Durante todo o caminho, o silêncio reinou, enquanto a jovem tentava absorver o trajeto para um dia conseguir retornar para o seu mundo real.Minutos depois, percebeu que adentravam um lugar totalmente estranho, onde algumas ruas eram mais estreitas, as pessoas pareciam sempre atentas á visitantes, curiosas demais, mal vestidas até; Com roupas amassadas, velhas, quando algumas as tinham inteiras.As cores presentes nas ruas eram sempre do bege ao amarelo queimado, em contraste com as paredes das casas velhas, de no mínimo dois andares. Tudo parecia solitário, apesar de ter demasiadas casas em um lugar só. — Que lugar é esse? — Malika não percebeu expressar seus pensamentos em alto tom.O ruivo a deu atenção pelo retrovisor enquanto dirigia: — Sua nova vizinhança. Os olhos avelãs dela saltaram surpresos. — Você mora por aqui? — não se importou se antes era apenas seu pensamento alto o responsável pelo início aquela conversa. — A partir de hoje, você também. — relembrou, alternando
— Quê? Isso… Isso é porque estava sob efeito de algum remédio… Eu não faria… — não conseguiu completar, pois sabia que mentiria, ela o amava, como não poderia ter pensado em ficar com ele uma única vez? “Mas não o faria de forma tão impulsiva e descontrolada, como aconteceu.” Teria de repensar certas coisas. — Por acaso está dizendo que tomamos um afrodisíaco? — vasculhou a face da jovem. Ela era bonita, não poderia negar, mesmo com o rosto ainda machucado era delicada, talvez não apenas por ter uma vida de regalias desde o berço, mas por ser natural também. Seu corpo era sensível e intocado até a noite passada.Ahmed não pensara em Malika como uma parceira de relacionamento antes de tudo aquilo, mas ambos estavam sob efeito de algo motivador demais para evitar certas situações, agora, estava ele, preso a uma jovem, com quase metade da sua idade, pois a via como nova demais.Eram quinze anos de diferença, diferente da faixa que antes buscava igualar, era um salto no escuro, ela pod
Ahmed mostrou não ter esquecido da presença de Inês, que agora fingia um sorriso desconcertado mesmo que ele sequer a direciona-se o olhar.Ele estava pisando em seu ego femino, pois mesmo estando de burca quando sua irmã não estava, ele deveria a dar atenção pelo menos uma vez, mas não o fez nem para a expulsar, olhava apenas para seu pai, demonstrando o quanto ela era insignificante aos seus olhos. “Quem ele pensa que é?” Se perguntou com raiva, encarando agora a irmã, essa a observava. “Não é possível que ele se interesse por ela, quando não sabia sobre sua existência. E mesmo agora, devia odiá-la, ela está mais pobre que ele, não servirá para nada em sua vida a não ser causar problema. Como pode olhar na cara dela?” Não sabia, mas o ciúmes da irmã a corroía novamente, como quando Malika era prometida de Zyan.Inês se questionava sobre o valor da mais velha, mesmo pobre, deserdada, sem nenhum apoio, ainda estava em uma relação boa, invés de fracassar totalmente e ficar desespera
Inês estava tão ansiosa pela resposta do pai sobre a conversa entre ele e Zyan, que ficou ouvindo atrás da porta dele do escritório. Para sua decepção, só podia ouvir a voz do pai.O homem não poderia comparecer a uma reunião pessoal naquele momento, pois estava muito ocupado com a empresa a qual considerava sua. — Se trata sobre o ocorrido de mais cedo… — diz Alim ao telefone, dentro do escritório que tinha em casa. — Então você ainda não viu… Não! … Pois peço desculpas antes que veja por si mesmo… Sim, é sobre isso! — Alim já demonstrava um certo nervosismo na voz. — Irá ver agora? … Não acho que devia ver enquanto trabalha, pode atrapalhar sua produção… Não, não queria dizer isso. Entendo! Segundos se passaram, Alim teve de sentar-se na sua cadeira acolchoada, esperando a reação de Zyan.Não veria o rosto dele, por não optar por isso, sabia que aquele assunto não seria bem recebido pelo outro, então era preferível parecer calmo e capaz de resolver a situação, caso ainda pretend
— Você pensou em tudo. — respondeu impressionado. “Ela é mais astuta do que pensei.” confessava que estava receoso com isso. “A noite ela cortará minha cabeça para ficar com tudo para si?” Estava declinando. — Agora pode colocar a burca de volta! — pediu ele, querendo evitar problemas. — Você ainda não me deu a resposta. — Inês parecia um pouco ansiosa, provavelmente fingindo controle de suas próprias emoções. — Disse que faria tudo que eu desejasse se ouvisse o que tinha a dizer. — Deu um meio sorriso para a mais nova.Inês engoliu em seco, agora tinha de cumprir com sua palavra, do contrário, como ele confiaria em casar-se com ela, se mostrasse ser alguém sem palavra?De má vontade, capturou a roupa longa repousada sobre suas pernas. Se levantou, encarando Zyan, se afastou o suficiente para pôr a roupa de volta, então se voltou para ele novamente, dessa vez não se aproximou da mesa ou dele, permaneceu no lugar que estava, de pé, o fitando.Zyan moveu o corpo na cadeira, coloca
Malika retornou para dentro da casa, um sorriso desenhava seus lábios, aquela era a oportunidade perfeita.No entanto, naquele momento, relembrou as palavras de Ahmed, como se estivesse falando dentro de sua cabeça: “...Não pense em se aventurar por aí!” “Eu sei que pensou em fugir, mas eu não aconselho. Então apenas faça o que precisa e retorne!” Balançou a cabeça para tirar a voz rouca dele da mente e não pensar nele. — Ele estava apenas me colocando medo. — falou para si mesma.Caminhou até o quarto, procurando a pequena bolsa tira colo, afinal, era tudo que tinha.Respirou fundo, então deixou o quarto, no momento seguinte, passava perto da porta dos aposentos dele, parando para encarar a porta, sentiu-se tentada a invadir o cômodo. “É minha única oportunidade.” pensou, dando um passo à frente.Devagar, capturou a maçaneta, girou e empurrou, nada aconteceu. “Isso é sério?” estava muito frustrada agora. “Quando ele pensou em trancar a porta do quarto dele?” Fez bico.Soltou a
Então ela conseguiu levantar o joelho rapidamente assim que o agressor se aproximou, foi rápida e forte, era pura adrenalina, causada pelo medo constante de ser abusada.A joelhada foi forte o suficiente para afastar o homem, fazendo-o gemer e se curvar com as mãos na virilha. — Sua p**a! — gritou ele. — Não se aproxime de mim! — ela gritou em resposta, era tudo que podia fazer, tentar pelo menos uma vez, além de gritar, esperando ser ouvida por alguém fora daquele grupo. — Pegue ela! — o homem machucado exigiu com cara de dor para o outro que estava livre.O quarto homem se aproximou, ele demonstrou claramente gostar das atitudes de Malika. — Ela precisa ser domada ainda, chefe. Como faremos isso? — este protegeu sua área sensível quando chegou perto dela, fazendo isso rapidamente, para não dar tempo a jovem de se defender.Malika sentia que seu ar iria faltar, o corpo mas cheio do quarto homem pressionou o dela com força contra a parede, deixando suas costas doloridas assim com
Ele se inclinou na direção do banco do passageiro e abriu a porta pelo lado de dentro, então olhou para ela. — Não vai entrar?Não foi preciso falar novamente, logo ela estava dentro do carro. Minutos depois, estavam de volta em casa. — Vá em frente! — ordenou muito sério.Malika acenou, não iria reclamar, estava precisando descansar, todo aquele estresse a fazia parecer que tinha alguém nas costas.Ahmed a observou entrar, olhou para os lados e adentrou o carro novamente, pegando um envelope pardo no banco de trás. Então saiu fechando a porta, passou pelo portão e foi em busca de Malika.Ela estava descansando no sofá, parecia muito desgastada. “Não me admira.” pensou se aproximando. — Aqui. Leia e assine! — estendeu o envelope na direção dela. — O que é isso? — Perguntou hesitante, quase não olhando nos olhos dele. — Nosso contrato. — disse a incentivando a segurar.Assim que ela recebeu, o ruivo se virou para subir as escadas. — Espera! — ela se levantou, o fez parar nos pr