— Poliana, espere! — Guilherme correu atrás de Poliana. — Eu te levo!Poliana, no entanto, não queria incomodar Guilherme.— Não precisa, eu chamo um táxi.— Você não tem medo de o Gustavo interceptar o carro de novo? — Guilherme se aproximou e, ao notar que Poliana ainda segurava uma tesoura, a pegou e a escondeu atrás de si. — Eu sou piloto de corrida, confie em mim. Vou te levar em segurança e na maior velocidade possível.Poliana hesitou antes de responder:— Tudo bem, obrigada. Quando eu estiver menos ocupada daqui a uns dias, vou te pagar um jantar.Guilherme sorriu e assentiu.— Desde que você cumpra sua promessa, eu posso esperar.Poliana desviou o olhar, sem responder.— Onde está seu carro?— No estacionamento de atrás.Poliana, ainda com medo de que Gustavo os seguisse, acelerou o passo. Apesar das longas pernas de Guilherme, ele precisou se apressar para acompanhá-la.Quando chegaram ao estacionamento, Guilherme pegou as chaves do carro e destravou o veículo. Um carro prate
— Não fique brava, não fique brava. — As mãos rechonchudas seguraram o rosto dela novamente. — Na cidade N, eu também sou o mais rico. Contanto que seu pai consiga fazer esse projeto direito, eu certamente me casarei com você. Comparando assim, não sou muito bom? A mãe da Poliana perdeu a vida para se casar com o Gustavo, mas você só precisa que seu pai se esforce para se casar comigo.— Sim, você é o melhor, o mais adorável! — Wanessa envolveu o pescoço do homem com as mãos novamente. — A propósito, aquele copiloto do jato particular do Gustavo, ele viu o que tinha naquela bolsa que o Gustavo carregava? Que tipo de boneca estava dentro?— Perguntei a ele, e disseram que o Gustavo nem sequer abriu a bolsa durante o voo, então não viram.— Que inútil. — Wanessa disse com desagrado. — Você gastou cinco milhões de reais para suborná-lo, e ele nem conseguiu ver isso!— Pois é, um completo inútil. — O homem beijou o rosto dela novamente. — Mas não se preocupe, nós também subornamos as secre
A avó materna curvou os lábios em um leve sorriso. — Vocês se preocuparam à toa.Depois de falar, o olhar da avó pousou em Guilherme, que estava de pé atrás de Poliana. — E esse rapaz?Poliana se virou para dar uma olhada e então o apresentou: — É meu amigo, Guilherme. Já está muito tarde, e ele me trouxe até aqui.Ao ouvir isso, a avó imediatamente sorriu para Guilherme. — Muito obrigada.Guilherme respondeu: — A senhora é muito gentil, não foi nada.Ele percebeu que não era apropriado permanecer ali por mais tempo, mas antes de sair, puxou Poliana para o lado e mencionou novamente sobre a refeição e o fato de que ela deveria assistir a uma de suas corridas. Poliana garantiu mais uma vez que não se esqueceria, e só então ele se despediu.Assim que ele saiu, a avó logo perguntou a Poliana: — Poli, o Gugu está ocupado?Embora fosse compreensível que um amigo pudesse acompanhar Poliana à noite, na perspectiva da avó, Poliana era casada e, tendo um marido, ser acompanhada por
Pensando que Bárbara sempre foi confiável em suas ações, Poliana não disse mais nada e entrou no banheiro.Bárbara abriu um álbum em seu celular e procurou uma foto de dois anos atrás, quando Poliana e Gustavo haviam acabado de se casar. Era uma foto que Poliana havia enviado a ela, mostrando a certidão de casamento do casal.Ela salvou a foto e, em seguida, abriu um aplicativo de edição de imagens. Cobriu os traços faciais de Poliana, deixando apenas o formato do rosto visível, o suficiente para garantir que as pessoas não confundissem Poliana com Fernanda. Depois, Bárbara ocultou as partes que precisava, destacando a metade da foto que mostrava Gustavo, tornando ele o foco principal. Além disso, ela destacou a data em que o casal havia formalizado o casamento.Depois de terminar a edição, já era possível ouvir o som da água correndo no banheiro. Bárbara abriu o Twitter.O perfil em que ela estava logada naquele momento tinha o nome de usuário [Chuva durante a noite], com mais de três
— Não imaginei que você também gostasse dessas coisas. — Comentou uma enfermeira enquanto pegava o celular.Em questão de segundos, a enfermeira encontrou uma imagem que reunia diversas informações sobre Gustavo e Fernanda.A avó, após olhar, notou que a veia em sua mão, onde a agulha estava inserida, havia saltado, mas seu rosto ainda exibia um sorriso.— Até filho eles já têm...— Pois é! — Concordou a enfermeira. — Mas, para os ricos, isso deve ser bem normal, né? Não é comum muitos ricos andarem por aí se divertindo com mulheres?Outra enfermeira acrescentou:— Mas o Gustavo ainda é tão jovem, acho que ele tem só vinte e oito anos. Muitos filhos de gente rica nessa idade ainda nem se casaram. Se ele gosta tanto da Fernanda e já tem um filho com ela, por que será que quis se casar tão cedo? Fico curiosa para saber quem é a esposa dele.Depois dessa conversa, as enfermeiras encontraram a novela favorita da avó na TV e gentilmente perguntaram se ela precisava que ajustassem a altura d
Poliana não sabia muito bem como responder. Pensou por um longo tempo e finalmente digitou: [Vou seguir o que você decidir.]Aquela resposta parecia adequada. Qualquer um poderia expor o escândalo, mas se Fernanda tomasse alguma atitude, ainda assim, seria Guilherme quem poderia enfrentá-la.Poliana não tinha nenhum poder, enquanto Fernanda tinha sua equipe, a família Duarte, e Gustavo. Se Fernanda quisesse arrastá-la para o fundo antes de se autodestruir, seria muito fácil, considerando o quanto ela estava sozinha.Por isso, em momentos como esse, era preciso ser um pouco egoísta para se proteger. Era melhor dever um favor ao Guilherme, que poderia ser pago aos poucos, do que enfrentar tudo sozinha de maneira impulsiva.No entanto, Poliana achou que sua resposta "Vou seguir o que você decidir" era muito formal, como se fosse a fala de uma subordinada para um superior. Mas Guilherme aparentemente entendeu errado e mandou de volta um emoji de rosto envergonhado.Poliana respondeu com um
Gustavo fechou os olhos por um instante.— Tudo bem, então vou ficar aqui com a senhora.— Não precisa, estou bem, pode ir. Volte amanhã. — A avó respondeu firmemente, mexendo na agulha do soro em sua mão enquanto continuava a assistir à televisão.Mesmo com a recusa de sua avó, Gustavo não saiu e fixou o olhar na tela da TV.Os dois ficaram em silêncio por um momento, até que o som da porta sendo aberta ecoou na sala de descanso.Após ter resolvido o que precisava com Guilherme, Poliana decidiu sair para ver como estavam as coisas.No entanto, ao cruzar o olhar com Gustavo de repente, seu rosto congelou de surpresa.Naquele instante, além da avalanche de emoções que a atingiu, um sentimento de choque se somou a tudo.Ela não esperava que Gustavo fosse aparecer.Enquanto hesitava, Gustavo rapidamente se levantou e caminhou em sua direção, seus olhos refletindo uma urgência, e sua voz, antes tão fria, agora revelava ansiedade e intimidade ao chamá-la:— Poli!Poliana voltou a si imediat
Assim que as palavras foram ditas, Gustavo sentiu como se um zumbido percorresse seus ouvidos, se estendendo por um tempo que pareceu infinito. De repente, ele não conseguia ouvir mais nada, e sua visão ficou turva, como se sombras persistissem diante de seus olhos.Enquanto isso, Poliana fechou os olhos, apoiando as mãos na porta, respirando pesadamente e sem controle. As emoções earm algo extenuante, e depois de gritar aquelas palavras, Poliana se sentiu tonta.A atmosfera despencou até o ponto de congelamento. No ar, só se ouvia a respiração ofegante de Poliana; até o som da água no banheiro havia cessado, embora ninguém soubesse exatamente quando.A avó de Gustavo, observando suas costas, mantinha os lábios ligeiramente entreabertos, como se as palavras de Poliana tivessem chocado sua mente e a deixado confusa.Se passou um longo tempo.A voz de Gustavo, levemente trêmula, quebrou o silêncio opressivo:— O que você quis dizer com aquilo?Poliana ficou paralisada, mordendo os lábios