Doze anos depois...Hoje fazia seis anos que Gabriel tinha falecido. Ele sofreu um acidente de carro quando vinha de viajem a trabalho e não resistiu à batida do carro.Depois de quando nos casamos, nossos dias sempre foram de alegria. Em Campos do Jordão descobrir que estava grávida de dois meses, como eu era magrinha, não deu pra perceber muito. Tivemos nossa princesa Maria Gabriela. Ela tinha puxado tudo do pai, assim como era Arthur. Maria Gabriela só tinha o meu jeito, doce e calma. Não trabalhei mais pra me dedicar a minha família e Gabriel tinha feito o mesmo, ficava mais em casa que trabalhando. Mas quando tinha que viajar, não poderia negar de ir. E foi em uma dessas viajem que se despediu e não voltou mais. Depois da morte dele, tive que cuidar dos dois, Arthur estava com seis anos e Maria Gabriela estava com quatro anos.Eles ficaram mal assim como eu fiquei, mas não poderia deixar que a vida parasse. Ele não iria gostar de ver a gente mal, triste, parando nossas vidas por
Maria Gabriela me acordou cedo querendo ir a praia. Tentei convencê-la de ficar em casa, mas nada tirava aquela ideia da cabeça dela de ir à praia. Arthur já estava com quinze anos e já não queria sair tanto com nós duas, então deixei o mesmo dormindo, só deixei avisado que estávamos saindo.O dia tava lindo demais, um sol forte, a praia ainda estava vazio por ser cedo demais. Quando chegamos, pedi uma cadeira e um guarda sol com o rapaz que trabalha no quiosque e me sentei com Maria ali na areia. O rapaz abriu o guarda sol e arrumou tudo pra mim, o agradeci e me sentei ali brincando com Maria. Quando a mesma enjoou de ficar ali, ela se levantou e ficou em pé correndo na minha frente, até que um cachorro vinha correndo com um menininho e a assustou. O cachorro parou do seu lado e cheirou o seu pé, o menininho com os olhos verdes e o cabelo grande sorriu olhando pra Maria. Acabei sorrindo lembrando de como conheci Gabriel. Espantei meus pensamentos.- oi, desculpa pelo o Tom... Eu sou.
Sempre que podia minha ex sogra chamava meus filhos pra passarem o domingo com ela e seu marido pra aproveitarem o dia ensolarado. Desde que Gabriel partiu, eles se apegaram mais nas criancas e eu gostava muito disso. Dessa vez até eu não resistir e vim pra casa dela. Eu estava na rede sorrindo olhando a mensagem que Gustavo me enviava. Sim, quando fui embora naquele dia, Gustavo me deu seu número e trocamos mensagens desde daquele dia. A gente conversava o dia inteiro sobre nossas vidas, falei sobre a morte de Gabriel, sobre as crianças, como eu ficava com isso tudo. E assim eu soube que ele morava sozinho, era advogado como os pais. Ele sempre estava na praia com os amigos e o principal, não tinha ex doida.- Que sorrisinho é esse? - Minha ex sogra perguntou.Ela sorriu e se sentou na minha frente.- Não é nada. - Sorri de lado e guardei o celular.- Você sabe que não precisa se envergonhar né? Já tem bastante tempo da morte de Gabriel e eu não quero ver você presa nisso.- O... Que
Todos os dias eu conversava pelo o celular com Gustavo. A semana toda a gente se falava e nunca acabava o assunto. Era impressionante. Eu me sentia bem com ele como não me sentia tem meses. Teve dias que fiquei triste pensando em Gabriel e até quis desistir de sair, mas Flávia me convenceu a ir e esquecer Gabriel. Quem não estava gostando nada disso era Arthur. Ele já tinha ouvido Flávia falar de Gustavo e também lembrou da irmã falando dele, então ele estava desde quarta-feira com um bico na cara.Hoje seria o dia que eu sairia com Gustavo. Me arrumei cedo e enquanto eu terminava de passar o rímel, arthur entrou em meu quarto e parou perto da porta me olhando.- Oi meu filho, tudo bem? - Parei de me maquiar pra olhá-lo.- Tudo mãe. Vai sair?- Lembra daquele amigo da mamãe, o Gustavo? Vou sair com ele.- Mãe... - Ele se sentou na cama. - Você está com ele?- Não, eu te disse que é meu amigo.- Não precisa mentir pra mim.- E eu não estou mentindo. Eu te conto a verdade quando digo qu
Sophie Narrando.Eu sempre fui uma menina calma, cuidadosa, carinhosa e educada. E muito mimada. Sempre tive tudo que eu sempre quis, mas não pense que sou metida, isso não. Tenho os pais mais ausentes do mundo, eles vivem pro trabalho e o dinheiro, o que faz ficar sozinha sempre. Eles acham que dinheiro é tudo, mas não é assim que funciona a vida.Minha melhor amiga é a Flávia, uma morena de olhos azuis e muito bonita. Por onde passa chama a atenção. Já eu sou uma branquela, de cabelo escuro e não chamo tanta atenção assim e nem quero.Enquanto eu descia as escadas, minha mãe estava sentada no sofá e tinha chamado pra eu sentar com ela ali pra conversar comigo.- Filha, a empresa está passando por problemas financeiros - minha mãe disse, triste.- Mas está tão ruim assim mamãe? - perguntei.- Sim, e seu pai só conseguiu uma única solução.- Qual?- Você ajudaria no que for, minha filha?- Claro, e eu posso ajudar?- O amigo do seu pai, na verdade da família, tem um filho e ele quer c
Gabriel Narrando.Tenho tudo que quero. Nenhuma resiste a mim. Quer apostar? Se já te vi algum lugar e te cantei, sabe aonde você terminou a noite? Isso mesmo, na minha cama. Na verdade, na cama de algum motel. Mas teve um rei ao seu lado, quer mais o que?Se apegar? Isso não é comigo mesmo, não me apego a ninguém, a única pessoa que sou apegado é minha mãe e olhe lá. Mulher hoje em dia só quer usar o homem, pega logo um rico pra casar, diz que ama, e começa a gastar o dinheiro todo, quando acaba... Cadê o amor que dizia sentir? Tá, não são todas assim, só que a maioria que eu conheço é assim mesmo.Meus pais enchem o meu saco querendo que eu me case, que eu tenha mil e um filhos e seja feliz para sempre. Mas as coisas não são assim , eu não quero me casar. Só amei apenas uma mulher na minha vida e para nunca mais. Éramos felizes, da minha parte sim, eu fazia de tudo por aquela garota e de repente ela veio me dizer que estava indo morar do outro lado do mundo, aquilo acabou comigo. Le
Sophie Narrando.Acordei com alguém batendo em minha porta, e logo apareceu minha mãe. Eu mal tinha dormido aquela noite, e quando conseguia eu sonhava com esse casamento. E meus pensamentos estavam divididos entre o tal casamento e o Caio. Em pouco tempo, Caio mexeu comigo, de um jeito que ninguém mexeu até hoje. Lembrei do seu sorriso, das suas brincadeiras, do jeito de como queria me fazer sorrir. Como é raro alguém assim hoje em dia.- Alô? Tem alguém aí? - minha mãe perguntou, estalando o dedo na minha cara.- Desculpa, me distrai aqui. - falei, sem graça.- Hum, tudo bem. Só vim te chamar, já são dez horas e precisamos conversar. Certo? - ela perguntou.- Sim. Só vou tomar um banho e estou descendo, tá? - falei. Ela assentiu e saiu do quarto.Levantei assim que ela fechou a porta e fui até o banheiro. Fiz minha higiene, tirei a roupa e fui direto tomar um banho bem demorado, para limpar e tirar aquela tristeza de mim logo cedo. Assim que terminei, arrumei meu cabelo e coloquei u
A casa do meu futuro esposo, não era tão longe da minha casa, demorou cerca de quinze minutos para chegar. Quando sai do carro, olhei a casa vendo como ela é incrível por fora. Tinha um lindo jardim aos lados e a casa era uma mansão de tão grande que era. Uma mulher elegante saiu da casa e acenou feliz para nós.- Olá amiga - ela disse, cumprimentando minha mãe com um abraço.- Oi Isabel, tudo bom?- Tudo ótimo. - ela disse e virou para mim. - E você é Sophie, certo? - sorriu.- Sim. - sorri.- Prazer, sou Isabel e sua futura sogra - ela disse, me abraçando de um jeito carinhoso.- O prazer é meu. - falei.Minha mãe apresentou a Flávia para ela e meu pai apenas cumprimentou de longe, já que se conheciam.Entramos na casa, e na sala tinha algumas pessoas, todas bem vestidas. Fui apresentada a todas, mas havia três homens lá fora também, e tudo indicava que um deles era o meu marido. Tentei desviar os olhos, mas um parecia bem familiar. Isabel percebeu pra onde eu estava olhando e grito