Estou em frente à clínica que faz inseminação artificial. Passei tantas vezes por aqui e acreditava ser uma simples empresa que tem esse serviço. Depois que Shari me falou mais sobre ser barriga de aluguel comecei a pesquisar mais sobre essa empresa. Essa clínica faz trabalho personalizado para essas pessoas ricas que querem ter filhos. Também corre o risco de não ser aceita, acontece todo um processo, mas não é demorado. No começo eu fiquei com dúvida em vir até aqui, passei a ver matérias sobre Barriga de Aluguel. Alguns casos não deram certo pois as mães não queriam entregar os bebês ou até mesmo aparecer anos depois querendo a criança.
Procurei focar na parte em que dar certo e que a mãe não precisa passar por um processo mais tarde. No caso eu evitando problemas no futuro. Ainda fico em dúvida se vou ter coragem de entregar a criança, mas foi uma dúvida totalmente passageira. Minha mãe precisa de mim agora e sei como conseguir o dinheiro, não vou contar para ninguém sobre ser barriga de aluguel até porque deve ter algo no contato falando sobre ter sigilo.
Na clínica conversei com a recepcionista e ela me passou o formulário para preencher. Uma outra mulher com uniforme da Clínica me acompanhou até uma outra sala e nessa sala tinha mais quatro mulheres que estava concentrada preenchendo o seu formulário. Nenhuma teve interesse de virar o rosto para ver quem passava pela porta, a mulher que me acompanhou sorriu e logo se retirou. A sala onde estou me lembrava de uma sala de aula, tinha quatorze mesas e as mulheres estavam cada uma em uma. Acredito que posso escolher onde sentar. Respirei fundo e comecei a preencher o formulário. São cinco folhas.
Depois de preencher o formulário eu fiz os exames que foi pedido e a recepcionista me avisou que amanhã eu teria o resultado de que fui aceita ou não. Estou bem nervosa com esse resultado preciso do dinheiro e se me recusarem eu não sei o que vou fazer. Peguei as minhas coisas e fui direto para faculdade, diferente de outros dias, hoje não foi nada tranquilo. Não consegui prestar atenção na matéria e fui chamada atenção algumas vezes. Estou tão cansada, não tenho conseguido dormir desde sexta, a preocupação com a minha mãe está me consumindo. Me obriguei a deixar esse sono de lado e prestar atenção na aula.
Hoje a recepcionista me explicou um pouco como vai funcionar. Será da escolha do contratante querer acompanhar minha gravidez junto comigo ou não. E caso queira eu terei que me mudar para um lugar específico e não poderei contar para ninguém, não poderei ficar a vista para evitar perguntas e não poderei ter relações sexuais com ninguém até dar a luz. Vou ter que trancar a faculdade se o contratante quiser acompanhar a gravidez. Hoje meu pai insistiu que eu fosse para casa e descansasse, não discuti. Chegando em casa tomei um banho mais demorado que o normal.
Achei que eu poderia relaxar um pouco durante o banho, mas foi em vão. Quando não estava pensando em minha mãe, eu estava pensando sobre Barriga de Aluguel, não acho que a minha mãe apoia essa ideia ou até mesmo meu pai. Ele vai o questionar como conseguir aquele dinheiro e não faço a mínima ideia do que dizer para ele. Ainda não fui aceita e é com isso que devo me preocupar. Quando eu deitei na cama senti que os meus músculos se contraem como se tivesse passado dias e dias carregando peso. Não demorei para dormir.
Acordei com meu celular tocando e não sei se eu fiquei mais assustada pelo horário que é ou por ver que era uma chamada da clínica. Faltava pouco para meio-dia e meia eu tinha perdido o período da manhã da minha faculdade, nunca tinha faltado antes. Como não escutei o alarme do celular tocar?
– Alô? – Sentei na cama e com a mão livre esfreguei meus olhos.
– Senhorita, Aline Carter?
– Sim, sou eu mesma.
Tentei disfarçar minha voz de sono. As pessoas que tive contato na clínica parecia ter um padrão de voz, elas pareciam um robô falando. Se eu não tivesse falado com elas pessoalmente eu iria acreditar que estou falando agora com aquelas vozes automáticas.
– Estou ligando para confirmar que você foi aceita em nossa clínica. Precisa vir o quanto antes. – Ela avisou. – Você foi escolhido por um cliente e temos que continuar com os procedimentos.
– Eu fui o que? Como assim? Não imaginei que seria tão rápido assim… eu.. – Parei de falar quando notei que estava ficando desesperada. – Desculpa. Estarei aí em uma hora.
– Senhorita Carter, você tem certeza que quer continuar? – Sua voz era gentil agora.
Suspirei. Não tenho outra escolha.
– Sim, eu tenho.
– Ok, até mais tarde. – Ela disse e desligou.
Voltei a deitar na cama e deixei o celular de lado. Quando eles dizem ser rápido realmente é, acreditei que fosse demorar alguns dias, mas não foi. Que seja! Falta pouco para conseguir o dinheiro para minha mãe. Peguei meu celular novamente e disquei o numero do hospital e vou dizer para começarem com o tratamento.
[...]
Dessa vez não fiquei parada de frente a clínica contemplando o lugar. Ao contrário de ontem, hoje o lugar está um pouco agitado. Dar para notar o nervosismo dos funcionários e como querer deixar tudo perfeito. É provável que o dono esteja aqui e se o chefe é tão rígido acaba causando isso nos funcionários.
A mesma mulher que me acompanhou ontem até a sala onde preenchi o formulário me levou para o segundo andar da clínica. Ela abriu a porta de uma sala que é bem maior que meu quarto e nessa sala tinha alguns detalhes de decoração, mas nada chamativo e dois sofás um de frente para o outro.
– Naquela sala irá acontecer o procedimento. – Ela apontou para um porta que não tinha reparado ainda. – A médica está à sua espera. Será um procedimento rápido, não precisa se preocupar. Assim que terminar o contratante estará aqui a sua espera.
– Eu vou ver eles? Hoje ainda?
A mulher deu um sorrisinho e suspirou.
– Tem umas que nascem com tanta sorte. – Ela comentou e saiu da sala.
Continuei olhando para a porta que ela saiu. Hoje vou conhecer os pais do meu filho, ou só a mãe ou só o pai. Será que querem acompanhar a gravidez? Eu acredito que seja um casal, pelo que pesquisei a maioria dos casos são casais em busca de uma barriga de aluguel. Ainda mais quando é a mulher que não consegue ter filhos. Entrei na sala que me orientaram a entrar. A doutora me olhou e sorriu.
– Boa tarde. É nítido o seu nervosismo. – Sorri para ela. – Eu poderia conversar com você até te acalmar, mas a pessoa que contratou o serviço quer que seja feito rápido. – Ela apontou para um lado da sala. – Pode trocar de roupa ali. Você já está aqui dentro e assinou os termos necessários. Vamos dar andamento ao processo logo.
Não falei nada e comecei a fazer o que ela me disse. Quando voltei sentei na cama como ela pediu e abri minhas pernas, ela não disse mais nada e fez o que tinha que fazer. Pensei em minha mãe e como esse dinheiro vai nos ajudar. Por um momento senti meu coração em paz…
– Pronto!
Sentei na cama ainda com as pernas abertas.
– Mas já?
– Sim. – Ela começou a tirar as luvas. – Esperava o que? O sexo longo de três minutos? – Ela riu e se levantou. – Vai se trocar. – Ela deu um sorriso meigo. – Boa sorte, menina. Não sei qual foi seus motivos para escolher ser barriga de aluguel, mas logo estará gerando uma vida.
– Como pode ter certeza? – Fechei minhas pernas e olhei para ela. – Talvez eu não consiga de primeira.
– Minha querida, você é bem fertil e não imagina quantos queriam você. – Seu sorriso aumentou. – Deixou muita gente com inveja aqui.
Fiquei pensativa com suas palavras e resolvi não dizer mais nada. Vesti minha roupa e quando terminei vi que a doutora não estava mais lá. A mulher disse que o contratante estaria me esperando. Respirei fundo e ergui minha cabeça. Abri a porta e encontrei um homem vestido em um perfeito terno preto, ele virou seu rosto lentamente para mim.
– Sente-se. – Ordenou.
Seu cabelo em um preto tão escuro como uma obsidiana. Seu rosto tem traços marcados e uma barba por fazer. Seus braços são longos, tem um corpo grande, eu acredito que tudo nele seja grande. Neguei com a cabeça rapidamente com os pensamentos que tive. Ele é um homem que chamaria atenção de qualquer mulher. E seu rosto sério dá medo como ao mesmo tempo hipnotiza.
– Eu mandei sentar. – Ele chama minha atenção. – É surda?
É lindo, mas é um ogro muito mal educado. Sentei no sofá a sua frente, apenas uma mesinha de centro nos deixando distante um do outro. Achei melhor não rebater ele, mesmo sendo um mal educado, eu prefiro mostrar minha educação.
– Olá. Meu nome é…
– Aline Carter. – Ele me interrompeu. – Eu sei. Tem vinte e dois anos, é estudante de medicina e tem as melhores notas da turma. Faz estágio desde o segundo ano de faculdade.
Eu não coloquei essas coisas no formulário.
– Hmm… – Engoli em seco. – E sua esposa. – Sorri. – Onde ela está?
Ele ficou me olhando por um tempo. Não era essa a pergunta que eu queria fazer, eu iria começar pelo seu nome, mas estou nervosa na presença desse homem.
– Serei pai solteiro. – Ele inclina a cabeça para o lado. – Não quer saber quem é o pai do seu filho?
Meu sorriso sumiu. Esse homem está me estressando.
– E quem é o senhor?
Agora foi a vez dele ficar sério. Fiz algo de errado?
– Você não sabe quem eu sou?
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P.V. CHARLES GRANT – Senhor Grant, o senhor Filipe Grant está na linha. – Minha secretária aparece na porta e me avisa. – Diga que estou ocupado. – Respondi sem tirar os olhos da tela do meu notebook. – Ele insiste, senhor. Suspirei. – Pode passar a ligação. Ela faz um aceno de cabeça concordando e sai da minha sala. Não estou nada empolgado para mais uma conversa com meu pai, o assunto será o mesmo. Ele precisa entender que a vida é minha e se quero ou não ter filhos é uma decisão minha e não dele. Reconheço que está ficando um velho manhoso, mas podia escolher outra pessoa para atormentar e não a mim. Levei o telefone a orelha e logo me arrependi de não ter inventado outra desculpa para não atender aquele telefone. – Garoto, garoto, você por acaso acha que eu nasci ontem? – Ele começou a reclamar. – Acha mesmo? Sei que você está na empresa. Até porque você só sabe ficar nesse lugar. – Que ironia, não? – Massageie as têmporas. Passei boa parte da minha infância vendo meu pai
P.V. ALINE Ele realmente acabou de me oferecer trezentos mil dólares? E por acaso ele tem ideia de quanto é isso? É claro que ele tem ideia, não é nada para o seu bolso. Um trocado apenas, deve pensar que sou uma pobre coitada. Charles está me oferecendo $300000 para sumir da vida do bebê. Automaticamente coloquei a mão na barriga, mas logo disfarcei e coloquei a mão no meu colo. De qualquer jeito, o filho é dele. - Eu gostaria de falar com os meus pais antes de ir para sua casa de campo. - Percebi a expressão em seu rosto mudar e rapidamente completei. - Não vou contar nada sobre ser a barriga de aluguel. Só peço um tempo para poder me despedir. Cumprirei o contrato, pode ter certeza. Achei melhor seguirmos para o assunto principal. Até porque dinheiro eu não estou podendo recusar, mesmo não me sentindo nada bem em fazer isso. - Não tem necessidade para isso. - Ele se levantou e ajeitou a roupa em seu corpo. - Levante e vamos. O que tem de lindo, ele tem de arrogante. Senti meu
P.V. CHARLESHoje Filipe tirou o dia para me encher o saco. Ele queria um neto e eu arranjei um para ele, por que tem que continuar me estressando? Precisei voltar cedo da casa de campo. Minha cabeça dói e com as reclamações do Filipe só piorou para mim. Tenho que conviver com aquela mulher até que o bebê nasça, pelo menos ela não fala pelos cotovelos. É uma interesseira, mas uma interesseira na dela. Quando cheguei em sua casa, apressei os passos para entrar logo. Me avisaram que ele estaria no escritório, nem para receber o próprio filho.Filipe estava fumando seu charuto e apagou assim que me viu. Já vejo que a conversa será longa, ele só apaga o charuto quando o assunto é sério e ele está pronto para falar. Coitado dos meus ouvidos. Sentei na cadeira em sua frente e massageei as têmporas.– Charles, não me venha com essa cara. – Sua testa levemente enrugada mostra sua tensão. – Que história é essa que terei um neto? – Ele perguntou.– Você queria e eu consegui. – Dou de ombros. –
P.V. ALINE Essa casa é tão grande e mesmo assim não tem nada para se fazer nela. Tenho passado boa parte do tempo no meu quarto, procurando até estudar um pouco, mas estou bem desanimada para isso. Sem foco no momento, cheguei a procurar alguns trabalhos home office, mas nada no momento. Nunca achei que na casa de rico seria tão tédio assim. Charles e eu não temos conversado muito e também não procuro ter contato com ele. Conversamos o necessário. Não quero me estressar com suas indiretas do que ele pensa que eu sou. É lindo, mas é um arrogante, metido e chato. Sair do meu quarto andando pela casa, os próprios empregados vão me deixando um pouco agoniada. Eu sei que é o trabalho deles, mas está sendo bem chato ter alguém atrás de mim toda hora querendo saber se estou bem ou se quer alguma coisa. Se fosse no mínimo de uma a uma hora, mas é de dez em dez minutos. Ou menos. Ontem eu cheguei a ir até os cavalos e acariciei alguns. São mais lindos do que os outros, mas ainda não cheguei
P.V. CHARLES GRANTComo podem ter aceitado a Aline na clínica? Essa mulher é uma louca! Deveria estar no hospício e não solta por aí. Ela ainda teve a coragem de me ameaçar a chutar minha bolas. É uma desbocada sem classe alguma. Além de ter me molhado. Eu tive o trabalho de vir resgatá-la do rio para ela fazer isso? Ah, se ela não tivesse carregando um filho meu.Mas ela ainda tem muito para ouvir. Vou atrás dela. Quem ela pensa que é para virar as costas para mim e me deixar falando sozinho? Eu sei muito bem que gravidez não é doença, mas tem que ter suas coisas e é algo que ela não está fazendo. E ainda está querendo ser médica. Atrás do espelho vi a Aline encostada quando a parede com a mão na barriga. Viu já está passando mal, vou até ela mais parei quando escutei o que ela disse.&nda
Acordei sentindo que passou um caminhão por cima de mim. Essa cama é maravilhosa, mas hoje parece que dormi em cima de uma pedra. Tenho ficado estressada facilmente e com sono, muito sono. Vou para o banheiro, preciso de um banho. Quem sabe não relaxa um pouco, eu demorei mais tempo que o necessário. Mas foi muito bom. Estou sentindo meu corpo pesado. Respirei fundo e coloquei uma roupa. Sai do quarto em passos lentos, o banho ajudou um pouco, mas não estou animada.– Oi, querida. – Matilde se aproximou de mim. – Você está bem?Sorri para ela.– Só estou um pouco desanimada, mas estou bem.– Posso fazer alguma coisa por você…– Aline. – Olhei pra trás. Charles vinha com uma bolsa em mãos. – Suba e troque de roupa. – Ele me entregou a bolsa. – Vamos andar a cavalo hoje.Olhei para ele não a
P.V. CHARLES GRANTHoje eu acordei mais cedo do que o normal. Estavam precisando de mim na empresa e não teria como faltar. Sim, eu estava pensando em faltar hoje para tentar me acertar com a Aline. Não consegui dormir direito ontem, pensando que poderia ter julgado ela mal. Eu estou incomodado por saber que ela está chateada comigo. Não acho que deveria estar me sentindo assim. Posso não conhecer ela direito, mas ela também não me conhece.Eu nunca me importei com o que os outros pensavam sobre mim, ainda mais aqueles que não me conhecem bem o suficiente para poder dizer alguma coisa, mas com Aline está sendo diferente. Não sei o quão bom isso é. É possível que eu esteja tendo algum sentimento por ela ou é apenas por causa
P.V. CHARLES GRANT– Você é muito engraçadinha não é Aline? Continua rindo aí, mas sabe o que você é? Uma insensível! Não vê que eu estou tentando consertar as coisas entre a gente. Continua aí com as suas provocações, mas eu tentei.– Ah, vai se fazer de vítima agora?– Vítima? Você é realmente uma insensível levei tempo para preparar tudo isso.– O máximo de tempo que você gastou foi esperar que fizesse isso por você e forrou o lençol no chão. E eu não sou mais insensível!– Não importa gastei meu tempo. – Já estamos aos gritos um com o outro. – Você é sim um insensível. Não vê os sentimentos das emoções dos outros. Aposto que é por isso que você está solteira até hoje. Quer dinheiro para quê? Pagar alguém para namorar contigo?– Pagar alguém para namorar comigo? – Ela riu, mas dessa vez um sorriso de deboche. – Eu aposto que já namorei mais do que você, riquinho mimado. Eu não preciso pagar ninguém para estar comigo e já você, eu não duvido. Não precisa estar cheio de grana para ter