sem revisãoSanta Maria é uma pacata cidade do interior do Pará, onde a principal diversão das crianças é brincar nas águas do rio Santa Maria e nos seus igarapés. A principal fonte de renda é a agricultura, no passado era a agricultura familiar mas com o forte investimento da família Foster em máquinas pesadas e na criação do gado, as famílias foram vendendo suas terras para o fazendeiro e se mudando para a parte urbana da cidade ou para a capital do estado, se virando como podiam para garantir sua subsistência. Grande parte dos moradores de Santa Maria era peão e outra parte cuidava do funcionamento da casa principal, na grande fazenda Foster.Ainda na cidade, o lugar dispunha de uma igreja católica, uma praça sem graça com um coreto e alguns bancos, um porto e um terminal rodoviário. Ainda se via bastante pessoas indo de vindo de carroça, cavalo e bicicleta. Pouco se via carros, a maioria pertencia a fazenda Foster que era utilizado pelos seus trabalhadores no transporte de cargas.
sem revisãoTudo estava pronto e o momento de voltar para o Brasil havia chegado, Miguel pensou ao olhar para o lugar que havia sido seu lar por tantos anos, vazio. Nesse último período decidiu que estava na hora de cumprir sua obrigação, estava de vôo marcado para o Brasil e assim que chegasse na cidade de Santa Maria, marcaria a data do casamento com Joice Bentes. A partir daquele momento seu foco seria expandir ainda mais os negócios da família e se casar com uma mulher que com certeza não serviria nem para satisfazer suas necessidades carnais, ele casaria, pois tinha um objetivo bem mais ambicioso que o do pai. Fechou a porta e foi ao encontro da irmã que o esperava no carro.Salete esperava ansiosa pela retorno do filho, foram cinco longos anos de saudade, saudade que só foi amenizada com suas visitas semestrais a Nova Iorque, para ver o filho. Margareth também não estava em casa, havia passado os últimos quatro anos estudando moda em Paris e os últimos oito meses em Nova Iorque
sem revisãoJoice não conseguia dormir, passou parte da noite rolando de um lado para o outro na cama, pensando em uma solução, Queria correr para o colo do irmão e pedir ajuda. No entanto, Vini provavelmente não poderia fazer muita coisa. Apenas apoiá-la na sua decisão de não levar adiante esse casamento arranjado pelos pais.Joice escutou sua janela sendo aberta, olhou a hora no celular que estava no criado mudo ao lado da cama, era 3h55. Ele não perdia a gostosa mania de entrar sorrateiramente no seu quarto, através da janela, no meio da noite. Sorriu ao ver Pedro se esgueirar para a cama, deitando ao seu lado e a puxando para si.- Estava ansioso de mais para esperar até amanhã. O que seus pais falaram sobre o nosso casamento? - perguntou depois de beija-la com paixão e saudade.Jojo travou, como dizer a ele que seus pais revelaram que a cinco anos ela estava prometida ao filho do patrão dele? Era tudo tão absurdo e inaceitável que no interior ainda existiam casamentos arranjados
sem revisãoPedro aumentava o aperto em volta da namorada a medida que ela avançava em seu relato. Ele queria matar os patrões e os sogros. Queria matar qualquer um que ousou pensar, em afasta-lo do amor da sua vida, jamais permitiria que os separassem, ficariam juntos para sempre.– O Miguel já marcou a data do casamento tanto no civil como no religioso. – ela fala entre soluços. – Nem sequer me consultaram e meus pais... Não consigo entender porque eles concordaram com isso sabendo o quanto nos amamos e o quanto isso acabaria conosco. – Jojo afundou o rosto no peito magro do namorado.Quando ela começou a falar sobre o acordo entre as famílias, ele realmente acreditou que poderiam sentar com Miguel e seu Maciel para explicar a situação, eles passaram quase a vida toda juntos e não poderiam se separar agora por causa de um capricho de dois velhos idiotas, mas agora que sua namorada terminou de falar, percebeu que não tinha conversa. Simplesmente estavam impondo a ela algo que Joice n
sem revisãoPedro já estava à sua espera, os olhos dela só faltaram entrar em órbita ao ver o barco que ele conseguiu, se é que aquilo poderia ser chamado de barco. Era um popopo, uma canoa com motor.– Não, não e não. – ela se negou a subir naquilo, seu namorado sabia o quanto ela tinha medo de entrar num troço daquele.Pedro se aproximou dela, segurou seu rosto e a beijou, depois que soltou sua boca, olhou bem em seus olhos e disse:– Confia em mim, vamos até o sítio do Clóvis, onde vamos passar a noite e bem cedo pela manhã... Vamos seguir caminho até a fazenda dois corações, papaia vai nos esconder no celeiro até que seja seguro chegarmos a rodoviária e pegar um ônibus até Belém e quando chegarmos lá, ninguém vai nos encontrar.Joice o abraçou com força, ela morria de medo de atravessar o rio em uma canoa, ainda mais com uma tempestade a caminho.– Podemos voltar e enfrentar meus pais e os Foster juntos, eles não podem me obrigar a fazer o que não quero. Posso aguentar as consequê
sem revisãoJoice se jogou na água e permitiu que a correnteza a levasse, desesperada, gritava a plenos pulmões pelo nome do seu amor enquanto as turbulentas águas do Santa Maria permitiam. O pânico de não conseguir enxergar Pedro a fazia gritar ainda mais, a fazendo engolir água e a engasgar, mas aquilo não foi o suficiente para fazê-la desistir de se fazer ouvir por seu amor. Ele deveria estar agarrado a algum galho, tronco ou qualquer coisa que pudesse ajudá-lo a sobreviver aquele rio, não conseguia ouvi-la devido ao barulho da chuva e da correnteza do rio, por isso, em meio a tudo aquilo era precisava gritar, porque ele tinha que ouvi-la, ela precisava que ele a ouvisse. O corpo de Joice começou a cansar de lutar contra a correnteza e tudo o que ela conseguia pensar e sentir era desespero. Joice não estava conseguindo alcançar Pedro e nem sequer sabia para onde as águas o levaram...Na manhã seguinte, a chuva era apenas uma recordação, dando lugar a um novo dia repleto de nuvens b
sem revisãoFazia três dias que Jojo acordará atordoada no leito do hospital. Seu corpo doía até os ossos, sua visão estava turva e tudo indicava que tinha hematomas por todo o corpo, isso incluía o tornozelo machucado. No entanto, nem uma dessas coisas importou quando ela perguntou por Pedro.– Ele está bem? Se feriu muito? Posso vê-lo? – Joice perguntou aflita a mulher que via todas as manhãs de domingo, na igreja e que era uma das enfermeiras do hospital local.A enfermeira se compadeceu da paciente, os olhos aflitos, angustiados. Eles eram tão jovens e apaixonados, sentia muito pela tragédia que se abateu entre eles. Todos na cidade conheciam a história de amor de Pedro e Joice, todos ansiavam para testemunhar a união de casal tão estimado e agora… tudo o que a enfermeira poderia fazer era amenizar um pouco a situação, então, Edilene, disse que estavam a procura do rapaz e que logo, ele estaria ao lado dela, segurando sua mão e rindo sobre toda aquela situação que haviam se metido
sem revisão Na casa dos Fosters, a família estava reunida para o jantar. Salete esperava o momento oportuno para tocar no assunto que fora proibido a alguns dias, quando Meg implorou ao pai para financiar as buscas a Pedro, seu colega de infância.Miguel estava calado, aguardava o momento de assumir ambas as terras e somente depois, tomaria uma decisão referente a família Bentes. Talvez uma casa na cidade até se reerguer.Maciel estava pensativo, foram anos desejando e esperando o momento para essa união. Anos para não ter desculpas de estar com... Ele balançou a cabeça e despachou os pensamentos para longe. Seu filho era incapaz, não conseguiu que nenhuma das filhas de Vitor subisse ao altar com ele.– São nossos amigos, poderia dar mais um tempo a eles. – Salete finalmente toma a iniciativa para interceder pela família Bentes.O homem ignorou a mulher e quando a filha ia abrir a boca, virou-se para ela com um olhar de alerta. Margareth logo se calou e abaixou a cabeça. Era assim qu