Ahmed ligou para o aeroporto, sempre analisando o homem à sua frente. O som de espera para ser atendido não soou mais do que duas vezes, logo alguém atendeu, informando que eram do aeroporto. — Sou um colaborador. — respondeu Ahmed a pergunta da recepcionista.Os cuidados com ele não mudaram, até a mulher pedir seu nome: — Ahmed Al-Haroon. — estreitou os olhos, ciente de que seria tratado diferente agora, por isso iria direto ao ponto. — Quero uma informação… — começou ele, pretendendo não se demorar naquela ligação e muito menos ter que ficar sendo observado por Alim.A mulher não dificultou, respondeu a todas as perguntas feitas por ele. — Entendo. Sim, agradeço pelas informações. — foi sincero.Sem mais demoras, desligou o telemóvel e se dirigiu ao homem que queria longe da esposa: — Inês não está mais no país. — foi interrompido por um pai surpreso. — Como? — Os olhos dele saltaram.Ahmed o encarou, continuando de onde havia parado. — Ela saiu do país, foi para os Estados U
Um ano e meio depois…As luzes piscavam incessantemente, Malika tentar permanecer com os olhos abertos, mesmo diante dos vários raios luminosos atingindo seus olhos. — Mantenha o ritmo! — diz a voz rouca ao seu lado. Aconselhando-a a não vacilar nos passos dados. “É difícil quando não se tem ideia do que é real. Essas luzes estão ferindo meus olhos.” Choramingou em seu íntimo.Malika resiste à vontade de esconder o rosto em seu peito, estava se tornando difícil focar em algo.A vontade de se agarrar a ele era absurda, não apenas para se livrar da atenção indesejada, como buscar segurança no abraço dele. Podia sentir o aroma dele chegando a alisar seu olfato.Em outra ocasião, o homem não lhe negaria aquela aproximação, mas não era o momento e nem lugar. Ambos caminharam sobre o tapete vermelho. Esse levava para dentro de um luxuoso hotel de vinte andares, todo projetado para ressaltar a arquitetura moderna.Perto da entrada, a mulher sentiu medo de vacilar. Os pés poderiam errar o
Malika não pôde apreciar tanto as palavras dele, pois todos se voltaram para os dois quando Ahmed levantou sua plaquinha com o maior lance.Se comportando da melhor maneira possível, ela assistiu e participou passivamente dos lances, até que… — O que acha? — ouviu o marido a perguntar, quando ouvia atentamente sobre outra empresa. Parecia uma história triste de gerações, sendo enaltecidas até o fatídico dia em que se viram desistindo da administração por falta de apoio. — O que vai fazer com essa? — indagou ela, com interesse.Os olhos deles se cruzaram, enquanto ouviram ao longe, alguém dizer que não levaria a empresa adiante se a comprasse. — Vou dividir as partes dela e distribuir pelo preço certo. — Um indivíduo dizia a outro.Malika apertou os olhos ainda sem desviar do marido. — Ouviu isso? — Quis ter certeza de não estar julgando ninguém. — Sim. — ele respondeu sem mudar a expressão no rosto. — Que tal mais essa? — ela perguntou com uma certa competitividade brilhando nos
Tudo estava escuro, a cabeça doía como marteladas decisivas em um julgamento, os olhos não tinham foco, fazendo a jovem de cabelos castanhos tentar se sentar com certa rapidez. Seu erro, a cabeça girou, a levando de volta ao colchão. — hm! Expressou seu desagrado e confusão em sentir a escuridão balançar a frente. Apertou os olhos, levando a mão direita ao rosto. “O que aconteceu?” Se perguntou.Moveu seu corpo, se arrependendo no processo. Um leve desconforto partiu das partes mais inusitadas do seu corpo, além de todo ele parecer dolorido. Então sentiu falta de roupas, fazendo seus olhos saltarem.O coração acelerou enquanto suas mãos buscavam suas roupas por baixo do tecido que lhe cobria. “O que aconteceu???” Agora havia tido um estalo.A cabeça doeu novamente, fazendo-a parar de repente, quando seus dedos não encontraram nenhuma peça no próprio corpo.O medo a cobriu, assim como alguns flashes de memória a atingiram… Um homem estava com ela, ambos desfrutavam de algo que
Ahmed tinha trinta e cinco anos, um homem conhecido por ser humilde, apenas um professor da universidade mista da Arábia Saudita, enquanto Malika, Malika vive no luxo de sua família, como uma princesa, jovem e comprometida aos vinte anos de idade. — Então me dê um motivo para fazer isso, se tem tanta certeza que fui eu! — pediu ela, reunindo coragem para se defender, diante do homem que era apaixonada. — Se fosse por paixão, eu não teria feito isso, teria o seduzido antes, teria feito tudo acontecer diferente. Eu não sou burra! — alterada o fitou de forma assassina mesmo entre lágrimas. — Mais você sabia que eu não cairia nos seus encantos, você é jovem demais para mim. — agora Ahmed parecia frio. — Grr! — grunhiu irritada. — Pense o que quiser! — ela disse por fim, procurando suas roupas. — Onde pensa que vai? — ele saiu da cama, sem se importar com a nudez. — Embora! — respondeu Malika, não deixaria ser vista como fraca.Recolheu suas roupas apressadamente, mas sentiu ser aga
— Você não tem direito algum de falar assim comigo, como teria de pensar que pode ao menos se pronunciar? — Alim estava quase explodindo de raiva, encarando o homem mais alto que ele. — Pai, não levante o tom! Todos irão ouvir o que se passa, seremos envergonhados por ela. — Inês parecia uma enviada das profundezas murmurando coisas para entrar mais na cabeça do pai como um anjo bom, assim permanecendo no papel de moça preocupada com a família.Alim puxou sua mão do aperto de Ahmed, com os olhos em fogo, se deixou ouvir as palavras da filha mais nova. — Você, professor. Irá assumir Malika, mesmo que não tenha dinheiro algum, eu quero apenas que a leve para bem longe, suma ou morra com ela. Ahmed apertou a mandíbula com o tamanho rebaixamento por causa de sua posição. — A minha baixa posição financeira não matará ninguém, mas isso não é da sua conta, senhor Al-Madini. — mencionou o nome da família, para denotar que eles eram um dos mais ricos da cidade de Ryiadh, ironizando um res
Então saiu de seu devaneio passado com o som de seu aparelho celular tocando, ainda estava em movimento, por isso teve que fazer uma parada para atender.Primeiro identificou quem chamava, não poderia apenas atender na companhia que estava, pois não sabia se a conversa soaria estranha para algum deles. — Preciso atender. Os olhos dele pousaram em Malika pelo retrovisor, ela não disse nada, apenas mostrou estar atenta a ele. A jovem parecia calma, o que lhe trouxe tranquilidade para atender a ligação em privado.Saindo do carro, ele se afastou um pouco para ouvir a pessoa do outro lado e respondê-la sem interrupção. — Diga! O homem do outro lado começou a falar sobre o assunto urgente, o deixando distraído na conversa.Enquanto isso, Malika o analisava de dentro do carro, vendo-o dar as costas parecendo distraído, tomando certa distância do veículo, ela aproveitou para agarrar sua pequena bolsa da noite passada, onde havia tudo que agora importava, pois não podia retornar para casa
Malika deixou os ombros cair, mostrando desistência, permitindo alívio ao professor. — Essa é a melhor decisão para todos. — ouviu ele dizer.A jovem não parecia contente com aquilo, apenas ficou em seu lugar o observando em silêncio. “Todos quem? Você está se obrigando a se comprometer comigo e me obriga a aceitar.” Pensou machucada com a realidade.Sempre pôde o admirar a distância, mas nunca pensou que o teria tão perto, para apenas vê-lo indiferente, frio, sendo obrigado a aturá-la, como se ela fosse uma aluna ruim, alguém colocada em sua classe para aprender disciplina a todo custo, quando o tutor é escalado a seguir tal pessoa até o fim de sua carreira, enfim, o trazendo sucesso pela perseverança. — Irei pegar seu dinheiro de volta. Logo retornaremos ao carro! — avisou o ruivo. — Vá em frente! — diz ela, fazendo o cenho dele franzir, agora o havia deixado desconfiado. A jovem não estava disposta a ser apenas aturada, queria ser vista ou ser esquecida para sempre, quanto mai