Parte 11...AuroraDepois Domenico subiu e me beijou. Eu senti meu gosto em sua boca e isso me deu vontade de chorar, mas me segurei. Ele acariciava meu corpo devagar e cada ponto que me tocava, me fazia sentir a mulher mais feliz do mundo, mesmo eu sabendo que isso tinha um tempo para acabar.Estiquei a mão e encontrei seu membro, tocando seu comprimento até sua base e comecei a fazer movimentos. Ele gemeu contra minha boca e depois se posicionou melhor entre minhas pernas e se afundou em minha carne.Foi como se eu estivesse no céu de tão bom. Ele entrava e saía de mim sem pressa, como eu disse que queria. Nosso sexo calmo, baunilha. Com penetrações longas, demoradas. Ele deslizava dentro e fora de meu corpo com um ritmo constante.Nós dois gememos quase que por igual, nosso som enchendo o quarto. Olhei para as cortinas que balançavam com o vento entrando e o momento foi mágico pra mim. Eu guardaria mais esse comigo.Domenico saiu de cima de mim e me virou de lado, voltando a me pen
Parte 12...Domenico— Podemos comprar amanhã quando eu for te levar de volta para casa.— Não, Domenico - ela ergueu a mão — É melhor que eu tome logo, pra evitar problemas. Essas pílulas levam de vinte e quatro até setenta e duas horas, então se for mais cedo, é bem melhor - foi para o banheiro.Fui atrás dela.— Sai daqui, Domenico. Eu vou tomar um banho pra gente sair logo.— Eu sei, também quero tomar um banho.— Então espere ou vá no outro banheiro.— Aurora, não precisa ficar nervosa. Você já fez isso uma vez e nada aconteceu,lembra?— É diferente - me respondeu.— Diferente por que? - abri o box — É a mesma situação - ela me pareceu mais preocupada do que o normal.— Ai, por nada - agitou a mão — Vá tomar banho. Eu vou depois.— Se você quer agilizar, então entre comigo e tomamos banho juntos.Ela ia reclamar, mas eu não lhe dei chance e a puxei para dentro, fechando o box e abrindo o chuveiro.— Meu cabelo, Domenico! - saiu de lado.— Desculpe - peguei sua mão — Vem, vamos to
Parte 1...Aurora Deluca - Nove anos de idadeEu me assustei e abri os olhos depressa, olhando de um lado para outro na escuridão do meu quarto. Só a luz do banheiro iluminava um pouco com a porta aberta. Sentei. Ouvi um barulho e depois entendi que era um choro. Meu coração deu uma batida forte. Eu sabia de quem era o choro.Era minha mãe. De novo.E isso só significava uma coisa. Meu pai estava em casa. E aos nove anos, eu já não me sentia feliz quando ele chegava.Eu amo meu pai, mas ele não é uma pessoa fácil. Ou boa. Tenho medo dele, sempre tive. Ele não gosta de mim e eu sinto isso. Eu sei que tenho só nove anos, mas minha mãe sempre me diz que sou muito esperta e inteligente.E por isso eu sei que ele não gosta de mim. Não sei porque, não me lembro de ter feito algo errado. Sou uma menina obediente, estudo e gosto de ajudar mamãe.Me assustei de novo quando ouvi um som alto, parecendo uma queda. Pulei da cama, as mãos cruzadas em meu peito e andei devagar ate a porta do quarto
Parte 2...Aurora— Minha filha querida.Me virei e vi minha mãe, ao lado de um homem todo de branco. Acho que era um médico. Ele se aproximou de mim e pegou uma lanterninha fina, abrindo meus olhos e quase me deixando cega com aquela luz.— Como ela está, doutor? - minha mãe ficou ao meu lado.— As pupilas estão bem e os exames não mostram nada mais grave - ele suspirou parecendo aborrecido — Mas a senhora sabe que a polícia vai questionar o ocorrido. Sua filha está muito machucada.A cara que minha mãe fez foi de nervosismo. Eu a conheço. — Sim, eu sei - ela tentou dar um pequeno sorriso e olhou pra mim — É que minha Aurora é muito danada e não fica quieta - segurou meu braço — Foi mais um susto grande que ela nos deu, não foi, meu amor?Eu entendi que ela queria que eu mentisse. Apertou meu braço de leve, só com um toque. Eu concordei com a cabeça e ainda assim, o médico me olhou de um jeito desconfiado.— Nós temos alguns cães na casa - ela contou, meio sem jeito — E Aurora estav
Parte 3...Aurora— Me promete que você não vai contar o que houve pra ninguém, filha - ela me pedia com uma certa tristeza na voz — De forma alguma seu tio Pietro pode saber disso... Ele vai... Mandar seu pai embora - ela sentou na cama ao meu lado — E... Ele vai nos matar, você entende, não é querida? Seu pai vai nos matar se isso sair de casa... - ela engoliu pesado.O que eu poderia dizer? Meu coração está apertado e dói mais do que os machucados em meu corpo. Minha mãe está com medo, eu vejo e sinto isso. Eu também estou. Eu só tenho nove anos, o que posso fazer?Eu posso ser nova, mas eu sei que isso é errado e que minha mãe não deveria pedir isso pra mim. Mas ela pediu.— Está bem, mamãe... - respondi com tristeza e já chorando. A abracei — Eu não vou contar pra ninguém, eu prometo.— Nem mesmo para a Diana, me promete? Ela pode contar ao pai.Diana é a minha melhor amiga. Ela é filha mais nova de meu tio Pietro e a gente sempre se deu muito bem. Nascemos quase no mesmo dia e n
Parte 4...Aurora - hoje em diaBocejei e me espreguicei. Eu já tinha acordado há uns quinze minutos, mas a preguiça me pegou de jeito. O voo até que foi tranquilo, tirando o cara ao meu lado, que ficou puxando conversa, até que eu coloquei os fones de ouvido e ele finalmente entendeu que eu não queria conversar.Não há voos diretos e frequentes saindo da Calábria para Palermo. Tive que fazer uma conexão em Roma e isso demora mais umas três horas, então no total, fico cerca de cinco horas, pra ir e voltar. Mas vale a pena a ida.Eu poderia ter voltado de avião particular, que Carlo me ofereceu, como outras vezes, mas achei melhor não. Apesar dele ser um homem muito legal comigo e de termos uma certa amizade, sei que meu pai iria me encher a paciência se eu ficasse usando esse favor, todas as vezes em que eu fosse até Palermo para visitar Diana, que agora tem um lindo garotinho de nove meses.O pequeno é um pouco dos dois. Os olhos e o nariz são iguais aos do pai, Carlo. Já o cabelo, a
Parte 5... Aurora— Aurora, o que você tem?— Não sei, Gisele - suspirei e apoiei as mãos na bancada, olhando meu reflexo — Eu me sinto desanimada.— Mas você acabou de chegar de Palermo. A viagem não foi boa?— Foi sim, foi ótima - saí e ela veio atrás de mim — É só que... Sei lá... Eu fiquei feliz em ver a Diana com o Giancarlo e como ela está bem com o marido. Isso foi bem legal.— Então, não entendi querida.Entrei no closet para escolher uma roupa.— Ai, Gisele... Eu não sei, talvez eu esteja só exagerando ou então é cansaço mesmo.Não é bem um cansaço normal. É que já faz um tempinho que minha vida meio que deu uma estagnada em alguns pontos. E também, eu já deveria ter saído dessa casa há muito tempo, mas não o fiz para não deixar minha mãe sozinha com esse homem cruel que por um azar, é meu pai. Triste verdade.— Aconteceu alguma coisa por lá que te deixou aborrecida?Olhei para ela com um pequeno sorriso. — De certa forma... Mas é algo que eu já sabia que iria acontecer, nã
Parte 6...AuroraQuando vi o que ele fez, minha mãe gritar e abaixar o rosto machucado, esqueci que ele era meu pai de vez.— É bom que você me mate - eu quase rosnei, apontando o dedo — Porque se me deixar de pé, eu vou sair por aí, contando a cada pessoa que eu encontrar, o homem covarde, mentiroso e abusador que você é! - bati o pé no chão.De imediato a cara dele mudou. Piorou, na verdade. Seus olhos se apertaram e ele comprimiu os lábios, erguendo o punho fechado.— Sua vagabunda abusada - sua voz saiu rouca — Todos esses anos eu tive que aguentar você em minha casa, fingir que gosto de você e para quê? Você não serve pra nada, é igual a sua mãe... Uma qualquer, que se deita com qualquer um e por isso aquele idiota do Domenico Barone se deita com você, mas nunca te assume - jogou o cinto no chão — Você não presta nem para arranjar um casamento rentável, como fez Diana - se afastou de mim — Ela sim, deu orgulho ao pai dela, não é uma puta como você.Aquilo doeu, não vou negar, ma