— Podemos falar disso em outro momento? — O homem foi cauteloso. — Mas como vou saber se é confiável? — Inês ficou receosa. — Confiando, como confiou em algum momento quando entrou nesse carro. — ligou o motor novamente, saindo do acostamento. No rosto da jovem estampava-se a desconfiança em relação ao estrangeiro, fazendo-o falar novamente, mesmo sem olhar na direção dela. — Já estamos juntos dentro desse carro há alguns minutos, tudo que pode fazer de agora em diante é confiar nesse estranho. Só não me julgue por não ser um cidadão desse país! — ele pediu com um sorriso tímido.Inês apertou os lábios, evitando falar bobagens. Algumas passaram por sua mente, mas se as pronunciasse, poderia muito bem o insultá-lo. — Então isso significa que , por hora, devo agradecê-lo. — ela tentou transmitir mais calma e segurança. — Isso não é o que espero, mas se for o que deseja… Não sou alguém que recusa algo. “Não seria prudente perguntar sobre isso.” pensou com um certo rubor ganhand
— Uma esposa? — Inês se vê um tanto confusa. — Isso! — o homem tira os óculos escuros da frente dos olhos, revelando hipnotizantes olhos verdes. “Ual! Lembram um pouco os olhos de Malika.” Quando acabou de pensar naquilo, se viu atônita, não sentia mais raiva alguma da irmã.A diferença entre elas poderia ter começado assim que Inês acreditou ser a excluída entre a relação mãe e filha. No entanto, quando a morte a separou, Malika quis se aproximar da irmã, ser seu porto seguro. Mas Inês estava tão machucada pela partida repentina da mãe que não conseguia superar o tempo que não teve ao seu lado. Descontou todas as suas frustrações de anos na outra, levando o próprio pai a acreditar que não deveria confiar na mais velha.Recordou as exatas palavras faladas para o pai:“Agora que nossa mãe não está mais aqui, Malika ficará insuportável. Ninguém mais irá domá-la.” Na época, o pai acreditou minutos depois, quando um estranho apareceu na casa deles à procura de Malika…Dentro daquele e
Zyan acabava de sair da delegacia com papéis em mãos, a vingança banhava sua face, trazendo uma certa realização interior. Até encontrar Alim, o esperando na porta do lado de fora. — O que você fez? — perguntou de imediato, parando Zyan ao seu lado.Este abriu um sorriso zombeteiro, respondendo-o com naturalidade convencendo o sogro da imprevidência interior em si mesmo. — Já havia o deixado ciente dos meus planos. — respondeu. — Ela é a sua esposa. — Alim tentou recorrer. — Cumprir minha palavra. O homem encarou o sogro enquanto cruzava os braços frente ao corpo, não havia remorso algum naquele ser.Alim parou de procurar ser condescendente. — Inês não saiu da sua casa faz quatro horas e você já veio aqui para incriminá-la sem ter certeza? – os olhos de Alim carregavam decepção e raiva.Ambos não se importam com os oficiais perambulando depois da porta. A conversa entre eles era mais importante para o sogro e necessária aos olhos do genro, assim teria outra pessoa para ir em bu
O som dos passos de Malika e Ahmed se confundiam com os dos funcionários da empresa, esses caminhavam de um lado a outro, cada um tentando exercer sua função de forma prática e profissional. — Senhor e senhora Al-Haroon. Sejam bem-vindos! — diz Ayla, chamando atençao para os dois.Ahmed a cumprimenta com um aceno, enquanto Malika abaixa sua cabeça apenas um pouco. — Bom dia Ayla! — Ver a loira sorri carinhosamente para ela. — Espero que goste do que vai encontrar. — a loira acompanhou a mulher do seu chefe até o elevador, onde ele já se encontrava, junto de Heitor. — Vai ser breve, Ayla. — Avisou o ruivo, quando ambas adentraram o espaço pequeno. — Tempo suficiente para que ela conheça pelo menos sua sala. — a loira praticamente fez careta para o chefe.Ahmed apenas soltou uma risada anasalada, percebendo ao olhar na direção da esposa, que estava de costas, o reflexo dela o analisando em silêncio. — Irei apenas pegar alguns papéis para a antiga empresa do seu pai. — relembrou a
Ahmed ligou para o aeroporto, sempre analisando o homem à sua frente. O som de espera para ser atendido não soou mais do que duas vezes, logo alguém atendeu, informando que eram do aeroporto. — Sou um colaborador. — respondeu Ahmed a pergunta da recepcionista.Os cuidados com ele não mudaram, até a mulher pedir seu nome: — Ahmed Al-Haroon. — estreitou os olhos, ciente de que seria tratado diferente agora, por isso iria direto ao ponto. — Quero uma informação… — começou ele, pretendendo não se demorar naquela ligação e muito menos ter que ficar sendo observado por Alim.A mulher não dificultou, respondeu a todas as perguntas feitas por ele. — Entendo. Sim, agradeço pelas informações. — foi sincero.Sem mais demoras, desligou o telemóvel e se dirigiu ao homem que queria longe da esposa: — Inês não está mais no país. — foi interrompido por um pai surpreso. — Como? — Os olhos dele saltaram.Ahmed o encarou, continuando de onde havia parado. — Ela saiu do país, foi para os Estados U
Um ano e meio depois…As luzes piscavam incessantemente, Malika tentar permanecer com os olhos abertos, mesmo diante dos vários raios luminosos atingindo seus olhos. — Mantenha o ritmo! — diz a voz rouca ao seu lado. Aconselhando-a a não vacilar nos passos dados. “É difícil quando não se tem ideia do que é real. Essas luzes estão ferindo meus olhos.” Choramingou em seu íntimo.Malika resiste à vontade de esconder o rosto em seu peito, estava se tornando difícil focar em algo.A vontade de se agarrar a ele era absurda, não apenas para se livrar da atenção indesejada, como buscar segurança no abraço dele. Podia sentir o aroma dele chegando a alisar seu olfato.Em outra ocasião, o homem não lhe negaria aquela aproximação, mas não era o momento e nem lugar. Ambos caminharam sobre o tapete vermelho. Esse levava para dentro de um luxuoso hotel de vinte andares, todo projetado para ressaltar a arquitetura moderna.Perto da entrada, a mulher sentiu medo de vacilar. Os pés poderiam errar o
Malika não pôde apreciar tanto as palavras dele, pois todos se voltaram para os dois quando Ahmed levantou sua plaquinha com o maior lance.Se comportando da melhor maneira possível, ela assistiu e participou passivamente dos lances, até que… — O que acha? — ouviu o marido a perguntar, quando ouvia atentamente sobre outra empresa. Parecia uma história triste de gerações, sendo enaltecidas até o fatídico dia em que se viram desistindo da administração por falta de apoio. — O que vai fazer com essa? — indagou ela, com interesse.Os olhos deles se cruzaram, enquanto ouviram ao longe, alguém dizer que não levaria a empresa adiante se a comprasse. — Vou dividir as partes dela e distribuir pelo preço certo. — Um indivíduo dizia a outro.Malika apertou os olhos ainda sem desviar do marido. — Ouviu isso? — Quis ter certeza de não estar julgando ninguém. — Sim. — ele respondeu sem mudar a expressão no rosto. — Que tal mais essa? — ela perguntou com uma certa competitividade brilhando nos
Tudo estava escuro, a cabeça doía como marteladas decisivas em um julgamento, os olhos não tinham foco, fazendo a jovem de cabelos castanhos tentar se sentar com certa rapidez. Seu erro, a cabeça girou, a levando de volta ao colchão. — hm! Expressou seu desagrado e confusão em sentir a escuridão balançar a frente. Apertou os olhos, levando a mão direita ao rosto. “O que aconteceu?” Se perguntou.Moveu seu corpo, se arrependendo no processo. Um leve desconforto partiu das partes mais inusitadas do seu corpo, além de todo ele parecer dolorido. Então sentiu falta de roupas, fazendo seus olhos saltarem.O coração acelerou enquanto suas mãos buscavam suas roupas por baixo do tecido que lhe cobria. “O que aconteceu???” Agora havia tido um estalo.A cabeça doeu novamente, fazendo-a parar de repente, quando seus dedos não encontraram nenhuma peça no próprio corpo.O medo a cobriu, assim como alguns flashes de memória a atingiram… Um homem estava com ela, ambos desfrutavam de algo que