2. Do I wanna know?

Dante Baldini

Todos estávamos muito chocados e tristes com a notícia do falecimento da Dona Maria. Ela era uma mãe para todos da máfia, e eu cresci comendo os queijos que ela fazia enquanto meu pai trabalhava para seu marido e depois para Dom Nero.

A noite estava agitada na sede da família Marchetti, muitas conversas e o som suave de uma música italiana melancólica tocando ao fundo, segui até a cozinha onde os homens do conselho estavam debatendo o que será feito agora:

— Nero, me escuta meu irmão, o pai não pode ficar nessa casa enorme somente com empregados. A mãe se foi, e ele precisa de alguém da família junto. Alguém tem que levar ele para casa. — Dizia o o Vincente, filho mais velho de Dom Leone, para seu irmão.

Peguei um copo me servi de whisk e sentei na banqueta arrás de Vincente. Fiquei quieto observando os irmãos Marchetti discutirem o que irão fazer com o acamado pai.

— Essa é a casa dele, ele já perdeu a mama, não perderá também o seu lar. Vamos dar um jeito, revezamos em fazer companhia. Porra, ele tem 6 filhos, os filhos podem vir até aqui e ficar uns dias! — claramente Nero estava irritado com seu irmão. O coitado era forte, mas perdeu a mãe e ainda tinha que botar ordem na casa.

— é fácil falar, mas eu tenho as minhas coisas para fazer, não posso ficar me deslocando até aqui o tempo todo! E outra, o tanto de gasto que essa casa dá, para que tantos carros na garagem, vamos vender tudo e dividir entre os irmãos. — na hora eu peguei minha arma e fiquei imaginando dando um tiro atrás da cabeça de Vicente, que homem que me dava repulsa.

Nunca engoli os irmãos de Nero, ainda bem o conselho que abriu exceção e deixou Nero ser o novo dom, por que se fosse deixar nas mãos desse gordo nojento a família tinha acabado. O homem só pensa em dinheiro, mas é burro igual uma porta e preguiçoso igual um porco. Vive se gabando de ser da máfia italiana, e inventando histórias por aí, o homem fala demais e sempre sobra para Dom Nero ir resolver seus pepinos.

Levei um susto quando Nero bateu a mão na mesa e gritou:

— NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA! NINGUÉM VAI TIRAR O PAI DA CASA DELE!

Um silêncio se instalou na cozinha, deu para ver o respeito que todos naquele cômodo tinham por meu chefe. Estava distraído com meus próprios pensamentos quando meu olhos se ficaram nela.

Ela entrou no salão com uma confiança silenciosa que a destacava da multidão. Seus cabelos escuros caíam em ondas suaves pelos ombros, e seus olhos escuros e grandes, eram como enigmas que desafiavam a ser desvendados. Vestia-se com um vestidorosa, delicado que acentuava sua beleza e mistério.

Eu não podia tirar os olhos dela. Ela se aproximou e todos olharam para ela e como se sentisse o meu olhar intenso sobre ela, seus olhos encontraram os meus. Eu engoli em seco, sentindo-se como se estivesse prestes a se afogar naquele oceano de olhos profundos.

Eu não sei o que aconteceu, mas não conseguia parar de olhá-la, ela tinha algo diferente. Parecia envergonhada e isso a deixava mais linda ainda, estava mordendo o lábio, e eu não pude deixar de imaginar qual seria o gosto de morder aqueles lábios.

Eu vivia com putas por aí, mas aquela não aparentava ser uma e de alguma forma eu só imaginava o que poderia fazer com ela no meu quarto.

Ela me encarou, e vi que algo mudou nos seus olhos também, ficou corada. Por dentro das minhas calças meu pau latejou de tesão. Que loucura! Quem é essa menina?

Ela assentiu para mim e voltou os olhos para Nero quando ele a abraçou dizendo:

— Principessa mia! Finalmente você chegou! Dá um abraço no seu pai! — como assim essa é a filha de dom Nero???

Eu sempre soube que ele tinha uma filha no Brasil, que a menina vinha visitar a família todo ano, mas ele sempre resguardou ela e não queria que ela tivesse conhecimento de como funcionava a máfia. Assim, eu nunca a conheci.

— Oi pai! Que saudades! Está tudo bem aqui? — provavelmente ela deve ter ouvido seu pai brigando.

— Claro filha! Estamos só conversando, mas já resolvemos tudo não é mesmo Vincente?

— Sim, Dom Nero. Olá Catarina! Como você cresceu, está uma mulher linda.

Ela parecia tímida, deu um meio sorriso para seu tio, e saiu da sala acompanhada de Gia, minha cunhada. Era surreal como a minha família e a família Marchetti estavam sempre envolvidas, entrelaçadas, desde pequeno cresci com meu envolvido na máfia e acabou que as duas famílias viraram uma só grande família. Eu tinha muito orgulho de fazer parte dessa tradição, eu acreditava que a tradição da máfia italiana está acima das nossas vontades individuais. Era isso que mantinha a ordem. E assim como meus irmãos, eu estava prometido a casar com Beatrice, de outra família tradicional.

Eu já estou com 28 anos, já deveria ter casado pela idade, mas meus irmãos mais velhos tiveram problemas nos seus acordos de casamento o que fez atrasar toda a minha situação. Mas tudo bem, no fundo eu não fazia muita questão de ter uma esposa, os meus desejos sexuais eu satisfazia com as putas do bordel.

Mesmo tendo as putas que eu quiser a hora que quiser, nunca fiquei desse jeito como estou agora. Incapaz de resistir à atração magnética, me levanto e caminho até a sala, escolho um canto e sento observando Gia e sua sobrinha, que também não para de olhar pra mim e logo sorri, um sorriso que continha promessas e segredos.

Ela tinha uma aura de sofisticação e mistério que o atraía como um ímã. Ele queria conhecê-la melhor, desvendar os segredos que pareciam escondidos sob a superfície.

O que será que ela está pensando? Bom, provavelmente não é a mesma coisa que eu, que só penso em segurar seus cabelos enquanto seus lábios me chupam.

Dios Mio! Estou ficando louco, se o Dom Nero imaginar o que quero fazer com a principessa dele, eu sou um homem morto!

Se bem, que se fosse para poder sentir o gosto daquela mulher, eu morreria tranquilamente.

A noite avançou, e eu não conseguia sair de perto dela, como se estivesse sendo puxado por um destino inescapável. Eu não conseguia evitar pensar em como aquela mulher recém chegada havia entrado em sua vida de maneira tão inesperada e arrebatadora. E, naquele momento, ele sabia que estava disposto a seguir essa intrigante jornada, onde quer que ela os levasse.

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