4. Sacrifice

Dante Baldini

Nós sentamos a mesa quadrada de jogos e eu fiz questão de sentar em frente a Catarina. Tirei uma nota de 10 do bolso e coloquei a mesa, e logo todos fizeram o mesmo. Eu não estava pensando em tirar dinheiro de ninguém, e por isso mesmo que nunca jogava com a minha família, eu sou acostumado a jogar em mesas rolando dinheiro alto, e eu sempre ganho.

— Você sabe como o jogo funciona Cat? Se quiser eu te ensino, você não vai achar melhor professor aqui. — e eu tinha muitas coisas que queria ensiná-la mesmo. Ela deu uma meio sorriso.

— Pode ficar tranquilo, eu sei direitinho como se j**a.

Começamos a j**ar, uma rodada atrás da outra e por incrível que pareça a Catarina estava levando todas. Não é possível, agora virou pessoal. Chega de ser bonzinho, vou mostrar a ela como se j**a.

— Essa é a última rodada, você está indo bem até. Vamos colocar um pouco de emoção nessa rodada e apostar mais alto. — tirei uma pulseira de ouro, que deveria valer uns 50 mil no mínimo. Pensei que ela iria arregar, mas ela olhou fixamente nos meus olhos enquanto os outros jogadores desistam revirando os olhos.

— Eu não tenho nada nesse valor aqui para apostar, mas podemos fazer diferente. Se eu ganhar essa você me deve um favor, se você ganhar eu faço o que você quiser.

Essa menina não era tão inocente quanto eu pensei. Essa proposta deixava aberta muitas possibilidades e eu estava louco para desvendar cada uma delas.

— Fechado, boa sorte ragazza!

Sentados à mesa, com um baralho de cartas entre nós, trocávamos sorrisos cúmplices e olhares furtivos. Catarina, com seus cabelos castanhos sedosos e olhos brilhantes, tinha uma expressão travessa no rosto enquanto embaralhava as cartas.

— Você está pronto para perder e ficar me devendo uma? — brincou ela, lançando um olhar provocador.

Eu dei uma risada.

— Eu não tenho medo de um pouco de competição.— eu estava gostando daquilo, mais do que eu deveria.

Enquanto o jogo avançava, os flertes se intensificavam. Cada carta jogada era acompanhada de um toque suave nas mãos do outro, ou um sorriso carregado de significado. A atmosfera estava carregada de eletricidade, e o baralho de cartas se tornou o pretexto perfeito para se aproximarem um do outro.

Quando Catarina pegou a carta que precisava para fazer uma sequência, eu não pude deixar de notar a maneira como ela mordeu o lábio inferior, uma expressão irresistivelmente sedutora. Então decidi revidar, sutilmente indo para mais perto dela à medida que as cartas eram jogadas. Ela estava com um vestido com um decote que deixava sua pele exposta, e mesmo com o calor que fazia no dia, ali olhando para ela o clima esquentava ainda mais.

Era difícil prestar atenção no jogo, enquanto ela prendia os cabelos e deixava seus seios em evidência, mas eu me esforcei ao máximo, não podia perder essa chance. Mas na última jogada, ela me surpreendeu, e ganhou com um sorriso presunçoso no rosto.

— É bem minha sobrinha mesmo! Há há há — dizia Gia comemorando minha derrota. Se é que eu poderia considerar assim, por que de qualquer forma eu ganhei mais tempo com ela.

Me aproximei de Catarina sobre a mesa e disse baixinho para ninguém escutar:

— Sabe, acho que estou disposto a perder todas as partidas, se for para jogar com você.

Os olhos dela brilharam, não sei se de alegria por ter ganho ou pelo que eu disse. Mas ela sorriu discretamente para mim e se levantou.

Ela saiu da casa e foi para a varanda, eu aguardei um pouco e tentei ver quem estava por ali para verificar que ela estaria sozinha lá. Então sai em direção a ela.

Catarina estava sentada em um banco no jardim, imersa em seu celular, com os cabelos em um coque acima da cabeça.

Cheguei perto e me abaixei, na altura da sua nuca, tão perto assim eu conseguia sentir seu cheiro doce e que me fez arrepiar.

— Você me surpreendeu.— falei no pé do seu ouvido.

Percebi que ela também havia se arrepiado, e virou para mim com os olhos brilhantes e uma cara de surpresa.

— Só por que ganhei de você?

— É, aqui ninguém ganha de mim, nunca! quer dizer, só seu pai, dele não tem como ganhar.

— Deve ser genético então, acabar com você na canastra— falou em tom de brincadeira.

Eu dei um sorriso, sentindo uma conexão instantânea com ela. Me sentei ao seu lado, e começamos a falar sobre o jogo, ela me explicando que aprendeu a jogar com a mãe quando criança, e assim a conversa fluiu naturalmente.

Enquanto ela compartilhava suas histórias de baralho, jogos e trapaças, eu a observava pensando que gostaria de conversar assim com ela de novo, só nós dois.

À medida que a conversava avançava, tomei coragem e perguntei:

— Além do baralho, eu sou muito bom na cozinha. Você topa jantar comigo?

Ela olhou nos meus olhos, e eu pude sentir a química que estava ali entre nós.

— Eu adoraria, parece ótimo! — com um sorriso tímido no rosto.

Eu já havia passado muitas horas ali, já estava entardecendo e precisava ir trabalhar.

Me despedi dela ansioso pelo nosso jantar. Eu não sabia cozinhar direito, não sei da onde saiu aquela ideia, mas eu iria dar um jeito.

Fui até a casa de apostas, que era da máfia e Dom Nero me confiou para gerenciar. Ali tinha tudo o que eu gostava e me acalmava, cavalos correndo, putas desfilando e muito dinheiro rolando nas apostas.

A minha vida inteira eu trabalhei nesse meio, com os cavalos de corrida e apostas. E eu virei um expert em criar campeões, meus cavalos sempre venciam. Mas nos últimos tempos, um dos meus cavalos mais promissores, o Ventania, sofreu uma lesão séria durante um treinamento. os veterinários disseram que a recuperação seria demorada, e não havia garantia de que ele pudesse competir novamente. Isso me abalava, pois além de ter investido dinheiro e tempo nesse cavalo, eu era apaixonado por ele. Eu não dizia que amava muitas coisas, mas sem sombra de dúvidas meus cavalos eram tudo pra mim.

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