Bem, eu matei um cara uma vez. Ele era um tremendo cuzão, um tolo e infeliz. Foi um homicídio perfeito, as pessoas pensaram que foi um acidente. Mas ninguém ingere dois frascos inteiros de clonazepam por acidente. Se eu me arrependo? Claro que não. Não, eu não sou um assassino, sou um amante do equilíbrio. O velho tem que morrer para o novo nascer, é a harmonia que envolve todas as coisas. Sou Ulisses Santorine e vou contar os fatos que aconteceram comigo a partir daquele dia.
Sabe a frase que diz, espera eu vou me lembrar… Você goza quando goza do sexo? E se eu disser que aqui eu só gozo quando fumo após gozar? Confuso? Acompanhe então…
Era domingo, eu estava deitado ao lado de uma bela dama, com os cabelos vermelhos ardentes e bagunçados, com a maquiagem bastante borrada. Ela se chamava… se chamava… Eu não sei, não me lembro. Acho que era Amanda, Ananda, Samanta… não, não! Samanta foi no domingo passado. Bem, eu não consigo me lembrar o nome dela. E só porque eu estava ali pelado, tirando a camisinha do pau, feito ela gozar dezenas de vezes naquela noite, não quer dizer que eu fiz amor. Na verdade, eu fodo. Fodia com vontade. Eu dominava as ruas daquela lascívia cidade chamada Vitória da Conquista, onde as serras formavam um enorme muro de imoralidade e prostituição.
Estava na hora, precisava fumar ainda de pau duro e deitado, era a minha forma de ter um pouquinho de prazer também. Ah… eu adorava aquele motel. Era barato, confortante e o Pedro sempre me colocava naquele mesmo quarto, tinha uma pequena geladeira, hidromassagem, espelho no teto, além de ser um dos poucos motéis que ainda possuía cinzeiros em suas suítes. Depois desse, “Não fume”, “É proibido fumar”, “Fumar causa câncer”, os motéis pararam de deixar cinzeiros nos quartos. Putos! Malditos canalhas. Dizem que é pra um bem maior, um ato de saúde pública. Foda-se! É uma verdadeira patifaria. Por que eles simplesmente não deixam a porra do cinzeiro e só quem fuma que usa? Não, eles preferem tirar o caralho de uma tampa de alumínio ou vidro, na expectativa das pessoas não queimarem os lençóis com cinzas. Pera aí, isso foi meio sem sentido, né? É a maldita ordem, o maldito sistema. Eles criam leis sem lógicas e estamos centrados nestas leis como se elas fossem definir nossas vidas. Pra puta que pariu o sistema e suas leis de merda.
Ah, sim… já comecei a entrar num outro assunto. Huuum… eram dez para duas da manhã. Eu precisava ir, mas como faria pra acordar aquela linda mulher de quarenta e tantos, mãe de dois filhos e que trabalhava a semana inteira tendo folga apenas no domingo, um único dia pra obter um pouco de calor humano, em sua mais pura forma, que é o sexo? Como eu sabia disso? Ela havia me dito durante a noite, ou apenas olhei para o chaveiro do carro dela, que tinha a imagem de um adolescente e uma criança, ambos abraçados com ela. Acho que era um parque, não tinha certeza.
Mulheres, mães, com um Honda civic 19, com pastas e papéis no banco traseiro do carro, trabalham todos os dias da semana.
Bem, eu já havia pensado na possibilidade de ela dormir depois do coito, é uma dessas coisas que a gente se aprende com a experiência — Orgasmo feminino dá um pouco de sono — Então antes de entrar com ela no quarto, ela passou o cartão e com certeza o pagamento já tinha caído na minha conta, logo só precisava terminar aquele cigarro, tomar um pouco de uísque — tomei o vagabundo que tinha la mesmo — Tomei um banho e antes de ir embora fiquei em dúvida se deixava ou não um bilhete. Resolvi deixar.
“Querida,
Percebi que já estava na minha hora, você dormia tão lindamente que não quis te acordar. Se precisar de alguém pra conversar ou para ter uma foda louca como foi a anterior, você tem meu contato.
Do seu querido e amante,
Ulisses.”
Coloquei o bilhete na mesinha de cabeceira, segui pelo corredor e parei para escutar o quarto 205. Meu amigo Rick estava lá, fazia mais de duas horas e a dona ainda não havia dormido, escutei os gemidos misturados com gritos.
“Sim vai, me chama de Beatriz. Isso, me diz que sou aquela vadia.” O nome dela não é Beatriz, é Cíntia.
Foi sinistro, ela trepava achando que era a chefe dela. Ponto pra Rick! Ele amava aquelas lunáticas. E essa era uma das preferidas dele. Não, não é porque era jovem e gostosa, é porque de todas, era a única que não dormia depois de gozar. Assim, a despedida se tornava mais fácil. Ele ganhava até um bônus. Esse negócio de fantasia era com ele mesmo. Certa vez, ele trepou com um cara que pediu pra ele imitar o presidente da república. Doentio, eu sei, mas são algumas implicações da profissão.
Passei na recepção e conversei com o Pedro. Pedro, era o tipo exemplar de pessoa; cristão; bem-casado; tinha um emprego e a mulher estava esperando um filho. Puff! Eu não seguiria o exemplo dele, mas ele era um cara gente boa, daqueles que a gente apresenta pra nossa família e dizem:
“Esse rapaz é uma boa influência.” ao mesmo tempo que: “Como assim ele trabalha no motel?”
Então eu me pergunto; por que essas duas coisas não podem coexistir? Não é um emprego digno? O que há de errado?
Pedro sempre me perguntava como melhorar o desempenho na cama. E eu sempre lhe respondia a mesma coisa que meu avô me dizia. De manhã você come pinha e a noite, pasta de amendoim. Não, eu nunca tive curiosidade de pesquisar os fundamentos científicos por trás disso, mas meu avô tinha um negócio com ovo de codorna que ele dizia ser a única maneira de apagar o fogo da velha. Sim, uma fodida visão do inferno.
Após ficar uns dez a vinte minutos conversando com pedro, eu percebi que Rick estava descendo. Aquele preto safado vivia dizendo que tinha o pau de vinte centímetros. Deveria ser essa genética abençoada que os negros herdaram. Em seguida desceu Cíntia, mulher branca, 25, alta. Ninguém ousaria dizer que ela tinha um fetiche pela chefe dela.
Eu estava esperando-o. Ele me daria uma carona até em casa. Eu poderia ter pego um uber, mas pra que gastar quando se tem um amigo que pode te levar de graça? Apesar de ele passar todo o caminho dizendo que só não demorou mais porque ela não aguentou. Certo cara, você é um mestre no Kamasutra. Eu pensava enquanto ficava ali no banco ao lado calado ouvindo ele falar, apenas dava uma risada o que o encorajava mais a passar os próximos vinte minutos falando sobre o formato da vagina da Cíntia. Ele não era muito delicado nas comparações. Todas, sem exceção, que ele levava pro quarto, sempre tinha um problema na vagina e ele ficava, assim… comparando umas com as outras.
Pra mim buceta era tudo igual. Se eu visse uma roxa, achava normal. Qual a diferença de uma roxa pra uma bem rosadinha? Nenhuma, claro! A não ser um tipo tenebroso de doença venérea. Mas pra isso nós temos a velha e irritante camisinha. Algumas regras: Nunca caia de boca em quem você não conhece, evite tocar o seu saco nos fluidos vaginais e o resto vale tudo.
Mas o Rick tinha seus motivos, ele passou muito tempo na cadeia e acabou perdendo alguns parafusos, eu acreditava que ele era bipolar, mas bipolar pra caralho. Ele dizia uma coisa naquela hora e trinta minutos depois ele dizia outra. Ele era o preferidinho das loiras, havia alguma coisa com o Rick que atraía as mulheres com o cabelo quimicamente alterado. Ele sempre dizia que elas adoravam um negão, que o inter-racial era tendência. Nunca soube os reais motivos.
Rick era o cara mais complexo do mundo, depois de três longos anos na penitenciaria de Salvador, ele passou a ser muito religioso. Carregava consigo uma correntinha com a imagem da velha santa padroeira dos chupadores de pau. Maria Madalena, ironicamente. Mas a religião o tornou um cara melhor, um michê melhor.
Ele me deixou em casa e rapidamente nos despedimos. Eu morava num apartamento na zona oeste da cidade. Um lugar que eu dividia com um merda fracassado e inseguro, eu o odiava, aquele apartamento eu havia conseguido com o produto do meu esforço — assim acreditava, não tinha certeza — Na verdade com o produto do meu belo pau inclinado um pouco para a esquerda, marrom e com 18,2 cm. A ciência diz: São os curvos que conseguem fazê-las atingir o ponto G mais rapidamente. Eu adorava o meu pau, meu orgulho, meu instrumento e ganha pão.
Cheguei em casa, já morto. Isabelle estava sentada na sua poltrona preferida, tomando vinho. Aquela poltrona de couro não combinava com nada no apartamento, mas combinava com ela, e por este motivo, não me desfazia e nem trocava de lugar. Era oficialmente a poltrona dela.
Ela tinha vinte e sete anos, uma pele branca, similar a um nevado quente. Suas bochechas rosadas que se afiliava com as suas delicadas mandíbulas dava ao rosto dela um aspecto apaixonante de coração. Rosto que impressionava com um toque inteligente. Seus olhos, escuros e faiscantes, cuja as curvas abaixo do côncavo eram desenhadas para cima, deixava-os sacanas e traiçoeiros. Ela parecia sempre saber de um podre meu, tal olhar era profundo, era como se ela estivesse olhando para a minha alma. Ela tinha cabelos castanhos claros e com as pontas sutilmente onduladas que desciam até um pouco abaixo dos ombros, ela era um pouco baixa em relação a mim, mas seu corpo era magnífico, ele tinha um toque ampulhetado e uma bunda durinha e maravilhosa.
Naquela noite ela estava com um vestido preto colado, mostrando as suas belas e alvas coxas, ela também estava usando pouca maquiagem, apesar de estar sempre com um batom vermelho escarlate — Vermelho que era a marca dela —Isabelle era muito bonita, talvez a mulher mais bonita que eu já havia conhecido.
Fazia muito tempo que eu conhecia Isabelle, ela era sexy e envolvente, louca e impulsiva.
Nós sempre transávamos num dia ou outro, ela era tremendamente gostosa.
Certa vez, acho que é a memória mais recente que tenho das nossas loucuras, ela me provou que eu estava errado quando eu disse que não tinha fetiches nenhum. Ela sorriu, com aquele sorriso sacana, foi até mim, pegou minha cigarreira, tirou um cigarro com muita delicadeza e acendeu.
Apenas aquele ato deixou meu pau já duro, não entendi. Ela me olhou com cara de safada, e elegantemente puxava a fumaça e soltava. Eu estava sem entender, mas estava achando aquela cena muito sexy. Logo, ela se aproximou de mim, desabotoou meu Jeans e com a mesma mão que segurava o cigarro levou meu pau até a boca.
Ela tragava e abocanhava meu pau, onde ao mesmo tempo o chupava e soltava a fumaça. Aquilo me deixou louco, eu disse que já ia gozar. Foi a ejaculação mais rápida que eu me recordo, nunca gozei tão rápido. Eu pensei que ela ia me empurrar, sei lá. Mas ela disse: Goza na minha cara cheia de fumaça, goza! Não demorei muito e esguichei na boca dela soltando fumaça e seu rosto com vários jatos de porra, foi louco, alucinante.
Ela me olhou, riu e perguntou: Você ainda acha que não tem fetiche?
Ela foi a única mulher a me provar que todos, TODOS, temos alguma coisa que nos excita mais. E o meu fetiche era ver uma bela mulher fumando.
— O que você está fazendo aqui? — Perguntei.
— Só passei pra saber como foi a sua noite com aquela madame. — Ela disse — Você sentiu alguma coisa ao comê-la? — Ela perguntou enquanto estava de pernas cruzadas e logo em seguida se inclinou pra frente, junto com o cálice de vinho.
Sentei-me do outro lado do sofá, tirei o blazer, joguei pro lado e relaxei o corpo
— Foi só trabalho, Isa. — Eu disse — Você sabe disso.
Ela se levantou, veio devagar em minha direção, abriu as pernas e se sentou em meu colo, ela começou a acariciar o meu pau com a mão direita dentro das minhas calças. Já estava ficando duro, quando ela me perguntou enquanto me excitava.
— E o que você está sentindo agora? — A voz dela era sexy, doce, meiga e ao mesmo tempo safada.
— Para com isso, Isa. — Eu respondi suspirando — Não é legal o que você faz comigo, você me faz parecer mais louco do que já sou.
Ela mordeu o meu lábio e em seguida me deu um molhado beijo de língua, se levantou, pegou o seu casaco atrás da poltrona e saiu dizendo.
— Amanhã a noite tem o casal Montana. — Ela disse — Espero que não broxe.
— Haha! Muito engraçada você.
Eu jamais esquecia dos meus compromissos… Segunda era o casal Montana, na terça a dona Marília, na quarta tinha a Tereza, na quinta o Sebastian e nos fins de semana precisava procurar pessoas aleatórias e carentes que necessitavam de calor humano. Mas acontece que alguns serviços exigiam demais, pediam demais e eu acabava não correspondendo. No entanto, após alguns minutos acontece que alguns serviços de meditação eu ficava preparado para o que pudesse estar me esperando.
Eu estava cansado, então tomei um gole do bom e velho uísque turfado, com grãos moídos em coxas de virgens, escrevi uma mensagem no quadro atrás do guarda volumes, e ali mesmo no sofá peguei no sono.
Eu quase morri uma vez, pra alguns eu já estou morto. Na verdade, eu estou apenas existindo dentro dessa carcaça móvel, que eu chamo de corpo. Preciso constantemente de remédios para controlar minha ansiedade e a minha maldita depressão, sem contar com o alcoólatra que vive dentro de mim. Sou Théo Rodrigues e vou contar um pouco da minha história. Naquela segunda acordei cedo, parecia que eu havia apagado novamente em cima do sofá. Estava fedendo a bebida, vestido com roupas caras, vi que tinha marcas de batom no meu pescoço, um perfume forte e feminino na minha camisa. Percebi que a noite passada tinha rendido pra caramba. Acordei aquela noite. Acordei irritado. Havia passado mais de vinte minutos e eu ainda não estava pronto pra cair na maravilhosa noite de segunda, além disso minhas mãos estavam meladas de esperma. Tive imediatamente que tirar aquela camisa ridícula com cheiro de perfume barato e cigarro vagabundo, aquele jeans desbotado e aquele calçado de mendigo, além de claro, colocar aquele óculos brega num lugar muito distante de mim. Tomei rapidamente um banho, não deu tempo eu tirar os pelos ao redor do meu saco. Mas pr Vida noturna
Acordei aquela terça. Acordei sem motivação. Estava novamente com roupas que não me recordava ter vestido. As tirei e coloquei em cima da máquina de lavar, eu não sabia muito bem onde ele guardava suas roupas, então as deixava lá e quando a moça ia fazer a faxina ela as lavava, as passava e as deixava na lavanderia da casa. Eu dizia que era do cara que dividia o apê comigo e que ele não gostava muito de mexessem nas coisas dele, então ela só fazia o necessário. Tomei banho, vesti roupas diferenciadas, aquele dia coloquei um pulôver azul-escuro por cima de uma camisa social branca e listrada, era pra ficar mais apresentável na reunião vocacionaria. Bem, eu era um professo
Até que enfim o verme entendeu que eu tenho que trabalhar. Pensei! Olhei para a escrivaninha e vi minha caríssima garrafa do antigo bourbon quase seca. — Viado! — Eu disse. Porra, eu não mexia nas porcarias dele, por que ele não poderia se dar ao respeito de não mexer nas minhas? Que se foda! Terminei o uísque que ainda sobrou. Ao lado estava cheio de papéis. Percebi que o merda havia voltado a escrever. Aquele palhaço, pensei. Precisava imediatamente de um banho pra
Acordei aquela manhã. Acordei pro trabalho. Olhei ao redor e estava uma bagunça da porra, mulheres nuas e seminuas umas jogadas em cima das outras. Ele trepou com uma delas em cima da minha cama. Uma garota se levantou e do nada me beijou, estava com mau hálito do caralho, quase vomitei. Disse pra ela acordar as demais e darem o fora da minha casa. Elas estranharam meu comportamento. Eu estava furioso, acabaram com meus cereais e meu estoque de cervejas. Além de ter deixado meu apartamento numa imundice só. O maldito do Ulisses tinha que pagar por aquilo, de uma forma ou de outra.
Naquela noite vi que o filho da puta não havia respeitado o nosso horário, estava sentindo gosto de guaraná na boca, ou era açaí? Não me recordava. Percebi logo que ele havia tomado um energético. Maldito sacana, pensei. No entanto, o apartamento estava limpo e cheiroso. O puto do Théo fez o serviço, com toda certeza ele ficou chateadinho, mas aquele merda nem se deu o trabalho de tirar a porra da roupa ridícula e suada, que fedia a vergonha e fracasso. Fui ao banheiro, tomei um bom banho, lavei meu belo falo e me vesti adequadamente, como um homem d
Acordei quase nove da manhã, deveria estar no trabalho as sete, olhei o celular e havia dezenas de ligações do colégio. Estava fudido, Ulisses havia ferrado comigo. Vi no tapete, cinzas de papel e minha calça ao lado. Olhei os bolsos e o poema havia sumido. Xinguei aquele bastardo de todos os nomes possíveis, passei quase uma tarde inteira tentando escrever aquilo e aquele boçal queimou. Caminhei até o guarda-volume e lá estava a mensagem dele. Ignorei e me concentrei na desculpa que eu daria pra o diretor e a tenente, não vinha nada na cabeça.
Eu acordei, com a boca salivando e um pouco tonto. Estranho! Pensei. Embora eu estivesse acordado de pau duro, ele não estava tão ereto como costumava estar. Olhei na mesinha de centro e vi um novo frasco de remédio. Então foi essa a sua vingança. Pensei. Porra, todo aquele papo de equilíbrio entre nós dois estava sendo abalado pela infantilidade dele, aposto que ele tinha aumentado a dosagem do remédio pra me deixar impotente, já que ele causava esse efeito numa dosagem