De baixo das cobertas, Catherine se perguntava se era estupidez demais se emocionar tanto com umas poucas sílabas ditas por Cloe sem qualquer significado. Na pouca idade da bebê, dizer "mama" ou "papa" não significava realmente estar chamando o pai ou a mãe, no entanto, a simples possibilidade de que talvez Cloe já a enxergasse assim fazia com que uma preocupação interna a deixasse emocionalmente sensível.— Cristinne, talvez se tivesse sido diferente, você já estaria chamando a mamãe também? — Ela perguntou ao silêncio do quarto. Ninguém a responderia e ela já estava há meses ciente disto, apenas seu olhar se dirigia a pulseira de ouro com o nome da filha gravado na placa dourada. Se a filha estivesse viva, teria dez meses de idade e seguramente já estaria balbuciando muito mais sílabas. Pensar nisto a deixava melancólica, porém ao menos, feliz com a ideia de como teria sido com a própria bebê. Tirando-a de seus pensamentos, a curiosidade a fez retirar o cobertor de cima da c
Parecendo completamente fora de si, Jonathan se afastou repentinamente. Ela, ainda entorpecida pela proximidade de alguns segundos atrás, demorou-se mais de um minuto para voltar a si e somente então notou: O marido não estava mais no quarto e Cloe já não mais em seus braços. Levantar-se da poltrona tão rápido quanto Catherine o fez lhe causou uma perda de equilíbrio temporal que logo se recompôs. Neste momento, caminhou para fora do quarto, enxergando um corredor vazio, sem o mais mínimo sinal de para onde ele havia ido. Adentrando o quarto novamente, ela tomou segundos encarando a poltrona e se perguntando em que viagem estava. Como conseguia estar tão aérea apenas por um simples homem? — Bem, talvez não um homem tão simples assim. — Ela voltou atrás na questão em voz alta. — Esta falando de mim? — A voz sugiriu de trás, próxima de mais. Jonathan virou a esposa de frente, a fazendo ter de tombar a cabeça para trás, para poder encarar seu rosto no alto daquele corpo malha
Uma de suas mãos se fixou ao lado da cabeça dela no colchão, o marido ajustou sua cintura sobre o meio de suas pernas, subindo para mais próximo de seu rosto. Ela ainda arfava pelo orgasmo que teve com a habilidosa língua dele. Jonathan então posicionou a cabeça grossa de seu membro enrijecido sobre a entrada molhada e quente da esposa, fazendo-a gemer tão alto ao ponto de repercutir pelo quarto. Quando ela se deu conta de que os sons vinham de sua garganta tentou conter-se, mas era tarde. O corpo do marido, agachou-se contra o seu, sua mente teve um estalo do que estava próximo de acontecer e por um momento recordou-se do quão grande Jonathan era. A preocupação tomou seu rosto, entretanto, o tempo para o interromper tinha acabado e quando notou, sua cabeça avantajada já deslizava para dentro dela. Ele abria caminho, fazendo-a sentir-se completamente cheia e lhe arrancando gemidos involuntários e impossíveis de conter. Suas mãos subiram se fechando ao redor do pescoço de seu mari
[ Segunda-feira, oito de agosto ] Catherine estava de volta à empresa há menos de uma semana, porém já concluía todo o atraso de um mês nestes poucos dias. Os comerciais estavam em alta produção devido a estação propícia para filmagens. O inverno era lindo em agosto, com poucas nevascas e um céu mais limpo e radiante para se gravar. Comerciais de moda, aquecedores e cinema explodiam nesta época do ano. Tudo associado a ficar quentinho com alguém que se ama ou passar um tempo em família. As etapas iniciais eram sempre burocráticas e exigiam um cérebro expirado. O trabalho de produção não era apenas sobre planejar, juntar o pessoal e filmar, também se tratava solucionar problemas nas filmagens de forma criativa e de baixo custo. Quase sempre se começava pela criação do roteiro, planejamento do orçamento e em seguida a escolha do formato de vídeo. Então no menor prazo possível começava-se a preparação dos equipamentos para dar inicio a parte mais caótica e divertida: a produção.
Contando somente o necessário, Jonathan esclareceu a Celine sobre os comportamentos atuais de Catherine. Esta ouviu atentamente, chegando ao ponto de quase não acreditar por tudo que a colega de trabalho – antes muito sorridente e agora depressiva – passou. — Sempre achei que havia algo de errado com aquele professor. — Celine comentou, se lembrando de seus tempos de faculdade. — O conheceu? — Estudei na mesma faculdade da sua esposa, há cerca de três anos atrás. Me formei em marketing lá. Ouvi muitas alunas suspirando por ele nos corredores. — Felizmente ele não anda mais enganando ninguém por aí. Pagou com a vida pelas juventudes e ingenuidades que destruiu. — O CEO mencionava com a furia visível nas palavras e nos olhos. Esperando-o diminuir a chamas, Celine fez um último comentário antes de encerrar o assunto. — Compreendo, e daqui pra frente conte comigo para cuidar de Cat. — Obrigada Celine. — Ele agradeceu genuinamente e se levantou de sua mesa. Acompanhou a gerente d
| LegendaTPST: transtorno de estresse pós-traumático |[ Seis da tarde, mesmo dia ] — Sr. Cohen, ela vai ficar bem. — Então me explique o quão "bem" você acha que ela poderá estar! Por que tudo que eu enxergo é que você, Celine, falhou! — A voz exaltada de Jonathan repercutia no corredor do hospital. — Não, eu …— Jonathan! — Catherine estava de pé à porta de seu quarto, olhando-o furiosa. Se ele tivesse de gritar com alguém, que fosse com ela, pois ao final, foi sua própria teimosia que a levou a estar onde estava. Não iria permitir que seu marido saísse gritando com sua colega, como se ela tivesse culpa de algo. — Eu espero realmente que você esteja pronto para pedir desculpas a ela. — Mas Cat…— Sem "mas" Jonathan. Esse seu comportamento com os funcionários ainda vai trazer problemas, então peça desculpas a ela, porque você não tinha o direito de gritar com Celine. O maior ajeitou a gravata no pescoço e parecendo resistente em se curvar, pediu desculpas entre dentes. Celi
Indecisa sobre se havia intimidade o suficiente, Celine preferiu arriscar e ofereceu um abraço ao CEO. — Sei que agora tudo deve estar parecendo um filme de terror pra Cat e também pra você, mas eu acredito que se o bebê puxar a mãe, ele ou ela irá resistir. — Obrigada pelo apoio. — Jonathan agradeceu, sentindo-se melhor e querendo acreditar na força da esposa e do filho. Recomposto, ele lembrou-se novamente das crianças na escola e da família que os esperava para o jantar sem saber do estado de Catherine. — Celine, poderia me emprestar seu telefone? — Claro. — A gerente de marketing o entregou. Como o smartphone em mãos, sua cabeça ficou confusa por alguns segundos se perguntando a quem ligar. Ao seu pai nem pensar, o pobre velho poderia ter um ataque cardíaco caso ficasse alterado com a notícia. Aos seus irmãos mais novos também não, a última coisa de que precisava era dos comentários de Gabriela ou da lentidão de Gabriel. A mais apropriada era Lúcia, mas a velha senhora ti
| Legenda: ENCLOFOBIA, é o medo de multidões. |— Não querida, eu só tenho que ficar deitada, pra não fazer mal ao… — Ela fraquejou, repensava se deveria contar. Existia o risco de perderem o bebê, e se ela contasse não suportaria olhar para as meninas caso algo desse errado.— Para não doer meu estômago, acho que peguei uma gripe e me sinto meio tonta para ficar de pé. — Continuou, com a fraca mentira.— Então é por isso que vomitou no fim de semana passado, quando o vovô nos levou no restaurante? Catherine sabia não ser apenas a recente grávidez o motivo. Na verdade uma das psicólogas que a tratou depois do que houve entre ela e James Francco, já a tinha diagnosticado com uma possível enoclofobia. Bastava ter um pouco mais que dez pessoas ao seu redor para estar nervosa. A última semana de trabalho, tentando parecer bem na frente de sua equipe tinha sido um esforço gigantesco, talvez tanto estresse houvesse causado a quase perda do bebê e isso a fazia sentir-se angustiada.