Sila
… Sila, você está bem?
… Sila, abre os olhos, amor!
… Sila!
… Sila!
Puxo o ar com força, abrindo os meus olhos na sequência e me deparo com uma parede branca. Algumas lembranças logo invadem a minha mente. Uma cavalgada entre família e amigos, os sons risos felizes, as conversas animadas… uma cobra, o alvoroço do animal.
Engulo em seco.
Jessé, Deus espero que Murat não faça nada com ele.
Oh céus, Murat, como será que ele está com tudo isso?
Angustiada, olho ao meu redor e percebo que estou sozinha dentro de um amplo e iluminado quarto de hospital. No ato, penso em me mexer para me sentar no colchão. Entretanto, tem algo errado e começo a entrar em pânico.
— Sila? — A voz preocupada de Murat me f
SilaSussurro sentindo novas lágrimas preencherem os meus olhos e essas são de pura comoção.— O Ali… ele já sabe? — Murat sorrir, mesmo estando com os olhos molhados agora.— Ainda não, eu pensei que você gostaria de contá-lo pessoalmente.— Ah, Murat! — sussurro, o abraçando tão forte e no ato o beijo demoradamente.— Entende por que você precisa ser tão forte agora? Você precisa lutar, Sila.— E eu vou, por esse bebê, pelo Ali, por você… e por nós.— Eu te amo!— Também te amo, muito!***Alguns dias…— Vamos, mexa! Mexa logo! — peço, encarando os meus pés, mas bufo frustrada quando nada acontece.Uma semana sentada nessa cadeira de rodas está me roubando a paciênc
MuratUma semana depois...O som alto da minha respiração sobressai preenchendo a minha sala, enquanto ando de um lado para o outro em fúria. Ela não tinha esse direito! Não tinha o direito de tocar no que é meu. Portanto, não vou pensar duas vezes em destruí-la. Penso quando a imagem da minha esposa sentada em uma cadeira de rodas preenche a minha mente. Doente de raiva, fecho as minhas mãos em punho e acerto com extrema força a parede com uma delas.— Porra, Murat o que você está fazendo? — A voz de Taylor ecoa dentro do meu escritório e imediatamente ele toca no meu ombro com um aperto firme. — Isso vai precisar de cuidados. — Ele ralha, fitando o sangue nos nós dos meus dedos e se afasta rapidamente para ir ao bar de canto. — Beba isso, vai te acalmar um pouco.— Nada vai me acalmar, Taylor — rosno, entornando o líquido de uma só vez.— Mas você precisa, a Sila precisa que você esteja calmo do seu lado, Murat.— Por que você acha que estou passando a maior parte do tempo aqui? — r
Murat— Ela está disposta a tudo para matar a Sila — sibilo baixinho, sentindo um estremecimento dentro do meu corpo. Contudo, encaro o meu amigo. — Agora você entende por que eu preciso encontrá-la logo? — ralho, o observando puxar uma respiração.— Me diga detetive, até onde conseguiu seguir os seus rastros? — Taylor questiona.— Até a mansão Arslan, ela entrou com a sua própria chave…— Como é que é?— Uma câmera da rua mostra o exato momento que a garota entrou no seu perímetro, Senhor Arslan. Isso aconteceu na mesma madrugada da sua fuga. Ela abriu os portões e entrou sem qualquer dificuldade.Meu coração dispara loucamente.— Céus, ela pode estar lá dentro ainda! — Vou imediatamente para a minha mesa e ligo para o celular de Sila. — Atende, Sila! ATENDE PORRA! — berro extremamente nervoso.— Ligue para casa, Murat, ela pode estar na fisioterapia agora. — Taylor pede e com as minhas mãos trêmulas começo a digitar o número.— Alô? — Meu coração pula feroz agora.— Onde está a Sil
Sila— Agora vamos fazer um teste como sempre fazemos no final das sessões de fisio, ok? — Estela, minha fisioterapeuta fala, se agachando bem na minha frente e esperançosa, faço figa com os meus dedos, aguardando que algo aconteça. Então ela pega uma caneta do bolso do seu jaleco e a desliza debaixo do solado do meu pé, e no mesmo instante os seus olhos se erguem para os meus.Desanimada, faço não com a cabeça para ela.— Não fique triste, Sila é um processo lento mesmo. — Suspiro frustrada. — Ei, o médico disse que você não tem nada, ok? Talvez isso seja apenas uma reação do nervo adormecido pela pancada que levou. Você vai ver, Sila, você vai melhorar logo e vai voltar a andar como antes.— Espero, que esteja certa, Estela — sibilo desanimada.— Sila? — Encontro um motivo
SilaNão consigo concluir a minha pergunta, porque ela simplesmente está entalada dentro da minha garganta.— Como eu cheguei até aqui? — Ela dá um passo dentro do quarto. — Isso é mesmo relevante? Não, não é?— O que você quer de mim, Dilara? — A garota me lança um olhar nebuloso, depois ela sorrir e dá mais um passo na minha direção.— Eu te disse, você devia ter morrido!Engulo em seco.— E eu vim até aqui apenas para terminar o que comecei.Resfolego quando ela tira uma faca de mesa de trás do seu corpo e imediatamente sinto um gelo tomar conta do meu corpo.— Esse era o meu lugar, Sila, eu deveria ter me tornado esposa de Murat Arslan, mas você apareceu e tudo se virou contra mim.— Você matou a esposa dele…— ERA NECESS&Aa
Murat— Onde ele está?Um questionamento frio e arrogante passa pela minha garganta, enquanto caminho com passos firmes por um longo corredor da mansão Arslan, agora silenciosa e quieta, já que todos os empregados e a minha família foram retirados daqui.— No seu escritório como pediu, Senhor Arslan. — Jordan, meu segurança responde com um tom firme na voz.— Está tudo pronto? — inquiro enquanto me aproximo da porta de madeira escura.— Sim, Senhor!— Ótimo!Após a inexplicável fuga de Dilara me vi obrigado a fazer a única coisa que me traria respostas. Eu o faria falar custe o que custar e acredite, não vou me importar com os métodos, nem com as suas súplicas. Hoje eu só saio desse lugar quando descobrir onde está Dilara Bruser e quem quer que a esteja ajudando. E com esse pensament
SilaTundum! Tundum! Tundum.Os sons das batidas do seu coração me confortam e me fazem chorar de comoção. As suas imagens refletidas na tela de um computador me dizem que está tudo bem com o meu bebê. Contudo, Ali está agitado nos braços do seu pai enquanto ele olha para o seu irmãozinho se mexendo no vídeo e ele faz a pergunta que sequer ousamos fazer.— É uma menina? — Seu questionamento faz o médico sorrir.— Bom, ainda é cedo para dizer, mas quem sabe você tem um pouco de sorte? — Doutor Marvin fala um tanto relaxado, deslizando o aparelho pela minha barriga. Então ele para em um certo ponto e se concentra ali. — Vejamos! — Ele resmunga por alguns segundos. — O que você acha, Ali?— Eu acho que ela vai se chamar Rayhan.— Rayhan? Por que, filho? — Murat procura
Sila— Um dia eu quero ser um arquiteto.— Arquiteto? Onde ouviu falar essa palavra?— A minha professora falou sobre as profissões, mamãe. Ela disse um que arquiteto desenha os prédios e que as pessoas os constroem.Sorrio.— Então você quer ser um arquiteto?— Sim e eu posso desenhar o quarto da minha irmã.Arqueio as sobrancelhas.— Nesse caso, é designer de interiores, meu amor, porque o quarto já está construído.— O que é um desin… desing…— Designer de interiores faz desenhos e planeja os interiores das casas já construída e pronta para serem mobiliada.— Ah!Após essa explicação Ali se propõe a desenhar do seu jeito os detalhes das paredes e dos móveis do quarto de