Mas agora, na sua calça clara comprida, havia novamente manchas do sangue vermelho-vivo que causavam repulsa.Aquela cor rubra o deixava ainda mais tonto.Ele puxou a própria roupa das mãos dela, se afastando, e seu olhar pousou em outro jovem, Adílson.Quando seus olhares se encontraram, parecia que ele ainda podia ouvir o murmúrio de Adílson, Poli, dito enquanto dormia, pouco depois de ele ter chegado em casa.Adílson era um amigo de infância que ele conheceu quando era mais jovem, mas de quem se separou mais tarde.Eles se reencontraram no ensino médio.Muitas pessoas os observavam e, às vezes, comparavam-nos discretamente.Adílson não perdia em aparência ou status familiar, e seu caráter e desempenho acadêmico eram até melhores.Adílson estava sempre limpo e fresco, com uma fragrância agradável que fazia até mesmo seu irmão se sentir confortável.O que mais marcava nele eram os olhos ligeiramente caídos e profundos, que lembravam um cachorro dócil, sempre gentil.Não eram apenas as
Gustavo, ao se lembrar subitamente de tudo, foi tomado pelas emoções do passado, sentindo não apenas uma dor espasmódica no peito, mas também vendo tudo à sua frente mais desfocado.Ele não conseguia controlar seus passos.Não era bom, parecia que ele iria cair.Com a visão ainda captando o semblante assustado de Poliana, ele sabia que, se caísse sobre ela, a machucaria. Então, tentou empurrá-la para o lado, mas...Estando indisposto e embriagado, ele realmente não conseguia controlar sua força, e acabou exagerando.Poliana foi diretamente empurrada e caiu no chão.Nesse momento, risadas e conversas de adolescentes ecoaram de uma pequena distância.Mas os quatro estavam tão imersos no caos que ignoraram aqueles sons.Guilherme, ao ver Poliana caída e com dor, aguentou a dor intensa no abdômen e se levantou, enquanto Bárbara correu imediatamente para ajudar Poliana a se levantar.No chão havia algumas pedras que arranharam a palma da mão de Poliana.Bárbara, ao ver o sangue e a terra na
Vic terminou de falar, e as outras crianças imediatamente concordaram:— Sim, tio Marcelo, todos nós vimos!De repente, todos os convidados presentes se levantaram.Vic, vendo isso, disse aos seus amigos:— Vão para a minha sala de estudos e esperem lá, vou ver o que está acontecendo.Mas imediatamente, um dos amigos a segurou.— Vic, seu pai vai resolver isso. Você é uma criança, não precisa ir.Vic franziu as sobrancelhas e olhou para fora.— Não, eu preciso ir. Não posso deixar que a Poli seja maltratada!O amigo ficou surpreso:— Você parece gostar muito daquela linda irmã...Vic assentiu com seriedade:— Dois anos atrás, fui ao casamento dela e do Gusta com meu pai. À noite, enquanto meu pai e o pai do Gusta bebiam, eu fiquei com febre. Embora a Poli me conhecesse pela primeira vez e houvesse empregadas na casa, ela pessoalmente lavou meus pés, rosto e mãos, cuidando de mim com muito carinho. Ela é uma pessoa boa e não deve ser maltratada pelo Gusta!Dizendo isso, ela viu que Marc
Os demais, ao verem a cena, embora suas expressões fossem sutis, ainda comentaram:— Eles estão bem assim, vamos, vamos voltar.Marcelo também abaixou o olhar e disse baixinho a Vic:— Algumas coisas não devem ser ditas sem pensar.Vic, sendo esperta, logo entendeu que Marcelo estava delicadamente lhe dizendo que certos assuntos não deveriam ser discutidos na frente de todos. Ela fez um beicinho.— Entendi, mas papai... — Ela se levantou na ponta dos pés e se aproximou de Marcelo. — Com certeza eles brigaram, sinto que a Poli até tem um pouco de medo do Gusta.Marcelo levantou a mão e acariciou o pescoço de Vic.— Tudo bem, vá brincar com seus amigos.Vic olhou fixamente para Marcelo, percebendo que a expressão de seu pai estava um pouco séria. Ela conhecia bem seu pai e sabia que ele certamente interviria nessa situação, então respirou aliviada.— Desculpa, papai, eu me enganei! — Ela se curvou para todos. — Desculpem por causar problemas!Após dizer isso, ela correu para longe.Marce
O rosto de Bárbara ficou instantaneamente pálido. Ela não tinha palavras para rebater o que o assistente disse, mas se sentia extremamente desconfortável.O assistente se endireitou.— Vamos.Bárbara respirou fundo e seguiu o assistente, mas não resistiu a olhar para trás, lançando um último olhar para a luxuosa mansão ao longe. A preocupação em seus olhos era evidente....Era evidente que Gustavo já esteve ali muitas vezes. Com familiaridade, ele carregou Poliana até um quarto de hóspedes. A porta do quarto estava aberta, e ao entrar, sem poder usar as mãos, que estavam ocupadas segurando Poliana, ele empurrou a porta com o joelho, fazendo um barulho considerável. Poliana, encolhida em seus braços, estremeceu levemente.Ela temia ser levada por Gustavo e, ainda mais, temia estar sozinha com ele. As tensões entre eles, a raiva do homem e aquela aura indomável, tudo contribuía para uma sensação opressiva. Além disso, ela não tinha ideia do que Gustavo poderia fazer com ela.Ela não o
— O que você está falando? Se acha que eu quero fazer alguma coisa, então eu vou fazer.Dizendo isso, Gustavo estendeu a mão e puxou a cintura dela. Poliana, desprevenida, caiu sobre ele, e os dois quase se beijaram.Poliana ficou extremamente assustada.— Você quer arruinar meu rosto?Ao ouvir as palavras de Gustavo, ela achou que era isso que ele queria dizer.Gustavo franziu as sobrancelhas e inclinou a cabeça, segurando ela confortavelmente em seus braços. Com a outra mão, pegou a mão dela que estava apoiada ao seu lado e observou o machucado na palma.— Essa mão vai ficar com uma cicatriz?Poliana não sabia como ele via o ferimento dela. Estava preocupado?Impossível.Ele provavelmente desejava que ela ficasse com uma cicatriz.— Na palma da mão, deveria...“Na palma da mão, a pele machucada não deveria deixar cicatriz.”Mas então, Poliana pensou que, se dissesse isso, e ele a maltratasse ainda mais?— Talvez deixe cicatriz. — Ela imediatamente mudou sua resposta. — A pele das min
Nesse momento.O beijo de Gustavo terminou repentinamente, e ele se afastou dela. Foi tão abrupto que Poliana piscou os olhos, atônita, e, após alguns segundos, se sentou, querendo perguntar por que ele fez aquilo. Gustavo já havia aberto a porta e saído.Pouco depois, a porta abriu novamente. Uma mulher de meia-idade, com o cabelo preso e usando óculos, entrou carregando uma maleta de primeiros socorros.— Jovem Sra. Codelle, sou a médica da família Matos. Vou cuidar dos seus ferimentos.Poliana assentiu, ainda olhando para a porta entreaberta. Havia uma sombra projetada no chão do quarto através da fresta, indicando que havia mais alguém do lado de fora, mas não parecia ser Gustavo. Enquanto pensava nisso, a porta foi fechada por fora.Do lado de fora.Gustavo se encostou na parede e acendeu um cigarro, enquanto Marcelo estava não muito longe da porta, observando ele com uma mão no bolso.— Se você não fez nada contra a Poli, e se quer viver bem com ela, entre lá e cuide dos feriment
Nesse momento, dentro do quarto.A médica estava aplicando medicamento nos ferimentos de Poliana e perguntou:— Jovem Sra. Codelle, está doendo?Ao ouvir a pergunta, Poliana ficou subitamente paralisada. Gustavo havia despertado seu desejo, mas não continuou, deixando ela com uma forte necessidade não saciada, a ponto de suas mãos parecerem formigar, e a dor no ferimento parecia menos intensa.Será que Gustavo havia sido carinhoso com ela por causa do que ela disse sobre a dor? Esse pensamento fez seu coração se apertar de tristeza.Se a frieza e indiferença de Gustavo haviam envolvido seu amor por ele em uma camada de gelo, sua gentileza repentina era como lava derretendo seu coração. O gelo derretido fez ressurgir sentimentos antigos, que agora colidiam com suas decisões atuais, deixando seu peito apertado.Demorou para responder à médica:— Não dói.Assim que terminou de falar, a porta foi aberta por fora.Poliana levantou os olhos instintivamente e encontrou o olhar de Gustavo ao