A voz de Bárbara chegou:– O que você está fazendo, Guilherme?Guilherme se levantou, sorriu para Bárbara e se preparou para sair.Mas quando ele olhou para trás, viu Gustavo entrando.O homem que parecia bem momentos atrás agora tinha uma expressão sombria nos olhos. Sim, ele viu Guilherme se aproximando de Poliana.Guilherme hesitou por um momento, então sorriu e piscou para Gustavo, decidindo não sair mais.Parecia que ele achava que Gustavo viria até ele, mas Gustavo não foi.Ele retirou seu olhar friamente e caminhou na direção de Breno.Guilherme levantou uma sobrancelha, fez um som com a língua, parecendo um pouco desapontado.Poliana estendeu a mão e segurou Bárbara. A mão que estava quente momentos atrás, agora estava suando frio.Bárbara preocupada perguntou:– O que Guilherme disse para você?Poliana engoliu em seco e respondeu:– Ele quer que eu encontre uma oportunidade para conversar com ele sozinha. Perguntei sobre o que era e ele mencionou Adílson... Parece que ele sab
Quanto ao Guilherme, ele não se sentiu provocado pelo olhar de Gustavo, afinal, Gustavo e Poliana ainda eram casados.No entanto, o sorriso nos lábios de Poliana fez com que os olhos de Guilherme perdessem um pouco do brilho.Aquele sorriso delicado, combinado com o abraço de Gustavo, dava a impressão de que eles estavam muito apaixonados.Isso também deixou Guilherme desconfiado.“Depois de apenas meio mês sem nos vermos, Gustavo e Poliana já haviam se reconciliado e agora pretendiam viver felizes juntos e ter filhos?”Ele girou seus olhos, pensando em uma estratégia. Guilherme foi o primeiro a pegar sua taça de vinho e disse sorrindo:– Nesse caso, vou brindar a vocês, desejo a vocês... Felicidades e muita sorte.Em seguida, os outros também disseram:– Um brinde a vocês, desejo que tenham um filho logo.– Sim, desejo que tenham boas notícias logo.No entanto, o sorriso no rosto de Gustavo se congelou e Poliana lançou um olhar para Guilherme. Normalmente, eles costumavam ouvir “felic
Guilherme permaneceu em silêncio, mas continuou olhando para Poliana. Ao redor da mansão, tudo estava muito quieto; naquele momento, só se ouvia o som do vento soprando vez após vez.Depois de um longo tempo, Guilherme piscou os olhos e, com eles semicerrados, soltou uma leve risada.— Eu acredito.Dessa vez, foi a vez de Poliana ficar surpresa.— Por quê?— A família Vilas... — Guilherme olhou para a mancha alaranjada no céu azul-escuro. — Eles são ainda mais poderosos que a família Codelle. Se naquela época, você realmente passou de gostar do Gustavo para gostar do Adílson, não teria sido melhor se casar com o Adílson? Por que se daria o trabalho de se casar com o Gustavo e se submeter a tudo isso?Ao terminar de falar, ele segurou o cigarro entre os dentes, pegou o isqueiro no bolso e acendeu. Suas palavras despreocupadas, no entanto, fizeram os olhos de Poliana ficarem vermelhos, uma dor repentina apertando seu coração.Guilherme levou menos de três minutos para entender a lógica d
No entanto, Gustavo não viu Guilherme, que estava com a cabeça baixa olhando para o celular.Guilherme estava um pouco nervoso, afinal, ele tinha chamado uma mulher para encontrá-lo especificamente para que Gustavo visse, temendo que ele ficasse desconfiado.Quando viu que Gustavo não levantou a cabeça, o pensamento imediato que surgiu em sua mente foi: "Desviar".Quem poderia imaginar que, no momento em que ele virou os calcanhares, um toque de celular melodioso ecoou pelo estacionamento?Era o celular de Poliana tocando.Gustavo levantou a cabeça e imediatamente avistou Guilherme.Seus olhos semicerrados e negros subitamente se estreitaram, e a expressão vaga foi instantaneamente substituída por uma ferocidade implacável.Guilherme exibiu um olhar de arrependimento, mas não parou de caminhar, mantendo os olhos baixos e fingindo não ouvir os sons ao redor, continuando a andar para frente.Era a única coisa que ele podia fazer; se Gustavo viesse impedi-lo, ele ainda poderia arranjar um
Embora Bárbara a tivesse ajudado a perceber, aquele sentimento surgiu em Poliana desde que se apaixonou por Gustavo, oito anos atrás.Mudar aquilo era realmente muito difícil.Quando Gustavo viu que ela estava chorando, se sentiu ainda mais irritado e apertou ela com mais força, sem perceber.— Como você tem coragem de chorar?Sua voz estava bem mais alta, e Poliana, completamente dominada pelo medo, começou a chorar ainda mais alto.Bárbara também tinha se chocado contra um carro, machucando o cotovelo esquerdo, mas, corajosamente, se aproximou novamente.— Gustavo, você não acha que está sendo excessivo? Quando você estava com a Fernanda, a Poli te impediu de fazer qualquer coisa?Gustavo olhou para Bárbara.— Sai daqui, isso não é da sua conta.Aquelas palavras deixaram Bárbara furiosa.— Você é um verdadeiro canalha!Gustavo não respondeu a Bárbara, voltando a atenção para o rosto de Poliana. Ele levantou a outra mão e apertou o rosto dela, deixando marcas vermelhas na pele delicad
No momento em que a voz se calou, um vento soprou. No entanto, no segundo seguinte, nos olhos arregalados de Bárbara e Poliana, o corpo de Gustavo se inclinou para trás, ele levantou a perna longa e, com o sapato impecavelmente limpo, chutou o abdômen de Guilherme.Gustavo já era naturalmente irritável, e agora estava ainda mais bêbado. A provocação de Guilherme foi como jogar uma tocha em um monte de feno seco.Guilherme caiu no chão e nem tentou se levantar. Ele também tinha bebido bastante, e seu estômago doía terrivelmente, com uma mistura de dor e vontade de vomitar.Gustavo deu alguns passos em direção ao rosto de Guilherme, esticou a mão para ajustar a gravata no pescoço, olhando com desprezo para Guilherme, que estava apoiado nas mãos, tentando aliviar o desconforto. Sua voz saiu fria e sem emoção.— Eu tenho te respeitado demais, não é?Guilherme levantou a cabeça, e em seu rosto não havia o menor traço de medo, apenas um sorriso sarcástico.— É melhor você me matar hoje. Se n
Mas agora, na sua calça clara comprida, havia novamente manchas do sangue vermelho-vivo que causavam repulsa.Aquela cor rubra o deixava ainda mais tonto.Ele puxou a própria roupa das mãos dela, se afastando, e seu olhar pousou em outro jovem, Adílson.Quando seus olhares se encontraram, parecia que ele ainda podia ouvir o murmúrio de Adílson, Poli, dito enquanto dormia, pouco depois de ele ter chegado em casa.Adílson era um amigo de infância que ele conheceu quando era mais jovem, mas de quem se separou mais tarde.Eles se reencontraram no ensino médio.Muitas pessoas os observavam e, às vezes, comparavam-nos discretamente.Adílson não perdia em aparência ou status familiar, e seu caráter e desempenho acadêmico eram até melhores.Adílson estava sempre limpo e fresco, com uma fragrância agradável que fazia até mesmo seu irmão se sentir confortável.O que mais marcava nele eram os olhos ligeiramente caídos e profundos, que lembravam um cachorro dócil, sempre gentil.Não eram apenas as
Gustavo, ao se lembrar subitamente de tudo, foi tomado pelas emoções do passado, sentindo não apenas uma dor espasmódica no peito, mas também vendo tudo à sua frente mais desfocado.Ele não conseguia controlar seus passos.Não era bom, parecia que ele iria cair.Com a visão ainda captando o semblante assustado de Poliana, ele sabia que, se caísse sobre ela, a machucaria. Então, tentou empurrá-la para o lado, mas...Estando indisposto e embriagado, ele realmente não conseguia controlar sua força, e acabou exagerando.Poliana foi diretamente empurrada e caiu no chão.Nesse momento, risadas e conversas de adolescentes ecoaram de uma pequena distância.Mas os quatro estavam tão imersos no caos que ignoraram aqueles sons.Guilherme, ao ver Poliana caída e com dor, aguentou a dor intensa no abdômen e se levantou, enquanto Bárbara correu imediatamente para ajudar Poliana a se levantar.No chão havia algumas pedras que arranharam a palma da mão de Poliana.Bárbara, ao ver o sangue e a terra na