Alice Greco
A morte do professor havia chocado grande maioria dos alunos, professores e funcionários da universidade, ele era bastante querido por todos. Fui ao seu enterro junto com parte de membros da faculdade, tudo para se despedir da pessoa incrível que ele era. Lembro-me das vezes que ele me aconselhou sobre assuntos que ele não sabia, nem entendia, mas sabia como acalmar um coração com palavras, ele parecia um anjo. Fiquei afastado da maioria, com roupas pretas e cabeça baixa, observando o caixão descer e aquele buraco ser fechado com monte de terra. Eu já não me encontrava tão entusiasmada para a boate a noite, porém tia Daniele não me deixaria desistir tão fácil, já que com a notícia ficou feliz e pretende me levar ao shopping e escolher um belo vestido para mim.
Resolvi deixar o cemitério o quanto antes. Na saída eu vi minha tia dentro do carro esperando por mim, abri a porta e entrei, ela deu partida.
— Vamos as compras!
— Acabei de sair de um cemitério, você tem estômago para compras?
— Não finja sensibilidade, Alice. Pessoas morrem todos os dias.
— Não estou fingindo sensibilidade.
— Mesmo? E se soubesse que seu pai morreu?
— Seria o dia mais feliz da minha vida. — Fui sincera na minha resposta.
— Sensível com um, fria com outros.. Você não me engana. — Nos encaramos e sorrimos.
— Alguns realmente merecem morrer, enquanto outros morrem sendo tão bons.
— O mundo não é lugar para pessoas boas, esses são considerado fracos.
— Se ainda estou viva e livre daquele inferno, me torna uma pessoa ruim então?
— Te torna sobrevivente.
Tia Daniele desligou seu carro no estacionamento do shopping, descemos do veículo e entramos no grande estabelecimento. Passamos um tempo naquele lugar a procura de um lindo vestido para esta noite. Não estava tão animada para comprar um vestido, eu tina coisas importantes para fazer, como estudar, mas como aparenta na mente de minha tia que é a primeira vez em uma boate, ela está entusiasmada para me aprontar. Depois de irmos a diversas lojas, tanto de vestidos e calçados, compramos um lindo vestido vermelho e saltos altos da mesma cor. Voltamos para casa e fui diretamente para o quarto, levei as compras juntos comigo e jogue sobre a cama, apenas fui ao banheiro tomar um banho rápido e logo me aproximei da mesa de estudos.
Passei o resto do dia estudando, não fiz outra coisa além disso. Ignorei mensagens de Becca e Luana por um tempo, assim que terminei de estudar ouvi a porta do meu quarto ser aberta por tia Daniele.
— Vamos, está na hora.
— Vou tomar um banho, logo você dá um jeito na minha cara.
— O que não será trabalhoso. Já se olhou no espelho? Você é linda.
— Tá bom, tia. Assim que terminar meu banho eu te chamo. — Praticamente a expulsei do quarto e fui para o banheiro.
Após o banho eu parei em frente ao espelho da pia e encarei meu semblante, estava cansada e bastante pensativa sobre a morte do professor, ainda cujo o mesmo homem quem me ajudou a ingressar na faculdade. Embora a causa da morte seja um fator genético eu não conseguia espantar a possibilidade de algum assassinato. Fico no receio e no medo de que Sebastian Mortalla me encontre, porém meu instinto libertador implora que esqueça dele e que eu viva a minha vida. Assim que enrolei o meu corpo em um roupão eu voltei para o quarto e chamei tia Daniele, ela rapidamente começou a escovar meu cabelos e fazer lindas ondulações e por fim passar para a maquiagem. Quando preparou a pele, começou a fazer um lindo delineado para prontificar com uma pedra na ponta dos olhos, passou uma máscara nos cílios para deixá-los altos e um batom vermelho nos lábios.
— Está perfeita, Alice.
— Obrigada, tia. — Agradeci de maneira gentil o que lhe chamou atenção.
— O que você tem? Está preocupada com alguma coisa?
— Não é nada, apenas me deu vontade de agradecer.
— Hum! Você e seu humor...
— Agora me deixa sozinha, daqui eu me viro.
Quando deixou meu quarto eu tirei o roupão e vesti uma lingerie branca, depois coloquei o vestido e calcei o salto alto. Me aproximei da penteadeira e dali eu passei meu melhor perfume. Antes de deixar o cômodo eu encarei a pequena caixinha de música que eu tinha, a abri e vi o lindo colar que minha mãe me deu para que eu usasse no dia do meu casamento arranjado, ali eu percebi que ela estava me entregando algo simples e pequeno, mas bastante significativo para que eu me lembrasse dela quando estivesse longe da Itália.
***
Alice GrecoEstava em frente ao espelho do meu quarto observando meu corpo coberto por um lindo casal e um véu que ia arrastando sobre a calda. Meu cabelo longo estava forrado em uma trança com poucos fios soltos, uma maquiagem simples com rubor sobre a bochecha que me deixava com um ar virginal, saber que aquilo era o propósito me deu náuseas. Estava sozinha no quarto quando a porta foi aberta por mamãe, ela entrou e trancou a porta em seguida, virei-me para ela.— Veio ver como estava o objeto de acordo?— Não se insinue assim, meu amor.— Como devo me insinuar daqui por diante? Ah! Como senhora Mortalla. — Sorri sem humor, mas a minha vontade mesmo era de chorar.— Depois que descobriu sobre seu arranjo com um Mortalla, viu como é a minha verdadeira vida ao lado do seu pai. E
Alice GrecoEmpurrei com toda a força a madeira daquele lugar, quando por fim abriu eu olhei ao redor para saber se havia alguém ali, o lugar estava vazio. Fechei a entrada por onde sai e ignorei o excesso de terra que havia feito enquanto corria para o labirinto, lá, eu tive a visão do soldado leal e amigo de meu pai.— Dante? O quê faz aqui?— Acredito que sua mãe tenha te explicado tudo, não é?— Sim! — respondi confiante.— Ótimo! Agora vamos, enquanto ainda não sintam a sua falta. Quando terminou aquelas palavras, ouviram-se uma voz grossa e autoritária passando ordens ao soldado, meu corpo gelou de medo.— Vamos antes que seja tarde! Dante me puxou pelo braço e me
Alice Greco Mamãe percebeu que sua vida seria um martírio assim que se casou com Marco, meu pai, ainda mais quando ele tentou roubar a própria organização que era capo, braço direito de um Mortalla. Depois desse perigoso conflito, Irina tratou de planejar todas minhas aulas. Enquanto as moças da máfia aprendiam a se portar antes e depois de casar-se, eu estava aprendendo a lutar, a ser fria quando chegasse o momento oportuno. O problema é que no início eu não entendia o quão importante é necessário eram as minhas aulas. As vezes era impedida de brincar com meu antigo cão e manter minhas obrigações em dia, agora eu consigo entender o porquê. Parecia que eu estava em um filme de terror. Minha cabeça começara a doer e meu coração a palpitar forte em meu p
Alice GrecoEstava me sentindo estranha com aquela conversa com minha tia, pois eu estava entendendo onde por fim ela queria chegar. Eu demonstrei sentimentos e importância em uma memoria que ligava minha mãe, onde ela com todo seu desejo fez de tudo para que eu separasse as emoções com racionalidade, e eu falhei com ela. Naquele instante a nossa conversa foi interrompida com a entrada dos meus advogados e do delegado Jones. A interrogação do meu caso durou por longas horas, pois assim como os advogados perceberam assim como eu, o delegado queria a todo custo impedir a minha saída e ter a liberdade que eu obviamente não merecia, mas no fim os advogados junto com o superior de Jones mostraram que minha aparição no local não passou de um mal entendido, o que estranhei já que uma evidencia foi deixada no local e não foi encontrada, o colar. Ás
Alice GrecoAs noites de sono se tornaram complicadas pelo excesso de pesadelos voltadas ao garoto, muitas vezes tia Daniele acordava durante a madrugada com meus gritos e corria até o meu quarto para me acordar, sabia que aquilo estava sendo um martírio para nós duas. Já faz um tempo que não recebo ligações de mamãe, perdi qual a última vez que nos comunicamos. Não tínhamos grande frequência, porém eu queria lhe explicar tudo o que aconteceu naquela noite, embora o que eu disser não vá mudar muita coisa.— Vou ao mercado. precisa de alguma coisa?— tia Daniele perguntou enquanto estávamos na cozinha.— Não, obrigada! Com a sua saída eu voltei para o quarto e comecei a estudar. Enquanto lia um importante texto sobre o planejamento de cardápios estratégicos quando fu
Alice GrecoO novo substituto mexe em sua bolsa e retira uma garrafa de água, ele toma goles generosos para lubrificar sua garganta e encara os alunos, as garotas da sala se derretem com a cena. Observo os passos do professor Arthur em volta da sala com ar de simpatia no rosto e quebra o silencio instalado, perguntando a todos quais seus respectivos nomes e idades para criarem um laço com os demais. Nota-se que alguns se sentem estranhos pela apresentação e pela cara nova, já que muitos estavam costumados com o falecido professor Eduardo, porém já algumas garotas como Becca e Liana estavam admiradas pelo homem a nossa frente, sugando cada pedacinho dele e fixando na memoria aquela obra de arte. A cada apresentação o professor cumprimenta os alunos e sorri de forma amigável. O homem possuía uma educação impecável com palavras formuladas e bem pensadas antes de
Alice GrecoO fim das aulas naquele dia haviam se encerrado, me despedi das minhas amigas e resolvi ir até o parque central mais próximo, queria me distrair sem farras depois de um longo horário de aulas. Me sentei em um banco do local publico e desfrutei do vento forte e o silencio da tarde, aquilo era muito satisfatório. Olhando fixamente para o pequeno lago pacifico eu me perdi na dolorosa lembrança de noites atrás, a cena do garoto se repetindo em minha cabeça estava me torturando dia após dia como um castigo desumano que ousei cometer. Estou distraída que não percebo alguém praticando exercícios aquela hora, onde parecia ser frequente. Observo o professor Arthur com shorts e uma camisa regata correndo em volta do parque. De longe tenho o grande deslumbre de seus passos e o admirável braços fortes sem estarem cobertos pelo suéter que até agor
Irina GrecoDepois do meu desentendimento com Marco a minha rotina começou a ser vigiada por alguns empregados. Eu sentia falta do tempo em que levava a minha vida bem antes de ser obrigada a me envolver com a Cosa Nostra, naquela época eu conseguia ter uma liberdade significativa que era hoje me faz muita falta. Eu conseguia andar pela enorme terra de vinhedo e me deliciar do fruto direto do pé, descalça e com meu antigo cachorro ao meu lado, vezes ou outra eu e Daniele íamos para o riacho mais próximo e fazíamos mergulho naquela água cristalina e refrescante. Hoje, quando ouso passar muito tempo no jardim os soldados de Marco seguem meus passos com os olhos e passam todo o relatório para ele, pois eu sei que ele está desconfiado e esperando algum deslize e que eu revele onde Alice está. Sinto que ele sabe das minhas ligações para ela, ou