Eu deixei aquele escritório em passos pesados e decididos em direção ao hall de entrada. Não conseguia expressar o que exatamente estava sentindo em relação a recente descoberta que acabo de ouvir da boca do meu próprio avô. Durante todo esse maldito tempo eu estava sendo usado para um plano de vingança mais fajuto que eu já pude ouvir em toda a minha existência. Deixando de estar dentro daquela casa que parece me sufocar, eu ando até o carro onde meu motorista já me espera com o motor ligado, assim que entro vamos direto para o centro da máfia, que até lá levará vinte minutos. Em todo o caminho eu fico perdido em pensamentos, buscando me lembrar de qualquer momento, conversa e situações, onde, na qual o Juliano demonstrou estar me usando apenas para se vingar de um cara que matou a sua esposa. Depois que me casei com Alice, segredos e mentiras tem vindo a tona, se tratando de sua família e da minha, mas em todo o caso, os segredos e as mentiras, de alguma forma nos ligam contr
— Preciso saber se o Mazzini tem consciência de que Alice é filha dele.— E por quê? Se ele tivesse interesse na filha já teria tentado tomá-la de você. — Porque algo me diz que isso não tem nada a ver com Alice e sim com a sua mãe, Irina. Por um tempo ela foi espiã de Juliano e se aproximou de Giovanni para arrancar algumas informações pessoais. A aproximação deles despertou algo em Mazzini que o fez passar terras para ela, como um seguro de vida se algo o acontecesse, mas assim que Irina teve uma filha, essas terras passaram para Alice, que agora casada comigo...— Pertencem a você. — Completou Lorenzo. — Então ele nem desconfia que Alice é sua filha. — Mas para confirmar isso, preciso pensar no que fazer. Encerrei a ligação e coloquei o aparelho de volta no bolso da calça. Passei o resto do dia em minha sala revisando papéis e analisando o sistema do submundo, aproveitei também para entrar na conta inativa do meu avô, qual ele usava quando estava no poder, pesquisei sobre sua
Fomos ensinados a existência do bem e do mal desde os tempos bíblicos. Às vezes, o lado bom parece ser a melhor opção. Mas e o mal? É realmente tão ruim quanto nos disseram? Quando os humanos surgiram, aprendemos que as dinastias governantes através dos homens mais poderosos e respeitados, para o bem ou para o mal, eram influenciadas pela fama e poder que vinham com seus títulos. Nem sempre uma dinastia se constrói com honestidade e muito trabalho, algumas pessoas nascem com sede de poder e a capacidade de sacrificar qualquer coisa pelo que quiserem, independente das consequências As organizações mafiosas surgiram por volta da Idade Média, organizadas e geridas por grupos anônimos, escondidos em todas as áreas da sociedade. Seus membros, conhecidos como Máfia, estão espalhados pelo mundo capitalista, penetrando por caminhos tortuosos
Alice Greco Qual é o preço da liberdade? Talvez não o valor que todo o dinheiro do mundo pode comprar. Algumas pessoas precisam se redimir para serem livres nas ruas, pagar suas dívidas ou cumprir penas de prisão pelo que fizeram. Mas como posso ter minha liberdade se meu único erro foi ternascido em uma organização criminosa? Às vezes é difícil acreditar que estou fugindo da minha antiga vida, de um noivo que não vejo há dez anos.Califórnia-EUA*** Estava em meu quarto procurando entender aparição de mamãe ao me pedir que tomasse um banho e vestisse um lindo vestido, quando de repente eu ouvi outra vez a discussão com papai. Já os vi em meio de um desentendimento, sempre o meu nome estava envolvido e antes eu não entendi, mas agora eu consigo ente
Depois do café eu me despedi com um beijo em sua cabeça e fiz carinho no bichano com o sapato. Antes de passar pela porta eu fiz uma prece que minha tia ensinou, embora eu não seja religiosa, sempre me apego ao homem lá de cima que me proteja assim que eu passo por esta porta. Andava pelas ruas com passos largos, sempre olhando para os lados até chegar na faculdade, ainda estou aprendendo a disfarçar a minha desconfiança. A casa da minha tia é pouco distante da universidade, moro com ela desde que deixei Itália. Passei pelos portões e segui direto para a minha sala, a primeira aula seria microbiologia de alimentos, afinal eu escolhi gastronomia, sempre adorei o feitio de cozinhar, para mim era terapêutico, não como aulas de tiro e boxe. Assim que entrei na sala, sentei-me na frente como sempre, gostava de ouvir atentamente os professores nas explicações.
Irina GrecoCresci em uma bela fazenda com vários hectares de terras férteis cultivando belo café, cacau, algodão, maçãs e uvas. É uma mistura enorme passada de geração em geração através da família do meu pai. Minha infância foi tranquila com minha irmã Daniele, éramos filhas únicas. Não tínhamos do que reclamar, nossas vidas eram boas e refinadas até ouvirmos falar do sobrenome Mortalla e o envolvimento de nosso pai em seus negócios. Julian parecia um inseto venenoso em nossa terra que desejava mais do que qualquer a possuir as terras da minha família, mas meu pai não queria vendê-la, ele escolheu negociar. Lucio, meu pai sempre foi um homem fraco quando se tratava de riqueza e poder, afinal quem não gostaria? Mas como Sandra é uma boa mãe e esposa,
Irina Greco3 anos depois... A sensação de terminar a ligação foi entristecedora. A empregada Teresa que me emprestou o celular para ligar para Alice olhou para mim e viu meu rosto angustiado, ela me lança o mesmo olhar de pena, sempre tentando me animar com a esperança de que Alice um dia deixará de ser caçada como um animal valioso.— A pequena Alice é forte e sabe se cuidar, senhora.— Eu sei, Teresa. Mas temo pela vida da minha filha.— O senhor Mortalla não vai encontrá-la.— Não subestime o inimigo, Teresa. Se Sebastian a encontrar, talvez seja apenas vingança por ter sido deixado no altar.— Não vamos pensar no pior, ok? A pequena Alice est&aacut
Alice Greco Com os olhos cansados eu me forço a jogar uma água sobre o rosto, encarei o espelho e sem muito entusiasmo eu vi as olheiras gritantes abaixo dos olhos, sempre os malditos pesadelos. Consigo ouvir sua voz de comando longe, enquanto corria pelo labirinto, também escuto tiros atrás de mim, aquilo parece ressoar em minha cabeça, espantei meu sonho e me enfiei embaixo do chuveiro. Era uma manhã de terça quando chegava na universidade ás 7h da manhã, logo na entrada eu vi Luana e Rebecca paradas com olhares cansados, me aproximei delas e cumprimentei da maneira de costume.— O que fazem paradas aqui?— Bom dia para você também, queridinha. — Respondeu Luana.