Vic terminou de falar, e as outras crianças imediatamente concordaram:— Sim, tio Marcelo, todos nós vimos!De repente, todos os convidados presentes se levantaram.Vic, vendo isso, disse aos seus amigos:— Vão para a minha sala de estudos e esperem lá, vou ver o que está acontecendo.Mas imediatamente, um dos amigos a segurou.— Vic, seu pai vai resolver isso. Você é uma criança, não precisa ir.Vic franziu as sobrancelhas e olhou para fora.— Não, eu preciso ir. Não posso deixar que a Poli seja maltratada!O amigo ficou surpreso:— Você parece gostar muito daquela linda irmã...Vic assentiu com seriedade:— Dois anos atrás, fui ao casamento dela e do Gusta com meu pai. À noite, enquanto meu pai e o pai do Gusta bebiam, eu fiquei com febre. Embora a Poli me conhecesse pela primeira vez e houvesse empregadas na casa, ela pessoalmente lavou meus pés, rosto e mãos, cuidando de mim com muito carinho. Ela é uma pessoa boa e não deve ser maltratada pelo Gusta!Dizendo isso, ela viu que Marc
Os demais, ao verem a cena, embora suas expressões fossem sutis, ainda comentaram:— Eles estão bem assim, vamos, vamos voltar.Marcelo também abaixou o olhar e disse baixinho a Vic:— Algumas coisas não devem ser ditas sem pensar.Vic, sendo esperta, logo entendeu que Marcelo estava delicadamente lhe dizendo que certos assuntos não deveriam ser discutidos na frente de todos. Ela fez um beicinho.— Entendi, mas papai... — Ela se levantou na ponta dos pés e se aproximou de Marcelo. — Com certeza eles brigaram, sinto que a Poli até tem um pouco de medo do Gusta.Marcelo levantou a mão e acariciou o pescoço de Vic.— Tudo bem, vá brincar com seus amigos.Vic olhou fixamente para Marcelo, percebendo que a expressão de seu pai estava um pouco séria. Ela conhecia bem seu pai e sabia que ele certamente interviria nessa situação, então respirou aliviada.— Desculpa, papai, eu me enganei! — Ela se curvou para todos. — Desculpem por causar problemas!Após dizer isso, ela correu para longe.Marce
O rosto de Bárbara ficou instantaneamente pálido. Ela não tinha palavras para rebater o que o assistente disse, mas se sentia extremamente desconfortável.O assistente se endireitou.— Vamos.Bárbara respirou fundo e seguiu o assistente, mas não resistiu a olhar para trás, lançando um último olhar para a luxuosa mansão ao longe. A preocupação em seus olhos era evidente....Era evidente que Gustavo já esteve ali muitas vezes. Com familiaridade, ele carregou Poliana até um quarto de hóspedes. A porta do quarto estava aberta, e ao entrar, sem poder usar as mãos, que estavam ocupadas segurando Poliana, ele empurrou a porta com o joelho, fazendo um barulho considerável. Poliana, encolhida em seus braços, estremeceu levemente.Ela temia ser levada por Gustavo e, ainda mais, temia estar sozinha com ele. As tensões entre eles, a raiva do homem e aquela aura indomável, tudo contribuía para uma sensação opressiva. Além disso, ela não tinha ideia do que Gustavo poderia fazer com ela.Ela não o
— O que você está falando? Se acha que eu quero fazer alguma coisa, então eu vou fazer.Dizendo isso, Gustavo estendeu a mão e puxou a cintura dela. Poliana, desprevenida, caiu sobre ele, e os dois quase se beijaram.Poliana ficou extremamente assustada.— Você quer arruinar meu rosto?Ao ouvir as palavras de Gustavo, ela achou que era isso que ele queria dizer.Gustavo franziu as sobrancelhas e inclinou a cabeça, segurando ela confortavelmente em seus braços. Com a outra mão, pegou a mão dela que estava apoiada ao seu lado e observou o machucado na palma.— Essa mão vai ficar com uma cicatriz?Poliana não sabia como ele via o ferimento dela. Estava preocupado?Impossível.Ele provavelmente desejava que ela ficasse com uma cicatriz.— Na palma da mão, deveria...“Na palma da mão, a pele machucada não deveria deixar cicatriz.”Mas então, Poliana pensou que, se dissesse isso, e ele a maltratasse ainda mais?— Talvez deixe cicatriz. — Ela imediatamente mudou sua resposta. — A pele das min
Nesse momento.O beijo de Gustavo terminou repentinamente, e ele se afastou dela. Foi tão abrupto que Poliana piscou os olhos, atônita, e, após alguns segundos, se sentou, querendo perguntar por que ele fez aquilo. Gustavo já havia aberto a porta e saído.Pouco depois, a porta abriu novamente. Uma mulher de meia-idade, com o cabelo preso e usando óculos, entrou carregando uma maleta de primeiros socorros.— Jovem Sra. Codelle, sou a médica da família Matos. Vou cuidar dos seus ferimentos.Poliana assentiu, ainda olhando para a porta entreaberta. Havia uma sombra projetada no chão do quarto através da fresta, indicando que havia mais alguém do lado de fora, mas não parecia ser Gustavo. Enquanto pensava nisso, a porta foi fechada por fora.Do lado de fora.Gustavo se encostou na parede e acendeu um cigarro, enquanto Marcelo estava não muito longe da porta, observando ele com uma mão no bolso.— Se você não fez nada contra a Poli, e se quer viver bem com ela, entre lá e cuide dos feriment
Nesse momento, dentro do quarto.A médica estava aplicando medicamento nos ferimentos de Poliana e perguntou:— Jovem Sra. Codelle, está doendo?Ao ouvir a pergunta, Poliana ficou subitamente paralisada. Gustavo havia despertado seu desejo, mas não continuou, deixando ela com uma forte necessidade não saciada, a ponto de suas mãos parecerem formigar, e a dor no ferimento parecia menos intensa.Será que Gustavo havia sido carinhoso com ela por causa do que ela disse sobre a dor? Esse pensamento fez seu coração se apertar de tristeza.Se a frieza e indiferença de Gustavo haviam envolvido seu amor por ele em uma camada de gelo, sua gentileza repentina era como lava derretendo seu coração. O gelo derretido fez ressurgir sentimentos antigos, que agora colidiam com suas decisões atuais, deixando seu peito apertado.Demorou para responder à médica:— Não dói.Assim que terminou de falar, a porta foi aberta por fora.Poliana levantou os olhos instintivamente e encontrou o olhar de Gustavo ao
Eles ainda estavam vendendo produtos em uma barraca no parque nas noites frias de inverno. Ela relutava em comprar luvas, então ele escondia as mãos dela dentro de sua gola ou manga para aquecê-las.Às vezes, ela participava de eventos como modelo ou recepcionista, e ele, que tinha carteira de motorista, se oferecia como motorista. Frequentemente, eles ficavam ocupados até uma ou duas da manhã.Antes de voltar para casa, sempre comiam um lanche juntos, e ela muitas vezes percebia Gustavo olhando para ela com um olhar melancólico, apoiando o queixo na mão.Certa vez, ela não aguentou mais e perguntou por que ele a olhava daquele jeito. Seus olhos ficaram vermelhos, e ele segurou a mão dela com força, dizendo:"— Acompanhando você no seu caminho, eu sinto muita dor, e no momento não consigo mudar nada disso, isso me machuca muito."Ela pensou que Gustavo nunca saberia o quanto aquelas palavras a feriram. Uma avalanche de emoções pressionava seu coração e parecia entalar em sua garganta
Poliana estava com os olhos marejados.— Não, eu simplesmente não consigo segurar agora...O rosto de Gustavo estava novamente coberto de frieza.— Você está escondendo de mim que anda conversando com o Guilherme em segredo. Eu ainda nem fiquei magoado, e você já está? — Ele enxugou suas lágrimas com força e a puxou para cima. — Vamos, volte e me conte tudo que você falou com o Guilherme, me diga toda a conversa! Quando você tiver contado tudo, se realmente for você a vítima aqui, pode chorar dez dias e dez noites, eu não vou te impedir.Ao ouvir isso, o medo tomou conta do rosto de Poliana.Se ela dissesse a verdade sobre o que falou com Guilherme, ela realmente não podia imaginar o que Gustavo faria.Mas se ela não dissesse, com a teimosia de Gustavo, ele certamente não desistiria e continuaria a perguntar.O que ela deveria fazer?Talvez por estar extremamente ansiosa e nervosa, sentiu uma dor aguda no abdômen e a necessidade repentina de ir ao banheiro.Ela segurou a mão de Gustavo