Celina caminhava todas as tardes, queria espairecer um pouco, fugir de seu sofrimento, e principalmente da presença de seu marido, que lhe causava tanto pavor. Aquela tarde Celina se expôs demais ao sol, algo aconteceu, Celina sentiu uma forte ardência nas vistas, suas vistas arderam tanto que chegavam a sangrar. Ana, uma escrava que servia dentro da casa, ao avistar sua senhora naquele estado, imediatamente correu para socorre-la. Diogo se assustou muito ao ver a esposa sangrando pelos olhos, se dispôs de imediato a estar ao seu lado. Celina foi levada para o quarto a fim de repousar. Suas vistas finalmente pararam se sangrar, Celina não conseguiu abrir os olhos por algumas horas, o tempo suficiente para que Deus operasse nela, um verdadeiro milagre. Celina esforçou-se e conseguiu abrir os olhos, e viveu ali, num abrir e fechar d’olhos uma experiência emocionante, ela estava enxergando pela primeira vez. A primeira pessoa que viu ao abrir os olhos, foi Diogo que permaneceu ao s
Com o passar do tempo, Celina descobriu que aquela noite, a maldita noite, havia causado conseqüências, ela esperava em seu ventre, um filho do vil marido. Ao saber, muito se apavoro, sentiu um misto incrível de sentimentos, a verdade, é que ela queria apagar de vez de sua lembrança todo que dizia respeito a Diogo, e isso, não seria mais possível, já que teria um filho seu. Mais calma, depois de refletir muito, da criança que esperava, tirou forças, se alegrou com sua chegada, se uniu a ela, e amou aquele pequenino ser, que em si era gerado, decidiu que esconderia o fato de Diogo, não queria mais estar ao seu lado, quando aquela criança nascesse. O tempo, foi seu maior aliado, somente ele foi capaz de fazer com que Celina, amasse verdadeiramente a criança, e esquecesse, como ela havia sido gerada, com o tempo, aquela criança se tornou o único motivo de vida da pobre moça. Diogo sentia a falta de Celina, sentia a falta de seus beijos, do tempo em que era feliz ao lado da esposa.
Foi uma difícil decisão para ele, mais foi o que fez, não agüentava mais ver a esposa infeliz, sofrendo. Na manhã seguinte, ele a levou para a casa de seu pai, à tarde chegaram a fazenda. Joaquim e Matilda se impressionaram e ficaram confusos, com a presença deles: - Fico feliz em vê-los, meus filhos. Mais aconteceu algo? - Não meu tio. Celina apenas quis vir passar uns dias aqui, ao seu lado, e ao lado da tia Matilda. - É muito bem vinda, minha sobrinha. Não sabe o quanto nos alegramos ao saber que agora tu podes ver. - Minha tia, sinto uma alegria imensa em enxergar, é uma dádiva de Deus, um milagre que ele me concedeu. - Minha filha, que felicidade! - Meu pai, não sabe o quanto me alegro em vê-lo pela primeira vez. O senhor se lembra, quando me dizia que tia Matilda era linda? - Sim, claro! - Saiba que hoje lhe dou toda a razão do mundo, minha tia é belíssima. - Obrigada Celina. Vejo algo diferente em ti, além de claro, seus olhos. O que há? - Celina está grávida, tia Ma
Diogo, sentia amargamente a falta da esposa, não via a hora de revê-la. Ele decidiu busca-la, imaginava que iria traze-la de volta. Chegando a fazenda, foi muito mal recebido por seu tio: - Como tu tens a audácia de aparecer, depois de tudo o que fez? - Não o compreendo, meu tio. - Já sei o quanto mal causou a minha filha. Sei o quanto a maltratou, a humilhou... - Meu tio, o senhor a de convir comigo, que sua filha mereceu boa parte do que lhe fiz. - Como ousa seu...insolente. É melhor que se retire imediatamente, antes que eu lhe parta a cara. - É compreensível que o senhor defenda sua filha, mais o senhor sabe o que ela me fez... - Ti ainda acreditas nas mentiras de tua mãe? - Tio, não insulte a memória de minha mãe. - Diogo, saia de minha casa, estou lhe dando uma ordem, não o quero mais perto de minha filha. - Meu tio, Celina é minha esposa. Não irei embora sem leva-la comigo. - Esta enganado, não vou permitir que se aproxime de minha filha. Neste momento, Celina desc
Ele estava indo em direção a fazenda do tio, no coche ele chorou lagrimas de arrependimento durante todo o trajeto. Ao chegar, ele avistou Celina ao longe, e se aproximou dela devagar, ela se assustou muito ao ver o marido: - Diogo??? O que faz aqui? Deixe-me em paz! Não irei contigo! - Celina...Perdoe-me, por favor preciso do seu perdão. - Como? - Eu soube a verdade, Daniel me contou...(Diogo se ajoelhou aos pés da esposa) - Levante-se Diogo, ti não me tocas com suas lagrimas de crocodilo! - Celina, me escute... - Eu só queria lavar minha honra, só queria que soubesse a verdade, que soubesse que jamais roubei as jóias de sua mãe. - Celina, eu fui um imbecil, a maltratei tanto... - Diogo, vá embora! Deixe-me, não quero mais vê-lo. - Não! Não me faças isso! - E o que fez a mim? Não conta? Tenho todo o direito de me separar de ti! - Não, eu morreria se isso acontecesse! - Não quero mais ouvir tolices! Joaquim, assim que viu Diogo no jardim, perto da filha, se apressou a i
Não passaram muitos dias em que Celina estava na fazenda de seu pai, quando todos foram surpreendidos pela visita de Diogo: - Diogo, o que fazes aqui? - Meu tio, eu quero estar ao lado de Celina, por isso eu vim. - Céus! Diogo, já lhe disse por várias vezes que a esqueça, ela jamais será sua novamente. - Meu tio, eu imploro, deixe-me ficar, preciso do perdão de Celina. - Mais Diogo, eu já lhe perdoei. - Eu sei Celina, no entanto ainda sente muita repulsa por mim, o que mais quero é...poder estar ao seu lado. - Meu sobrinho, ainda não percebestes, que tu e Celina estão separados? - Sim minha tia, já tomei consciência disto, porém eu nunca me conformarei! - Diogo, vá embora! E não volte, deixe que minha filha viva sua vida em paz! Já era noite, então Matilda resolveu intervir por seu sobrinho juntamente a seu marido, pedindo-lhe que permitisse que o rapaz ali ficasse aquela noite, pois já era quase madrugada. Joaquim, como nunca se negava a atender os pedidos da esposa, o perm
A viúva vestiu luto, nos dias posteriores, a escuridão de suas vestes refletiam-se no seu semblante e no fundo de seu coração, a tristeza profunda de Celina, fora percebida por todos os que estavam ao seu redor, no enterro do marido. Joaquim e Matilda estavam muito preocupados com a jovem, que não parava de chorar, Marina lamentava ao lado de seu marido e de seu filho, a terrível sorte da irmã, Julio César e sua esposa davam seus devidos respeitos ao pesar de Celina, eles estavam pasmos mediante a todos os acontecidos, João Manoel não saia de perto da irmã, sua preocupação com sua saúde era intensa, Celina estava nos dias de ganhar o bebê, por isso o rapaz se via apreensivo a tudo, queria evitar-lhe o sofrimento, mas isso seria impossível. Daniel não poderia deixar de estar ao lado da amada, apoiando-a nesse momento tão difícil. Em meio a tanto sofrimento, os dias foram se passando. Dias depois, Celina teve o bebê, uma linda menina que tinha os olhos verde esmeralda, como os da mãe
Uma epidemia se alastrou pela região, as senzalas da região foram atingidas em sua maioria, vários escravos estavam febris, debilitados de cama, João Manoel estava apreensivo, tinha muito trabalho por aqueles dias, lutava a todo custo para salvar a vida daqueles escravos, por sorte, na fazenda de Celina, a epidemia não se alastrou. O jovem médico, levantava-se logo ao raiar do dia, só voltava a luz da lua, durante todo o dia, ele visitava varias fazendas, medicando os escravos. Naquele dia, os primeiros raios de sol, acordou a todos, os escravos trabalhavam nas lavouras de café, Celina cuidava de vários assuntos, parecia um dia normal, como outro. Em tempos vagos, Celina aproveitava para ficar ao lado da filhinha brincando com ela. Celina, ao deparar-se com a filha, que tomava um banho de sol na varanda, percebeu que Ana, estava pálida, a moça parecia decaída, olheiras se mostravam em seus olhos, num abrir e fechar d’olhos de Celina, Ana desfaleceu, Celina bradou por ajuda, um escra