Após um bom tempo, Julio César mandou noticias para os pais, informando-os sobre os estudos, sua localização, sua nova vida. Os pais ficaram felizes ao receberem noticias do filho, mas infelizmente tiveram de comunicar ao filho sobre a morte do tio. Julio César, se indignou muitíssimo, sentiu-se desconsolado, para tentar afogar suas magoas abrigou-se em uma taberna. Ele distraía-se se lembrando do tio, da bela infância ao seu lado, do grande apresso que sentia por ele, quando subitamente algo lhe chamou atenção, o choro de uma das meretrizes. Ele então perguntou ao balconista: - O que tem aquela senhorita? - Ela se nega a deitar-se com aquele senhor. - Ora, a de se supor o por que! Ele é um velho, asqueroso e grosseiro. - Porém é um rico fidalgo. - Pobre moça! - A infeliz moçoila, chegou a pouco a este casebre, tem apenas um mês de vida errante. - Pobre infeliz! Julio César sentiu forte compaixão, pela moçoila. Aproximou-se da lastimável cena e interferiu diante do fidalgo
Julio César entre a dor que sentia pela morte do tio, sentia muita pena ao conhecer a história da pobre moça, a vida certamente havia sido injusta perante a moçoila, que apesar de tão nova já se calejava em sofrimento. No dia seguinte, Aurora apegava-se na esperança de que seu protetor retorna-se naquela noite a fim de salvá-la novamente. O rapaz, em meio aos estudos, mal conseguia se concentrar neles, pensava na pobre moça, em como a vida lhe tinha sido injusta, e a desamparado, sem pai, nem mãe, sem ninguém que a pudesse socorrer. Mais tarde, já à noite, Aurora esperava ansiosa a chegada de seu protetor. Quando o viu chegar pela porta, sentiu um forte alivio no coração. Ele aproximou-se da moça: - Boa noite Aurora! - Boa noite, senhor. Não sabe, o quanto ansiava por velo. - Aquele homem continua importunando-a? - Sim, e muito. - É melhor então, que subamos a sua alcova, antes mesmo que ele nos veja. - Tendes razão. Vamos. Aurora e Julio César subiram para a alcova: - Sou
Numa noite, um homem misterioso, de aparência fina, elegante, entrou na taberna, procurando pelo dono, Gabriel Dionísio. E o encontrou: - Está a minha procura? - Sois Gabriel Dionisio? - Sim, de certo que o sou. - Sou Bruno Vasconcelos. Muito prazer. - Em que posso ajuda-lo? - Procuro por uma moça chamada Aurora. - Sinto muito, essa concubina tornou-se exclusiva, está agora na alcova com seu apaixonado. Não poderá te-la. - Esta enganado, não quero tê-la. Quero saber o por que dela estar aqui? Sua mãe a deixou? - Conhece a mãe dela? - Sim. - Não pelo contrario. Ela está aqui há pouco tempo, desde que sua mãe morreu. - Albertina está morta? - Sim, a pobre mulher, trabalhou sua vida toda, a fim de quitar as dividas que o marido deixou, e eu como credor, como pagamento da divida, trouxe a bela jovem para esse lugar, e aqui ficará até quitar a divida. Bruno, o pai da menina, não conteve as lagrimas de culpa que lhe caíram sobre o rosto. :- Ora mais por que derrama lagrima,
Aurora e seu pai conversaram longamente: - Aurora, eu sou...seu pai, minha querida. - Por que o senhor fez isso? Por que nos deixou? Por que nos causou tão grande dano? - Eu era um imaturo, minha filha! Tive medo de amar sua mãe, tive medo de ser seu pai. Perdoe-me, não sabe o quanto sofro por ter de suportar em meus ombros o peso de minha consciência, por saber todo o mal que fiz a vós e a sua mãe. Pena que sua mãe não está mais entre nós. Sabe, minha filha. Depois de pensar e repensar no que fiz, me senti um monstro cruel, só fiz mal a sua mãe, e a mim mesmo, eu amava sua mãe, porém nunca quis assumir, por medo. Medo de amar! - Não sabe, o quanto sofreu minha mãe. Ela trabalhou a vida toda, para pagar essa divida absurda. - Eu sei minha filha. Quando herdei a fortuna de meu pai, quis voltar para minha família. Confesso que também tive medo, medo de ser rejeitado. Esperava que sua mãe tivesse se casado novamente, pensava que ela estava finalmente feliz, e não queria de forma al
No outro dia Julio César, que ansiava por ver a amada, foi ao seu encontro nas primeiras horas do dia. :- Julio César! Como me alegro em vê-lo! - Meu amor, como está? - Muito feliz! Minha vida tomou um novo rumo, desde que o conheci. Vós fostes meu protetor, e a ti entreguei por completo meu coração. Eu o amo intensamente, Julio César. - Acho que me apaixonei por vós assim que a vi, tão frágil, tão linda e doce, eu quis você pra mim desde aquele momento. Quero estar ao seu lado minha querida, para sempre. - Não! Isso não é possível! Sou uma perdida! Você é um homem bom Júlio César, um homem digno, não pode ter ao seu lado uma mulher como eu…- Não diga isso. Ti agora estás livre dessa vida tenebrosa! - Deus não me perdoará por isso! - Claro que perdoará, Aurora! Peça a ela e ele a perdoará. Lembra-se de Maria Madalena? - Sim, já li sobre ela. - Deus a perdoou, dizendo que não pecasse mais, vós minha querida, jamais voltareis a essa vida, não pecará mais, não há motivos para De
Antes da realização do plano de Rosana, Celina ainda sofreu muito ao lado da sogra que tinha pela nora um ódio profundo. Diogo, a fim de solucionar problemas financeiros de sua fazenda, teve de ausentar-se por uns dias, a fim de ir a um banco mais próximo. Rosana viu nessa viajem a oportunidade, de por de pé seus planos. Na ausência do filho, a viu mulher agiu precisamente, ela tinha por plano vender a nora. Celina, sendo escrava, jamais havia recebido sua carta de alforria, por tanto ainda era uma escrava. Rosana, numa manhã, quando se via sozinha com a nora, abriu a porta dos fundos da casa, e permitiu a entrada de Camilo. Ele aproximou-se de Celina por detrás, e amordaçou a moça. Celina reagiu assustada: - Está assustada, querida norinha? Saiba que hoje me verei livre por completo de vossa presença imunda. Vós sereis vendida num mercado de escravos longe daqui, e jamais a verei novamente. Pobre Celina! Cometeu o seu maior erro ao se casar com meu filho, escravinha idiota. - Ag
Diogo sofreu muito, mesmo assim não desistiu de vingar-se de Celina. Ele viajou para a fazenda de seus tios, a fim de lhes pedir ajuda para encontrar a esposa. Contou a eles todo o acontecido, a morte da mãe, o sumiço de Celina. :- Meu sobrinho, sinto muito pela morte de sua mãe, sei que não devo falar mau dos mortos, mais não acredito em uma só palavra do que ela disse em relação a minha filha. Celina jamais faria tão atrocidade, creio que isso foi um plano de sua mãe para separa-los. - É verdade, Diogo. Rosana seria capaz de fazer isso. - Minha tia, a respeito muito, mais não admito que ofenda a memória de minha mãe. Diogo estava cego, a mãe conseguira envenena-lo contra Celina. Enquanto isso, Celina passava por momentos de tristeza profunda, ela começava a se conformar em não ver mais a Diogo, nem a seu pai, sua tia, ela perderia toda a sua família. Enfim Daniel e Celina, chegaram ao seu destino. Para Daniel, aquela missão a qual fora destinado, seria finda, assim que vend
Na alcova de Celina: - Celina, como se sente? - Muito bem, senhor Daniel. Quero aproveitar sua presença para agradecer-lhe todo o bem que me fez. - Não agradeça, o fiz com todo o prazer, não poderia fazer diferente. Celina jamais disse isso a vós, mais quero que saiba que estou apaixonado por vós. - Não diga isso, senhor Daniel. Sou uma mulher casada! Isso é impossível. - Lamentável, eu diria. Mesmo assim, eu a amo, acho que jamais deixarei de ama-la, talvez um dia seu coração me pertença. - Sabe que isso não acontecerá! - Meu coração me diz que sim. Não perderei as esperanças. Celina não sabia explicar, e até queria renegar o fato, mais Daniel a impressionava, algo nele a fazia guarda-lo em seu coração, era inevitável, por mais que não quisesse, era impossível não sentir por seu protetor um carinho imenso. Após a melhora de Celina, ela, seu irmão e Daniel partiram. A viajem certamente duraria muitos dias, dias esses que pareciam um eterno martírio para Celina, que não via