— Você é culpada de tudo! Saiu dos quietos dia inferno para destruir a minha vida. — Rosângela dava passos em nossa direção. Senti o corpo do Charles tenso com a aproximação dela. — Não será meu filho que morrerá hoje e sim você. Tudo vai se resolver. Tudo vai se resolver…Ela ficou repetindo as mesmas, parando no meio da sala.— Meu plano era perfeito. — Rosângela encostou a arma na própria cabeça. — Eu fui a responsável! É por minha causa, meu filho é a ligação direta dessa família. Tudo seria meu, só meu.Olhou para Damian com tamanho desprezo. — Abandonou sua própria mãe, como pode?— Como você mesmo disse… tenho o sangue dele. — Damian respirou fundo. — A única coisa boa que você fez na vida e agradeço grandemente… porque tenho vergonha de ser seu filho.— Ver… Vergonha? Sou uma péssima mãe por te dar um futuro brilhante?! Damian… eu não merecia isso! Não merecia. — Ela me olha. — Então darei motivo para sentir raiva de mim, meu amor. A morte da Aline será por sua causa…— Não…
A vida é uma caixinha de surpresa, podemos dizer que é um sopro? Um dia estamos aqui e no dia seguinte não temos certeza do que pode acontecer. O que anima tudo é o drama e aventura que percorremos ao longo do caminho, as pessoas costumam usar a palavra 'complicado' para alguma fase da sua vida. Acredito que não entendem que quem complica é a gente. Tomamos decisões e temos as consequências que acompanha.Nunca achei que me apegaria a Loretta Grant, essa mulher me contou segredos que seus filhos nem imaginam e partiu me deixando como sua confidente. Lembro de segurar em suas mãos depois que cada um da família teve o seu momento com ela, um momento para se despedir. Eu não queria… não podia dizer adeus a ela. Parecia que passei minha vida toda com aquela mulher e não passou de alguns meses de vida ao seu lado. E sabia que queria ter mais, mais do seu tempo e dizer todas as vezes que ela precisava ser a mulher que essa família precisava ter.Quando foi na minha vez, sobre cada degrau s
Filipe entrou na minha sala e comecei a sentir dor de cabeça antes mesmo dele falar alguma coisa. Acreditei que dando um neto a ele, Felipe sairia do meu pé, mas agora cisma com a forma que escolhi ter o bebê. Eu queria que as coisas melhorassem e não ter mais encheção de saco. Ele queria um neto, agora tem um neto! Meu trabalho está atrasado e para meu pai ter se dado o trabalho de vir até a empresa… Mais dor de cabeça para mim. Esse velho está com muito tempo de sobra. – Como vai a barriga de aluguel? – Ele perguntou em um tom debochado e sentou na cadeira na minha frente. Tirei os olhos dos papéis em minha mão e olhei para ele. – Ela tem nome. – E isso importa? – Ele está me testando. – Se importa como a chamo ou a deixo de chamar? – O que quer aqui? – Vou direto ao assunto. O jeito que Filipe fala da Aline me dá nervos. – Como um ótimo avô que sou, estou aqui para saber do meu neto… – Deveria ter pensado nisso antes de ir até minha casa e falar merda. Certas coisas deveria
– Meus parabéns, Aline. – Minha professora me parabeniza. – Não tenho mais o que elogiar. Suas notas são perfeitas. – Ela me olhou sorrindo. – Eu tenho muito orgulho de você. – Muito obrigada. – Eu agradeci e sorri. Tenho me saído muito bem nas matérias e fico feliz comigo mesmo pelo meu desempenho. Ela me entregou a prova corrigida e eu guardei em minha bolsa. Me despedir e vou em direção a porta para poder ir embora. – Olha, a aluna de medicina preferida. – Dou um pulo ao passar pela porta e Shari apareceu do nada. – Não é novidade para ninguém que você é a aluna perfeita dessa faculdade. Com a mão ainda contra o peito, eu respiro fundo. Shari sempre surgia do nada. Shari Watkins é minha melhor amiga, ela é estudante de fisioterapia. Uma mulher bem agitada, mas às vezes me questiono como ela consegue ter tanta energia assim. Somos amigas desde do meu primeiro ano de faculdade. Estamos no terceiro ano. Pode-se dizer que Shari e eu somos um pouco parecidas na aparência. Ambas com
Estou em frente à clínica que faz inseminação artificial. Passei tantas vezes por aqui e acreditava ser uma simples empresa que tem esse serviço. Depois que Shari me falou mais sobre ser barriga de aluguel comecei a pesquisar mais sobre essa empresa. Essa clínica faz trabalho personalizado para essas pessoas ricas que querem ter filhos. Também corre o risco de não ser aceita, acontece todo um processo, mas não é demorado. No começo eu fiquei com dúvida em vir até aqui, passei a ver matérias sobre Barriga de Aluguel. Alguns casos não deram certo pois as mães não queriam entregar os bebês ou até mesmo aparecer anos depois querendo a criança. Procurei focar na parte em que dar certo e que a mãe não precisa passar por um processo mais tarde. No caso eu evitando problemas no futuro. Ainda fico em dúvida se vou ter coragem de entregar a criança, mas foi uma dúvida totalmente passageira. Minha mãe precisa de mim agora e sei como conseguir o dinheiro, não vou contar para ninguém sobre ser bar
P.V. CHARLES GRANT – Senhor Grant, o senhor Filipe Grant está na linha. – Minha secretária aparece na porta e me avisa. – Diga que estou ocupado. – Respondi sem tirar os olhos da tela do meu notebook. – Ele insiste, senhor. Suspirei. – Pode passar a ligação. Ela faz um aceno de cabeça concordando e sai da minha sala. Não estou nada empolgado para mais uma conversa com meu pai, o assunto será o mesmo. Ele precisa entender que a vida é minha e se quero ou não ter filhos é uma decisão minha e não dele. Reconheço que está ficando um velho manhoso, mas podia escolher outra pessoa para atormentar e não a mim. Levei o telefone a orelha e logo me arrependi de não ter inventado outra desculpa para não atender aquele telefone. – Garoto, garoto, você por acaso acha que eu nasci ontem? – Ele começou a reclamar. – Acha mesmo? Sei que você está na empresa. Até porque você só sabe ficar nesse lugar. – Que ironia, não? – Massageie as têmporas. Passei boa parte da minha infância vendo meu pai
P.V. ALINE Ele realmente acabou de me oferecer trezentos mil dólares? E por acaso ele tem ideia de quanto é isso? É claro que ele tem ideia, não é nada para o seu bolso. Um trocado apenas, deve pensar que sou uma pobre coitada. Charles está me oferecendo $300000 para sumir da vida do bebê. Automaticamente coloquei a mão na barriga, mas logo disfarcei e coloquei a mão no meu colo. De qualquer jeito, o filho é dele. - Eu gostaria de falar com os meus pais antes de ir para sua casa de campo. - Percebi a expressão em seu rosto mudar e rapidamente completei. - Não vou contar nada sobre ser a barriga de aluguel. Só peço um tempo para poder me despedir. Cumprirei o contrato, pode ter certeza. Achei melhor seguirmos para o assunto principal. Até porque dinheiro eu não estou podendo recusar, mesmo não me sentindo nada bem em fazer isso. - Não tem necessidade para isso. - Ele se levantou e ajeitou a roupa em seu corpo. - Levante e vamos. O que tem de lindo, ele tem de arrogante. Senti meu
P.V. CHARLESHoje Filipe tirou o dia para me encher o saco. Ele queria um neto e eu arranjei um para ele, por que tem que continuar me estressando? Precisei voltar cedo da casa de campo. Minha cabeça dói e com as reclamações do Filipe só piorou para mim. Tenho que conviver com aquela mulher até que o bebê nasça, pelo menos ela não fala pelos cotovelos. É uma interesseira, mas uma interesseira na dela. Quando cheguei em sua casa, apressei os passos para entrar logo. Me avisaram que ele estaria no escritório, nem para receber o próprio filho.Filipe estava fumando seu charuto e apagou assim que me viu. Já vejo que a conversa será longa, ele só apaga o charuto quando o assunto é sério e ele está pronto para falar. Coitado dos meus ouvidos. Sentei na cadeira em sua frente e massageei as têmporas.– Charles, não me venha com essa cara. – Sua testa levemente enrugada mostra sua tensão. – Que história é essa que terei um neto? – Ele perguntou.– Você queria e eu consegui. – Dou de ombros. –