Eu e Geovana estávamos cada vez mais firmes, estávamos juntos a quase seis meses e ela praticamente morava lá em casa.
Primeiro começou com a escova de dentes, depois alguns pares de roupas, em seguida objetos pessoais como cds e livros. Quando dei por mim, eu estava todos os dias dormindo e acordando ao lado de uma mulher espetacular, que me fazia rir e que me fazia bem todos os dias.
Passamos o natal com a família dela, foi a experiência mais estranha que eu já tinha vivido. O pai dela era um homem quase na terceira idade, rosto enrugado, barba por fazer e tinha um mau hálito pra caramba
Passaram-se quatro dias, Geovana não ligou e não apareceu lá em casa. Mesmo de atestado, eu trabalhei normalmente e fiz as minhas coisas como se eu não estivesse aguardando um resultado que poderia mudar o rumo da minha história. Eu decidi procurar minha namorada, já fazia mais de uma semana que ela não aparecia, e nem me ligava. Ao chegar na empresa, perguntei por ela. Disseram-me que ela havia saído com outra mulher. Pelo menos, não era com outro homem. Pensei! Ao sai
A tarde naquele dia, meu corpo foi encontrado por Rick. Ele me levou para o hospital, eu fiquei em coma, não me lembro por quanto tempo. No dia seguinte Geovana retornou a minha casa pra pegar sua caixa de joias e encontrou Miguel. Miguel era meu contato de emergência se houvesse alguma coisa comigo. Ele era o único da família que eu era próximo, então após o acidente eu dei o número dele. Geovana e ele chegaram quase ao mesmo tempo no meu apartamento, ele explicou o que aconteceu comigo e que eu estava em coma. “ Eu entendo tudo o que você passou, seus problemas. Mas só em saber que você era um homem da noite, eu não consigo imaginar uma vida ao seu lado. Sinto muito. Mas saiba que eu te amo. Geovana.” Por um lado, eu estava magoado, mas por outro eu sabia que era melhor assim, eu não queria ver o olhar dela sabendo que eu só tinha mais quatro meses de vida. Bem, eu matei um cara uma vez. Ele era um tremendo cuzão, um tolo e infeliz. Foi um homicídio perfeito, as pessoas pensaram que foi um acidente. Mas ninguém ingere dois frascos inteiros de clonazepam por acidente. Se eu me arrependo? Claro que não. Não, eu não sou um assassino, sou um amante do equilíbrio. O velho tem que morrer para o novo nascer, é a harmonia que envolve todas as coisas. Sou Ulisses Santorine e vou contar os fatos que aconteceram comigo a partir daquele dia. Sabe a frase que diz, espera eu vou me lembrar… Você goza quando goza do sexo? E se eu disser que aqui eu só gozo quando fumo após gozar? Confuso? Acompanhe então… Eu quase morri uma vez, pra alguns eu já estou morto. Na verdade, eu estou apenas existindo dentro dessa carcaça móvel, que eu chamo de corpo. Preciso constantemente de remédios para controlar minha ansiedade e a minha maldita depressão, sem contar com o alcoólatra que vive dentro de mim. Sou Théo Rodrigues e vou contar um pouco da minha história. Naquela segunda acordei cedo, parecia que eu havia apagado novamente em cima do sofá. Estava fedendo a bebida, vestido com roupas caras, vi que tinha marcas de batom no meu pescoço, um perfume forte e feminino na minha camisa. Percebi que a noite passada tinha rendido pra caramba. Acordei aquela noite. Acordei irritado. Havia passado mais de vinte minutos e eu ainda não estava pronto pra cair na maravilhosa noite de segunda, além disso minhas mãos estavam meladas de esperma. Tive imediatamente que tirar aquela camisa ridícula com cheiro de perfume barato e cigarro vagabundo, aquele jeans desbotado e aquele calçado de mendigo, além de claro, colocar aquele óculos brega num lugar muito distante de mim. Tomei rapidamente um banho, não deu tempo eu tirar os pelos ao redor do meu saco. Mas prDevaneios com cigarros
Eu sou Ulisses
Eu sou Théo
Vida noturna
Acordei aquela terça. Acordei sem motivação. Estava novamente com roupas que não me recordava ter vestido. As tirei e coloquei em cima da máquina de lavar, eu não sabia muito bem onde ele guardava suas roupas, então as deixava lá e quando a moça ia fazer a faxina ela as lavava, as passava e as deixava na lavanderia da casa. Eu dizia que era do cara que dividia o apê comigo e que ele não gostava muito de mexessem nas coisas dele, então ela só fazia o necessário. Tomei banho, vesti roupas diferenciadas, aquele dia coloquei um pulôver azul-escuro por cima de uma camisa social branca e listrada, era pra ficar mais apresentável na reunião vocacionaria. Bem, eu era um professo
Até que enfim o verme entendeu que eu tenho que trabalhar. Pensei! Olhei para a escrivaninha e vi minha caríssima garrafa do antigo bourbon quase seca. — Viado! — Eu disse. Porra, eu não mexia nas porcarias dele, por que ele não poderia se dar ao respeito de não mexer nas minhas? Que se foda! Terminei o uísque que ainda sobrou. Ao lado estava cheio de papéis. Percebi que o merda havia voltado a escrever. Aquele palhaço, pensei. Precisava imediatamente de um banho pra