— Parece que há uma grande conspiração por trás disso. Caso contrário, por que a jovem Sra. Codelle, ao ouvir aquelas palavras, pensaria imediatamente que alguém a teria manipulado?Naomi, ouvindo isso, teve os olhos gradualmente iluminados, embora ainda carregassem um brilho de desespero impossível de apagar....Um ônibus que levava as atrizes novatas chegou ao Resort N na semana passada. Quando desceu, Naomi procurou um lugar onde ninguém pudesse vê-la e ligou novamente para aquele número.— Irmã, será que realmente vamos conseguir? E se eu fingir loucura, e eles ligarem para minha família ou amigos, ou até mesmo chamarem a polícia? — Naomi, ao longo do trajeto, pensou em inúmeras possibilidades, sentindo que as coisas não seriam tão fáceis.Do outro lado da linha, a voz soou sem o menor traço de apreensão; ao contrário, uma risada leve e satisfeita escapou.— Você é bem esperta por pensar em tudo isso. Mas não se preocupe, assim que mencionar problemas mentais, eles vão primeiro co
Poliana olhava para o rosto de Gustavo, enquanto as lágrimas desciam sem parar.Ela nunca foi de desconfiar facilmente de alguém. Talvez fosse por causa de sua infância solitária ao lado da avó e da mãe, sem muitos parentes ou vizinhos por perto, o que a fez valorizar cada pessoa que se aproximava. Poliana sempre se esforçava para lembrar com carinho cada momento sincero que alguém lhe dedicava.Agora, ver Gustavo com essa expressão de tristeza contida tocava um ponto vulnerável em seu coração. Aquela expressão lhe era familiar, algo que ele já demonstrou no passado.Mas as palavras dos outros a perturbavam, invadiam seus pensamentos e a deixavam atordoada, sem saber mais se confiava em seu próprio julgamento.— É verdade? — Sua voz saiu embargada, mal conseguindo conter o choro.Gustavo ergueu a mão e segurou seu rosto com delicadeza, limpando com o polegar a lágrima que escorria pelo canto de seus lábios.— Se eu, Gustavo, tiver dormido com outra mulher que não seja você, Poliana,
— Quatro anos atrás, ele nunca mais apareceu. Talvez ele soubesse que sua presença traria problemas para você, então sumiu, como se tivesse desaparecido do mundo. Para ser sincero, nesses quatro anos eu nunca consegui me libertar dessa sensação. Sempre que pensava nisso, sentia uma derrota amarga, pois o amor que ele sentia por você parecia mais puro, sem um pingo de egoísmo. Eu também já briguei comigo mesmo por conta disso... Eu desliguei o telefone quando você me ligou, bloqueei seu contato, evitei te ver. Se não tivermos destino juntos, eu aceito você ficar com o Adílson, mas o que eu não suporto é ver você com ele, porque ele é meu melhor amigo! Mas, por tudo que já vivemos, eu quis acreditar em você... E se você tivesse sido apenas vítima de uma armadilha? Por isso escolhi me distanciar e deixar nossos sentimentos congelados nesse estado frio e insensível, enquanto eu investigava a verdade. Se, no fim, eu descobrisse que você realmente me traiu e já não me ama mais, aproveitaria
Gustavo já havia fechado a porta e seguia a passos rápidos em direção à multidão. Ao passar por Guilherme, que estava ao lado de Otávio e Bárbara, ele lançou-lhe um olhar frio. Sua expressão trazia apenas indiferença, sem qualquer traço de ressentimento.Gustavo se aproximou de Edmar, varrendo o local com o olhar. — Onde ela está?Mal havia terminado de falar quando passos apressados ecoaram pelo ambiente. Todos olharam na direção do som e viram uma das garotas que havia acompanhado Naomi ao banheiro correr até eles, cobrindo metade do rosto e gritando, aflita:— A Naomi pulou na piscina de novo!O alvoroço se instalou entre os presentes, e alguns seguranças correram apressadamente na direção da piscina.Alguém perguntou para a garota:— O que aconteceu? Como ela foi parar na água de novo?A jovem explicou, sem fôlego:— Levamos a Naomi até a porta do banheiro e a soltamos. Eu, preocupada se ela ia conseguir entrar sozinha, estava prestes a perguntar algo a ela, mas então ela me deu
Ele já não confiava mais nela, acreditando que ela o havia traído com Adílson. ...Depois de um tempo, seu corpo não suportou mais o cansaço das idas e vindas, e ela foi internada no último hospital que visitaram. Ao se deitar na cama e ser conectada ao soro, ele, de repente, abandonou aquela postura de sofrimento que havia mostrado antes. Cuidadosamente, ajeitou o cobertor sobre ela, arrumou seu cabelo e, com um sorriso suave, falou gentilmente:— A partir de hoje, eu não vou mais estar ao seu lado. Daqui para frente, você vai viver sozinha, ou quem sabe ao lado do Adílson. Se cuide bem.Dito isso, ele se foi sem hesitar, e durante os dois anos seguintes ela não o viu mais. Até que a mãe dela finalmente fez com que os dois se casassem. Mas, mesmo depois do casamento, ele a deixou novamente, sumindo por outros dois anos. ...Durante esses quatro anos de separação, o que a sustentou foi a memória dos outros quatro anos em que estiveram juntos. Agora, aquele desespero e a sensação de a
Assim que Poliana começou a entender o que estava acontecendo, o carro já havia arrancado, e Gustavo se virava, se afastando com passos largos. O rosto dela empalideceu de imediato. Parecia não perceber que o carro avançava; segurou a maçaneta da porta com força e começou a puxá-la desesperadamente.O motorista, apenas se dando conta da situação, não teve tempo de reagir antes que Poliana conseguisse abrir a porta. O carro estava a uma velocidade baixa, pouco mais de 10 km/h, mas seu tornozelo direito estava torcido e doía intensamente, impedindo que ela mantivesse o equilíbrio como de costume. Ao dar um passo para fora, seu corpo perdeu o apoio e ela despencou, rolando para longe do carro por mais de um metro.Um grito de dor escapou de seus lábios. O carro parou de imediato, e Gustavo se virou.Os olhos de Poliana se arregalaram.Caída no chão, ela tentava se levantar, mas suas pernas fraquejavam. Após três tentativas frustradas, cada uma mais desastrosa que a outra, Poliana esta
Poliana sentiu como se a última esperança em seu coração se desfizesse. Abriu a boca, ficando paralisada por alguns segundos.Quando quatro lágrimas caíram de seus olhos, ela soluçou e, com muita cautela, perguntou:— Gustavo, você... — Sua voz falhou, os lábios se moveram por um longo tempo, e seus olhos estavam arregalados ao máximo, até conseguir articular as palavras que tanto desejava dizer. — Você ainda me ama?O peito de Gustavo se contraiu lentamente.— O que é que você quer que eu ame em você?Poliana ficou com a boca aberta, os músculos da mandíbula tensionados, a língua formigando e ficando rígida. Seu peito parecia apertado, como se estivesse sufocando, até as pontas dos dedos estavam dormentes.Ao vê-la tão abalada, Gustavo franziu a testa, estendeu a mão e, com um movimento fácil, segurou o queixo dela com os dedos de uma só mão.— Poliana Mendonça!Gustavo ainda se preocupava que ela desmaiasse, como na última vez.— Não faça isso... — Ele a tocou suavemente, tentando fa
Ela soluçou com força por muito tempo até conseguir acalmar um pouco as emoções e finalmente atendeu o telefone.Mas a dor, tão profunda e avassaladora, não era algo que se pudesse controlar facilmente. Quando a voz clara e doce de Vic soou do outro lado da linha, Poliana não conseguiu evitar os novos soluços.Quando alguém estava com um outro alguém por tanto tempo e decidia se separar, não era só o fim entre os dois que doía, mas tudo o que vinha junto com essa ruptura, tudo o que precisava ser deixado para trás.Se realmente se divorciasse do Gustavo, ela sabia que não poderia mais ver a Vic e o Marcelo com a mesma frequência. Esse pensamento a sufocava.Ela ficou em silêncio por um bom tempo, sem conseguir encontrar palavras. Vic, preocupada, perguntou novamente:— Poli, você está aí?Poliana levou a mão até a boca, tentando conter os soluços para não chorar ainda mais alto.Vic, percebendo o silêncio, repetiu o nome dela e, de repente, exclamou, preocupada:— Papai, você pode ver