Naquela manhã acordei com o frenético barulho da campainha, ela estava sendo tocada desenfreadamente.
— Já vai porra — Eu disse.
Sai do meu quarto vestindo o roupão. Quando atendi a porta, era Miguel.
— Ué ainda tá de roupão — Ele disse.
— O que é que tem?
—
Eu estava aguardando dar o horário para sair, o horário que eu combinei com Johnny. Estava também aguardando uma mensagem dele dizendo onde iria ser. Enquanto eu tragava um cigarro e consumia aos poucos o uísque, sentado de frente para a caixa eu estava, tomei coragem e cortei os adesivos que a lacravam, eu estava disposto a abrir. Quando tirei toda fita que prendia a tampa, tentei removê-la, suei frio, engoli seco. De repente a campainha toca, levo um susto. Deixo a caixa lá e vou até a porta.
Acordei exausto, foi um sono sem sonhos. Peguei um cigarro na cigarreira, acendi e traguei. Fui a cozinha, fiz um café forte, tomei e voltei pro quarto para me trocar. Ao olhar para o guarda-volume, havia uma mensagem. Me assustei, tropecei nos sapatos e fiquei sem acreditar. Estava escrito: “Tome a porra dos remé
Chegando no banco me direcionei cuspindo fogo até minha sala, mal olhei para Mariana. Entrei e fechei a porta e as persianas, acendi um cigarro mais uma vez e usei a caneca de café vazia como cinzeiro. Quem ela pensava que era pra me tratar daquela forma? Ora, eu havia a salvo de um assalto. Nós havíamos ficado, nós nos beijamos depois da festa de Enrico. Eu estava arriscando a minha vida por ela. O que mais ela queria? O que mais eu poderia fazer? Enquanto as cinzas do cigarro iam caindo na caneca a minha cabeça não parava de doer, talvez fosse estresse, raiva, frustração. Eu não sabia. <
Cheguei em casa e tomei mais cinco comprimidos, junto com o resto de heroína que ainda eu ainda tinha. A dor de cabeça passou, acho que foi pela propriedade analgésica da droga, me sentei no sofá com uma caneca de café, fiquei de frente para a caixa mais uma vez e o medo, a angustia de apenas olhar pra ela me preenchia. Tomei coragem mais uma vez e tentei abrir, mas fui interrompido por Isabelle. Ela chegou e se esticou no sofá, colocando os pés em cima do meu colo. — E aí, o que tá pegando? — Ela perguntou — Eu estava no apartamento de Isabelle, estava vestido com um terno preto e uma calça de alfaiataria, ela mesmo quem comprou minhas roupas. Estava sentado na cama a vendo se maquiar enquanto eu fumava. — Como estou? — Ela perguntou — Está parecendo uma puta. — É essa a intenção. Ela estava com um vestido vermelho bem decotado, justo, suas pernas chamarO banquete a Himerus
Ainda em junho de 2011 Era surreal o que Isabelle havia acabado de me apresentar, mulheres de todos os tipos, de todas as cores, de todos os tamanhos, com uma única coisa em comum: Elas eram muito novas e estavam completamente nuas. — Essas garotas são de menor, não são? — Não — Respondeu Isabelle — Elas tem exatamente dezoito anos, nem mais e nem menos. Naquela manhã recebi a visita de Miguel, era cedo, mas eu já estava me aprontando para sair. Ele estava com trajes de exercício, tudo indicava que ele estava vindo de uma corrida matinal. Miguel estava com um tom calmo, diferente do habitual. Ele entrou, olhou os papéis que eu havia impresso durante a noite, foleou alguns e disse:— Parece que você está pegando algumas dicas do seu manual. — Eu não li. — Eu De nada à lugar nenhum
Eu precisava estar elegante, precisava chamar atenção. Então coloquei o meu melhor smoking, o meu maravilhoso perfume e as minhas clássicas abotoaduras jaguar. Precisava me lubrificar antes de enfrentar o trânsito noturno daquela cidade. Então bebi umas duas ou três doses de uísque, fumei um cigarro e olhei no relógio do pulso, faltava vinte para as nove. Fui pro meu Audi e rasguei, a velocidade era uma metáfora para o entusiasmo que eu sentia. Cortava os outros carros, passava no sinal fechado. Eu estava muito empolgado a