Dante Baldini
Todos estávamos muito chocados e tristes com a notícia do falecimento da Dona Maria. Ela era uma mãe para todos da máfia, e eu cresci comendo os queijos que ela fazia enquanto meu pai trabalhava para seu marido e depois para Dom Nero.A noite estava agitada na sede da família Marchetti, muitas conversas e o som suave de uma música italiana melancólica tocando ao fundo, segui até a cozinha onde os homens do conselho estavam debatendo o que será feito agora:— Nero, me escuta meu irmão, o pai não pode ficar nessa casa enorme somente com empregados. A mãe se foi, e ele precisa de alguém da família junto. Alguém tem que levar ele para casa. — Dizia o o Vincente, filho mais velho de Dom Leone, para seu irmão.Peguei um copo me servi de whisk e sentei na banqueta arrás de Vincente. Fiquei quieto observando os irmãos Marchetti discutirem o que irão fazer com o acamado pai.— Essa é a casa dele, ele já perdeu a mama, não perderá também o seu lar. Vamos dar um jeito, revezamos em fazer companhia. Porra, ele tem 6 filhos, os filhos podem vir até aqui e ficar uns dias! — claramente Nero estava irritado com seu irmão. O coitado era forte, mas perdeu a mãe e ainda tinha que botar ordem na casa.— é fácil falar, mas eu tenho as minhas coisas para fazer, não posso ficar me deslocando até aqui o tempo todo! E outra, o tanto de gasto que essa casa dá, para que tantos carros na garagem, vamos vender tudo e dividir entre os irmãos. — na hora eu peguei minha arma e fiquei imaginando dando um tiro atrás da cabeça de Vicente, que homem que me dava repulsa.Nunca engoli os irmãos de Nero, ainda bem o conselho que abriu exceção e deixou Nero ser o novo dom, por que se fosse deixar nas mãos desse gordo nojento a família tinha acabado. O homem só pensa em dinheiro, mas é burro igual uma porta e preguiçoso igual um porco. Vive se gabando de ser da máfia italiana, e inventando histórias por aí, o homem fala demais e sempre sobra para Dom Nero ir resolver seus pepinos.Levei um susto quando Nero bateu a mão na mesa e gritou:— NÃO É ASSIM QUE FUNCIONA! NINGUÉM VAI TIRAR O PAI DA CASA DELE!Um silêncio se instalou na cozinha, deu para ver o respeito que todos naquele cômodo tinham por meu chefe. Estava distraído com meus próprios pensamentos quando meu olhos se ficaram nela.Ela entrou no salão com uma confiança silenciosa que a destacava da multidão. Seus cabelos escuros caíam em ondas suaves pelos ombros, e seus olhos escuros e grandes, eram como enigmas que desafiavam a ser desvendados. Vestia-se com um vestidorosa, delicado que acentuava sua beleza e mistério.Eu não podia tirar os olhos dela. Ela se aproximou e todos olharam para ela e como se sentisse o meu olhar intenso sobre ela, seus olhos encontraram os meus. Eu engoli em seco, sentindo-se como se estivesse prestes a se afogar naquele oceano de olhos profundos.Eu não sei o que aconteceu, mas não conseguia parar de olhá-la, ela tinha algo diferente. Parecia envergonhada e isso a deixava mais linda ainda, estava mordendo o lábio, e eu não pude deixar de imaginar qual seria o gosto de morder aqueles lábios.Eu vivia com putas por aí, mas aquela não aparentava ser uma e de alguma forma eu só imaginava o que poderia fazer com ela no meu quarto.Ela me encarou, e vi que algo mudou nos seus olhos também, ficou corada. Por dentro das minhas calças meu pau latejou de tesão. Que loucura! Quem é essa menina?Ela assentiu para mim e voltou os olhos para Nero quando ele a abraçou dizendo:— Principessa mia! Finalmente você chegou! Dá um abraço no seu pai! — como assim essa é a filha de dom Nero???Eu sempre soube que ele tinha uma filha no Brasil, que a menina vinha visitar a família todo ano, mas ele sempre resguardou ela e não queria que ela tivesse conhecimento de como funcionava a máfia. Assim, eu nunca a conheci.— Oi pai! Que saudades! Está tudo bem aqui? — provavelmente ela deve ter ouvido seu pai brigando.— Claro filha! Estamos só conversando, mas já resolvemos tudo não é mesmo Vincente?— Sim, Dom Nero. Olá Catarina! Como você cresceu, está uma mulher linda.Ela parecia tímida, deu um meio sorriso para seu tio, e saiu da sala acompanhada de Gia, minha cunhada. Era surreal como a minha família e a família Marchetti estavam sempre envolvidas, entrelaçadas, desde pequeno cresci com meu envolvido na máfia e acabou que as duas famílias viraram uma só grande família. Eu tinha muito orgulho de fazer parte dessa tradição, eu acreditava que a tradição da máfia italiana está acima das nossas vontades individuais. Era isso que mantinha a ordem. E assim como meus irmãos, eu estava prometido a casar com Beatrice, de outra família tradicional.Eu já estou com 28 anos, já deveria ter casado pela idade, mas meus irmãos mais velhos tiveram problemas nos seus acordos de casamento o que fez atrasar toda a minha situação. Mas tudo bem, no fundo eu não fazia muita questão de ter uma esposa, os meus desejos sexuais eu satisfazia com as putas do bordel.Mesmo tendo as putas que eu quiser a hora que quiser, nunca fiquei desse jeito como estou agora. Incapaz de resistir à atração magnética, me levanto e caminho até a sala, escolho um canto e sento observando Gia e sua sobrinha, que também não para de olhar pra mim e logo sorri, um sorriso que continha promessas e segredos.Ela tinha uma aura de sofisticação e mistério que o atraía como um ímã. Ele queria conhecê-la melhor, desvendar os segredos que pareciam escondidos sob a superfície.O que será que ela está pensando? Bom, provavelmente não é a mesma coisa que eu, que só penso em segurar seus cabelos enquanto seus lábios me chupam.Dios Mio! Estou ficando louco, se o Dom Nero imaginar o que quero fazer com a principessa dele, eu sou um homem morto!Se bem, que se fosse para poder sentir o gosto daquela mulher, eu morreria tranquilamente. A noite avançou, e eu não conseguia sair de perto dela, como se estivesse sendo puxado por um destino inescapável. Eu não conseguia evitar pensar em como aquela mulher recém chegada havia entrado em sua vida de maneira tão inesperada e arrebatadora. E, naquele momento, ele sabia que estava disposto a seguir essa intrigante jornada, onde quer que ela os levasse.Catarina MarchettiEu estava na sala, cumprimentando a todos e percebi que os olhos daquele cara não paravam de me seguir.— Catarina, essa aqui é a minha cunhada Cecília, ela é dois anos mais velha que você, vocês vão se dar muito bem! — disse minha tia Gia, enquanto uma menina que parecia ser bem mais nova que eu me cumprimentava.— Oi! Meus pêsames pela sua nonna, mas eu estou muito feliz que você está aqui, sempre quis te conhecer! Seu pai fala muito de você — disse toda sorridente.— Obrigada! Espero que ele fale bem — dei uma risadinha enquanto tentava disfarçar o olhar para o canto da sala.Pelo jeito eu não disfarcei muito bem, por que minha tia se virou olhando na mesma direção que eu, e questionou:— O que você tanto olha para lá?— Tem um cara que desde que eu cheguei não para de me olhar. Quem é ele?— O Dante? É meu irmão! — disse Cecília encarando ele de volta.Ele percebeu que todas estávamos falando dele, e levantou e voltou para a cozinha. — Sério? Vocês tem que me a
Dante BaldiniNós sentamos a mesa quadrada de jogos e eu fiz questão de sentar em frente a Catarina. Tirei uma nota de 10 do bolso e coloquei a mesa, e logo todos fizeram o mesmo. Eu não estava pensando em tirar dinheiro de ninguém, e por isso mesmo que nunca jogava com a minha família, eu sou acostumado a jogar em mesas rolando dinheiro alto, e eu sempre ganho. — Você sabe como o jogo funciona Cat? Se quiser eu te ensino, você não vai achar melhor professor aqui. — e eu tinha muitas coisas que queria ensiná-la mesmo. Ela deu uma meio sorriso.— Pode ficar tranquilo, eu sei direitinho como se joga. Começamos a jogar, uma rodada atrás da outra e por incrível que pareça a Catarina estava levando todas. Não é possível, agora virou pessoal. Chega de ser bonzinho, vou mostrar a ela como se joga. — Essa é a última rodada, você está indo bem até. Vamos colocar um pouco de emoção nessa rodada e apostar mais alto. — tirei uma pulseira de ouro, que deveria valer uns 50 mil no mínimo. Pensei
Catarina MarchettiOs dias passavam na pacata fazenda da família Marchetti, enquanto eu sonhava acordada com o Dante. Eu estava adorando passar o tempo com meu pai, meu nonno e a minha família, me aproximando e conhecendo mais as minhas origens. O cheiro da terra, o som dos pássaros e as risadas de fundo eram a trilha sonora da sua vida. No entanto, um pensamento persistente me acompanhava, e eu não conseguia tirar da mente a ideia de encontrar o Dante novamente, eu tinha um favor para cobrar e um jantar para combinar.Uma manhã de sábado, enquanto observava o horizonte se colorir com tons alaranjados, tomei uma decisão. Pelo visto, ele não bateria à minha porta, era necessário ir ao encontro dele. Eu sabia que ele estava trabalhando, gerenciando as corridas e as apostas e que os cavalos eram a sua paixão, então era hora de agir.Encontrei meu pai conversando com Adolfo Donato, seu braço direito e segurança.— Oi pai, oi Adolfo! Viu, queria falar algo contigo, pai. — Fale minha princ
Dante BaldiniO sol lançava raios dourados sobre a varanda onde nós nos encontrávamos naquele fim de tarde. Eu mexia seu copo de whisk enquanto observava Catarina, a mulher que havia conhecido recentemente. Nós estávamos sentados em uma mesa, esperando meu irmão e minha cunhada. Enquanto ela falava animadamente sobre sua vida, eu percebi algo intrigante nela.Era a teimosia. A mesma teimosia que eu costumava ver no pai dela. Aquele olhar determinado, que insistia em enfrentar desafios e não aceitar um "não" como resposta. Eu notei que ela compartilhava essa característica com seu pai, algo que eu admirava profundamente.Ela estava contando uma história sobre como havia conseguido uma bolsa de estudos para a faculdade de direito lá no Brasil, lutando contra todas as probabilidades. Seu rosto brilhava de orgulho, e sua voz transmitia uma paixão palpável. Eu não conseguia evitar sorrir enquanto a ouvia falar. Eu admirei ela ir para esse lado, levando em consideração a vida criminosa que s
Catarina MarchettiO meu coração batia descompassadamente enquanto eu me olhava no espelho. Meus olhos refletiam um misto de empolgação e ansiedade. Finalmente, o tão esperado jantar a sós com Dante estava prestes a acontecer. Eu sentia borboletas no estômago, as mãos tremiam ligeiramente, e uma sensação de alegria me invadia.Havia passado horas escolhendo o vestido perfeito. Queria que tudo estivesse impecável. O vestido preto elegante que realçava meu corpo, um leve toque de maquiagem, e o cabelo perfeitamente penteado. Eu não queria parecer que estava tentando demais, mas ao mesmo tempo, queria impressionar Dante. "Respire fundo, Catarina" disse a mim mesma.Enquanto me olhava uma última vez no espelho, pensei em como conheci Dante, como nossos olhares se cruzaram e eu senti uma conexão instantânea. Desde então, não parava de pensar nele e neste jantar que prometia ser diferente, mais íntimo.Ao chegar à casa de Dante, eu hesitei por um momento antes de tocar a campainha. Ele aten
Dante BaldiniEu acordei lembrando a noite anterior. Eu tinha planejado um encontro tranquilo, onde nós poderíamos conversar e aproveitarmos a companhia um do outro, mas as coisas não saíram como esperava.No começo, eu fiquei um pouco desconcertado com a presença do pai de Catarina. Eu estava preocupado que a noite fosse estragar o ambiente mais íntimo que ele tinha em mente, ou que o pai dela percebesse o que ele tinha intencionado. No entanto, à medida que a noite avançava, percebi que a presença de Dom Nero não era um obstáculo, mas uma oportunidade. Eu não sabia direito o que estava acontecendo, o que eu sentia pela Catarina, mas ficar com ela e a sua família parecia certo. E eu só conseguia pensar nisso.Eu ansiava por vê-la novamente, mas desta vez, queria que fosse apenas nós dois, sem surpresas inesperadas. Eu sabia que não deveria fazer isso, sabia que não ia conseguir enrolar meu casamento por muito tempo, e que se alguém descobrisse que eu estava com a Catarina, eu seria um
Catarina MarchettiEu estava tentando prestar atenção no filme que passava na televisão, mas meu coração batia descompassado, e eu não conseguia evitar a sensação de nervosismo que me dominava. Dante estava deitado quase colado em mim, mais perto do que nunca, e isso me deixava completamente desconcertada.Eu nunca tinha sentido algo assim por alguém, uma mistura de ansiedade e excitação que me consumia. Eu estava inquieta, me ajeitei na cama e senti ele pressionando minha bunda.De repente, senti uma mão me puxar enquanto ele disse algo que não entendi. Quando me virei, ele colou seus lábios no meu, e eu logo correspondi, meu corpo estava em êxtase. O beijo foi intenso e cheio de promessas, como se ambos estivéssemos mergulhando em um território desconhecido. Eu fechei meus olhos, entregando-me ao momento, esquecendo completamente o filme que ainda passava na tela. A sensação dos lábios de Dante contra os meus me envolvia, fazendo com que todo o nervosismo desaparecesse.Ele se afa
Dante BaldiniEu nem acreditava que aquilo tinha acontecido. Estava em êxtase pela noite que passei com a Catarina, o corpo dela suado por cima do meu, seu gosto na minha boca, e inacreditavelmente ela era virgem mesmo! Eu nunca tinha ficado com uma mulher assim, era tão apertada, e saber que ela só foi minha tinha outro valor. Mas aquilo não poderia ter acontecido, eu sei os problemas que pode trazer. E enquanto eu levava ela de volta para cada eu não conseguia evitar pensar no que aconteceria se alguém descobrisse sobre nós. Ele estava noivo, Catarina era filha do homem que ele mais respeitava no mundo e esse relacionamento clandestino poderia destruir vidas e relacionamentos. Eu queria gritar para o mundo o quanto a desejava, mas a realidade da situação nos mantinha em um manto de sigilo.Eu dirigia tenso, meu rosto chegava a doer de tanta tensão, minha mente se dividia entre a felicidade por estar com ela e a apreensão sobre as mensagens que recebi de Cecília. O que essa maledett