Capítulo 3

Sophie Narrando.

Acordei com alguém batendo em minha porta, e logo apareceu minha mãe. Eu mal tinha dormido aquela noite, e quando conseguia eu sonhava com esse casamento. E meus pensamentos estavam divididos entre o tal casamento e o Caio. Em pouco tempo, Caio mexeu comigo, de um jeito que ninguém mexeu até hoje. Lembrei do seu sorriso, das suas brincadeiras, do jeito de como queria me fazer sorrir. Como é raro alguém assim hoje em dia.

- Alô? Tem alguém aí? - minha mãe perguntou, estalando o dedo na minha cara.

- Desculpa, me distrai aqui. - falei, sem graça.

- Hum, tudo bem. Só vim te chamar, já são dez horas e precisamos conversar. Certo? - ela perguntou.

- Sim. Só vou tomar um banho e estou descendo, tá? - falei. Ela assentiu e saiu do quarto.

Levantei assim que ela fechou a porta e fui até o banheiro. Fiz minha higiene, tirei a roupa e fui direto tomar um banho bem demorado, para limpar e tirar aquela tristeza de mim logo cedo. Assim que terminei, arrumei meu cabelo e coloquei um short colorido com uma blusa preta, simples de ficar em casa mesmo. Coloquei o chinelo, sai do quarto respirando fundo e desci indo pra sala de estar, onde estariam meus pais me aguardando.

- Bom dia filha - meu pai disse.

- Bom dia. Bom, vou ser direta ok? Eu aceito a se casar, se essa for minha única solução. - falei triste.

- Minha filha, isso será por pouco tempo, só até nos recuperarmos e entro com o pedido de divórcio para você, ok? - meu pai disse.

- Ok pai, eu vou ajudar vocês no que for - falei, sentindo uma lágrima descendo.

Minha mãe e meu pai vieram até mim e me abraçaram.

- Me perdoe por isso. – Meu pai disse em meu ouvido. Apenas concordei.

Sentamos-nos à mesa pra tomar café, mas só conseguir engolir o suco. Pedi licença e fui até meu quarto. Peguei o celular e tinha uma mensagem do Caio me chamando pra sair na sexta. Logo concordei e fiquei sorrindo igual boba, vendo o quanto ele era maravilhoso.

A semana passou sem nenhuma surpresa.

Na quinta-feira, Flávia veio até minha casa e ficou o dia todo comigo. Quando era de tarde, resolvi contar tudo pra ela sobre o casamento.

- Amiga, vou me casar - falei.

- Como assim vai casar? Com quem? Que eu saiba você não tem nem namorado Sophie - ela disse tudo rápido e surpresa.

- Eu sei, meus pais arrumaram isso pra mim e agora tenho que aceitar, amiga. - falei.

- O que? Amiga estamos no século vinte e um, tá achando que ainda existe isso de casamento forçado? Você não é obrigada a isso. - ela falou, super irritada já.

- Amiga, meus pais estão precisando de ajuda e sou a única que posso ajudá-los... Quero você ao meu lado, por favor.

- Olha - respirou fundo - Posso até ficar ao seu lado, mas não concordo com isso. Você pelo o menos o conhece?

- Não, ainda não. - falei.

- Porra, quero ver se for um homem velho, feio, barrigudo. Porque com certeza é assim, pra tá querendo casamento assim.

- Também pensei nisso, mas não vou casar com um velho, barrigudo e nem feio - falei, fazendo bico.

- Isso é um risco que você corre viu? Se prepare.

- Na sexta-feira tenho um encontro, com um rapaz que conheci na praia. - falei, mudando de assunto.

- Um encontro? Hum, interessante.  - ela perguntou, sorrindo safada.

- Ele é tão lindo, amiga. A gente foi conversando pelo o celular.  - falei, tampando meu rosto.

- A menina, tu pode me falar tudo disso aí, quero saber de tudo!

- Então, foi assim... - comecei a explicar tudo pra ela. - E foi isso – falei tudo, sorrindo.

- Nossa, estou curiosa pra conhecer ele também.

- Tira o olho, ele tem dona já - falei, jogando os cabelos.

- Ainda não - ela riu.

Ficamos conversando coisas aleatórias e quando era noite ela foi embora. Fiquei o restante da noite no quarto mexendo no notebook e minha mãe tinha saído com meu pai para algum lugar que eu não sabia. Quando deu meia noite, Caio me mando mensagem desejando uma boa noite e pra eu não se esquecer do encontro que seria amanhã. Respondi quase a mesma coisa dele e fui dormi com sorriso bobo em meu rosto.

- Acorda, acorda Sophie, temos muitas coisas pra fazer!

Acordei no mesmo estante que minha mãe entrou no quarto, quase gritando e batendo as palmas. Esfreguei os olhos e a olhei.

- Que isso mãe? Tá doida? - perguntei.

- Não filha. Hoje você vai conhecer seu futuro marido - ela disse. Engoli a seco, e fiquei sem reação na hora.

- Como?

- Isso mesmo. Vamos jantar na casa do seu marido, fomos ontem conhecê-lo e minha filha, que homem lindo - ela disse, toda encantada.

- Mas mãe hoje vai sair, não posso - falei.

- Pode desmarcando, e se quiser pode chamar Flavinha pra vim também, ele também vai levar alguns amigos - ela disse sorrindo.

- Mãe... Por favor - falei, pensando em como daria um fora no Caio.

Meu celular tocou e era uma mensagem do próprio Caio.

Caio: desculpa gata, mas não vai dar pra sair hoje, surgiu um compromisso em última hora.

Sophie: também fiquei enrolada aqui, depois marcamos melhor tá?

Caio: to com saudades de você, como faz? Hahaha.

Sophie: pior que também estou...

Caio: em tão pouco tempo e você mexendo comigo, assim não dá rsrs

Sophie: eu que diga! To saindo aqui, até mais.

Despedi-me dele e prestei atenção na minha mãe, que mexia igual doida em meu armário atrás de um vestido, como ela diz: "um vestido perfeito".

Levantei indo até o banheiro, fiz minha higiene e sai.

- Vamos ao salão ficar mais linda do que é, e comprar um vestido lindo pra você! - minha mãe disse, descendo as escadas comigo.

Ela nem deixou eu tomar café, me apressou tanto que só fui trocar de roupa e fui com ela até o shopping.

Quando cheguei lá, ela deu todas as ordens, única coisa que eu fiz foi ficar quieta e sentada. O cabeleireiro começou a fazer meu cabelo, acabou fazendo umas pequenas mechas loiras nas pontas. Minha mãe já tava toda animada ao meu lado fazendo as unhas. Sorri de lado vendo minha mãe desse jeito, imagina se fosse um casamento que não fosse forçado, imagina o quanto ela ia ficar feliz. E se fosse casamento com o Caio, mas ainda é muito cedo em pensar nisso. Mas espero que Caio seja o ideal para mim.

Quando terminei o cabelo, fui fazer as unhas do pé e mão. Fiz uma francesinha e logo sai do salão com minha mãe. Ela acabou passando em várias lojas, até encontrar um vestido perfeito pra mim. Era branco, e muito lindo mesmo. Quando saímos do shopping o relógio marcava seis e meia da noite, minha mãe começou a me apressar pra me arrumar se não íamos chegar atrasadas.

Tomei um banho sem lavar os cabelos, e quando sai já fui fazendo minha maquiagem, nada muito chamativo.

- Olá - Flávia disse, entrando no quarto.

- Oi amiga, você vai? - perguntei, olhando sua roupa.

- Sua mãe me convidou, disse que você tava ocupada e então me ligou - ela disse.

- Maravilha! Vamos conhecer o barrigudo hoje - sorrir.

- Você parece animada até - me observou.

- Um pouco até, mas to mal por dentro - suspirei.

- Ata, mas tudo isso vai passar logo amiga - ela piscou.

Voltei a me arrumar e quando terminei, eu tava linda. Tirei uma foto com Flávia e desci com a mesma, meus pais estavam na sala já e nos elogiaram. Fomos todos pro carro e o motorista deu logo partida, olhei pela janela pensando o que seria da minha vida agora.

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