Mas logo, Otávio assumiu o controle, desatando o cinto de seu roupão. O ar-condicionado tornou o ambiente aconchegante, e, assim que o roupão deslizava suavemente pelos ombros brancos de Bárbara, a mão dele, com dedos angulosos, se movia debaixo de seu braço, repousando nas costas dela. Contudo, a manga de sua camisa começou a roçar delicadamente sua pele.— Hmm... — Bárbara não conseguiu evitar o gemido suave que escapou de sua garganta.Isso foi um convite irresistível para Otávio, e logo o ar se encheu com seu ofegar profundo....Em poucos momentos, Bárbara sentiu suas emoções se embaralharem, mergulhando em um mar de confusão. Jamais imaginou que um beijo pudesse ser tão envolvente. O beijo se prolongou até que, para respirar, Otávio finalmente a soltou. Com os sentidos turvos, Bárbara buscou seus lábios, mas ouviu a pergunta dele:— O Sr. Breno nunca a beijou?— Beijou, mas pouco. — Bárbara envolveu o rosto do homem com as mãos. — Ele é um pouco sem graça.Otávio riu novament
Contudo, ela não era uma pessoa que não se amava. Apenas havia despertado um desejo por Otávio, e por isso foi tão calorosa momentos atrás. Os homens podiam se interessar pelas mulheres por causa da beleza e do corpo delas, e as mulheres também podiam nutrir pensamentos sobre os homens por conta de suas aparências e formas. Não havia nada de errado nisso.As palavras de Otávio a fizeram sentir que ele achava que ela estava se esforçando para agradá-lo apenas por causa daquele emprego.Enquanto Bárbara retirava as roupas da sacola de compras uma a uma, pensou novamente, esboçando um sorriso amargo, com lágrimas se formando em seus olhos.Desde a noite há seis anos, quando caiu repentinamente de uma posição de nobreza para a de mendiga, ela enfrentou preconceitos demais.Ela não se importava com isso antes, apenas queria ganhar dinheiro para quitar suas dívidas e se libertar. Mas, naquele momento, ouvir Otávio dizer aquilo parecia extremamente falso. Era como um lobo faminto que, ao
Ele sempre foi assim, exigindo que ela usasse roupas grossas, enquanto, nos dias mais frios, se recusava a vestir calças térmicas, alegando que, se cobrir a barriga, não havia risco de ficar resfriado. Era preciso que ela fizesse uma cena para convencê-lo a usar essas calças.Nesse momento, um garçom entrou no salão de reuniões e perguntou o que ela gostaria de beber. Poliana, ainda se recuperando de seus pensamentos, ouviu Gustavo dizer:— Um copo de água quente.Durante o período menstrual, Poliana costumava beber água quente para aliviar os desconfortos. O garçom se afastou, e Poliana, com a cabeça baixa, revirava os dedos, sem saber como apaziguar seus sentimentos complicados. Gustavo, por sua vez, desviou o olhar e continuou a conversar com Hélder.Um tempo depois, a porta do salão se abriu novamente, e Otávio entrou, seguido de seu assistente, que trazia Bárbara logo atrás. Aqueles que testemunharam o beijo entre eles não reagiram, afinal, esse tipo de coisa era comum e não c
Assim que as palavras de Gustavo se dissiparam, Poliana levantou o braço para apoiar a cabeça. Em comparação com a fala de Otávio, a dele parecia desnecessária.Hélder soltou algumas risadinhas e olhou para ela.— E você, Poli, o que pensa?Poliana exibiu um sorriso que misturava constrangimento e educação e respondeu:— Acho que a ideia do professor é ótima. Alguns dos personagens são mais jovens e têm uma personalidade ingênua e pura. Podemos escolher alguns novatos encantadores, jovens, que tragam uma vitalidade única. Mas também não precisamos usar apenas novatos; ainda existem muitos artistas no mundo do entretenimento que são ótimos e que perseguem seus sonhos de maneira séria. Eles só precisam de uma oportunidade. Talvez possamos gastar um tempo para selecionar cuidadosamente; certamente iremos descobrir talentos brilhantes.Hélder sorriu suavemente, e Gustavo apoiou o queixo com um olhar profundo, onde havia um brilho de orgulho.Logo, alguns outros empresários começaram a elog
Poliana, irritada, ignorou Gustavo e se aproximou de Hélder, movendo a cadeira. Gustavo rapidamente se aproximou dela.Poliana revirou os olhos.Com um semblante sério, virou a cabeça e falou em voz baixa:— Você não queria admitir nosso casamento, mas não está com vergonha agora?Gustavo apoiou as mãos na mesa, se inclinando para olhar para ela com preocupação:— Nos últimos dois anos, você tem sido uma diretora?— E o que você esperava? Que eu ficasse em casa, vendo você se casar novamente com outra?Gustavo franziu a testa.— Você pode falar de um jeito mais civilizado?— Estou falando de forma civilizada! A dicção está boa e a entonação é rica.Gustavo ficou sem palavras.Mas, ao ver as expressões variadas dela, ele acabou sorrindo, sem conseguir ficar irritado. Desde que voltaram, a atmosfera entre eles parecia mais leve.Mais de uma hora depois, a reunião chegou ao fim, e era hora de jantar.Assim que saíram da sala de reuniões, Gustavo, de repente, disse em um tom severo:— Esta
O jantar foi alegre, e Hélder sugeriu ir para o bar ao lado fazer uma festa. O bar, tranquilo, tinha karaokê, pista de dança e instrumentos, perfeito para eles, que eram trabalhadores da arte. Poliana, ao se levantar, sentia os pés um pouco leves. Essa leve intoxicação era agradável; ela se encostou em Bárbara e seguiu em frente. Seu consumo de álcool, aprimorado nos últimos dois anos com a amiga, a tornava bem consciente de seu estado. Depois de beber mais um pouco de água e ir ao banheiro, essa leveza desapareceria, e ela ainda queria tomar mais um gole. Queria um pouco mais de embriaguez, aquela sensação de mente vazia e corpo relaxado, que lhe garantiria uma boa noite de sono.Entretanto, naquele momento, precisava desacelerar. Ao chegar ao bar, se acomodou no canto mais escuro e discreto, fechando os olhos para descansar. Não demorou muito...Poliana sentiu como se o chão ao seu redor de repente descesse, e, ao mesmo tempo, uma fragrância de perfume com notas de couro a en
Poliana franziu a testa e disse:— Como assim eu não sou razoável?— Tudo bem. — Respondeu Gustavo, com os lábios levemente curvados, enquanto continuava a encará-la. — Nos últimos dois anos, você ficou em casa. É verdade que eu não voltei, mas você nunca pensou em ir me buscar no exterior?O ressentimento surgiu em Poliana.— Você me bloqueou, como eu poderia te procurar?— Então você poderia trocar de número e me ligar.Gustavo parecia absurdamente ferido. Poliana também se sentia injustiçada.— E se eu trocasse de número e você me bloqueasse novamente?— Mas você nem tentou! Como pode saber o que eu faria? — As lágrimas começavam a brilhar nos olhos de Gustavo. — Às vezes, sinto que você é uma pequena trapaceira. Você consegue passar dois anos sem me ver, mas agora que estou de volta, diz que seu corpo e alma são meus.— Eu não entrei em contato porque, durante aqueles dois anos de separação, fiz de tudo para te manter, usei todas as palavras que pude, e você foi firme em sua decisã
Gustavo, impaciente, queria uma resposta e a abraçou ainda mais forte.— Não fuja. Me dê uma resposta; mesmo que seja um não, precisa ser clara.Poliana abriu os olhos, perdida e confusa.— Eu não estou fugindo, só... Não sei como te dar uma resposta.Gustavo insistiu:— Então me diga, o que você está pensando?Poliana, que nunca foi de guardar sentimentos, começou a formular uma comparação para explicar seu estado de espírito.— Para ser sincera, estou com um pouco de medo. Sabe, Gustavo, quando o vidro se quebra, eu realmente tenho medo de ter que juntá-lo de volta. Ao tentar pegar os cacos, posso me cortar, e os pedaços de vidro podem entrar na pele, causando dor e sangrando, é tão doloroso que chega a fazer chorar.Gustavo compreendeu suas palavras. Era um amor que deveria trazer felicidade, mas se transformou em espinhos, ferindo ambos. Nessa situação, ninguém queria se machucar novamente.Seus olhos se umedeceram, e ele sorriu, assentindo.— Então eu vou juntar os cacos por você