Na fazenda de Diogo, Rosana usava de várias artimanhas para tentar colocar Diogo contra Celina, e até mesmo provocar nele a ira contra ela: - Já se passaram muitos dias meu filho, sua esposa não se importa com vós . Se importasse voltaria para casa, além disso soube que Matilda está ao lado da filha. Já era hora de Celina voltar. - Ela esta auxiliando nos cuidados com a irmã. Estou sentindo muito a falta dela, mais devo ser compreensível. - Falo isso meu filho pois me preocupo com vós, meu querido. Além disso Celina é uma moça muito bonita e... - Prossiga minha mãe, prossiga. - Marina mora na corte, sabe que a corte é cercada por cavaleiros. E Celina está lá desacompanhada, com certeza deve sair as tardes como qualquer moça faria quando se esta na corte, e vós sabeis meu filho, Celina deve ser muito cortejada. - O que diz minha mãe? - A verdade meu filho. Não existe mais a necessidade da presença de Celina lá na casa da corte. E se ela ainda esta por lá, é por que deve ter a
Já na fazenda de Rafael e Marina, Rafael procurava tratar Marina da melhor forma possível, era pesaroso o fato de pensar, que talvez sua amada esposa não resistisse ao parto, o desespero de Rafael aumentava dia a dia, ao ver a barriga de Marina crescendo, pois sabia que em breve chegaria à hora de Marina dar a luz a criança, e durante toda a gestação, Marina adoentou-se por varias vezes, chegando a ficar de cama. Diante de toda a situação, cabia a todos da família o fato de ficarem de sobreaviso para qualquer emergência. Matilda e Joaquim assim como seu irmão Julio César, sempre que podiam visitavam Marina, visando acompanhar de perto todo o sofrimento dela, sabiam que em nada poderiam ajuda-la, mas jamais perdiam a fé em nosso senhor Jesus, sabiam que ele poderia realizar o milagre de salvar a vida de Marina e o bebê, e apegavam-se com fervor a essa fé. De tudo, Rafael sempre procurava demonstrar o grande amor que tinha pela esposa. Procurava compreende-la em tudo, quase chegando a
Celina, assim que soube do grande milagre, almejou ir ver a irmã e o sobrinho que nascera. Rosana sem perder a chance de atormentar a nora, argumentou com o filho: - Meu filho, sei que é da vontade de Celina, visitar a irmã, mais meu filho vós haveis de convir comigo que isso só o atrapalharia no momento, já que está para negociar a venda das safras de café ainda por esses dias. Não pode deixar a fazenda às moscas, e ir satisfazer um mero capricho de sua esposa. - Minha mãe, Celina tem a mais absoluta razão em querer ver a irmã, afinal por pouco que Marina não deixou esse mundo. - Então meu filho, acho que deve deixar sua esposa viajar sozinha, já que ela é incapaz de compreender a situação na qual vive. - Se assim for da vontade de Celina... - Não, minha sogra, se é para ir sem o senhor meu marido, prefiro não ir, e esperar o dia em que ele possa estar comigo. Rosana se enfureceu, pois tinha a intenção de afastar Celina de Diogo, para que assim pudesse despertar nele desconfia
Naquelas semanas Rosana estava silenciosa. Seu silencio parecia palpável. Certamente aquela mente maléfica planejava algum plano maquiavélico, já que não media as conseqüências, nem a dor e o sofrimento causado nos arredores, ela tinha em mente somente o realizar de seus planos, mesmo que custassem altos preços, talvez até mesmo a vida...Pobre Conde, não fazia idéia do que estava por vir. Enquanto Rosana sufocava dentro de si um ódio imenso, e um desejo forte de vingança sem motivo, o casal Diogo e Celina, viviam dias maravilhosos, como um casal apaixonado que eram. Ambos estavam unidos num amor límpido, esbanjavam felicidade até mesmo pelo semblante. Celina desta vez assumiu seu papel como esposa legitima de Diogo, e ele a tratava como tal, coisa que jamais pode fazer na presença de sua mãe. Celina obtinha total autonomia em todos os aspectos, em relação a vida de Diogo, existia tanta união que seria impossível separar o casal, mesmo até com motivos consideráveis, principalmente a
Rafael e Marina, não se desgrudavam, ambos descobriam juntos o prazer de serem pais de uma criança, o pequeno Joaquim, se tornava aos poucos uma criança muito graciosa, ele de fato devolverá a luz, a aquela família que antes se via tão desmotivada diante das adversidades. Matilda e Joaquim caminhavam serenos pela fazenda, enquanto conversavam: - Minha florzinha, parece que enfim, alcançamos um pouco de paz e tranqüilidade. - Tens razão querido! Acho que enfim, essa nuvem negra que nos rodeava abandonou-nos. - Acho que enfim podemos nos aquietar. - No entanto, não posso deixar de me agoniar quando penso em Julio César, e principalmente em João Manoel. - Não tenha receio, Julio César afastou-se de nós, mudando para outra cidade, isso nos faz sofrer com sua ausência, mais isso foi necessário, afinal sempre soubemos que o sonho dele sempre foi estudar advocacia. Deixe-o estudar, um dia nos ele nos dará grandes alegrias com esse oficio. - Sim, nosso filho sempre foi para nós motivo
Após um bom tempo, Julio César mandou noticias para os pais, informando-os sobre os estudos, sua localização, sua nova vida. Os pais ficaram felizes ao receberem noticias do filho, mas infelizmente tiveram de comunicar ao filho sobre a morte do tio. Julio César, se indignou muitíssimo, sentiu-se desconsolado, para tentar afogar suas magoas abrigou-se em uma taberna. Ele distraía-se se lembrando do tio, da bela infância ao seu lado, do grande apresso que sentia por ele, quando subitamente algo lhe chamou atenção, o choro de uma das meretrizes. Ele então perguntou ao balconista: - O que tem aquela senhorita? - Ela se nega a deitar-se com aquele senhor. - Ora, a de se supor o por que! Ele é um velho, asqueroso e grosseiro. - Porém é um rico fidalgo. - Pobre moça! - A infeliz moçoila, chegou a pouco a este casebre, tem apenas um mês de vida errante. - Pobre infeliz! Julio César sentiu forte compaixão, pela moçoila. Aproximou-se da lastimável cena e interferiu diante do fidalgo
Julio César entre a dor que sentia pela morte do tio, sentia muita pena ao conhecer a história da pobre moça, a vida certamente havia sido injusta perante a moçoila, que apesar de tão nova já se calejava em sofrimento. No dia seguinte, Aurora apegava-se na esperança de que seu protetor retorna-se naquela noite a fim de salvá-la novamente. O rapaz, em meio aos estudos, mal conseguia se concentrar neles, pensava na pobre moça, em como a vida lhe tinha sido injusta, e a desamparado, sem pai, nem mãe, sem ninguém que a pudesse socorrer. Mais tarde, já à noite, Aurora esperava ansiosa a chegada de seu protetor. Quando o viu chegar pela porta, sentiu um forte alivio no coração. Ele aproximou-se da moça: - Boa noite Aurora! - Boa noite, senhor. Não sabe, o quanto ansiava por velo. - Aquele homem continua importunando-a? - Sim, e muito. - É melhor então, que subamos a sua alcova, antes mesmo que ele nos veja. - Tendes razão. Vamos. Aurora e Julio César subiram para a alcova: - Sou
Numa noite, um homem misterioso, de aparência fina, elegante, entrou na taberna, procurando pelo dono, Gabriel Dionísio. E o encontrou: - Está a minha procura? - Sois Gabriel Dionisio? - Sim, de certo que o sou. - Sou Bruno Vasconcelos. Muito prazer. - Em que posso ajuda-lo? - Procuro por uma moça chamada Aurora. - Sinto muito, essa concubina tornou-se exclusiva, está agora na alcova com seu apaixonado. Não poderá te-la. - Esta enganado, não quero tê-la. Quero saber o por que dela estar aqui? Sua mãe a deixou? - Conhece a mãe dela? - Sim. - Não pelo contrario. Ela está aqui há pouco tempo, desde que sua mãe morreu. - Albertina está morta? - Sim, a pobre mulher, trabalhou sua vida toda, a fim de quitar as dividas que o marido deixou, e eu como credor, como pagamento da divida, trouxe a bela jovem para esse lugar, e aqui ficará até quitar a divida. Bruno, o pai da menina, não conteve as lagrimas de culpa que lhe caíram sobre o rosto. :- Ora mais por que derrama lagrima,