Daniel, mesmo com muita resistência por parte da amada, continuava a visitá-la, seu amor era tão grande, que ele jamais desistiria de Celina. Ele nunca falava de amor com ela, falava da vida, oferecia sua amizade, visava conquista-la pouco a pouco. A pequena Maria Euvira, adorava brincar com Daniel, ele sentia pela criança um carinho de pai, o que mais queria, era que Celina aceitasse se casar com ele. Nos muitos passeios que faziam pela fazenda, Daniel a admirava tanto a ponto da própria Celina perceber, e por isso se afastava de seus olhos. Celina era muito galanteada, e cobiçada por muitos homens, que lhe mandavam jóias, cartas de amor, o que enfurecia muito a Daniel. Ela não se importava com tais presentes, não se interessava pelo amor, nem sequer dava qualquer esperança ao pobre Daniel. Ao ver os dias passando-se, Daniel se angustiava, ele queria ter Celina ao seu lado, não suportava sua ausência, queria estar ao lado da amada a todo o momento, até que ele se encorajou suficie
A grande alegria deu-se ao receberem uma carta, onde Julio César comunicava a todos o nascimento de seu filho, Aurora ganhou um lindo menino, que chamou de Bruno Germano, Bruno, homenageando o sogro, e Germano, em homenagem a seu avô, pai de sua mãe Matilda. Os avós, assim que souberam da noticia, viajaram para onde residia o filho, a fim de conhecerem o neto. Marina e Rafael, também visitaram o sobrinho recém nascido. João Manoel, decidiu partir também com a esposa e a irmã, para conhecer o novo membro da família. A família novamente se reunia, por momento de intensa alegria. João aproveitando a presença de Marina, conversou com ela, contando-lhe sobre Daniel, Marina que há muito tempo percebera que Celina se interessava pelo rapaz, decidiu conversar com a irmã: - Celina, preciso lhe falar. - O que queres dizer-me, minha irmã querida? - O que estais fazendo contigo? - O que queres dizer? - Eis tão bonita, tão nova, por que não se deixa envolver pelo amor? - Não! Tudo isso pa
João, procurou não se demorar na casa do irmão, estava preocupado com a esposa, que logo daria a luz, por isso queria viajar logo, para que não causasse danos a esposa. Assim despediu-se de todos, e partiu com a esposa, e a irmã, a sogra havia ficado na fazenda, cuidando da pequena Maria Euvira. Celina se alegrou com a partida, ela estava ansiosa por ver a filha. No caminho, para a fazenda, Ana começou a se sentir mal, suava frio, sentia contrações, tudo indicava que teria o bebê a qualquer instante.A estrada era esburacada, o caminho era longo, e o pior, chovia muito, a cada instante Ana piorava, ela não mais suportava as dores, era chegada á sua hora. João Manoel, se afligiu muito, as condições não eram nada favoráveis para que ele realiza-se o parto, corria-se muito risco, porém não havia escolha, Celina procurava acalmar a todo o custo a cunhada, que sentia tantas dores que chegava a gritar. João Manoel decidiu parar o coche, deixou a esposa por um momento aos cuidados da irmã
Dias depois, tudo parecia se acalmar. Menos no coração de Celina, que batia aflito, sentindo uma falta imensa de Daniel, ele que seguia os conselhos do amigo João Manoel, e não mais vinha a fazenda, causara em Celina uma saudade insuportável, justamente o que pretendia com tal atitude. A moça, decidiu que iria em busca de seu amor, vencendo seu medo, suas frustrações, e acreditando que poderia encontrar a felicidade. Daniel estava hospedado em um hotel não muito longe da fazenda da jovem viúva, Celina tomou uma atitude, levantou-se bem cedo naquele dia, que para ela seria o inicio de uma nova história, a sua história, cuidou da filha, a banhou com carinho, saiu com o cocheiro em direção a hotel onde Daniel estava hospedado, não sem antes passar uma serie de recomendações às escravas, em relação aos cuidados com a pequena Maria Euvira. A caminho do hotel, Celina era admirada por muitos, que com o passar de seu coche pela cidade, a observavam e pareciam hipnotizados pela beleza da j
O tempo se arrastava devagar, pareciam séculos para Celina, o único remédio seria a longa espera, espera essa, que não se comparava a espera de Daniel, que aguardou pela amada durante longos anos. Depois de uma cansativa viagem, João chegou ao seu destino. Daniel o recebeu com muita alegria, porém muito surpreso, com a visita tão inesperada, a justificativa: - Celina anseia por vê-lo. - Diz a verdade João? (tal revelação, arrancou do rosto do moço um belo sorriso, que parecia trazer de volta ao seu coração, a esperança perdida) - Falo a verdade meu amigo! Celina não suporta mais a sua ausência, ela deseja vê-lo o quanto antes. - Ela lhe disse isso? - Fez mais do que isso. Ela foi ao seu encontro, no hotel em que estava hospedado, e muito se angustiou quando se deparou com sua ausência. Pranteou muito, ela está sofrendo grande amargura, ela julga ter perdido o seu amor. - Nunca! Jamais posso deixar de ama-la, mesmo que ela não me desse nenhuma esperança, eu a amaria para todo o
Pouco mais de uma semana se passou, e o casamento dos dois fora anunciado em toda a sociedade, seria uma grande festa! Naquele dia, Daniel realizava seu grande sonho, ele esperou por ela durante muito tempo. Joaquim estava feliz ao lado da esposa, o pai cuidadoso, confiava muito em Daniel, já que o rapaz mostrara por varias vezes, o precioso caráter que possuía. Julio César e Aurora se alegraram muito com aquele casamento, Julio amava muito a irmã, e agora mesmo receando um pouco, devido a experiências passadas, ele sabia que a irmã seria feliz. Marina, Aurora e Ana, deixaram os filhos aos cuidados dos seus esposos e subiram a alcova de Celina, a fim de ajuda-la. Joaquim e Matilda se alegravam muito na presença dos cinco netos, a família Noronha aumentou muito, e isso resplandecia muita alegria ao velho casal, que construíram juntos e com muito amor, aquela grande família. Ao descer as escadas, a noiva chamava muita atenção por sua beleza, Daniel era muito invejado por todos aqu
Em meados do ano de 1732, numa época cruel, no qual predominava as rédeas da escravidão, num país sem justiça, em que brancos eram senhores, negros meros escravos, em uma fazenda, não em qualquer uma, mas na fazenda do Senhor Coronel Germano, um dos mais brutais senhores de escravos da região, muito conhecido por seu pulso firme de fúria e injustiças, e claro por sua falta de humanismo. Um homem que impunha sua vontade inconseqüentemente. Um coronel, sem escrúpulos, mesquinho, só se importava consigo mesmo, e visava atingir seus objetivos a qualquer custo. Pois bem, justamente nessa fazenda, de rédeas severas, e ordens inflexíveis, acontecia um fato estranho, uma grande amizade entre uma sinhazinha e uma simples escrava.... A sinhá Matilda, filha daquele vil senhor de escravos, e uma das escravas, a escrava Euvira, que dentre todas, era a mais especial, na visão da doce e meiga Matilda, que tinha um gênio totalmente contrario ao de seu pai, aquela nobre senhora, fora criada junto com
O que a pobre desconhecia, é que seu pai, planejava as escuras, seu casamento com o filho de um rico fazendeiro, amigo seu de longa data, o Coronel Sebastião, que tinha um filho de nome Joaquim. Joaquim era um rapaz genioso como o pai, conhecido por sua falta de caráter, o rapaz vivia atrás de raparigas, era um vadio, que por varias vezes metia-se em balburdias, criava os mais diversos pandemônios, era mestre em fazer sofrer moçoilas, que iludia com sua lábia insana. Já César, ele sim era digno do amor da bela moça, era um rapaz talentoso que amava seu dom, o dom de salvar vidas. O rapaz, vinha varias vezes a fazenda, do Coronel Germano, tratar de dona Margarida. Sempre que vinha deparava-se com Matilda, e logo se apaixonou por ela, pareciam serem feitos sob medida, um para o outro. Os dois através de Euvira, trocavam cartas e versos de amor, sonhos de casamento. :- Euvira, meu amado, à de falar com meu pai hoje, quando vier a fazenda, ele quer me fazer à corte. - Sinhá, a de se mu