— Sabe, eu estava bêbado, mas me lembro de você ter dito que a fedelha morreu no parto. — Ele relembrava, enquanto coçava a cabeça, e então agachou fitando-a na mesma altura. — Me enganou, não é? Doentiamente se irritou por ela não o responder. Claro que jamais o rebateria. Simplesmente porque o homem psicótico a mantinha amarrada com panos imundos forçando sua boca a permanecer calada. Mas o que mais a assustava era a loucura evidente em seus olhos, progredindo para o um maior nível. Ele a questionava, se irritava e então presumia uma resposta para as próprias questões. Um ciclo que o deixava ainda mais irado a cada minuto.— Você planejou isso não foi? Planejou engravidar pra me chantagear com minha esposa, não é? — Seu olhar nem mais se dirigia a ela, olhava o nada e a imaginava rindo dele. — Você pode ter conseguido me separar da minha esposa, mas eu não caí na sua, por isso você partiu pro próximo, não é? Depois das suposições feitas, ele agora se focava nela. — Sabe
A resposta para a questão parecia ser "sim". James estava morto. Em choque, ela não conseguiu se mexer por horas. Isto até ouvir o telefone tocar. Sua consciência repentinamente voltou a governar seu corpo com aquela faísca de salvação tocando, contendo o temor e controlando os nervos. Com as amarras tão fortes nos pulsos e nos tornozelos, por mais que suas tentativas falhas em se desatar ainda continuassem inúteis, havia uma opção na qual não exigia estar solta. Então mesmo com o corpo dolorido, ela se pressionou para se mexer, rastejando do colchão empoeirado para o piso frio, para perto do corpo sem vida. Ao o alcançar, vasculhou os bolsos da calça de James pelo aparelho celular. Com o smartphone em mãos após puxá-lo do bolso detrás das calças do homem, ela imediatamente o tentou desbloquear. Quando frustrada das tentativas em vão, se lembrou de que ligações de emergência poderiam ser feitas da primeira tela sem problemas. — Atende, atende… — Implorou, esperando que a chamad
A recuperação foi gradual. Primeiro, noites inteiras pareciam um tormento devorando-a por dentro. Pesadelos sobre um monstro saindo das sombras para arrastá-la, depois um homem encurralando-a no banheiro para enforcá-la entre tantos outros que a fizeram soar frio. Somente com a prontidão de Jonathan, disposto a estar do seu lado a qualquer hora do dia e da madrugada a fez perceber que estava mesmo segura. Seus choros após os pesadelos se transformavam em risadas quando ele começava a ler as histórias infantis que contava às filhas, como se ela, uma adulta, ainda pudesse acreditar em contos de fadas. Pelas manhãs, as garotas vinham ao seu quarto, preenchiam os começos de seus dias com beijos, abraços e a arrastavam para ajudá-las a se vestir para as aulas. As aulas das meninas haviam começado pouco depois do casamento e na verdade não as via com tanta frequência quanto tinha com Cloe, mas a todo os momentos que podia, se importava em estar integralmente para elas. Como conse
De baixo das cobertas, Catherine se perguntava se era estupidez demais se emocionar tanto com umas poucas sílabas ditas por Cloe sem qualquer significado. Na pouca idade da bebê, dizer "mama" ou "papa" não significava realmente estar chamando o pai ou a mãe, no entanto, a simples possibilidade de que talvez Cloe já a enxergasse assim fazia com que uma preocupação interna a deixasse emocionalmente sensível.— Cristinne, talvez se tivesse sido diferente, você já estaria chamando a mamãe também? — Ela perguntou ao silêncio do quarto. Ninguém a responderia e ela já estava há meses ciente disto, apenas seu olhar se dirigia a pulseira de ouro com o nome da filha gravado na placa dourada. Se a filha estivesse viva, teria dez meses de idade e seguramente já estaria balbuciando muito mais sílabas. Pensar nisto a deixava melancólica, porém ao menos, feliz com a ideia de como teria sido com a própria bebê. Tirando-a de seus pensamentos, a curiosidade a fez retirar o cobertor de cima da c
Parecendo completamente fora de si, Jonathan se afastou repentinamente. Ela, ainda entorpecida pela proximidade de alguns segundos atrás, demorou-se mais de um minuto para voltar a si e somente então notou: O marido não estava mais no quarto e Cloe já não mais em seus braços. Levantar-se da poltrona tão rápido quanto Catherine o fez lhe causou uma perda de equilíbrio temporal que logo se recompôs. Neste momento, caminhou para fora do quarto, enxergando um corredor vazio, sem o mais mínimo sinal de para onde ele havia ido. Adentrando o quarto novamente, ela tomou segundos encarando a poltrona e se perguntando em que viagem estava. Como conseguia estar tão aérea apenas por um simples homem? — Bem, talvez não um homem tão simples assim. — Ela voltou atrás na questão em voz alta. — Esta falando de mim? — A voz sugiriu de trás, próxima de mais. Jonathan virou a esposa de frente, a fazendo ter de tombar a cabeça para trás, para poder encarar seu rosto no alto daquele corpo malha
Uma de suas mãos se fixou ao lado da cabeça dela no colchão, o marido ajustou sua cintura sobre o meio de suas pernas, subindo para mais próximo de seu rosto. Ela ainda arfava pelo orgasmo que teve com a habilidosa língua dele. Jonathan então posicionou a cabeça grossa de seu membro enrijecido sobre a entrada molhada e quente da esposa, fazendo-a gemer tão alto ao ponto de repercutir pelo quarto. Quando ela se deu conta de que os sons vinham de sua garganta tentou conter-se, mas era tarde. O corpo do marido, agachou-se contra o seu, sua mente teve um estalo do que estava próximo de acontecer e por um momento recordou-se do quão grande Jonathan era. A preocupação tomou seu rosto, entretanto, o tempo para o interromper tinha acabado e quando notou, sua cabeça avantajada já deslizava para dentro dela. Ele abria caminho, fazendo-a sentir-se completamente cheia e lhe arrancando gemidos involuntários e impossíveis de conter. Suas mãos subiram se fechando ao redor do pescoço de seu mari
[ Segunda-feira, oito de agosto ] Catherine estava de volta à empresa há menos de uma semana, porém já concluía todo o atraso de um mês nestes poucos dias. Os comerciais estavam em alta produção devido a estação propícia para filmagens. O inverno era lindo em agosto, com poucas nevascas e um céu mais limpo e radiante para se gravar. Comerciais de moda, aquecedores e cinema explodiam nesta época do ano. Tudo associado a ficar quentinho com alguém que se ama ou passar um tempo em família. As etapas iniciais eram sempre burocráticas e exigiam um cérebro expirado. O trabalho de produção não era apenas sobre planejar, juntar o pessoal e filmar, também se tratava solucionar problemas nas filmagens de forma criativa e de baixo custo. Quase sempre se começava pela criação do roteiro, planejamento do orçamento e em seguida a escolha do formato de vídeo. Então no menor prazo possível começava-se a preparação dos equipamentos para dar inicio a parte mais caótica e divertida: a produção.
Contando somente o necessário, Jonathan esclareceu a Celine sobre os comportamentos atuais de Catherine. Esta ouviu atentamente, chegando ao ponto de quase não acreditar por tudo que a colega de trabalho – antes muito sorridente e agora depressiva – passou. — Sempre achei que havia algo de errado com aquele professor. — Celine comentou, se lembrando de seus tempos de faculdade. — O conheceu? — Estudei na mesma faculdade da sua esposa, há cerca de três anos atrás. Me formei em marketing lá. Ouvi muitas alunas suspirando por ele nos corredores. — Felizmente ele não anda mais enganando ninguém por aí. Pagou com a vida pelas juventudes e ingenuidades que destruiu. — O CEO mencionava com a furia visível nas palavras e nos olhos. Esperando-o diminuir a chamas, Celine fez um último comentário antes de encerrar o assunto. — Compreendo, e daqui pra frente conte comigo para cuidar de Cat. — Obrigada Celine. — Ele agradeceu genuinamente e se levantou de sua mesa. Acompanhou a gerente d