Assim que Poliana começou a entender o que estava acontecendo, o carro já havia arrancado, e Gustavo se virava, se afastando com passos largos. O rosto dela empalideceu de imediato. Parecia não perceber que o carro avançava; segurou a maçaneta da porta com força e começou a puxá-la desesperadamente.O motorista, apenas se dando conta da situação, não teve tempo de reagir antes que Poliana conseguisse abrir a porta. O carro estava a uma velocidade baixa, pouco mais de 10 km/h, mas seu tornozelo direito estava torcido e doía intensamente, impedindo que ela mantivesse o equilíbrio como de costume. Ao dar um passo para fora, seu corpo perdeu o apoio e ela despencou, rolando para longe do carro por mais de um metro.Um grito de dor escapou de seus lábios. O carro parou de imediato, e Gustavo se virou.Os olhos de Poliana se arregalaram.Caída no chão, ela tentava se levantar, mas suas pernas fraquejavam. Após três tentativas frustradas, cada uma mais desastrosa que a outra, Poliana esta
Poliana sentiu como se a última esperança em seu coração se desfizesse. Abriu a boca, ficando paralisada por alguns segundos.Quando quatro lágrimas caíram de seus olhos, ela soluçou e, com muita cautela, perguntou:— Gustavo, você... — Sua voz falhou, os lábios se moveram por um longo tempo, e seus olhos estavam arregalados ao máximo, até conseguir articular as palavras que tanto desejava dizer. — Você ainda me ama?O peito de Gustavo se contraiu lentamente.— O que é que você quer que eu ame em você?Poliana ficou com a boca aberta, os músculos da mandíbula tensionados, a língua formigando e ficando rígida. Seu peito parecia apertado, como se estivesse sufocando, até as pontas dos dedos estavam dormentes.Ao vê-la tão abalada, Gustavo franziu a testa, estendeu a mão e, com um movimento fácil, segurou o queixo dela com os dedos de uma só mão.— Poliana Mendonça!Gustavo ainda se preocupava que ela desmaiasse, como na última vez.— Não faça isso... — Ele a tocou suavemente, tentando fa
Ela soluçou com força por muito tempo até conseguir acalmar um pouco as emoções e finalmente atendeu o telefone.Mas a dor, tão profunda e avassaladora, não era algo que se pudesse controlar facilmente. Quando a voz clara e doce de Vic soou do outro lado da linha, Poliana não conseguiu evitar os novos soluços.Quando alguém estava com um outro alguém por tanto tempo e decidia se separar, não era só o fim entre os dois que doía, mas tudo o que vinha junto com essa ruptura, tudo o que precisava ser deixado para trás.Se realmente se divorciasse do Gustavo, ela sabia que não poderia mais ver a Vic e o Marcelo com a mesma frequência. Esse pensamento a sufocava.Ela ficou em silêncio por um bom tempo, sem conseguir encontrar palavras. Vic, preocupada, perguntou novamente:— Poli, você está aí?Poliana levou a mão até a boca, tentando conter os soluços para não chorar ainda mais alto.Vic, percebendo o silêncio, repetiu o nome dela e, de repente, exclamou, preocupada:— Papai, você pode ver
— Eu, eu... Poliana de repente sentiu novamente aquela sensação de paralisia nos braços e pernas, com dificuldade para respirar. Suas pupilas se dilataram, e ela começou a se concentrar, tentando controlar suas emoções. A vida adulta era repleta de impotência. Mesmo para desabafar, não se podia fazer isso livremente. Ela queria tanto chorar de maneira incontrolável, gritar até perder a voz na calada da noite, gritar até enlouquecer. Mas o motorista à frente estava dirigindo com o GPS ligado, e o destino era uma casa de repouso. Ela não poderia se entregar a esse impulso. Ainda tinha responsabilidades. Precisava cuidar de sua avó. Assim, ela tentou a todo custo controlar suas emoções e disse: — Eu estou no carro, acabei de sair do Resort N. Ele está me levando de volta para o centro... Porém, se fosse possível controlar completamente as emoções, ela não teria agido de forma tão impulsiva. Depois de falar essas palavras, ela sentiu uma dor aguda no peito, como se não
Era noite, às dez horas, e Poliana Mendonça estava sentada em frente à penteadeira, aplicando óleo essencial em seu corpo para deixar a pele brilhante e radiante.Era evidente que ela estava se preparando para agradar um homem.Seu marido, que ela não via há dois anos, estava voltando para o país e sentia uma falta desesperadora dele.Depois de cobrir cada parte do corpo com o óleo suave e perfumado, ela vestiu um conjunto de lingerie branca, com detalhes de pelo, e uma cauda de gato para enfeitar sua cintura.Na verdade, no passado, ela não precisava se esforçar tanto assim. Gustavo Codelle costumava estar grudado nela o tempo todo, como seu amante mais íntimo. No entanto, tudo mudou depois daquele dia.Ela passou de sua amada mais próxima para a mulher que ele mais desprezava na vida.Mais tarde, os mais velhos arranjaram um casamento entre eles, mas Gustavo estava totalmente contra a ideia. No dia seguinte depois de tirarem a certidão de casamento, ele partiu para o exterior.Durant
— E daí? — Respondeu Gustavo.Poliana desmoronou de repente, grandes lágrimas caíram dos seus olhos.— Desde quando? Quem é ela?Ela estava em um estado lamentável e miserável, mas Gustavo não demonstrou piedade. Na verdade, ele parecia sentir certo prazer ao vê-la sofrer.— Você não suporta me ver com outra pessoa?“Sim, eu não suporto.”Amar alguém naturalmente despertava o sentimento de possessividade. Para Poliana, Gustavo era especialmente significativo. Ela não conseguia aceitar a ideia de perdê-lo.Neste momento, ela estava tão abalada que só conseguia soluçar, incapaz de falar. Era uma cena mais lamentável do que o choro, ela parecia prestes a desmoronar.Os olhos de Gustavo escureceram, ele vestiu suas roupas e saiu do quarto.Poliana não desistiu e o seguiu, questionando:— Por que você simplesmente não acredita que armaram para cima de mim?Gustavo parou de andar e se virou, perguntando de volta:— Então me diga, quem armou para cima de vocês?O corredor da mansão era amplo
— Ele está bebendo comigo. Agora bebeu demais e está dando a louca aqui, mas vou levá-lo de volta para você em breve, não se preocupe.Poliana ficou em silêncio por um momento e então disse:— Você pode me dar o endereço? Eu quero ir pessoalmente.Guilherme suspirou e olhou para a confusão dentro da sala. Depois de hesitar um pouco, disse:— Nolem, sala VIP A.Uns dez minutos depois, todos, exceto Gustavo e Guilherme, já haviam ido embora.Gustavo estava sentado no sofá, olhando fixamente para o lustre no teto, perdido em seus pensamentos.Guilherme estava sentado ao lado dele, dizendo:— Não nos envolva nas suas questões com a Poliana. Se tem algum problema, resolva em casa com ela e não surte aqui.Gustavo fechou os olhos e respondeu:— Não vou voltar.— Tudo bem. — Guilherme acendeu um cigarro. — Então me conte o que aconteceu entre vocês dois, eu posso te ajudar a resolver.Gustavo disse:— Você não pode resolver isso.— Ok. — Guilherme soltou a fumaça do cigarro. — Se você não vai
O olhar de Gustavo escureceu. Ele não respondeu, indo atrás de Guilherme.Fernanda suspirou com força, com os ombros tremendo, olhando para Poliana e Guilherme com um claro sentimento de ódio e inveja.No entanto, Gustavo não chegou a enfrentar Guilherme. Quando ele foi para lá, viu exatamente o momento em que o esplêndido Ferrari de Guilherme realizou uma derrapagem e entrou diretamente na estrada principal....Dentro do carro, Poliana estava encolhida contra a janela. O cinto de segurança havia sido colocado por Guilherme.Embora estivesse chorando, sua expressão estava rígida como uma escultura sem alma.A dor em seus ouvidos puxava os nervos de toda a sua cabeça, trazendo à tona muitas memórias que ela preferia não se lembrar...Um grupo de garotas com maquiagem pesada a cercava, com o rosto mais à frente e mais orgulhoso, era a que parecia mais inocente e inofensiva: Fernanda.Ela sorria maliciosamente, puxando o cabelo de Poliana e fazendo com que suas companheiras batessem alte