| LegendaTPST: transtorno de estresse pós-traumático |[ Seis da tarde, mesmo dia ] — Sr. Cohen, ela vai ficar bem. — Então me explique o quão "bem" você acha que ela poderá estar! Por que tudo que eu enxergo é que você, Celine, falhou! — A voz exaltada de Jonathan repercutia no corredor do hospital. — Não, eu …— Jonathan! — Catherine estava de pé à porta de seu quarto, olhando-o furiosa. Se ele tivesse de gritar com alguém, que fosse com ela, pois ao final, foi sua própria teimosia que a levou a estar onde estava. Não iria permitir que seu marido saísse gritando com sua colega, como se ela tivesse culpa de algo. — Eu espero realmente que você esteja pronto para pedir desculpas a ela. — Mas Cat…— Sem "mas" Jonathan. Esse seu comportamento com os funcionários ainda vai trazer problemas, então peça desculpas a ela, porque você não tinha o direito de gritar com Celine. O maior ajeitou a gravata no pescoço e parecendo resistente em se curvar, pediu desculpas entre dentes. Celi
Indecisa sobre se havia intimidade o suficiente, Celine preferiu arriscar e ofereceu um abraço ao CEO. — Sei que agora tudo deve estar parecendo um filme de terror pra Cat e também pra você, mas eu acredito que se o bebê puxar a mãe, ele ou ela irá resistir. — Obrigada pelo apoio. — Jonathan agradeceu, sentindo-se melhor e querendo acreditar na força da esposa e do filho. Recomposto, ele lembrou-se novamente das crianças na escola e da família que os esperava para o jantar sem saber do estado de Catherine. — Celine, poderia me emprestar seu telefone? — Claro. — A gerente de marketing o entregou. Como o smartphone em mãos, sua cabeça ficou confusa por alguns segundos se perguntando a quem ligar. Ao seu pai nem pensar, o pobre velho poderia ter um ataque cardíaco caso ficasse alterado com a notícia. Aos seus irmãos mais novos também não, a última coisa de que precisava era dos comentários de Gabriela ou da lentidão de Gabriel. A mais apropriada era Lúcia, mas a velha senhora ti
| Legenda: ENCLOFOBIA, é o medo de multidões. |— Não querida, eu só tenho que ficar deitada, pra não fazer mal ao… — Ela fraquejou, repensava se deveria contar. Existia o risco de perderem o bebê, e se ela contasse não suportaria olhar para as meninas caso algo desse errado.— Para não doer meu estômago, acho que peguei uma gripe e me sinto meio tonta para ficar de pé. — Continuou, com a fraca mentira.— Então é por isso que vomitou no fim de semana passado, quando o vovô nos levou no restaurante? Catherine sabia não ser apenas a recente grávidez o motivo. Na verdade uma das psicólogas que a tratou depois do que houve entre ela e James Francco, já a tinha diagnosticado com uma possível enoclofobia. Bastava ter um pouco mais que dez pessoas ao seu redor para estar nervosa. A última semana de trabalho, tentando parecer bem na frente de sua equipe tinha sido um esforço gigantesco, talvez tanto estresse houvesse causado a quase perda do bebê e isso a fazia sentir-se angustiada.
— Pai, por que a mamãe escondeu da gente? — Ela não quis esconder de vocês, princesa. É que talvez o seu irmãozinho não consiga crescer e se isso acontecer, ela não quer que vocês fiquem tristes. — Jonathan explicou da melhor forma que pôde. — Então eu não vou contar que eu sei de tudo. — Agnês disse, pensando que assim Catherine não teria motivos para estar triste. — Essa é minha menina. — O pai a jogou no ar e a pegou nos braços. — Vamos descer agora? A filha assentiu sorridente com a brincadeira e ambos baixaram as escadas.[ Quinze dias depois ] — O saco gestacional parece bem. — A obstetra disse confirmando os resultados. — Então o bebê está fora de perigo? — Jonathan questionava. Ouvir que a criança nasceria saudável era a única frase que realmente poderia acalmá-lo. Seu medo não estava apenas em perder um filho, havia ainda Catherine naquela situação novamente. Não podia prever que ela suportaria. A falta de resposta para um problema sempre o fez se interessar muit
| Legenda: Mal de Parkinson/ doença de Parkinson é um distúrbio do sistema nervoso central que afeta o movimento, muitas vezes incluindo tremores. |[ Dia seguinte, churrasco na mansão Cohen ]— Ela é demais mãe. — Agnês disse chegando ao jardim da casa segurando na mão de Catherine. — É mesmo. — Cat teve de admitir. A organizadora só havia chego a uma hora e grande parte das coisas já estavam em andamento. O jardim estava em clima de festa mesmo sem que ninguém ainda houvesse chegado. — Olá, deve ser a Sra. Cohen? — A morena de aparentes quase dois e meio se apresenta surgindo repentinamente à frente de Catherine. — Apenas Cat, por favor. A organizadora assentiu, e continuou. — E então Cat? O que achou? — Você fez um milagre neste jardim… — Catherine ainda estava boquiaberta. — Tudo parece incrível. — Fico feliz em ouvir. — Kaya disse sorrindo gentilmente. — E esta deve ser a herdeira.— Sou Agnês. — A garota estendeu a mão. — Nossa, ela parece muito séria pra idade. —
— Com uma condição. Quero ser madrinha do pequeno. — Não sou religiosa, mas posso te considerar assim. — Catherine aceitou o acordo rindo. — Sabe, com tal de ter um bebê pra eu mimar faço qualquer coisa. — Kaya admitia. — Minha esposa e eu estamos tentando inseminação artificial e até agora não tivemos muita sorte. — Sinto muito por vocês. — Não, tudo bem, ainda não perdemos as esperanças.— Que bom ouvir isso. — Cat pegou na mão de Kaya, dessa vez ela lhe dando forças. — Espero que esse presente chegue logo pra vocês. — Eu também espero. — Kaya realmente desejava. [ três horas mais tarde ] O breu no quarto sugeria que Jonathan havia driblado a noite acordado e estava sem forças para participar do churrasco que ele mesmo tinha se entusiasmado para fazer. As cortinas da janela estavam tapando qualquer chance do sol entrar e para chegar a cama sem cair, Catherine teve de acender a lanterna do telefone. — Jona? — Cat chamou, próximo ao ouvido do esposo. Incomodado ele se reme
A recente amizade não as tinha dado tempo o suficiente para se abrirem de ambos os lados. Podia até ser que celine soubesse tudo a respeito da amiga, mas a única coisa que Catherine sabia intimamente de Celine, era que a amiga com toda a certeza era casada. Isto porque sempre andou de anel posto e nunca fez horas extras nos feriados, dizia passar todos em casa. Porém uma coisa muito diferente era descobrir que a colega realmente tinha alguém e que a esposa de Celine, não era ninguém menos que…— Esta é minha esposa, Kaya. — Celine a apresentava. — Eu nunca imaginaria. — Catherine disse sinceramente. O mundo parecia pequeno demais. — E então Saraí? Tem algo mais a dizer?— Nada. — Saraí respondeu a Celine, pegando seu copo e desaparecendo de vista. Cat não pôde conter a vontade de rir diante do grande "cala-boca" indireto que Saraí levou. Aquele dia estava para se tornar um dos mais animados para os C
[ Algumas semanas depois. ] — Quando vamos colocar o plano em prática, meninas? — Kaya perguntou a esposa e a Catherine. Elas almoçavam no balcão da cozinha enquanto faziam uma pausa do trabalho,e de lá espiavam Jonathan brincando com a filha caçula. — Eu não sei, acho que devia ser direta com ele, Cat. — Era o conselho de Celine. — Amor, até parece que não conhece o cara. Jonathan não vai simplesmente aceitar fazer o check-up. — A esposa concluiu rindo. Catherine estava ciente de que por Jonathan, as coisas continuariam como estão. Porém para ela, isso significava um tiro no escuro, e queria ter certeza de que continuar com a gravidez não seria um problema futuro para a criança. — Ei, eu tive uma ideia! — Soltou Kaya. — Qualquer coisa que não envolva estressar meu chefe eu topo. — Celine expôs levando uma colherada de arroz e feijão branco à boca. — Eu proponho chamar uma colega nossa do ensino médi