, passando a morar sozinhos e assumindo suas funções na empresa da família.A família Hofstadter desempenha em diversos negócios; tem toda responsabilidade na parte financeira e política, e possui lucros até com vinheiras. Thomas Hofstadter é o líder majoritário da empresa Hathcock. Tyler Hofstadter é o diretor-executivo, e o seu primo, Oliver Hofstadter é o vice-presidente.A empresa Hathcock é dividida entre os três familiares. Ela desenvolve e fabrica armas de fogo e equipamentos de defesa, de alta tecnologia. As produções são fornecidas ao governo, realizando alianças com países da geopolítica.T