Na alcova de Celina: - Celina, como se sente? - Muito bem, senhor Daniel. Quero aproveitar sua presença para agradecer-lhe todo o bem que me fez. - Não agradeça, o fiz com todo o prazer, não poderia fazer diferente. Celina jamais disse isso a vós, mais quero que saiba que estou apaixonado por vós. - Não diga isso, senhor Daniel. Sou uma mulher casada! Isso é impossível. - Lamentável, eu diria. Mesmo assim, eu a amo, acho que jamais deixarei de ama-la, talvez um dia seu coração me pertença. - Sabe que isso não acontecerá! - Meu coração me diz que sim. Não perderei as esperanças. Celina não sabia explicar, e até queria renegar o fato, mais Daniel a impressionava, algo nele a fazia guarda-lo em seu coração, era inevitável, por mais que não quisesse, era impossível não sentir por seu protetor um carinho imenso. Após a melhora de Celina, ela, seu irmão e Daniel partiram. A viajem certamente duraria muitos dias, dias esses que pareciam um eterno martírio para Celina, que não via
A viajem toda, Diogo permaneceu calado. Celina o estranhava, a final Diogo sempre fora muito carinhoso com ela. Ela não entendia a atitude do marido, porém pensava que estava calado pela recente dor que sofrera com a morte de sua mãe, ela apesar do mal que sua sogra havia causado, respeitava a dor do esposo, e também permanecia calada. Diogo, sentia uma ira profunda contra a esposa, mal conseguia olha-la, estava doido de ciúmes. Depois de uma viajem silenciosa, eles chegaram a fazenda. Assim que entraram pela porta da frente, o longo pesadelo de Celina começou. Diogo deixando transparecer a imensa fúria que sentia, puxou a esposa bruscamente pelo braço, levando-a para o quarto. :- Diogo, o que está fazendo? Esta me machucando. Ele nada respondia, apenas a arrastava para o quarto. Ao chegar lá, colocou a trinca na porta e lançou o corpo de Celina sobre a cama. Celina levantou-se na cama, e perguntava a Diogo, o por que de tudo aquilo. Ele levantou sua mão, e bateu em sua face, o qu
O tempo ia passando, não passava no pensamento mais profundo de Joaquim, o inferno vivido pela filha. Diogo, ainda amava a esposa, queria perdoa-la, sentia necessidade de faze-lo. Apesar de sentir profunda raiva quando pensava que Celina havia o traído, ele queria perdoa-la. :- Celina. - O que quer senhor Diogo? - Apesar de tudo, eu não consigo deixar de ama-la. Diogo se aproximou dela, e beijou seus lábios. :- Ti sempre fostes meu anjo, sempre fostes à razão de minha vida. A verdade é que não consigo viver sem ti! Sempre fui um louco apaixonado! Estou disposto a perdoa-la pela traição, se me contar o que fez com as jóias de minha mãe, assuma seus erros, meu amor, eu a perdoarei. - Diogo, eu nunca lhe fiz nada! Sou inocente! Acredite em mim! - Por que mente ainda? Conte-me tudo! - Não tenho nada para contar. - Ti eras meu anjo, um anjo doce da mais pura candura. Não consigo entender o quanto pude me enganar assim convosco, o pior é que não consigo deixar de ama-la. Eu a amo
Numa noite, Diogo chegou como sempre no mesmo estado das noites anteriores, trazia consigo uma bela mulher, falou como sempre asneiras a Celina. A pobre moça chorava muito, tanto que Diogo mesmo do auto da escada ouvia seu choro, e gritava para que ela se calasse, porém o choro, a dor era inevitável, nem em seus maiores pesadelos Celina imaginou que Diogo a faria sofrer tanto. Diogo se enfureceu, expulsou aquela concubina de seu lado, a mandou embora de sua casa na frente de Celina, e disse a esposa: - Não quero a companhia daquela mulher, hoje quero a companhia de uma escrava, bonita como ti! - O que está dizendo? - O que ouviu escrava. Hoje me fará companhia em minha alcova. - Diogo, não faça isso. Eu lhe imploro! Eu não suportaria tudo isso. - Cale-se. - Diogo, não termine com o pouco de respeito que ainda tenho por ti. - Já mandei se calar escrava. - Rogo-lhe, se compadeça de mim. Deixe-me em paz! - Já mandei se calar. Já lhe disse, hoje me fará companhia. - Diogo, por
Celina caminhava todas as tardes, queria espairecer um pouco, fugir de seu sofrimento, e principalmente da presença de seu marido, que lhe causava tanto pavor. Aquela tarde Celina se expôs demais ao sol, algo aconteceu, Celina sentiu uma forte ardência nas vistas, suas vistas arderam tanto que chegavam a sangrar. Ana, uma escrava que servia dentro da casa, ao avistar sua senhora naquele estado, imediatamente correu para socorre-la. Diogo se assustou muito ao ver a esposa sangrando pelos olhos, se dispôs de imediato a estar ao seu lado. Celina foi levada para o quarto a fim de repousar. Suas vistas finalmente pararam se sangrar, Celina não conseguiu abrir os olhos por algumas horas, o tempo suficiente para que Deus operasse nela, um verdadeiro milagre. Celina esforçou-se e conseguiu abrir os olhos, e viveu ali, num abrir e fechar d’olhos uma experiência emocionante, ela estava enxergando pela primeira vez. A primeira pessoa que viu ao abrir os olhos, foi Diogo que permaneceu ao s
Com o passar do tempo, Celina descobriu que aquela noite, a maldita noite, havia causado conseqüências, ela esperava em seu ventre, um filho do vil marido. Ao saber, muito se apavoro, sentiu um misto incrível de sentimentos, a verdade, é que ela queria apagar de vez de sua lembrança todo que dizia respeito a Diogo, e isso, não seria mais possível, já que teria um filho seu. Mais calma, depois de refletir muito, da criança que esperava, tirou forças, se alegrou com sua chegada, se uniu a ela, e amou aquele pequenino ser, que em si era gerado, decidiu que esconderia o fato de Diogo, não queria mais estar ao seu lado, quando aquela criança nascesse. O tempo, foi seu maior aliado, somente ele foi capaz de fazer com que Celina, amasse verdadeiramente a criança, e esquecesse, como ela havia sido gerada, com o tempo, aquela criança se tornou o único motivo de vida da pobre moça. Diogo sentia a falta de Celina, sentia a falta de seus beijos, do tempo em que era feliz ao lado da esposa.
Foi uma difícil decisão para ele, mais foi o que fez, não agüentava mais ver a esposa infeliz, sofrendo. Na manhã seguinte, ele a levou para a casa de seu pai, à tarde chegaram a fazenda. Joaquim e Matilda se impressionaram e ficaram confusos, com a presença deles: - Fico feliz em vê-los, meus filhos. Mais aconteceu algo? - Não meu tio. Celina apenas quis vir passar uns dias aqui, ao seu lado, e ao lado da tia Matilda. - É muito bem vinda, minha sobrinha. Não sabe o quanto nos alegramos ao saber que agora tu podes ver. - Minha tia, sinto uma alegria imensa em enxergar, é uma dádiva de Deus, um milagre que ele me concedeu. - Minha filha, que felicidade! - Meu pai, não sabe o quanto me alegro em vê-lo pela primeira vez. O senhor se lembra, quando me dizia que tia Matilda era linda? - Sim, claro! - Saiba que hoje lhe dou toda a razão do mundo, minha tia é belíssima. - Obrigada Celina. Vejo algo diferente em ti, além de claro, seus olhos. O que há? - Celina está grávida, tia Ma
Diogo, sentia amargamente a falta da esposa, não via a hora de revê-la. Ele decidiu busca-la, imaginava que iria traze-la de volta. Chegando a fazenda, foi muito mal recebido por seu tio: - Como tu tens a audácia de aparecer, depois de tudo o que fez? - Não o compreendo, meu tio. - Já sei o quanto mal causou a minha filha. Sei o quanto a maltratou, a humilhou... - Meu tio, o senhor a de convir comigo, que sua filha mereceu boa parte do que lhe fiz. - Como ousa seu...insolente. É melhor que se retire imediatamente, antes que eu lhe parta a cara. - É compreensível que o senhor defenda sua filha, mais o senhor sabe o que ela me fez... - Ti ainda acreditas nas mentiras de tua mãe? - Tio, não insulte a memória de minha mãe. - Diogo, saia de minha casa, estou lhe dando uma ordem, não o quero mais perto de minha filha. - Meu tio, Celina é minha esposa. Não irei embora sem leva-la comigo. - Esta enganado, não vou permitir que se aproxime de minha filha. Neste momento, Celina desc