Gustavo, preocupado ao se lembrar do desmaio de Poliana, rapidamente tentou ajudá-la a regular a respiração.— Não chore, só pense em mim. Sou o dono de uma empresa agora, chorar aqui não é apropriado, certo?Poliana continuava a soluçar, e o medo no rosto de Gustavo aumentava. As lágrimas em seus olhos se tornavam mais visíveis. Sem saber como parar as lágrimas, ele segurou o rosto dela, engasgando:— Querida, não chore mais. Eu não estou em uma situação muito melhor, acredite...No instante seguinte, Poliana parou de respirar, e Gustavo, temendo que ela estivesse passando mal novamente, viu seu rosto pequeno se contorcer em um misto de mágoa. Ela prendeu a boca e, agarrando a roupa dele, enterrou o rosto em seu peito, tremendo intensamente.As notas da música pairavam no ar, seguidas por gritos de apoio de outras pessoas.Gustavo ficou momentaneamente paralisado, mas, em seguida, abriu os braços e a abraçou apertado, enquanto suas próprias lágrimas escorriam pelo canto dos olhos.— Q
Da dureza e frieza à ternura e ao acolhimento, sem palavras excessivas, tudo isso quebrou completamente a defesa psicológica de Poliana, que só conseguia ofegar, sem conseguir pronunciar nada.Gustavo a segurou em seu colo, uma mão acariciando suas costas, enquanto a outra a ajudava a relaxar. Temia que ela chorasse como da última vez, e, na verdade, não havia se passado muitos dias desde então. Mas agora ele estava muito mais paciente, embora ainda não tivesse ouvido de Poliana as palavras que desejava.Não sabia se era por causa do álcool que havia ingerido, mas, de repente, Poliana começou a ter cólicas intensas na barriga, se curvando e segurando o abdômen com as duas mãos. Gustavo sentiu seu coração apertar.— O que aconteceu? — Ele perguntou.— Estou com dor na barriga...— Foi a bebida, não foi? A dor súbita a tornou pálida, e ela respondeu:— Não sei.Gustavo franziu a testa, pegando rapidamente o casaco que Poliana havia tirado e ajudando ela a vestir novamente.— Vamos par
Poliana não conseguia acompanhar a alegria repentina dele, não entendia. — Por que você está sorrindo de repente? — Porque quero sorrir. Após dizer isso, ele inclinou a cabeça e esfregou o nariz em sua bochecha. O gesto inesperado fez um calor tímido surgir em Poliana, pois era um carinho tão afetuoso, como se ele ainda a amasse como antes. Mas, num instante, ela fechou os olhos, aceitando as gotículas de chuva que ainda caíam. Ela se lembrou de que, se pudesse ter um milésimo do que tinham antes, já estaria satisfeita. Assim, repetiu isso para si mesma. Logo, eles voltaram para o quarto. Gustavo a colocou na cama e, sem esperar que ela se mexesse, se ajoelhou e tirou os sapatos e meias dela. Poliana ficou surpresa ao vê-lo segurando seus pés frios. A expressão de preocupação surgiu em seu rosto, mas ele não disse nada. Se levantou, a pegou novamente nos braços, levantou o cobertor e a acomodou, cobrindo ela bem. O movimento foi tão suave e fluido que Poliana ficou sem p
Gustavo ficou surpreso por um momento, mas logo um sorriso doce e profundo surgiu em seu rosto. — Espere um pouco. — Apesar de feliz, ele recusou. — Vamos esperar o médico chegar. Depois, eu tiro a roupa e te abraço enquanto durmo. Poliana sentiu os olhos arderem e mordeu o lábio, acenando com a cabeça. Se lembrou da noite em que ele voltou, quando, furioso, não parou de fazer amor com ela mesmo durante a ligação com Guilherme. Agora, ele parecia ter se transformado naquele Gustavo que realmente a amava, que não teria intimidade com ela antes que alguém chegasse. A mistura de amor e dor a envolveu, e ela se sentou mais ereta, estendendo a mão para tocar a testa dele. — Você não pediu para o médico trazer remédio para febre. Gustavo retirou sua mão da testa e a segurou com delicadeza. — Eu bebi, não posso tomar remédio agora. — Ah, certo. Gustavo fechou os olhos por um instante. — Fique deitada. Vou beber mais água. — Hm. Ele não foi beber água. Embora estivesse
As palavras foram ditas com um tom brincalhão, mas, ao terminá-las, ele riu alto, criando uma atmosfera muito agradável. Otávio também sorriu junto com Hélder, mas seus olhos estavam fixos em Bárbara, como se quisesse absorver cada instante. Hélder, com um sorriso curioso de menino travesso, comentou: — Parece que você gosta da Bárbara há muito tempo.Otávio se recostou no encosto da cadeira ao ouvir isso. — Hmm. Os olhos de Hélder se estreitaram. — Otávio, quanto mais olho para a Bárbara hoje, mais acho que ela se parece com alguém. Otávio ergueu as pálpebras. — Que estrela você está querendo dizer? Hélder se inclinou para sussurrar em seu ouvido. — Não é uma mulher, é alguém que faleceu em um acidente de carro há seis anos, Sr. Rodrigo. Sr. Rodrigo, um título respeitoso; Hélder se referia ao ex-presidente do Banco Bellafoz, Rodrigo Leite. As pupilas de Otávio se contraíram de repente, e ele se conteve. Hélder continuou: — Eu sei que a segunda esposa do Sr. Ro
— Não pensei em nada.Gustavo a encarou em silêncio por alguns segundos antes de esboçar um sorriso novamente.— O médico disse que, com o tratamento certo, você vai ficar bem.De repente, Poliana teve uma vontade imensa de perguntar: "Gustavo, você quer que eu fique bem? Se eu melhorar e tivermos outro filho, você deixaria ele nascer, ou faria como disse antes, me forçaria a abortar para depois nos divorciarmos?"Mas, no final, as palavras morreram em sua garganta, e tudo que saiu foi um suspiro.Ela não falou nada.Poliana se considerava uma pessoa de coração. Em qualquer relação, fosse amorosa ou de amizade, ela não gostava de deixar dívidas. Mesmo que saísse perdendo, preferia que, no momento de se despedir, sua consciência estivesse tranquila. Por isso, se Gustavo tivesse uma visão diferente da dela, e essa reconciliação fosse apenas um pretexto para feri-la de novas maneiras no futuro, ela sabia que não poderia escapar enquanto ainda sentisse algo por ele.No entanto, se ele est
Mas o jeito de Poliana, inerte como um peixe morto, fez o corpo de Gustavo gelar.— Poli! Poli, acorda!Ele estava completamente desorientado, acreditando que ela não conseguia acordar, em vez de apenas não querer abrir os olhos.Mesmo assim, Poliana continuava imóvel. A garganta de Gustavo se contraiu com força enquanto ele lutava para engolir. Sem continuar a sacudi-la, ele pegou o celular às pressas e ligou para Edmar:— Edmar, venha rápido, aconteceu algo com a Poli!Poliana ficou confusa.Ela finalmente se virou e, abrindo os olhos lentamente, viu o rosto de Gustavo tomado pelo medo. Se sentindo perplexa, ela esticou a mão, tirou o telefone da mão dele e murmurou que estava tudo bem. Depois, ainda sonolenta, perguntou:— O que está acontecendo? Eu estou com tanto sono... Por que você me acordou assim, de repente?Gustavo ficou completamente atordoado. Seus olhos piscavam, confusos, como um filhote perdido.— Você...Ele ficou sem palavras por um longo tempo. Poliana bocejou, levan
Então ela ouviu Poliana dizer:— Eu não sei se é porque tomei vinho esta noite ou por causa da sopa quente, mas o fato é que minha menstruação já deveria acabar em dois dias, e, de repente, estou sangrando muito de novo! Está uma bagunça por toda parte. Me entregue minha bolsa, por favor, preciso trocar de roupa!Ela disse isso com uma voz propositalmente manhosa, deixando claro que sabia que estava incomodando Bárbara de novo. Com medo de ser repreendida pela amiga, Poliana rapidamente começou a fazer charme.Mas, aos ouvidos de Gustavo, a voz dela soava como se estivesse chorando, ecoando em sua mente e deixando ele atordoado.A imagem que ele não conseguia evitar surgiu em sua mente: Poliana, sozinha na sala de cirurgia, com o sangue cobrindo o chão...Bárbara concordou, e Poliana sorriu.— Amo você demais!Embora Gustavo estivesse claramente desconfortável com a menção repentina do sangue, ele ainda mantinha um pouco de racionalidade. Quando viu que Poliana tinha desligado o telefo