Capítulo 9 Julie

Edie Bennett foi minha salvação, o julguei mal a princípio, achando que ele seria tão ruim quanto os homens que desgraçaram minha vida, no entanto não, ele na verdade salvou minha vida e estar sendo o pai que nunca tive, e o que falar de Livia, não tenho palavras para descrever o sentimento que nasceu em meu coração por essas duas pessoas maravilhosas que Deus colocou em meu caminho, já não posso falar o mesmo sobre o tal Chris, oh cara do mal, apesar de lindo.

Ele me julgou sem antes conhecer os fatos, me chamando de golpista e o escambau, mas já estava bem ciente do que aconteceria quando ele soubesse sobre mim, Ed disse que seu neto tinha um temperamento difícil, todavia isso não o dá o direito de me xingar aos quatros ventos.

Depois de toda aquela discussão a mesa, o mal-encarado saiu feito furacão, sinto mal por Ed.

- Desculpa senhor, não queria lhe causar esse transtorno, me desculpa de verdade – realmente me sinto mal, Ed ama o neto e ver os dois brigar por minha causa parte meu coração.

- Não é culpa sua Chris ser teimoso filha não se preocupe, quando ele esfriar a cabeça converso com ele, explicarei tudo e ele entenderá você verá – Ed me conforta – e por favor pare de me chamar de senhor, apenas Ed está bom menina – me ralha.

- Preciso me acostumar desculpe – digo.

Meu salvador me abraça, e meu coração fica quentinho, continuamos conversando alegremente, até ouvirmos um estrondo de porta batendo.

- Será seu neto? – pergunto ressabiada.

- Provavelmente – responde Ed.

Passos apressados chegam aos nossos ouvidos e um homem lindo e tempestuoso entra em nosso campo de visão, ele está muito, muito irado.

- NÃO ACREDITO QUE O SENHOR SE CASOU COM ESSA VADIA EM TOTAL COMUNHÃO DE BENS? – grita o homem a nossa frente tremo inteira, seus olhos não estão mais azuis e sim escuros, negros e isso me causa um arrepio subir, seus olhos estão em mim e não consigo desviar o olhar do dele, Ed apenas o olha e b**e a bengala no chão.

- Christoffer não foi essa educação que te dei, se acalme e vamos conversar – Ed tenta uma abordagem.

- Conversar? Agora o senhor quer conversar? O senhor se casou com uma mulher quem tem idade para ser sua neta, uma vadia golpista – diz olhando para mim e não consigo segurar, meus olhos enchem de lágrimas – o que foi ela está lhe chantageando? Lhe deu um chá de boceta é isso? – diz enfurecido desrespeitando seu avô.

- Cala essa boca moleque, você não sabe o que fala – Ed diz nervoso, acho que sente algo pois põe a mão em seu coração e tentar sentar-se, mas acaba caindo.

- Senhor – grito correndo para tentar segurá-lo – calma, respira – peço chorando.

- Livia – grita seu neto – chama o médico.

Livia entra na sala e ver Ed deitado no chão desmaiado.

- Ai meu Deus, o que aconteceu Chris? Calma já estou ligando para o médico.

- Sai sua puta – o desgraçado me empurra e carrega seu avô, indo para o quarto de Ed, mas antes se vira para mim e ameaça – se acontecer alguma coisa com meu avô você é uma mulher morta – se vira e sai com seu avô em seu colo.

“Deus por favor, que nada de mal aconteça com Ed, coloque sua mão sobre sua vida, acampe seus anjos ao se lado” peço em oração.

Em poucos minutos o médico chega e corre para cima, o acompanho, porém não passo da porta, pois o troglodita não me deixa entrar.

- Você não ouse passar por essa porta, ouviu bem? – diz barrando minha entrada e Livia intervém.

- Calma Chris não é hora para brigar menino, minha menina vá para seu quarto e aguarde lá por notícias por favor – pediu ela, decido obedecer, e nesse momento o ogro a minha frente franze o cenho.

- Está bem senhora – digo e sigo para meu quarto.

Ouço o bater de porta, entro em meu quarto e espero por notícias, Livia demora tanto que acabo pegando no sono, acordo pois sinto alguém me observando e estava certa, assim que abro os olhos vejo Christoffer sentado a minha frente me olhando, ele está segurando um copo a mão, ele percebe que acordei e vira o restante do liquido cor âmbar em um único gole, levanta e vem em minha direção, me sento e cubro-me por instinto, ele pare e fica a centímetros de mim, ele olha dentro dos meus olhos, vejo sua pupila dilatar, ele segura-me pelo pescoço, tento o empurrar, mas é vão ele é muito mais forte, já estou ficando sem ar.

- Meee solt... – não consigo terminar a frase, ele aperta mais forte para em seguida afrouxar.

- Quem é você ordinária e como conseguiu fazer meu avô assinar aquele contrato de casamento? – pergunta ainda com a mão em meu pescoço.

Não sei do que ele está falando, apenas assinei o que Ed pediu para assinar, por que ele me culpa, busco por ar e respondo.

- Apenas assinei o que o senhor Ed pediu, por favor não me machuque, por favor – peço chorando.

- Você acha que essas lágrimas vão me fazer ter pena de você – diz entre dentes – garota.

- Estou falando a verdade – afirmo com convicção.

Ele ri com desdém.

- Para sua sorte, prometi ao meu avô que não farei nada com você sem antes conversar com ele – diz apertando agora meu queixo – mas ficarei de olho em você – ele me olha por mais alguns segundos e se afasta.

Não consigo segurar as lágrimas, quando dizem que felicidade de pobre dura pouco é a mais pura verdade, acreditem.

Achava eu que já tinha esgotado a cota de desgraça na minha vida, Ledo Engano. Agora o que me resta é ir embora, mas para onde vou? não conheço nada aqui, mal falo a língua, não tenho um puto no bolso, ainda corro o risco de cruzar novamente com aqueles bandidos, Meu Deus o que faço? Respiro fundo, e para piorar minha situação tem esse ser abominável aqui a minha frente me fuzilando com olhos que não irá me deixar ir facilmente.

Depois longos minutos o ogro vai embora sem dizer mais nada.

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