— Você é tão novo. Tem de tudo e pode ter mais ainda se quiser. Por que as drogas Gabriel?! — Já disse que não é o que você está pensando Cat. Pode me deixar falar?— Têm três minutos, e é melhor contar a verdade. — A cunhada não lhe deixa escolha. A verdade era tão inacreditável que ele mesmo se perguntava se poderia crer no que contaria ou se seria melhor mentir ou deixar que ela pensasse no que lhe desse na telha. — Cat, eu trabalho para o governo. — Revela e vê o rosto da cunhada criar rugas de dúvida. — Não estou mentindo!— Sei que não está. — Ela o responde incrédula. Tinha uma espécie de sexto sentido, normalmente podia predizer se as pessoas estavam mentindo realmente. Não o usava com desconhecidos, mas para os familiares era fácil descobrir por seus comportamentos.— Eu fui contatado a um ano e meio atrás, passei por um treinamento básico e meu trabalho é me infiltrar nas gangues de rua. Passo locais, nomes e tudo que puder para ajudar a polícia a retirar o mal das rua
Ainda sentado ao lado da colega de ensino médio, Jonathan a ouviu sem qualquer expressão evidente. Fitava também a esposa que o observava como quem não queria nada escorada no batente da porta da cozinha, a um pequeno corredor de distância da sala. No fundo sabia que não poderia brigar com ela. Catherine já tinha perdido tanto. Sua única família e força eram ele e as crianças, se eles se fossem antes dela, com toda a certeza esta estaria desolada. Então interrompendo a chance de Zoe tentar o convencer, ele se rende. — Tudo bem. — O quê? Não, espera. O quê está dizendo? — A doutora estava confusa. — Pode dizer a elas que vou fazer os exames em sua clínica e que farei o check-up semestral também. — Ele diz firmemente, parecendo decidido. — Por que tão de repente? — Zoe estava tentando entender, pois o Jonathan Cohen de quinze anos atrás jamais daria o braço a perder.— Eu ignorei a preocupação dela, achei que não tínhamos que nos preocupar no início, mas agora nossa relação é t
[ No mesmo dia, pela noite. ] — Tem certeza do que quer fazer? — Eu tenho. — Catherine respondeu a Jonathan. O marido então continuou cavando debaixo do salgueiro no jardim. Quando o buraco já estava a quase trinta centímetros de profundidade e não tendo o risco de ser levado para cima com a passagem da chuva, Catherine se aproximou jogando dentro do espaço, sua jóia mais apreciada. A esposa enterrava a correntinha de sua primeira filha, Christine. Com a ajuda de Jonathan, a mesma se ajoelhou na grama próxima do buraco e com as próprias mãos o tapou se despedindo. — Filha, é hora da mamãe enterrar a dor do passado, mas eu nunca vou te esquecer, vai estar sempre em minhas memórias mais bonitas de quando te carreguei dentro de mim. — Ela diz em despedida. Novamente com o apoio do marido, ela se levanta, com quatro meses de gravidez as coisas já não são tão fáceis de fazer sem perder o equilíbrio. As lágrimas antes de dor, agora escorrem de seus olhos como se lavassem-na por
O tempo voa, e é ainda mais difícil vê-lo passar com calma quando se tem uma família grande para se cuidar. A ansiedade pela vinda da bebê estava presente não somente no casal como também nos amigos e familiares. Catherine cumpriria nove meses em breve e agora se encontrava com trinta e oito semanas. A brincadeira para decidir qual o nome da pequena que viria já estava em andamento. Jonathan havia tido a ideia de que cada membro da família, assim como as amigas do casal, escolhessem um nome e depois com os sete nomes mais votados eles passaram para a escolha de um dia da semana para cada nome. Se a bebê nascesse em uma segunda-feira, se chamaria Clara. Se fosse em uma terça-feira seria Esther. Em uma quarta-feira, Bianca. Na quinta Melinda. Caso nascesse na sexta-feira, Eduarda. Se a preguiçosa decidisse pelo sábado, chamaria-se Valentina ou para o caso de que caísse em um domingo, seu nome seria Maitê. — Não é justo, o nome que eu escolhi cai num domingo. Nunca conheci ningué
— Primeiro de tudo, você não disse a elas um milhão de vezes, nos reclamos e explicamos a elas no máximo três vezes e desde então elas não têm espalhado mais nada pelos cantos desta casa Jonathan. — Catherine começou corrigindo o marido. — Em segundo, não devia descontar suas frustrações nas crianças. Esta com raiva? Bata na parede. — Terminou de me dar a lição Catherine?! — Não, não terminei Jonathan!— E o que mais tem pra me dizer? Por que ao contrário de todos nessa casa, eu não tenho muito mais do que seis horas para dormir, tomar banho, trocar de roupa e estar na empresa novamente daqui a pouco! — Jonathan desquitava em Catherine sem se importar que a esposa não tivesse nada a ver com seus problemas.— Sabe o quê, querido?! — O quê Catherine?! — Ele perguntou já de pé, contendo a raiva à medida que esfregava a cara de irritação pelo sono.— Vai ter menos tempo ainda pra dormir hoje. — Ela sorri irônica, e em seguida o expulsa por seu comportamento. — O macaco, foi Jorge quem
A chegada no hospital foi marcada por gritos. Eram duas da madrugada, o percusso em velocidade reduzida tinha se perdurado por mais de quarenta minutos e a feito se zangar ainda duas vezes mais, até mesmo sem motivos. A última pessoa que Catherine queria ver a sua frente era seu marido. — Você fez isso comigo! — Ela disse gritando de dor enquanto apertava sua mão durante uma das contrações.— Eu sei Cat, eu sei. Mas você da conta. — Ele responde a encorajando. — Eu acho que não do… De repente Catherine desata a chorar e nenhuma das enfermeiras, nem comentários do marido cessam as lágrimas. A médica obstetra conhecida cruza com eles no correr e por fim consegue ao menos tranquilizá-la sobre os procedimentos e como tudo ocorreria. Ouvi-la também deixava Jonathan mais calmo e de repente as brigas e a expulsão de mais cedo já não tinham espaço nos pensamentos de Catherine. Ela o abraçava fortemente depois de ter sido examinada, e um novo assunto entrava em pauta.— Você não va
Se meter em problemas nunca exigiu muito esforço por parte de Catherine Ashton, coisa que aos três anos todos achavam engraçado, e o "porém" veio apenas aos vinte e três. Duas décadas depois, a quantidade e a intensidade com que os problemas chegavam até ela era de deixar até mesmo um cara calvo de cabelo em pé. Mas nada se compara ao que estão por ler agora, e aqui começa o "era um vez" desta incrível jovem mulher. [ Sexta-feira, treze de maio ] Praticamente duas horas adiantada, Catherine – ou Cat, como frequentemente era chamada pelos mais próximos – subia as escadarias rumo ao terraço. Na porta de saída, se via claramente uma placa proibindo a ida de qualquer funcionário não autorizado e como a ótima insolente que era, sorriu ao cruzar para o lado de fora, como se quebrar as regras lhe desse mais energia do que seu café da manhã. — Bom dia pra mim! — Gritou rodopiando no terraço. Correndo direto ao parapeito, ela olhou a cidade que agora se parecia a casas de bon
Pegar um táxi não foi difícil, porém chegar à mansão dos Cohen pareceu uma tarefa impossível com a tempestade de neve repentina assolando a capital. A viagem que duraria vinte minutos com o pouco tráfego nas vias principais, tomou mais de quarenta e cinco minutos, mas ao menos chegaram. — É aqui, senhorita. — Avisou o taxista, estacionado frente a casa castelar. — Obrigada. Descendo do táxi, Catherine normalmente tomaria alguns segundos se impressionando com a visão da mansão a sua frente, mas não naquela noite, não com os seus ossos congelando. Tremendo, ela tocou o interfone, torcendo que alguém a respondesse logo em seguida. — Estou aqui para pegar a assinatura do CEO Cohen, são papéis urgentes. — Disse próxima ao interfone. — Tudo bem, é só apresentar a identificação pra câmera. Levantando o crachá do pescoço, ela o mostrou para o segurança através da câmera e em seguida teve o portão destrancado. O segurança, Adom – como o nome gravado na plaquinha do uniforme s