Acordei aquela manhã. Acordei no saguão. Acordei na minha sala. Acordei na reunião. Acordei no café.
Estava apagando toda hora, a ressaca da noite anterior pegou pesado. Fui me curar depois do almoço, uma moça, acho que era assistente, não sei, ela deixou alguns papéis na minha mesa. Acho que era pra mim apenas assinar, e assim eu fiz.
Passei a tarde toda assinando papéis. Que saco. Pensei! Dar aulas era menos entediante, mas eu não estava ali para gerenciar um banco. Eu estava ali pela moça de cabelos castanhos escuros, ondulados, lábios carnudos, magra, que usava o mesmo estilo de roupa
Eu jurava que seria uma mulher da mesma idade da Tereza, trinta e tantos. Mas não, era uma moça de vinte e poucos, com um batom extremamente pesado, era um vermelho carmim que manchava o refil do cigarro eletrônico que ela tragava. Usava um robe de cetim ¾ quase da mesma cor do batom, ela era loira, um loiro quente, cujos fios de cabelos bastante lisos iam até um pouco acima dos ombros, era um médio liso onde as madeixas da frente eram mais alongadas que as de trás, suas unhas estavam pintadas de café. Um rosto alongado, queixo fino. Olhos castanhos esverdeados. Ela era linda. Estava desc
Acordei vinte minutos atrasados naquele dia. Que se foda! Pensei. Eu não tinha motivos para ser o funcionário do mês, além disso, eu era o gerente daquele bordel que chamam de banco. Me levantei, acendi um cigarro calmamente andei até a minha varanda escorei no corrimão da minha varanda e fiquei ali tabaqueando, olhando Vitória da conquista do alto daquele prédio, eu já não sabia se era vício ou se realmente aquela cidade tinha um bom e doce odor de vagina. A manhã naquela cidade estava incrível, ensolarada, calma, mas, ao mesmo tempo, turbulenta. Via pessoas entrando e saindo do prédio em frente ao meu, carros em marcha lenta tentando manter a ordem na rotatória. Enquanto eu ali observava, estava pensando no
Aquele dia foi corrido, por mais que eu tentasse me aproximar de Mariana ela sempre estava com algum cliente ou ocupada demais pra conversar. Após a ascensão da Hope, ela não parou um minuto de criar planilhas e plotar gráficos. O dia, por fim, foi pouco produtivo em relação a ela. Checava a todo momento as mensagens nas redes sociais, eu queria ver se Geovana entraria em contato, mas nada. O que me restava era ver as fotos dela repetidas vezes e esperar que Johnny chegasse no dia seguinte para colocarmos o plano em ação. Após
Naquela manhã acordei com o frenético barulho da campainha, ela estava sendo tocada desenfreadamente. — Já vai porra — Eu disse. Sai do meu quarto vestindo o roupão. Quando atendi a porta, era Miguel. — Ué ainda tá de roupão — Ele disse. — O que é que tem? —
Eu estava aguardando dar o horário para sair, o horário que eu combinei com Johnny. Estava também aguardando uma mensagem dele dizendo onde iria ser. Enquanto eu tragava um cigarro e consumia aos poucos o uísque, sentado de frente para a caixa eu estava, tomei coragem e cortei os adesivos que a lacravam, eu estava disposto a abrir. Quando tirei toda fita que prendia a tampa, tentei removê-la, suei frio, engoli seco. De repente a campainha toca, levo um susto. Deixo a caixa lá e vou até a porta.
Acordei exausto, foi um sono sem sonhos. Peguei um cigarro na cigarreira, acendi e traguei. Fui a cozinha, fiz um café forte, tomei e voltei pro quarto para me trocar. Ao olhar para o guarda-volume, havia uma mensagem. Me assustei, tropecei nos sapatos e fiquei sem acreditar. Estava escrito: “Tome a porra dos remé
Chegando no banco me direcionei cuspindo fogo até minha sala, mal olhei para Mariana. Entrei e fechei a porta e as persianas, acendi um cigarro mais uma vez e usei a caneca de café vazia como cinzeiro. Quem ela pensava que era pra me tratar daquela forma? Ora, eu havia a salvo de um assalto. Nós havíamos ficado, nós nos beijamos depois da festa de Enrico. Eu estava arriscando a minha vida por ela. O que mais ela queria? O que mais eu poderia fazer? Enquanto as cinzas do cigarro iam caindo na caneca a minha cabeça não parava de doer, talvez fosse estresse, raiva, frustração. Eu não sabia. <
Cheguei em casa e tomei mais cinco comprimidos, junto com o resto de heroína que ainda eu ainda tinha. A dor de cabeça passou, acho que foi pela propriedade analgésica da droga, me sentei no sofá com uma caneca de café, fiquei de frente para a caixa mais uma vez e o medo, a angustia de apenas olhar pra ela me preenchia. Tomei coragem mais uma vez e tentei abrir, mas fui interrompido por Isabelle. Ela chegou e se esticou no sofá, colocando os pés em cima do meu colo. — E aí, o que tá pegando? — Ela perguntou — Último capítulo