24 DE DEZEMBRO 23:15h
LUCAS AMIEL
Quando cheguei na mansão o circo já estava armado e em pleno funcionamento.
Primeiro tive que pagar de bom moço para os pais da Camilinha e, p**a que me pariu, que ranço ter que ficar fazendo pose para aqueles “classe média” do caralho, mas já que tinha comprado a treta de enrolar a garota, ia ter que segurar o rojão da família dela também. Depois de dar um oi pra todo mundo e dar um tempo com Camila pendurada no meu pescoço, chamei o Alencar para bater um papinho:
_ E aí cuzão, como que tão as coisas com os meganhas? _ puxei a conversa.
_ Tô na merda mesmo veado. Os caras vão me acusar e vou ter que enfrentar o processo todo, além de ter perdido a posição e a moral que tinha, acho que vou ter que passar um tempo confinado também. _ disse com a cara de cadela arrependida e eu adorei!
_ E as investigações do atendado, eles já tem algum suspeito? _ sondei como quem não q
Estava mesmo começando a me preocupar. Meu tempo estava acabando e não encontrava outra saída cabível, a não ser ceder a vontade daqueles filhos da p**a. Alguns acionistas levantaram a hipótese de votar sobre minha permanência, ou não, na presidência dos negócios durante a próxima assembleia anual. Segundo aqueles bostas, se não parasse de causar "transtornos"_ como chamavam as festinhas particulares que costumava participar _ tentariam foder com a minha cadeira na liderança da Medeiros Alencar empreendimentos. Meu lugar seria ocupado por um daqueles sacos de banha, como se algum deles fosse minimamente qualificado para gerir o negócio da minha família com o mesmo êxito que vinha obtendo. Não iria tolerar ver a empresa que fui criado para liderar, sendo comandada por outras mãos além das minhas: _ Deveria ter dado ouvidos quando alertei a respeito dessa vida de "astro dos negócios" que insiste em ostentar, Daniel. _ disse Emílio, amigo da família há m
CLARA ASSUNÇÃO Era o primeiro dia em minha nova função como assistente da supervisão e pelo visto, não poderia ter começado de forma mais clichê! Dr. Henrique, gerente do setor comercial e meu superior direto, devia ter cerca de quarenta anos. Sua fisionomia era naturalmente carrancuda, mas naquela manhã o cidadão parecia ainda mais assustador quando o vi passando rumo ao seu escritório. Em minha nova função seria responsável por auxilia-lo a organizar sua agenda, manter os relatórios das operações atualizados e fazer o que fosse necessário para facilitar a vida do homem dentro da empresa. Era uma vaga cobiçada por se tratar de um cargo diretamente ligado a administração de todo o setor de atendimento, o que acabava abrindo portas para quem se destacava na função. Com um pouco mais de estudo e com muita dedicação, talvez em um ou dois anos poderia concorrer a algum cargo de supervisão, quem sabe um dia, até a gerencia de algum setor. Aquela oportunidad
CLARA ASSUNÇÃO O homem devia ter 1.90m, vestia um terno preto justo, fez um cumprimento rápido com a cabeça em direção ao o homem dos botões enquanto entrava e parou ao meu lado. Quando ascensorista perguntou o andar ele disse apenas "térreo", mas meu corpo inteiro estremeceu sob o som grave de sua voz. Quando o elevador começou a descer senti que os olhos do gigante se voltando em minha direção e o frio na barriga que me atingiu parecia querer congelar meus órgãos! O homem em questão era ninguém menos que Carlos Daniel Medeiros Alencar e era “só” a porra do presidente da multinacional em que trabalhava. Já não bastasse a pressão de dividir o elevador com o dono da porra toda, o cara parecia a personificação real de um deus grego antigo! Tinha os cabelos cuidadosamente penteados para trás em um tipo de topete estiloso, os olhos eram de um castanho muito claro e o maxilar quadrado estava coberto por uma barba serrada muito bem feita. Sabia que a
DANIEL ALENCAR Faltava menos de uma semana para a celebração e os preparativos para o grande dia estavam a todo vapor. Tudo estava sendo organizado com muito requinte para receber o corpo de acionistas e investidores, além de muitos amigos, empresários e alguns figurões da cidade. Seria algo relativamente pequeno, para cerca de 300 convidados e mais umas sessenta personalidades da mídia. Porém grandiosamente sofisticado, com toda a ponta e circunstância que o noivado de um herdeiro de família tradicional deveria ter. A imprensa estava em polvorosa tentando descobrir qualquer detalhe sobre a festa mas, principalmente, queriam saber quem era a noiva misteriosa que seria apresentada ao mundo dentro de poucos dias. As especulações passavam por mulheres que já haviam sido flagradas em minha companhia e iam até as personalidades mais improváveis do submundo das web celebridades. No entanto, ainda não havia realmente tomando uma decisão sobre qual das
DANIEL ALENCAR Todos que sabiam sobre o plano estavam putos com a minha aparente falta de interesse em resolver aquilo de uma vez, mas a verdade é que estava tão incomodado com a situação que simplesmente não conseguia aceitar nenhuma delas. Estava sendo obrigado a me comprometer com alguém para manter a imagem que os outro queriam que tivesse e não estava gostando nada daquilo! Permaneci sentado apreciando meu Scotch enquanto pensava nas perguntas que faria para a moça. Apesar de ser praticamente uma indigente, havia qualquer coisa nela que chamava atenção além da aparência e estava curioso para entender melhor o seu potencial. Passaram cerca de 20 minutos até ouvir as batidas na porta do escritório: _ A senhorita Clara Assunção está aqui como solicitou, deseja algo mais senhor Alencar? _ Laura apertou os olhos furiosa e um sorriso sarcástico me escapou por sua amabilidade forçada. _ Isto é tudo por enquanto. Mande-a entrar, por favor. _ retorqui e a
Daniel Alencar Foi a vez de Clara respirar fundo enquanto pensava no que lhe disse: _ Ok?! Pelo que entendi, o senhor quer me pagar 60 mil pra levar chifres. _ ela riu debochando deliberadamente da situação. _ Olha, não entendo muito sobre essas coisas, mas acredito que vai parecer ainda pior pra sua imagem com os caras. Ah... mas que porra de garota irritante: _ Que bom que divirto você... _ retribui o sorriso irônico _ Lógico que terei que tomar alguns cuidados extras e também vou precisar contar com sua total discrição. Estreitei um pouco os olhos antes de continuar: _ Preciso deixar claro que você não deverá confundir as coisas entre nós em nenhum momento. Vou sair quando quiser, com ou sem você e pode estar certa de que vou ficar com outras garotas. Não teremos nenhum tipo de relacionamento afetivo, não vou dever nenhum tipo de satisfação a você e ciúmes é uma palavra que quero que retire do seu vocabulário. _ a moça revirou os ol
CLARA ASSUNÇÃO Desde que iniciei como assistente, todos os dias Dr. Henrique me mandava fazer alguma coisa nos andares superiores e estava amando poder trabalhar alguns profissionais que só conhecia pelo nome até então. Por este motivo passei a caprichar um pouco mais no visual do que costumava. Naquela manhã fiz uma trança indiana que aprendi com minha falecida mãe e vesti uma das melhores roupas que tinha, a saia social preta acompanhada da blusa de viscose branca com mangas compridas e uma fileira de botões que subiam até decote discreto. Passei uma leve maquiagem e coloquei os pequenos brincos de zircônio que havia ganho de minha madrinha um tempo atrás. Ao me olhar no espelho sorri satisfeita. Quase parecia umas das garotas do vigésimo primeiro andar e sai do meu modesto quarto da república estudantil em Guaianases com a certeza de que um dia chegaria lá. Me sentia feliz por estar me saindo bemcomo assistente e milhões de id
CLARA ASSUNÇÃO Duas horas se arrastaram lentamente até me ver novamente indo em direção aos elevadores, eram quase 18h quando secretaria ligou avisando que o senhor Alencar me aguardava na sala de reuniões do vigésimo primeiro andar. Estava subindo pela terceira vez só naquela semana ao lugar que cheguei a pensar que nunca iria ver, e o mais assustador era que estava indo assinar um contrato para trabalhar como "A Noiva" do presidente de uma dasempresas mais lucrativas do país. Quando entrei na sala com paredes de vidro, haviam três pessoas sentadas ao redor de uma enorme mesa metálica em formato oval. O próprio herdeiro Medeiros Alencar, que sentava em uma das pontas, a mulher que me buscou em meu posto horas antes e, ao seu lado, um senhor muito mais velho. Cumprimentei a todos e Daniel lançou um meio sorriso quando apontou a cadeira do lado oposto a pequena comitiva que o acompanhava. Sentei ao seu lado tentando esconder o nervosismo enquanto o jovem empresá