P.V. CHARLES GRANT
Como podem ter aceitado a Aline na clínica? Essa mulher é uma louca! Deveria estar no hospício e não solta por aí. Ela ainda teve a coragem de me ameaçar a chutar minha bolas. É uma desbocada sem classe alguma. Além de ter me molhado. Eu tive o trabalho de vir resgatá-la do rio para ela fazer isso? Ah, se ela não tivesse carregando um filho meu.
Mas ela ainda tem muito para ouvir. Vou atrás dela. Quem ela pensa que é para virar as costas para mim e me deixar falando sozinho? Eu sei muito bem que gravidez não é doença, mas tem que ter suas coisas e é algo que ela não está fazendo. E ainda está querendo ser médica. Atrás do espelho vi a Aline encostada quando a parede com a mão na barriga. Viu já está passando mal, vou até ela mais parei quando escutei o que ela disse.
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Acordei sentindo que passou um caminhão por cima de mim. Essa cama é maravilhosa, mas hoje parece que dormi em cima de uma pedra. Tenho ficado estressada facilmente e com sono, muito sono. Vou para o banheiro, preciso de um banho. Quem sabe não relaxa um pouco, eu demorei mais tempo que o necessário. Mas foi muito bom. Estou sentindo meu corpo pesado. Respirei fundo e coloquei uma roupa. Sai do quarto em passos lentos, o banho ajudou um pouco, mas não estou animada.– Oi, querida. – Matilde se aproximou de mim. – Você está bem?Sorri para ela.– Só estou um pouco desanimada, mas estou bem.– Posso fazer alguma coisa por você…– Aline. – Olhei pra trás. Charles vinha com uma bolsa em mãos. – Suba e troque de roupa. – Ele me entregou a bolsa. – Vamos andar a cavalo hoje.Olhei para ele não a
P.V. CHARLES GRANTHoje eu acordei mais cedo do que o normal. Estavam precisando de mim na empresa e não teria como faltar. Sim, eu estava pensando em faltar hoje para tentar me acertar com a Aline. Não consegui dormir direito ontem, pensando que poderia ter julgado ela mal. Eu estou incomodado por saber que ela está chateada comigo. Não acho que deveria estar me sentindo assim. Posso não conhecer ela direito, mas ela também não me conhece.Eu nunca me importei com o que os outros pensavam sobre mim, ainda mais aqueles que não me conhecem bem o suficiente para poder dizer alguma coisa, mas com Aline está sendo diferente. Não sei o quão bom isso é. É possível que eu esteja tendo algum sentimento por ela ou é apenas por causa
P.V. CHARLES GRANT– Você é muito engraçadinha não é Aline? Continua rindo aí, mas sabe o que você é? Uma insensível! Não vê que eu estou tentando consertar as coisas entre a gente. Continua aí com as suas provocações, mas eu tentei.– Ah, vai se fazer de vítima agora?– Vítima? Você é realmente uma insensível levei tempo para preparar tudo isso.– O máximo de tempo que você gastou foi esperar que fizesse isso por você e forrou o lençol no chão. E eu não sou mais insensível!– Não importa gastei meu tempo. – Já estamos aos gritos um com o outro. – Você é sim um insensível. Não vê os sentimentos das emoções dos outros. Aposto que é por isso que você está solteira até hoje. Quer dinheiro para quê? Pagar alguém para namorar contigo?– Pagar alguém para namorar comigo? – Ela riu, mas dessa vez um sorriso de deboche. – Eu aposto que já namorei mais do que você, riquinho mimado. Eu não preciso pagar ninguém para estar comigo e já você, eu não duvido. Não precisa estar cheio de grana para ter
P.V. ALINETerminei o meu café da manhã e juntei o que tinha sujado e fui até a pia para poder lavar. Eu mal abri a torneira e uma empregada da casa veio até mim. Respirei fundo, porque já sei o que iria acontecer. É só uma moça que eu poderia muito bem lavar.- Pode deixar que eu cuido disso, senhorita Aline. - Ela não deixou contrariar e começou a lavar a louça. - Você deseja mais alguma coisa? Quer comer algo?- Acabei de tomar o café da manhã.- Se quiser alguma fruta ou beber alguma coisa pode me avisar que pego para você.Apenas sorri em agradecimento e suspirei saindo da cozinha. Sei que ela não deixaria eu fazer nada ali e que esse é o trabalho dela, mas não posso negar que isso me estressa. Nessa casa deve ter uns sete empregados sem contar com a Matilde. A Matilde até dá para relevar, ela parece notar que eu não gosto muito de toda essa atenção e gente fazendo coisas para mim o tempo todo. Ao contrário dos outros, se eu respiro alto já tem um na minha cola e querendo saber s
P.V. CHARLES GRANTHoje faz quase duas semanas que Aline e eu não nos falamos. Não mandei os empregados voltarem, mas manteve a Matilde aqui. Depois das palavras da Aline me senti bem mal e ver a reação que causei nessa... É um sentimento que nunca senti. Fiquei uns dois dias sem voltar para casa de campo. Eu não queria vê-la chorar e ser o motivo. Sei bem que naquele dia quando ela saiu da cozinha, Aline se segurou para não chorar na minha frente.Isso me deixou pior.Não conseguia tirar essa imagem na cabeça. Na hora eu sabia que se falasse alguma coisa poderia ser interpretado mal e bem não sabia o que dizer para ela, mesmo que no fundo eu quisesse dizer alguma coisa. Algo que de algum jeito ela fosse se senti bem. Não queria vê-la daquele jeito. Não quero ser o motivo da sua tristeza. Matilde ouviu toda nossa discussão naquele dia e pediu para que eu ficasse quando fui em direção ao meu carro, eu só pedi para que ela cuidasse da Aline e fui embora.Voltei dois dias depois e mesmo
P.V. ALINECharles tem mudado bastante nesses últimos dias. Vejo que ele está realmente querendo tentar e quando vemos que estamos quase brigando, ele muda o foco da conversa. Não é só ele que está querendo paz. Meu humor vem mudando constantemente e está sendo totalmente novo para mim e para ele. Charles na maioria das vezes tem sido compreensível com a ajuda de Matilde é claro, ela vem ajudando nós dois. Às vezes estou surtando do nada, Charles fica sem saber o que fazer e só ela para me acalmar. Mas não posso negar que gosto de ter ele por perto. Charles não é tão ruim quanto eu pensei.Minha mãe começou o tratamento dela e acordei mais animada com essa notícia. Estou muito esperançosa e confiante. Charles ainda não estava na cozinha para tomar o café. Vou até a geladeira para pegar a caixinha de leite condensado e em cima da mesa pega um pedaço de melancia. Coloquei uma pequena quantidade de leite condensado em cima da melancia e dei uma mordida. Está maravilhoso. Faço isso umas t
P.V. CHARLES GRANTEu sabia que ela não iria aguentar ver o filme e dormiu bem rápido. Puxei a coberta para cobrir seu corpo, hesitei um pouco mais levei minha mão ao seu rosto. Aline dormia tranquilamente. Talvez não seja uma boa ideia continuar aqui e ela estando dormindo, mas eu não queria sair dali agora.Hoje ela me deu um grande susto. Aline precisa mesmo comer aquelas coisas estranhas? Ela se mexeu e eu parei com o carinho. Quando tive certeza que ela estava dormindo, me ajeitei na cama e acabei dormindo também. Quando acordei estava mais perto da Aline do que um dia imaginei, abracei ela por trás e estou com o rosto no seu cabelo. Ela tem um cheiro tão bom e eu não resisto trazendo ela para mais perto de mim. Cada vez fica difícil de acreditar que não esteja me apaixonando por ela. Aline é difícil de lidar, mas também não sou a pessoa mais fácil do mundo.Passei meu nariz entre seu cabelo. Sorri. Aline, o que você está fazendo comigo? Vou mesmo me permitir ter esse sentimento?
P.V. CHARLES – Matilde! – Aline grita e abraça Matilde. – Oi, querida. – Matilde retribui o abraço. – Como você está? – Bem, mas confesso que um dia longe senti falta da sua comida. Revirei os olhos. Comprei comida no melhor restaurante da cidade, e só foi um dia longe da Matilde, não é possível estar com tanta falta assim. Não vejo essa aminação toda quando está comigo. – Nenhum restaurante vai conseguir superar minha culinária. – Matilde diz se gabando. Elas ficaram um bom tempo conversando e nosso café da manhã foram juntos. Depois Aline queria andar de cavalo e eu cedi, ela foi em um cavalo e eu em outro, não resisti e dei uns gritos com ela. Quando Aline correu com o cavalo, ela faz isso de propósito. Não é possível. Aline riu tanto, mas tanto que pensei que teria que levar ela para o hospital de novo. – Não! Só mais um pouco. – Aline diz, ainda rindo. Ajudei ela a descer do cavalo. – Não, chega por hoje. Ela suspirou, colocando a mão na barriga. – Ok. Foi bom enquanto