Celina, assim que soube do grande milagre, almejou ir ver a irmã e o sobrinho que nascera. Rosana sem perder a chance de atormentar a nora, argumentou com o filho: - Meu filho, sei que é da vontade de Celina, visitar a irmã, mais meu filho vós haveis de convir comigo que isso só o atrapalharia no momento, já que está para negociar a venda das safras de café ainda por esses dias. Não pode deixar a fazenda às moscas, e ir satisfazer um mero capricho de sua esposa. - Minha mãe, Celina tem a mais absoluta razão em querer ver a irmã, afinal por pouco que Marina não deixou esse mundo. - Então meu filho, acho que deve deixar sua esposa viajar sozinha, já que ela é incapaz de compreender a situação na qual vive. - Se assim for da vontade de Celina... - Não, minha sogra, se é para ir sem o senhor meu marido, prefiro não ir, e esperar o dia em que ele possa estar comigo. Rosana se enfureceu, pois tinha a intenção de afastar Celina de Diogo, para que assim pudesse despertar nele desconfia
Naquelas semanas Rosana estava silenciosa. Seu silencio parecia palpável. Certamente aquela mente maléfica planejava algum plano maquiavélico, já que não media as conseqüências, nem a dor e o sofrimento causado nos arredores, ela tinha em mente somente o realizar de seus planos, mesmo que custassem altos preços, talvez até mesmo a vida...Pobre Conde, não fazia idéia do que estava por vir. Enquanto Rosana sufocava dentro de si um ódio imenso, e um desejo forte de vingança sem motivo, o casal Diogo e Celina, viviam dias maravilhosos, como um casal apaixonado que eram. Ambos estavam unidos num amor límpido, esbanjavam felicidade até mesmo pelo semblante. Celina desta vez assumiu seu papel como esposa legitima de Diogo, e ele a tratava como tal, coisa que jamais pode fazer na presença de sua mãe. Celina obtinha total autonomia em todos os aspectos, em relação a vida de Diogo, existia tanta união que seria impossível separar o casal, mesmo até com motivos consideráveis, principalmente a
Rafael e Marina, não se desgrudavam, ambos descobriam juntos o prazer de serem pais de uma criança, o pequeno Joaquim, se tornava aos poucos uma criança muito graciosa, ele de fato devolverá a luz, a aquela família que antes se via tão desmotivada diante das adversidades. Matilda e Joaquim caminhavam serenos pela fazenda, enquanto conversavam: - Minha florzinha, parece que enfim, alcançamos um pouco de paz e tranqüilidade. - Tens razão querido! Acho que enfim, essa nuvem negra que nos rodeava abandonou-nos. - Acho que enfim podemos nos aquietar. - No entanto, não posso deixar de me agoniar quando penso em Julio César, e principalmente em João Manoel. - Não tenha receio, Julio César afastou-se de nós, mudando para outra cidade, isso nos faz sofrer com sua ausência, mais isso foi necessário, afinal sempre soubemos que o sonho dele sempre foi estudar advocacia. Deixe-o estudar, um dia nos ele nos dará grandes alegrias com esse oficio. - Sim, nosso filho sempre foi para nós motivo
Após um bom tempo, Julio César mandou noticias para os pais, informando-os sobre os estudos, sua localização, sua nova vida. Os pais ficaram felizes ao receberem noticias do filho, mas infelizmente tiveram de comunicar ao filho sobre a morte do tio. Julio César, se indignou muitíssimo, sentiu-se desconsolado, para tentar afogar suas magoas abrigou-se em uma taberna. Ele distraía-se se lembrando do tio, da bela infância ao seu lado, do grande apresso que sentia por ele, quando subitamente algo lhe chamou atenção, o choro de uma das meretrizes. Ele então perguntou ao balconista: - O que tem aquela senhorita? - Ela se nega a deitar-se com aquele senhor. - Ora, a de se supor o por que! Ele é um velho, asqueroso e grosseiro. - Porém é um rico fidalgo. - Pobre moça! - A infeliz moçoila, chegou a pouco a este casebre, tem apenas um mês de vida errante. - Pobre infeliz! Julio César sentiu forte compaixão, pela moçoila. Aproximou-se da lastimável cena e interferiu diante do fidalgo
Julio César entre a dor que sentia pela morte do tio, sentia muita pena ao conhecer a história da pobre moça, a vida certamente havia sido injusta perante a moçoila, que apesar de tão nova já se calejava em sofrimento. No dia seguinte, Aurora apegava-se na esperança de que seu protetor retorna-se naquela noite a fim de salvá-la novamente. O rapaz, em meio aos estudos, mal conseguia se concentrar neles, pensava na pobre moça, em como a vida lhe tinha sido injusta, e a desamparado, sem pai, nem mãe, sem ninguém que a pudesse socorrer. Mais tarde, já à noite, Aurora esperava ansiosa a chegada de seu protetor. Quando o viu chegar pela porta, sentiu um forte alivio no coração. Ele aproximou-se da moça: - Boa noite Aurora! - Boa noite, senhor. Não sabe, o quanto ansiava por velo. - Aquele homem continua importunando-a? - Sim, e muito. - É melhor então, que subamos a sua alcova, antes mesmo que ele nos veja. - Tendes razão. Vamos. Aurora e Julio César subiram para a alcova: - Sou
Numa noite, um homem misterioso, de aparência fina, elegante, entrou na taberna, procurando pelo dono, Gabriel Dionísio. E o encontrou: - Está a minha procura? - Sois Gabriel Dionisio? - Sim, de certo que o sou. - Sou Bruno Vasconcelos. Muito prazer. - Em que posso ajuda-lo? - Procuro por uma moça chamada Aurora. - Sinto muito, essa concubina tornou-se exclusiva, está agora na alcova com seu apaixonado. Não poderá te-la. - Esta enganado, não quero tê-la. Quero saber o por que dela estar aqui? Sua mãe a deixou? - Conhece a mãe dela? - Sim. - Não pelo contrario. Ela está aqui há pouco tempo, desde que sua mãe morreu. - Albertina está morta? - Sim, a pobre mulher, trabalhou sua vida toda, a fim de quitar as dividas que o marido deixou, e eu como credor, como pagamento da divida, trouxe a bela jovem para esse lugar, e aqui ficará até quitar a divida. Bruno, o pai da menina, não conteve as lagrimas de culpa que lhe caíram sobre o rosto. :- Ora mais por que derrama lagrima,
Aurora e seu pai conversaram longamente: - Aurora, eu sou...seu pai, minha querida. - Por que o senhor fez isso? Por que nos deixou? Por que nos causou tão grande dano? - Eu era um imaturo, minha filha! Tive medo de amar sua mãe, tive medo de ser seu pai. Perdoe-me, não sabe o quanto sofro por ter de suportar em meus ombros o peso de minha consciência, por saber todo o mal que fiz a vós e a sua mãe. Pena que sua mãe não está mais entre nós. Sabe, minha filha. Depois de pensar e repensar no que fiz, me senti um monstro cruel, só fiz mal a sua mãe, e a mim mesmo, eu amava sua mãe, porém nunca quis assumir, por medo. Medo de amar! - Não sabe, o quanto sofreu minha mãe. Ela trabalhou a vida toda, para pagar essa divida absurda. - Eu sei minha filha. Quando herdei a fortuna de meu pai, quis voltar para minha família. Confesso que também tive medo, medo de ser rejeitado. Esperava que sua mãe tivesse se casado novamente, pensava que ela estava finalmente feliz, e não queria de forma al
No outro dia Julio César, que ansiava por ver a amada, foi ao seu encontro nas primeiras horas do dia. :- Julio César! Como me alegro em vê-lo! - Meu amor, como está? - Muito feliz! Minha vida tomou um novo rumo, desde que o conheci. Vós fostes meu protetor, e a ti entreguei por completo meu coração. Eu o amo intensamente, Julio César. - Acho que me apaixonei por vós assim que a vi, tão frágil, tão linda e doce, eu quis você pra mim desde aquele momento. Quero estar ao seu lado minha querida, para sempre. - Não! Isso não é possível! Sou uma perdida! Você é um homem bom Júlio César, um homem digno, não pode ter ao seu lado uma mulher como eu…- Não diga isso. Ti agora estás livre dessa vida tenebrosa! - Deus não me perdoará por isso! - Claro que perdoará, Aurora! Peça a ela e ele a perdoará. Lembra-se de Maria Madalena? - Sim, já li sobre ela. - Deus a perdoou, dizendo que não pecasse mais, vós minha querida, jamais voltareis a essa vida, não pecará mais, não há motivos para De