Prólogo

Escuridão a preenchia, dor e vazio, apenas vozes existiam.

— Como ela está?

Os ruídos brincavam e bagunçavam a sua cabeça, como se estivesse ouvindo sussurros, ela não sabia dizer se eram reais ou não.

Não sabia dizer aonde que começava a realidade e aonde terminava. Sonhava com vagalumes. Brilhando e beijando sua testa, voando sobre ela.

Sonhava com crianças.

E principalmente com um rosto, de uma garota, loira, bela dos olhos claros, que tinha um sorriso gentil.

Aquele rosto a perturbava.

Mas não sabia quem era.

Não sabia se a garota estava ali ou não.

Mas os sussurros continuavam.

— Está se recuperando, em breve poderemos soltá-la, precisarei de mais tempo até lá.

A outra voz se remexeu.

— Não temos muito tempo, não podem saber sobre o erro que foi trazer essa garota para cá.

O homem balançou a cabeça.

— Eu devo apagar as memórias dela? Não sei se isso é uma boa ideia, seu corpo está exausto pelos testes feitos.

— Então não pode apagar?

O homem respondeu:

— As memórias ficarão
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