João, procurou não se demorar na casa do irmão, estava preocupado com a esposa, que logo daria a luz, por isso queria viajar logo, para que não causasse danos a esposa. Assim despediu-se de todos, e partiu com a esposa, e a irmã, a sogra havia ficado na fazenda, cuidando da pequena Maria Euvira. Celina se alegrou com a partida, ela estava ansiosa por ver a filha. No caminho, para a fazenda, Ana começou a se sentir mal, suava frio, sentia contrações, tudo indicava que teria o bebê a qualquer instante.A estrada era esburacada, o caminho era longo, e o pior, chovia muito, a cada instante Ana piorava, ela não mais suportava as dores, era chegada á sua hora. João Manoel, se afligiu muito, as condições não eram nada favoráveis para que ele realiza-se o parto, corria-se muito risco, porém não havia escolha, Celina procurava acalmar a todo o custo a cunhada, que sentia tantas dores que chegava a gritar. João Manoel decidiu parar o coche, deixou a esposa por um momento aos cuidados da irmã
Dias depois, tudo parecia se acalmar. Menos no coração de Celina, que batia aflito, sentindo uma falta imensa de Daniel, ele que seguia os conselhos do amigo João Manoel, e não mais vinha a fazenda, causara em Celina uma saudade insuportável, justamente o que pretendia com tal atitude. A moça, decidiu que iria em busca de seu amor, vencendo seu medo, suas frustrações, e acreditando que poderia encontrar a felicidade. Daniel estava hospedado em um hotel não muito longe da fazenda da jovem viúva, Celina tomou uma atitude, levantou-se bem cedo naquele dia, que para ela seria o inicio de uma nova história, a sua história, cuidou da filha, a banhou com carinho, saiu com o cocheiro em direção a hotel onde Daniel estava hospedado, não sem antes passar uma serie de recomendações às escravas, em relação aos cuidados com a pequena Maria Euvira. A caminho do hotel, Celina era admirada por muitos, que com o passar de seu coche pela cidade, a observavam e pareciam hipnotizados pela beleza da j
O tempo se arrastava devagar, pareciam séculos para Celina, o único remédio seria a longa espera, espera essa, que não se comparava a espera de Daniel, que aguardou pela amada durante longos anos. Depois de uma cansativa viagem, João chegou ao seu destino. Daniel o recebeu com muita alegria, porém muito surpreso, com a visita tão inesperada, a justificativa: - Celina anseia por vê-lo. - Diz a verdade João? (tal revelação, arrancou do rosto do moço um belo sorriso, que parecia trazer de volta ao seu coração, a esperança perdida) - Falo a verdade meu amigo! Celina não suporta mais a sua ausência, ela deseja vê-lo o quanto antes. - Ela lhe disse isso? - Fez mais do que isso. Ela foi ao seu encontro, no hotel em que estava hospedado, e muito se angustiou quando se deparou com sua ausência. Pranteou muito, ela está sofrendo grande amargura, ela julga ter perdido o seu amor. - Nunca! Jamais posso deixar de ama-la, mesmo que ela não me desse nenhuma esperança, eu a amaria para todo o
Pouco mais de uma semana se passou, e o casamento dos dois fora anunciado em toda a sociedade, seria uma grande festa! Naquele dia, Daniel realizava seu grande sonho, ele esperou por ela durante muito tempo. Joaquim estava feliz ao lado da esposa, o pai cuidadoso, confiava muito em Daniel, já que o rapaz mostrara por varias vezes, o precioso caráter que possuía. Julio César e Aurora se alegraram muito com aquele casamento, Julio amava muito a irmã, e agora mesmo receando um pouco, devido a experiências passadas, ele sabia que a irmã seria feliz. Marina, Aurora e Ana, deixaram os filhos aos cuidados dos seus esposos e subiram a alcova de Celina, a fim de ajuda-la. Joaquim e Matilda se alegravam muito na presença dos cinco netos, a família Noronha aumentou muito, e isso resplandecia muita alegria ao velho casal, que construíram juntos e com muito amor, aquela grande família. Ao descer as escadas, a noiva chamava muita atenção por sua beleza, Daniel era muito invejado por todos aqu
Em meados do ano de 1732, numa época cruel, no qual predominava as rédeas da escravidão, num país sem justiça, em que brancos eram senhores, negros meros escravos, em uma fazenda, não em qualquer uma, mas na fazenda do Senhor Coronel Germano, um dos mais brutais senhores de escravos da região, muito conhecido por seu pulso firme de fúria e injustiças, e claro por sua falta de humanismo. Um homem que impunha sua vontade inconseqüentemente. Um coronel, sem escrúpulos, mesquinho, só se importava consigo mesmo, e visava atingir seus objetivos a qualquer custo. Pois bem, justamente nessa fazenda, de rédeas severas, e ordens inflexíveis, acontecia um fato estranho, uma grande amizade entre uma sinhazinha e uma simples escrava.... A sinhá Matilda, filha daquele vil senhor de escravos, e uma das escravas, a escrava Euvira, que dentre todas, era a mais especial, na visão da doce e meiga Matilda, que tinha um gênio totalmente contrario ao de seu pai, aquela nobre senhora, fora criada junto com
O que a pobre desconhecia, é que seu pai, planejava as escuras, seu casamento com o filho de um rico fazendeiro, amigo seu de longa data, o Coronel Sebastião, que tinha um filho de nome Joaquim. Joaquim era um rapaz genioso como o pai, conhecido por sua falta de caráter, o rapaz vivia atrás de raparigas, era um vadio, que por varias vezes metia-se em balburdias, criava os mais diversos pandemônios, era mestre em fazer sofrer moçoilas, que iludia com sua lábia insana. Já César, ele sim era digno do amor da bela moça, era um rapaz talentoso que amava seu dom, o dom de salvar vidas. O rapaz, vinha varias vezes a fazenda, do Coronel Germano, tratar de dona Margarida. Sempre que vinha deparava-se com Matilda, e logo se apaixonou por ela, pareciam serem feitos sob medida, um para o outro. Os dois através de Euvira, trocavam cartas e versos de amor, sonhos de casamento. :- Euvira, meu amado, à de falar com meu pai hoje, quando vier a fazenda, ele quer me fazer à corte. - Sinhá, a de se mu
Os dois se beijaram apaixonadamente, pois desconheciam que o Coronel assistia a cena da janela de sua casa. Percebendo o amor dos dois, o Coronel Germano tomou uma decisão. Mandou uma mensagem para o Coronel Sebastião, para que ele e seu filho comparecessem a sua fazenda o mais breve possível, ele planejava marcar a data do casamento. Passados dois dias, lá estavam o Coronel Sebastião e seu filho na sala da casa grande conversando: - Coronel Sebastião, que satisfação ter o compadre aqui em minha casa. - Olá compadre. Chamastes-me aqui para tratar daquele nosso assunto? - Sim compadre, o chamei para marcarmos a data do casamento. Que tal lhe parece para daqui a dois meses? - Parece-me ótimo. Quanto mais rápido melhor e mais lucrativo. Vamos juntar nossas fortunas, e já é certo que juntos venderemos muito mais safras de café... Euvira, que ouvira toda a conversa por destras da porta, subiu e comunicou Matilda sobre a decisão do Coronel Sebastião: - Matilda... - O que foi Euvira
As semanas foram se passando, Matilda ficava cada dia mais indignada. Quando visitada pelo noivo, ela dava desculpas torpes, de maus estares repentinos, o rapaz sentia-se desolado, pois por varias vezes nas muitas visitas, partia sem conseguir por os olhos na ninfa com que sonhava todas as noites. Das muitas vezes que o casal passeava juntos, Matilda não media esforços para se afastar de Joaquim, principalmente com ofensas. Num desses passeios, Matilda estava tão distante, não conseguia parar de pensar em seu amado César, quando fora interrompida por Joaquim: - O que há contigo, minha querida? Nem estais a ofender-me como de costume. - Não quero perder meu precioso tempo, falando convosco. - Não fale assim, ti sereis minha esposa. - Nunca! Não vou me casar contigo. - Que dizes? Isso já é mais do que certo. - Prefiro a morte! - Não admito que digas isto! Nosso casamento já esta próximo, já é tempo de ti se conformar com isso. - Não quero me conformar. Não vou me conformar. Jam