Início / Romance / Comprada pelo Bilionário / Capítulo 8 Christoffer
Capítulo 8 Christoffer

Estou exausto, precisando urgentemente de uma dose dupla de uísque, me espreguiço a cadeira de couro, massageio a têmpora, verifico a hora e percebo que a essa hora em NY meu avô deve estar descansado, não vou incomodá-lo a essa hora, apesar de aqui ainda ser dia, em NY deva ser altas horas da madrugada.

Esses últimos dias percebi que seu Ed estava estranho, não quis muita conversa, liguei duas vezes e não atendeu, e pior não retornou à ligação.

Depois da morte precoce de meus pais e avó, criamos um laço ainda mais forte do que já tínhamos, e sei quando tem algo acontecendo, e esse velhaco não quer abrir o jogo, mas ele que me aguarde, amanhã já estou de volta e não vou nem avisar, quero ver o que seu Ed está aprontando.

Por aqui já está tudo resolvido, o novo estaleiro está a todo vapor, saio daqui direto para o hangar onde o jato já está me esperando, tenho uma longa viagem, e tem assuntos mal resolvidos que me aguardam, estalo os dedos e faço uma ligação, não me importando se acordei a outra pessoa do outro lado da linha.

- Fala – digo ríspido.

- Senhor Bennett, já tudo certo, o pegamos na saída do aeroporto.

- Ok.

Desligo, respiro fundo esse rato pensava o que? Que iria me roubar e ficaria por isso mesmo? Não meu caro, Rui Xavier vai aprender, ele servirá de exemplo.

Depois de horas intermináveis de voo, chego em NY ainda na madrugada, decido primeiro resolver os assuntos pendentes, sigo direto para o galpão onde meu prisioneiro está.

Dirijo com sangue nos olhos, lutei muito para ser quem sou hoje, ter o respeito e temor, o nome Christoffer Bennett é conhecido em todos os lugares inclusive no submundo, lá sou o poderoso chacal, ninguém entra no meu caminho sem ser penalizado.

Chego no galpão e meus homens já estão lá, Lorenzo se aproxima ao me ver descer do carro.

- Chacal foi por pouco, quase não o pegamos – explica.

- Para sua sorte e azar dele – aviso.

Adentro o grande galpão, meu lugar favorito no mundo, é nesse lugar que extravaso, em uma sala escura vejo Rui amarrado em uma cadeira, ele sabe o que lhe espera.

- O que descobriu – pergunto a Lorenzo.

- Cara, ele não abriu a boca, mas o que eu apurei, ele está a mando de Enzo – ergo uma sobrancelha, e Lorenzo confirma – é isso mesmo, Enzo, ele cruzou as fronteiras.

- Ele sabe que todo esse território é meu, aqui ninguém entra sem pedir minha autorização – indago.

- Descobri quais os planos dele, ainda tem alguém infiltrado?

- Sim.

Lorenzo sai, fico observando o homem a minha frente pelo vidro, agora é a hora dele conhecer quem é chacal.

- Ora, ora, o rato foi pego – puxo a cadeira e sento-me bem a sua frente, ele ergue a cabeça e sorrir sem dentes – vai abrir essa boca de merda ou precisa de mais alguns carinhos, só que dessa vez serei eu a fazer – aviso e me encosto na cadeira, aguardando sua resposta.

- Você não é nada seu merda, é só um palhaço brincando de gangster – se esforça a falar e acaba cuspindo sangue.

- Rui, meu caro Rui, estou te dando uma chance, se não falar por bem, vai ser por mal – aviso mais uma vez – então de quem partiu a ordem?

- Vai a merda Chacal – cospe.

- Ok, então vai ser do jeito divertido – o informo.

Estalo os dedos e dois dos meus homens entram e o levam, ele se debate, pois conhece bem meus métodos de tortura. Depois de 4 horas finalmente Rui abre a boca e como já suspeitava Enzo está por trás do roubo.

- Obrigado pela conversa proveitosa que tivemos Rui – digo limpando o alicate sujo de sangue que usei para tirar todos os seus dentes – Damon limpa essa sujeira e j**a ele na porta de Enzo – dou a ordem.

- Sim chefe.

Saio do galpão, não sem antes tomar um banho e trocar de roupas, o dia já amanheceu, olho para o relógio e constato que a essa hora meu avô já está de pé, algo me diz que esse velho aprontou algo, pego o celular e ligo para ele, que atende no primeiro toque.

- Bom dia meu neto querido – diz risonho.

- Sou seu único neto, obvio que sou querido – brinco com ele – daqui a pouco chego em casa, avisa a Li que estou morto de fome – meu avô cai na gargalhada.

- E quando você não está garoto, vem logo estou te esperando – diz e desliga na minha cara.

Ah esse velho, se ele não fosse minha vida inteira, já tinha lhe dado uma lição por ser tão malcriado, penso sorrindo, Edie Bennett foi e é tudo para mim, se não fosse por ele, nem sei se estaria vivo, depois que perdi meus pais, fiquei meio perdido por um tempo, por um longo tempo, mas me fez ser quem sou hoje, apesar dele achar que me afastei dos maus hábitos e companhias, a verdade é que nunca deixei, porém deixo-o pensar que sim, assim como sou dedicado nas empresas do meu avô, também mantenho minha organização em pleno vapor, vendo o melhor êxtase do país, entre outras coisas, não me tornei bilionário apenas triplicando o negocio da família, meu avô é conhecido como o rei dos diamantes e eu seu sucessor, mas também tem meu lado sombrio “ O Chacal”.

Chego em casa, observo a grande mansão onde nasci e fui criando, primeiro pelo meus pais, depois pelo meu avô, propriedade muito grande para apenas duas pessoas, no entanto o velho Ed jamais deixaria isso.

Ao entrar ouço risadas, meu avô claro, Livia e? uma outra desconhecida, entro na sala de estar sem fazer barulho e observo as três pessoas a mesa. Meu avô sorrir escandalosamente de algo que a garota sentada ao seu lado disse e Livia vai no mesmo ritmo, eles conversam e a todo momento vovô toca sua mão, me encosto no batente da porta para que minha presença seja percebida, Livia é a primeira que me vê.

- Até que enfim chegou garoto – diz já se levantando e vindo me abraçar – pelo jeito só comeu besteira – aperta meus braços, mas meus olhos caem na garota ao lado do meu avô, puta merda ela parece um anjo, linda demais – venha, vamos tomar café da manhã – me puxa para a mesa.

Paro ao lado do meu avô e beijo sua testa com ternura, mas sem desgrudar os olhos da garota.

- Que saudade meu neto – diz me abraçando.

- Também vô, me conta as novidades – digo com os olhos na garota ainda, meu avô percebe.

- Primeiro, antes de qualquer coisa deixa te apresentar Julie, minha esposa – como é que é?

- Tá louco – digo me levantando de supetão – como assim esposa vô, vai cair em golpe depois de velho? – grito.

- CHRISTOFFER – meu avô se enfurece.

- Não tem essa de Christoffer vô, como o você se casa com uma garotinha? Olha para essa garota, acha mesmo que é amor o que ela sente? Isso é uma interesseira de quinta, não, não e não velho Bennett, você não vai se casar com essa mulher – bato o martelo, jamais que vou deixar meu avô cair em um golpe desses.

- CALA ESSA BOCA GAROTO – esbravejo, olho para a garota, ela chora em silêncio, isso não me comove – quem disse que estou pedido sua permissão? Julie já é minha esposa você querendo ou não, e exijo respeito entendeu Christoffer – decreta, como assim já é esposa?

Olho mais uma vez para a garota de cabeça baixa e para meu avô que me desafia com os olhos.

- Garoto teimoso – ouço dizer quando estou saindo da sala – calma Julie, não leve em consideração o que esse menino insolente disse.

- Não queria causar problemas para você, para vocês - a ouço dizer, tenho vontade de voltar e arrastá-la para fora dessa casa, esse papinho doce só caem esses dois.

Subo as escadas a passos largos, não acredito na merda que meu avô está fazendo, será que ele já está gaga, passo a mão pelo meu rosto e respiro fundo, procuro pelo celular no bolso e decido ligar para Ernest o advogado da família e avisar que quero conversar com, mas penso melhor, ele iria avisa meu avô, vou pega-lo de surpresa, pego carteira, celular e chave do carro e saio vou direto na fonte.

Em pouco minutos chego ao escritório de Ernest, ele estava com um cliente quando entro em sua sala o interrompendo.

- Chris?

- Dispensa, preciso falar com você e agora – Ele olha para a pessoa a sua frente e pede para marcar outra hora – que história é essa de casamento? – pergunto de uma vez.

O vejo engolir em seco e desvia o olhar para seu telefone.

- Nem pense em avisar a meu avô que estou aqui, anda abre logo essa boca – digo me sentando a sua frente.

- Não sei de muita coisa, Edie apenas pediu para fazer o contrato de casamento.

- E o que dizia nesse contrato.

- Eles se casaram em total comunhão de bens – diz e me olha cauteloso.

- Total comunhão de bens? – pergunto mais para mim mesmo.

- Sim, 50% dos bens de Edie passa a ser dela, tudo.

Apenas me levanto e saio sem dizer uma palavra, o que meu avô fez? Caiu no golpe. Dirijo rumo de casa meu avô terá que explicar isso direitinho.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo