Sophie Narrando.
Eu sempre fui uma menina calma, cuidadosa, carinhosa e educada. E muito mimada. Sempre tive tudo que eu sempre quis, mas não pense que sou metida, isso não. Tenho os pais mais ausentes do mundo, eles vivem pro trabalho e o dinheiro, o que faz ficar sozinha sempre. Eles acham que dinheiro é tudo, mas não é assim que funciona a vida.Minha melhor amiga é a Flávia, uma morena de olhos azuis e muito bonita. Por onde passa chama a atenção. Já eu sou uma branquela, de cabelo escuro e não chamo tanta atenção assim e nem quero.Enquanto eu descia as escadas, minha mãe estava sentada no sofá e tinha chamado pra eu sentar com ela ali pra conversar comigo.- Filha, a empresa está passando por problemas financeiros - minha mãe disse, triste.- Mas está tão ruim assim mamãe? - perguntei.- Sim, e seu pai só conseguiu uma única solução.- Qual?- Você ajudaria no que for, minha filha?- Claro, e eu posso ajudar?- O amigo do seu pai, na verdade da família, tem um filho e ele quer casar, então viu você e gostou... Ele nos propôs um casamento entre vocês...- O que? Como assim mãe? Vocês não aceitaram isso né? - perguntei surpresa e esperando que fosse uma simples brincadeira da minha mãe.- Minha filha... Não tivemos escolha, o rapaz gostou de você e ele é tão lindo minha filha - minha mãe disse, sorrindo.- Não, eu não quero saber se é bonito ou não! Vocês só podem estar de brincadeira comigo - falei, negando com a cabeça.- Eu sei que você não queria, mas... Não tivemos outra saída minha filha.- E o que eu quero não conta? Eu sou nova e já vou casar? Estamos em que século? - perguntei, limpando as lágrimas que caiam em meu rosto.- Mas nossa empresa vai falir se não fizermos isso, vamos perde tudo. Tudo que um dia seu avô conquistou vai acabar - ela disse.- Mãe, não pode ser... Estou muito decepcionada com vocês, nunca esperei isso de vocês. Eu nunca vou perdoar vocês por isso - falei, correndo até a porta e saindo pela mesma.Antes de eu sair pela porta, eu peguei a chave do meu carro e fui até ele, chorando. Eles não poderiam ter feito o que fizeram me obrigando a casar com um estranho?Liguei o carro e fui dirigindo até a praia, ali era o único lugar que me acalmava mais e era ali que eu iria ficar. Tinha muita gente pegando sol, caminhando, mas parei apenas em uma sombra de um coqueiro e lembrei-me da conversa com minha mãe, quando me lembrei de tudo, comecei a chorar de novo. Fiquei uns vinte minutos assim, olhando o mar em minha frente e sentindo apenas as lágrimas caindo em meu rosto, não me importei com nada mais, nem se tava toda molhada.- Moça, tá tudo bem? - uma voz de homem perguntou.Olhei pra quem tinha falado, e era um homem lindo, um gostoso.- Hum, está sim. Não precisa se preocupar vou ficar bem. - apenas disse, virando o rosto.- Não parece, estou te observando de longe e já vi você chorando mais que minha mãe chorou quando eu saí de casa - ele disse, fazendo uma gracinha pra eu dar risada, e havia conseguido.- Ela chorou muito assim? - eu perguntei, sorrindo de lado.- Você não imagina o quanto, só que você tá passando ela quase.- Eu só estou com uns problemas... - falei abaixando a cabeça.- Todo tem problemas, mas chorar não vai adiantar muito, você tem que encarar - ele falou,sentando ao meu lado.- Nem te conheço e você vindo me consolar - falei, olhando-o.- Bom, me chamo Caio e sou muito legal, só não encontro sempre uma princesa chorando na praia, o que é um azar pra mim, mas hoje eu tive uma grande sorte - ele disse, piscando.- E qual seria sua sorte? - perguntei.- Ter encontrado alguém tão bela como você, pena que tá com o rostinho triste. - ele disse, limpando meu rosto molhado.- Eu to com problemas em casa e...- Vamos esquecer isso um pouco? Posso saber o nome da princesa?- Você está certo. Chamo-me Sophie - falei, sorrindo.- Princesa Sophie. Tem um desenho não tem? - ele fez uma careta.- Acho que sim, não sei - fiz bico, sorrindo.- Depois eu pergunto a minha prima de cinco anos - ele disse, piscando um olho pra mim.Ficamos conversando de quase tudo, já tinha até esquecido meus pais. Caio era engraçado e um verdadeiro príncipe, me fez rir mais que tudo, e sempre jogava uma gracinha pra mim. Descobrir que estava morando em frente à praia poucas semanas, sua mãe chorou quase uma semana, e ele era estudante de direito. E eu fui falando de mim também, menos a parte que eu tava quase me casando.- Ficamos a tarde toda aqui né? O sol já está indo - falei, observando o sol.- Tá sim, só que eu só vejo beleza aqui do meu lado - ele disse me olhando, olhei em seus olhos e sorrir.- Você sempre dá essas cantadas nas meninas? - perguntei, rindo.- Não, só nas mais bonitas. Tá funcionando?- Muito fraquinho viu? Pode melhorar - rir.- Pode deixar, vou melhor - piscou.- Assim vai conquistar todas- falei.- Você não é todas, então estou te conquistando? - ele disse. Senti minhas bochechas vermelhas e abaixei a cabeça com vergonha. – Te deixei envergonhada - ele riu.- Para idiota - falei, lhe dando uma tapa no ombro.- Acho que já vou embora, tá ficando tarde e diferente de você, moro com meus pais ainda e eles podem estar preocupados comigo - falei, levantando.- Claro, mas como faço pra te encontrar novamente? - ele perguntou.- Me passa teu número e nos falamos por mensagem, pode ser? - perguntei.- Maravilhoso. Você vai a pé? Te dou uma carona.- Estou de carro, ele está do outro lado da rua - falei, andando até o calçadão e ele ao meu lado.- Então vamos, te levo até lá. Vai que alguém te agarre por aí? Nunca se sabe - ele disse, colocando seu braço em volta do meu pescoço.- Só fala besteira, nossa!Ele me levou até a porta do meu carro e paro em minha frente, colocou minha franja atrás da orelha que tava caindo em minha testa e sorriu. Peguei o celular dele e anotei meu celular.- Não vai anotar o meu? - ele perguntou.- To sem o meu aqui, me chama no w******p que salvo, ok?- Ok então, adorei conhecer você, sabia? - falou, sorrindo.- Eu também. Você foi à melhor coisa de hoje - falei sorrindo.- Fico feliz, vamos marca de sair qualquer dia desses?- Claro, me fala o dia e à hora pelo o celular, ok? - perguntei, abrindo a porta do carro.- Sim, vai com cuidado viu? E não chore mais, você é mais linda sorrindo - ele falou.Dei um abraço apertado nele e quando fui dar um beijo em sua bochecha, ele virou o rosto e acabou saindo um selinho. Ele sorriu e eu dei um tchau.Liguei o carro e sai logo com o mesmo.Quando estacionei o carro na minha vaga, e fui andando devagar até a porta. Abrir a mesma e minha mãe tava vendo televisão ali.- Estava aonde? - ela perguntou.- Na praia - falei.- Ata - ela disse. - Minha filha pensa com carinho naquilo que te falei ok?- Tá mãe, vou subir e depois conversamos, ok? - suspirei.Ela apenas assentiu e eu fui pro meu quarto.Entrei no mesmo e peguei meu celular indo pro banheiro, me olhei no espelho e vi que tinha mensagens em meu celular. Respondi alguns que estavam ali e vi uma mensagem do Caio. Sorri.Caio: salva meu número aí gatinha?Sophie: pronto. Já chegou em casa?Mandei e fui tomar um banho, mas sem lavar o cabelo. Quando acabei, me sequei toda e coloquei um pijama. Deitei na cama e liguei a televisão, deixando em um canal de filmes. Fiquei vendo até tarde , quando deu quase uma da manhã, meu celular apitou e vi que era uma mensagem do Caio.Caio: oi, foi mal a demora, meu melhor amigo bebeu demais e me ligou, fui buscar ele na boate e levei até a casa dele rsrs, ta acordada?Sophie: sim, nossa... Teu amigo bebe tanto assim? Hahaha.Caio: nem sempre, mas hj se empolgou demais. Ficamos conversando um pouco e logo me despedi, indo dormi. Coloquei o celular ao meu lado e logo dormi. Tava tão cansada e triste, que apaguei logo.Gabriel Narrando.Tenho tudo que quero. Nenhuma resiste a mim. Quer apostar? Se já te vi algum lugar e te cantei, sabe aonde você terminou a noite? Isso mesmo, na minha cama. Na verdade, na cama de algum motel. Mas teve um rei ao seu lado, quer mais o que?Se apegar? Isso não é comigo mesmo, não me apego a ninguém, a única pessoa que sou apegado é minha mãe e olhe lá. Mulher hoje em dia só quer usar o homem, pega logo um rico pra casar, diz que ama, e começa a gastar o dinheiro todo, quando acaba... Cadê o amor que dizia sentir? Tá, não são todas assim, só que a maioria que eu conheço é assim mesmo.Meus pais enchem o meu saco querendo que eu me case, que eu tenha mil e um filhos e seja feliz para sempre. Mas as coisas não são assim , eu não quero me casar. Só amei apenas uma mulher na minha vida e para nunca mais. Éramos felizes, da minha parte sim, eu fazia de tudo por aquela garota e de repente ela veio me dizer que estava indo morar do outro lado do mundo, aquilo acabou comigo. Le
Sophie Narrando.Acordei com alguém batendo em minha porta, e logo apareceu minha mãe. Eu mal tinha dormido aquela noite, e quando conseguia eu sonhava com esse casamento. E meus pensamentos estavam divididos entre o tal casamento e o Caio. Em pouco tempo, Caio mexeu comigo, de um jeito que ninguém mexeu até hoje. Lembrei do seu sorriso, das suas brincadeiras, do jeito de como queria me fazer sorrir. Como é raro alguém assim hoje em dia.- Alô? Tem alguém aí? - minha mãe perguntou, estalando o dedo na minha cara.- Desculpa, me distrai aqui. - falei, sem graça.- Hum, tudo bem. Só vim te chamar, já são dez horas e precisamos conversar. Certo? - ela perguntou.- Sim. Só vou tomar um banho e estou descendo, tá? - falei. Ela assentiu e saiu do quarto.Levantei assim que ela fechou a porta e fui até o banheiro. Fiz minha higiene, tirei a roupa e fui direto tomar um banho bem demorado, para limpar e tirar aquela tristeza de mim logo cedo. Assim que terminei, arrumei meu cabelo e coloquei u
A casa do meu futuro esposo, não era tão longe da minha casa, demorou cerca de quinze minutos para chegar. Quando sai do carro, olhei a casa vendo como ela é incrível por fora. Tinha um lindo jardim aos lados e a casa era uma mansão de tão grande que era. Uma mulher elegante saiu da casa e acenou feliz para nós.- Olá amiga - ela disse, cumprimentando minha mãe com um abraço.- Oi Isabel, tudo bom?- Tudo ótimo. - ela disse e virou para mim. - E você é Sophie, certo? - sorriu.- Sim. - sorri.- Prazer, sou Isabel e sua futura sogra - ela disse, me abraçando de um jeito carinhoso.- O prazer é meu. - falei.Minha mãe apresentou a Flávia para ela e meu pai apenas cumprimentou de longe, já que se conheciam.Entramos na casa, e na sala tinha algumas pessoas, todas bem vestidas. Fui apresentada a todas, mas havia três homens lá fora também, e tudo indicava que um deles era o meu marido. Tentei desviar os olhos, mas um parecia bem familiar. Isabel percebeu pra onde eu estava olhando e grito
Sophie Narrando.Quando voltei para a sala, Flávia me deu um olhar confuso por causa do meu estado nervoso. Desviei o olhar dela e fui até a mesa de bebida e peguei uma. Juntei-me na conversa da minha mãe com algumas mulheres que estavam ali, só que minha cabeça não estava ali. O selinho do Gabriel havia ficado em minha cabeça. Seus lábios são macios, grossos e me deixou arrepiada com apenas o encostar das bocas. Se assim já me deixou desse jeito, imagina se fosse um beijo de língua, eu não estaria respirando. Segurei uma risada dos meus pensamentos e vi quando o mesmo descia as escadas e deu um sorriso pra mim. Revirei os olhos e bebi o resto da minha bebida.- Então, Gabriel quer fazer um pedido, não é mesmo meu filho? - seu pai falou chamando atenção de todos.- Agora pai? - Gabriel perguntou fechando a cara, não gostando do que seu pai estava fazendo.- Sim, agora meu filho.Gabriel foi até seu pai e me chamou, acompanhei-o e vi tirando uma caixinha do bolso, e abrindo a mesma. De
Acordei com a Flavia levantando da cama e indo até o banheiro. Fiquei um tempo encarando o teto, e logo Flávia voltou do banheiro. Peguei o meu celular vendo que o relógio já marcava as dez da manhã.- Bom dia vaca - falou.- Bom dia, vamos descer? - falei, levantando.- Vamos.- Só me deixa ir ao banheiro. - falei, levantando e indo em direção ao banheiro.Fiz minha higiene e arrumei meu cabelo no espelho. Chamei Flavia e descemos. Quando chegamos à sala, minha mãe estava sentada no sofá com várias revistas de casamento.- Olá minhas filhas - ela sorriu. - Sophi vem me ajudar a preparar seu casamento ou você não quer?- Você se importa de fazer isso sozinha? - perguntei.- Não, mas você tem que escolher também, é o seu casamento. – Ela sorriu. - Por exemplo, olha esses bolos.Ela estendeu umas revistas com vários bolos, sentei com a Flávia pra ver, realmente tinha muitos bolos perfeito ali. Olhei as revistas que tinha ali e fiquei pensando se fosse um casamento de verdade o quanto e
Gabriel Narrando.Antes de eu sair de casa, vi que minha futura sogra estava na sala com minha mãe conversando sobre o casamento e ela me cumprimentou, dizendo que Sophie tinha saído desesperada de casa dizendo estar atrasada e ela estava desconfiada da filha. Na mesma hora, pedi o seu número que não tinha pedido e salvei em meu celular. Logo, me despedi delas e fui em direção ao meu carro. Iria me encontrar com Marcela. Ela é uma menina que fico já tem alguns meses, ficamos de vez em quando da vontade, nada serio, mesmo ela desejando por isso, mas Marcela também gosta muito da vida de solteira. Inclusive, ela não me deixa a tocar, pois queria tentar algo serio comigo e eu não aceitei, então já tinha um tempo que não a via. Até hoje ela me ligar e me chamar pra encontra - lá.Ela é uma morena, com cabelo grande, chama atenção por onde passa, mas não vale nada. Por isso que não tento nada sério com ela.Estacionei o carro e quando ia atravessar a rua, acabei vendo Sophie de longe com u
Cheguei em casa com uma raiva que eu poderia matar um se aparecesse na minha frente. E especialmente o Gabriel por ter mentido pra mim. Mas se ele pensa que vai ficar assim, está muito enganado. Se ele está a fim de brincar, então que comece os jogos. Peguei meu celular e liguei pra ele. Na quinta chamada, ele atendeu.- Fala Sophie - atendeu.- Cheguei aqui na sua casa, sua mãe está vendo a lista de convidados e tem muita gente aqui que são seus amigos, eu vou tirar alguns ok? - me segurei pra não rir.- Óbvio que não! Eles são meus convidados e você não tem que se meter.- Mas o casamento é meu, então posso fazer o que quiser.- Sophie não estou de brincadeira contigo.- Problema é seu, se você não vier aqui me ajudar eu vou mudar tudo.- Estou indo, merda.Desliguei na cara dele antes mesmo dele falar algo. Rir alto e me joguei no sofá, fiquei olhando pro teto por um tempo. Até escutar a porta sendo aberta e batendo com um pouco de força. Levantei o rosto e vi minha mãe vindo toda
Depois da sobremesa fiquei quieta e conversando com Caio pelo o celular, ele acabou ficando triste comigo que não avisei que tinha chegado e nem nada. Gabriel também tava mexendo no celular, então o deixei quieto. Quando fomos embora, Gabriel chegou perto de mim e me abraçou forte, mordendo a pontinha da minha orelha, eu fiquei arrepiada até o último fio de cabelo, e o cretino acabou percebendo e ficou rindo.No dia seguinte, não fiz muita coisa a não ser ter passado a tarde toda com Caio e cada vez estou mais encantada por ele. Ele era tudo que uma mulher queria, e ele não forçava nada comigo. Minha mãe me ligou desesperada querendo minha ajuda pro casamento, o que fez sair correndo pra casa e deixando Caio irritado.Meu casamento não seria na igreja, isso eu não permiti, era meu sonho casar na igreja e eu não faria isso com qualquer um. Minha mãe alugou um salão de festa, chamou o padre pra fazer uma pequena cerimônia e tudo ia ser feito ali. A semana toda fiquei com o Gabriel, prep